Os pobrólogos
Henrique Pinto, ex-presidente da CAIS e actualmente presidente da associação «IMPOSSIBLE – Passionate Happenings» resolveu propror a criminalização da pobreza. As redacções rejubilaram. Há lá coisa mais bonita que criminalizar a pobreza? É que com a criminalização da pobreza a pobreza acabava logo. Está-se mesmo a ver!
A TVI24 deu grande destaque à proposta de Henrique Pinto e por via disso chegámos à Tânia (nome fictício).
Segundo a TVI a Tânia “carrega o peso de 56 anos de uma vida de pobreza. A maior parte dela passada na rua, na prostituição, «um caminho», como lhe chama, que trouxe consigo o HIV. Vive, ou sobrevive, com o apoio social de uma instituição, com 178 euros do rendimento mínimo e um subsídio de 180 euros da Santa Casa da Misericórdia. Gosta muito do quarto que alugou e para o qual paga de renda 290 euros. Feitas as contas, tem 72 euros por mês e pergunta: «Como é possível viver assim? A resposta, difícil, que obriga a refletir, fica para depois »
Portanto Tânia (nome fictício) recebe em apoios sociais 358 euros. Além do tratamento do HIV que aqui não é referido mas que acrescenta muitos zeros a este valor. Mas na concepção de Henrique Pinto o estado devia dar mais. Não se percebe porquê. Devia, pronto.
E quem dá o dinheiro aos Governos? Porque terão os contribuintes portugueses de dar ainda mais dinheiro à Tânia? E já agora seria à Tânia ou às associações?
Aqui o Henrique já está arrepiado. Para desarrepiar gostava de ver nas cadeias sabe-se lá quem que fosse acusado por não acabar com a pobreza. A concepção política do Henrique sobre a direita e a esquerda são comoventes. Só não percebo que causa defende a esquerda no pensar do Henrique.
Crianças são as mais afetadas pelo aumento da pobreza. Para «obrigar o Parlamento a ter que debater esta ideia», a associação vai pedir uma reunião com todos os partidos e lançar uma petição online. Enquanto isso, Tânia continuará a ir à psicóloga da instituição, onde tenta «aceitar o passado e reduzir o tabaco». É esse o seu vício. Chegou a ir à consulta anti-tabágica, mas não conseguiu seguir em frente. «Deixar de fumar não era bom para mim. Faço cigarros para conseguir aguentar», desabafa.
Portanto a Tânia fuma. Terão os contribuintes de pagar o tabaco da Tânia? Parece-me perfeitamente natural que a Tânia fume. Mas já me custa a aceitar como tão natural que se tente culpabiizar o contribuinte por não pagar mais tabaco à Tânia.
Quem paga/dá os medicamentos à instituição? Já agora o Henrique também quer criminalizar a família da Tânia? É que problemas financeiros e de saúde podem ser invocados pela maioria esmagadora das famílias. Aquelas que tomam conta das suas ‘Tânias’ e as outras. E aqui chegamos a outro ponto da questão: a Tânia quererá trabalhar mas não pode. Não se sabe porquê mas não pode. Mas note-se recebe dinheiro por formações. Já agora as formações são pagas por quem? E são formações em quê? Assim contas por alto a Tânia recebe apoios sociais 358 euros; tratamento do HIV; tratamento da osteopenia; consulta de psicologia e dinheiro por formações. Para um Estado que dá pouco…
Mas tirar pessoas da pobreza é dar-lhes dinheiro para que não sejam pobres? Ainda um dia se fará o balanço do papel que ideias como as propaladas por este senhor tiveram na manutenção na pobreza das pessoas que pretenderam ajudar. De tudo isto só me resta uma certeza: em cima da sua desgraçada vida as ‘tânias’ ainda têm de justificar o mundo dos pobrólogos, uma gente que vive de lamentar a pobreza e culpar os outros.

«em cima da sua desgraçada vida as ‘tânias’ ainda têm de justificar o mundo dos pobrólogos, uma gente que vive de lamentar a pobreza e culpar os outros.»
Está tudo dito.
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Bem vistas as coisas, as Tânias deste País, são o ganha pão de Henrique Pinto, especializado em “associações de caridade”!
O contribuinte, além de pagar os custos com as Tânias, ainda sustenta os Henriques Pintos que vivem à custa delas.
O Estado Social no seu melhor…
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Exactamente.
Aliás, basta ver o número de associações-fundações sustentadas pelo OGE para tratar de criancinhas que ficariam mais baratas ao contribuinte caso fossem tratadas em serviços públicos. E basta aferir a relação de ex-mulher, filha, sobrinha, etc. das Presidentas com alguém que usa ou tenha usado avental com muitos enfeites.
Noutros tempos, os irmãos que faziam filantropia – e gente com muita dignidade houve nessa função – chegavam-se à frente com o respectivo património.
Agora, os modernos irmãos (e familiares) chegam-se à frente com o património dos contribuintes e, já agora, vivem do cargo filantrópico que exercem.
Cambadinha de parasitas descarados….
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O negócio da caridade é dos melhores negócios que existem. Isso e a invenção do self service e o negócio da reciclagem.
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ah e claro o negócio do “faça voce mesmo” ., que é uma versão IKEA self service. Pague o mesmo que por uma mobilia já montada , e tenha o “prazer” de a montar voce mesmo …
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Cambada. Há uns anos queriam os pobres ainda mais pobres para terem revoltados para a Revolução.
Agora usam os pobres para sacarem impostos e viverem muito bem à conta da “intenção”.
Esta é a maltosa que fala sempre em tom acintoso da famigerada “caridadezinha”.
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A “caridadezinha” que o Barata Moura cantava a gozar com as donas da Linha e da canasta e que agora é o retrato destes pascácios das ONGs.
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E que bem me lembro desse senhor quando frequentava uma das melhores casas da Linha. E abichava.
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Mentira. Não acredito. Não é necessário vir com calúnias.
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Se acabarem com os pobres é o desemprego que aumenta . Os pobres são a razão da existência para muita gente
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Muitos anos depois veio Vitor Cunha desmontar (melhor, desconstruir, que soa mais arty) a proposta do candidato Manuel João, “uma atrás de cada pinheiro”.
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Proposta? Nassenhore, promessa!
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Shame on me! Não foi VC, mas Helena Matos. Cubro-me (!) de vergonha.
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À atenção de Henrique Pinto.
É possível eliminar a pobreza e a desigualdade?
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=4186064
Analogias a partir do lixo
http://devirnomadeviagem.blogspot.pt/2012/11/a-boca-do-lixo-em-napoles-secondigliano.html
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As associações ,ONG,e a chamada economia social além de serem causas respeitáveis também incorporam muita chulice. Nada que a gente não saiba e não detete pelo cheiro nauseabundo.
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Esta “Tânia” faz lembrar as inúmeras personagens com que a Clara Ferreira Alves tropeça a cada passo que dá no estrangeiro e mesmo em Portugal onde passa de vez em quando uns dias.
Outra coisa.
Outro dia vi o empacotamento e despacho para os países africanos onde alguns falam português de produtos de primeira necessidade e algumas guloseimas conforme explicou o maioral, tudo muito arrumadinho, era para ajudar os pobrezinhos.
Aposto que nem um grão de arroz chegou aquelas boquinhas.
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Vejam lá a Tânia fuma com o nosso dinheiro! Se fosse esperta montava uma ONG (tipo aquela onde trabalhou o Coelho) e fumava com o dinheiro dos europeus. Se calhar até dava para charutos.
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Talvez criar um Ministério da erradicação da pobreza (exceto a de espírito), e colocar á frente o Henrique Pinto. Assim quando alguém tivesse que ir preso, não só já se sabia quem prender, como ele iria dentro sem protestar..
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Tudo começou quando a dialéctica materialista transformou a caridade em caridadezinha, dando-lhe o nome de solidariedade social.
À conta dela as velhas senhoras serigaitas do movimento nacional feminino foram substituídas por estes prostitutos/as intelectualizados na aparência que vivem por conta dos necessitados.
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Então não aparece ninguém, por aqui, a defender o homem? Será só a comunicação social tradicional que lhe dá ouvidos? E quem diz ouvidos, diz antenas…
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Mais um muito bom texto, Helena Matos.
De facto, não sei por que razão, há algumas pessoas que julgam que uns têm o direito a receber tudo e outros têm o dever de pagar tudo. Uns têm só direitos outros só responsabilidades. E, numa sociedade livre e democrática, onde está a responsabilidade de cada um em tratar da sua vida e de contribuir para a sociedade, que todos temos para connosco e para com os outros?
A pobreza é uma tragédia de que a Humanidade infelizmente não se livrará tão cedo. Não tenho a presunção de saber qual a solução para acabar com a pobreza, mas sei que não se resolverá apenas com esmolas (venha o dinheiro de onde vier).
O que me parece justo é que o dinheiro deve ser de quem o produz para fazer com ele (porque é sua propriedade, porque o arranjou com o seu esforço) o que entender. Depois de contribuir com a sua devida parte para as despesas necessárias e comuns do país, não devem terceiros poder impor a cada um (pessoa singular ou colectiva) como deve ser gasto o dinheiro que não é deles.
Gostaria de sublinhar que, em meu entender, o sr. Henrique Pinto parece estar focado na árvore e não estar a ver a floresta. Que há quem julgue que, por muito nobres que sejam ou julguem ser as suas intenções, não admitem que sobre os mais diversos assuntos haja quem pense de forma diferente ou que proponha coisas diferentes das suas. Que hoje a solidariedade, enquanto prática e actividade institucional, está sufocar o sentimento humano da caridade.
Por último gostaria de saber se, pelo facto de sermos convocados para contribuir para que as ‘Tânias’ tenham algum dinheiro no bolso, podemos perguntar-lhes em troca sobre as oportunidades que tiveram e sobre as escolhas que foram fazendo ao longo da sua vida e se ao menos poderemos escolher quem, do nosso ponto de vista, merece que se tire aos nossos filhos para lhes dar a eles.
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Eu já escolhi os meus pobres. Os outros que morram numa valeta!
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O 25 de Abril foi feito para acabar com os ricos por isso já estamos mais perto do objectivo de sermos todos iguais, isto é , pobres.
A igualdade só se atinge pelo menor denominador comum.
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Ainda há quem se lembre do Barata Tonta….
Não tão tonto assim, que não fizesse pela vidinha…
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Sem esquecer a “peregrinação interior” , em que alçada baptista tratou o terma
1 – Pobreza: só certificada – como a carne alentejana.
2 – Ou carimbada, como os ovos – lembram-se?
🙂
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É este o Henrique Pinto?
Para a pobreza propõe a criminalização, não sei de quem, para os terroristas que nos matam ao virar da esquina propõe o diálogo.
Com gente desta é por isso que o mundo está tão perigoso. E ainda ganham dinheiro para andar a dizer destas baboseiras.
http://sicnoticias.sapo.pt/opiniao/2016-07-26-Terror-no-mundo-a-analise-de-Nuno-Rogeiro-e-Henrique-Pinto
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Pode-se tentar tirar a pessoa da pobreza, mas a guerra só está ganha quando se tira a pobreza de dentro da pessoa:
. Criação de Oportunidades + treino + responsabilização pela própria vida + desenvolvimento pessoal + cultura da liberdade e da independência + espiritualidade, cultura e educação financeira
Estas são as ferramentas para tirar a pobreza da pessoa e a única forma de tirar a pessoa da pobreza.
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