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Re: Cadáveres reincidentes de uma religião que nunca mais descola do estatuto de seita

22 Junho, 2015

Também concordo que devem ser os militantes a escolher a composição das listas às legislativas, Carlos. Em particular, nos partidos tradicionais. No caso do Livre é diferente porque não é um partido, é um veículo unipessoal com marketing perfeito cuja escolha nunca existiu, é fictícia.

O Rui Tavares será o cabeça de lista, o segundo e terceiro pouco importam: eleger um deputado já seria um excelente resultado. Daí que o que esteve a votação no Livre não foi a composição das listas e sim um concurso de popularidade entre jovens que nunca apreenderam técnicas marxistas e menos jovens que as dominam, agradecidos pela oportunidade criada pelo Rui para se auto-eleger.

A genialidade do Livre está na mente do Rui Tavares, que abrindo as portas a 5000 candidatos, assegura a vitória, na pior das hipóteses por pouquíssimos votos (toda a gente vota em si própria ou no Rui). Não é uma fraude democrática: é mais um logro, a crença de se estar a escolher alguma coisa. Até na Venezuela há eleições.

47 comentários leave one →
  1. jp's avatar
    22 Junho, 2015 15:21

    saúdo o sucesso do livre.ver um partido disposto a coligar-se com o ps para impedir a direita de governar,é uma boa noticia para o povo que não é imbecil.se a extrema esquerda no passado pensasse de outra forma,tinhamos tido o inconveniente de não conhecermos um vigarista a governar o pais.vitor,vai ao canal memoria e faz as contas.chegaras à conclusaõ que a tua direita pouco tempo tinha governado em portugal.sabendo que era a direita beneficiar do chumbo do pec 4,os mesmos não tiveram pudor em o chumbar.os votos do psd+cds,não chegavam. a direta sabe disso e por isso promovem a mortagua para recuperar o bloco.

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    • vitorcunha's avatar
      22 Junho, 2015 15:22

      QED.

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    • Tiradentes's avatar
      Tiradentes permalink
      22 Junho, 2015 17:04

      vigaristas……..Mário Só_ares–Cavaco—Guterres— Burroso—e finalmente o pior de todos—- o nosso “animal feroz””. O último só não o foi até agora, tanto (vigarista) porque esteve a pau mandado da troika. Mas já começou em força.

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  2. anti-comuna's avatar
    anti-comuna permalink
    22 Junho, 2015 15:29

    “Também concordo que devem ser os militantes a escolher a composição das listas às legislativas, Carlos. Em particular, nos partidos tradicionais. No caso do Livre é diferente porque não é um partido, é um veículo unipessoal com marketing perfeito cuja escolha nunca existiu, é fictícia.”

    Se esta moda pegar depois não se queixem da ascensão de partidos populistas que podem cercear as cada vez menores liberdades, sobretudo económicas.

    Democracia directa? Com conta, peso e medida.

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    • Rui's avatar
      Rui permalink
      22 Junho, 2015 17:58

      partidos populistas? PS, PSD, CDS são o quê? Partidos não populistas?

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    • Francisco Miguel Colaço's avatar
      22 Junho, 2015 18:37

      Desde que haja recall elections, não há medo das bestas que tudo prometem para serem eleitos.

      Quanto às liberdades económicas, com recall elections simples (por exemplo, bastando 66% do eleitorado a apoiar o desafio ao candidato eleito), ninguém vai querer cercear liberdades nenhumas: o eleito hoje poderá não o ser amanhã se começar a emular o Alípio Abranhos uma vez que o seu fundo se julgue bem instalado em Lisboa.

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      • anti-comuna's avatar
        anti-comuna permalink
        22 Junho, 2015 18:42

        Vc. acredita mesmo nisso? Democracia directa ou representativo, o objectivo é o mesmo: conquistar o poder.

        Se o objectivo é conquistar o poder, Vc. terá sempre os populistas a mandar mesmo que lhes metam alguns travões. Porque eles dirão que é uma violação à dmeocracia directa.

        Aliás, veja o que se passou na Venezuela. A democracia serviu os intentos deles que era conquistar o poder. Depois o conceito de democracia muda quando eles detêm o poder.

        Isto é velho como o mundo. O objectivo dos políticos é conquistar e manter o poder. Não agradar efectivamente às massas. Elas depois passam a ser um estorvo quando não estão de acordo com as elites políticas.

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  3. zazie's avatar
    22 Junho, 2015 15:34

    Completamente. È uma vigarice do arrivista para se eleger a ele próprio.

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    • anti-comuna's avatar
      anti-comuna permalink
      22 Junho, 2015 15:38

      É uma vigarice, não. Só vota nele quem quer. É a tal democracia directa, que alguns pensam que vai revolucionar a política do futuro.

      Ou vai criar a ascensão de populistas e ditaduras da maioria.

      Mas não é vigarice nenhuma. Eles sabem o que estão a fazer e, penso eu, a votar. Se não sabem…

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      • vitorcunha's avatar
        22 Junho, 2015 15:40

        É só pessoal das causas maradas. Se lhes abrirem a porta de um contentor de lixo entram na mesma. Onde quer que haja um trampolim, lá estão.

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      • vitorcunha's avatar
        22 Junho, 2015 15:41

        Agora fiquei na dúvida se devia dizer “pessoal das causas maradas” ou “pessoal marado das causas”.

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      • anónimo's avatar
        anónimo permalink
        23 Junho, 2015 13:35

        “causas maradas pessoais” ?…

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    • Rui's avatar
      Rui permalink
      22 Junho, 2015 18:00

      Rui Tavares é arrivista? Porque Passos é que tem pedigree é isso? o que é bom são individuos com cursos concluidos aos 40 anos em universidades que entretanto fecharam?

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      • Francisco Miguel Colaço's avatar
        22 Junho, 2015 18:44

        Metade dos funcionários públicos portugueses, que aproveitaram os anos 80 e 90 para irem tirar o curso que a vida não lhes permitia antes.

        Estranhamente para si, um óbvio pesporrente, sou muito admirador daqueles que fizera algo de si enquanto trabalhavam. Eu próprio fui trabalhador estudante durante o meu curso, e sei o que custa. Não trabalhava no Estado e apenas deixei de estudar quando fui fazer missão (sou mórmone, e voluntariei esses dois anos).

        Quer saber de outro que foi trabalhador estudante? Comenta aqui, neste blogue.

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      • vitorcunha's avatar
        22 Junho, 2015 18:55

        QED.

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  4. anti-comuna's avatar
    anti-comuna permalink
    22 Junho, 2015 15:43

    ” Onde quer que haja um trampolim, lá estão.”

    Exacto. Mas esta dita democracia directa , que hoje em dia os neocomunas advogam (aqui ao lado, por exemplo, o Pablo Iglesias), não passa de tentar a “revolução das ruas”. Pode parecer novo mas é mesmo um retorno do comunismo mas com outros contornos. 😉

    Eu desconfio do poder da rua. E especialmente dos que advogam a tal democracia directa. Mas o futuro dirá para onde caminha esta nova forma de enganar papalvos.

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    • anti-comuna's avatar
      anti-comuna permalink
      22 Junho, 2015 15:51

      Já agora. Eu vou dar um exemplo de como a tal democracia directa pode destruir países.

      Há dois ou três anos atrás se houvesse quem proposse um referendo para a reestruturação da dívida, que iria lixar Portugal e os Portugueses, o voto Sim ganharia com uma larga percentagem de votos. Mesmo muitas aventesmas da dita direita diriam sim à reestruturação da dívida. Hoje devem estar arrependidos do que disseram, escreveram e defenderam. Mas na altura votariam Sim.

      Serve isto para dizer que a Democracia deve servir para limitar o poder dos mais fortes. Inclusivé minorias. E, sobretudo, para nos trazer mais Liberdade. Na prática, as democracias modernas, fruto do poder da rua, cada vez mais se parecem com regimes de inspiração nazi. Em que uma maioria tenta impor a minorias, os seus pontos de vista, os seus comportamentos e até a suas suas ideologias.

      O meu ponto é este. Se eu estiver doente vou ao médico. Não faço uma auscultação da opinião pública. 😉

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      • insider's avatar
        insider permalink
        22 Junho, 2015 16:02

        esta maioria, por acaso, reestrutura a dívida e sem referendo…
        é só uma questão de semântica… chamam-lhe outra coisa mas o objectivo é o mesmo…

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      • manuel's avatar
        manuel permalink
        22 Junho, 2015 16:29

        Que mau exemplo, a dívida: em Portugal e na Grécia a dívida tem de ser reestruturada, negociada, ter moratória nos juros ou capitais ou ambas e por aí adiante. Existem pessoas à direita a quem a esquerda nada ensina. A dívida é impagável e é lamentável que muitas opiniões sejam eco da agenda eleitoral da maioria.

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      • vitorcunha's avatar
        22 Junho, 2015 17:03

        Outra coisa que é impagável são os impagáveis que acham a dívida impagável. Mandem mais.

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      • Francisco Miguel Colaço's avatar
        22 Junho, 2015 18:52

        Anti-Comuna,

        A democracia é uma bestialidade que dá sempre ou em anarquia ou numa ditadura. A república constitucional é outra coisa.

        Tem de haver uma constituição minimalista que consagre direitos negativos para cada cidadão e nos quais não se pode tocar. E que seja para respeitar.

        Os romanos elegiam os cônsules anualmente, no Campo de Marte, nominalmente. Enquanto funcionou tiveram uma república. Quando permitiram que um cônsul service mais de um termo estragaram tudo, e depous de Crasso e de César estavam lixados com o Império.

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      • Francisco Miguel Colaço's avatar
        22 Junho, 2015 18:53

        Raio de corrector ortográfico!

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  5. anti-comuna's avatar
    anti-comuna permalink
    22 Junho, 2015 16:11

    “esta maioria, por acaso, reestrutura a dívida e sem referendo…”

    Exacto, mas no mercado e sem criar problemas graves no futuro.

    É assim que se deve fazer. Atrair investidores dispostos a cobrarem menos pelo que nos emprestam. E aproveitar o medo e a insegurança dos investidores para lhes vender dívida a custos baixos.

    O populismo o que queria era provocar a dor alheia e na prática inflingir ainda mais dor a quem diz estar a defender.

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    • insider's avatar
      insider permalink
      22 Junho, 2015 17:59

      uma bela teoria essa dos “investidores” com medo…
      (eles são tão medrosos que nunca torraram um cêntimo naquelas entidades financeiras que estouraram)

      o coelho vende a custos mais baixos – pelo menos enquanto não voltar a acontecer uma nova tragédia – e empurra para muito mais tarde o pagamento…
      mas pronto, isso não é uma reestruturação…

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      • anti-comuna's avatar
        anti-comuna permalink
        22 Junho, 2015 18:32

        “uma bela teoria essa dos “investidores” com medo…
        (eles são tão medrosos que nunca torraram um cêntimo naquelas entidades financeiras que estouraram)”

        Então quem foi torrado com o perdão da dívida grega? Os contribuintes Portugueses?

        E então quem andou a comprar dívida alemã com juros negativos? Não torrou dinheiro?

        E quando em Portugal reinava o medo, quem não fugia dos bancos Portugueses?

        E o que fazem os depositantes gregos? Não têm medo.

        Vc. deve pensar que é fácil escnder o dinheiro debaixo do colchão, não? 😉

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  6. anti-comuna's avatar
    anti-comuna permalink
    22 Junho, 2015 16:40

    “Que mau exemplo, a dívida: em Portugal e na Grécia a dívida tem de ser reestruturada, negociada, ter moratória nos juros ou capitais ou ambas e por aí adiante.”

    Acha? Ainda há semanas havia quem pagasse para lhes guardar o dinheiro. 😉

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  7. castanheira antigo's avatar
    castanheira antigo permalink
    22 Junho, 2015 17:47

    Os burocratas de bruxelas não fazem mais do que proteger os seus “empregos” ao impor ao obrigarem os diversos países europeus a virarem-se contra os seus proprios cidadãos caçando-os e perseguindo-os por todos o lado confiscando-lhes tudo que podem para manter yum “stato-quo” corrupto com as mesmas ideias que já vigoravam na idade media
    onde dinheiro eram mercadorias.
    Os governantes mais ou menos socialistas europeus não vêm mais do que o seu proprio umbigo . Gerem governos que esbanjam a maior parte dos respectivos “pibs” e infernizam a vida dos cidadãos com impostos e regulamentos que impedem a economia de se desenvolver e esmagam cada vez mais a liberdade fundamental das pessoas .
    Enfim , não é com as velhas ideais que se resolve problemas que elas mesmo originaram , nem com os mesmos cromos em bruxelas e nos diversos países.

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    • vitorcunha's avatar
      22 Junho, 2015 17:50

      Vai-se a ver e nem é com ideais. Mas não quero confundir, adiante, adiante.

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      • anti-comuna's avatar
        anti-comuna permalink
        22 Junho, 2015 18:33

        Os que agora se queixam dos aumentos de impostos e cortes na despesa são os mesmos que ontem pediam mais despesa pública, mais aumentos salariais, mais subsidios, etc.

        São os mesmos. Ontem criticavam se o governo não gastava para distribuir. Hoje criticam porque é preciso pagar as dívidas que eles criaram. lol

        O mundo pula e avança mas o cérebro humano, pelos vistos… 😉

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      • Francisco Miguel Colaço's avatar
        22 Junho, 2015 18:59

        Queixar-se de cortes na despesa porque pedem mais despesa não é de maneira alguma incoerente por parte da escarralhada. A incoerência está em querer o sol na eira e a chuva na sede dos nabos que são.

        Um aumento presente da despesa ou é tapado com mais impostos no presente ou com mais impostos no futuro. (Ainda não sabem como ir buscá-los ao passado, senão iriam)

        Não se pode esperar que despesa pública traga crescimento. Nunca trouxe, falando de despesa por despesa. Mas se querem despesa por despesa, que cavem as suas próprias sepulturas e paguem-as eles. Não me peçam a mim.

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  8. Carlos Loureiro's avatar
    22 Junho, 2015 18:35

    Vítor,

    Essas críticas ao Rui Tavares são, na minha modesta opinião, injustas. Nem todos os líderes partidários estariam dispostos a correr o risco de não serem cabeças-de-lista em Lisboa. Basta pensar no que aconteceu há dias noutro pequeno partido, ainda mais recente. É certo, como referi antes, que nas “linhas programáticas” do Livre há muitas ideias ingénuas (ou até parvas) e que entre os candidatos a candidatos havia alguns candidatos que encaixariam no título e até em coisas piores, incluindo uma bombista condenada, cujo sucesso eleitoral desconheço à hora a que escrevo. Isso não invalida a questão de princípio: numa democracia representativa, era útil que os deputados tivessem um mínimo de necessidade de representar quem os elege e não apenas de quem os coloca em lugar elegível nas listas.

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    • Francisco Miguel Colaço's avatar
      22 Junho, 2015 18:55

      Eleições uninominais com possibilidade de recall. Feito.

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    • vitorcunha's avatar
      22 Junho, 2015 19:03

      Carlos,
      A questão é que não creio que Rui Tavares esteja a correr esse risco e, principalmente, que contemple a possibilidade dele existir. É verdade, não posso afirmar que não usaria o mesmo sistema com percepção de risco mas, em compensação, o que a apresentação de RT como cabeça de lista servirá para mostrar é a capacidade que tem para jogar o jogo enquanto – pelo menos – os resultados forem favoráveis.

      Dito isto, que sirva esta experiência do Livre para debate nos partidos, se assim entenderem.

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      • jvgama's avatar
        23 Junho, 2015 15:51

        O Vitor comete dois erros crassos que apesar de tudo se atenuam um ao outro em certo sentido.

        O primeiro erro é dizer que o Rui Tavares tem garantido o primeiro lugar. Na verdade, parece-me muito plausível que a Ana Drago consiga conquistar essa posição (para já não falar na possibilidade de ser outro qualquer a conquistar esse lugar, que apesar de tudo parece menos provável).

        O segundo erro é dizer que o L/TdA só elegerá um deputado por Lisboa. Na verdade, as votações das europeias permitiriam ao LIVRE obter dois lugares, e entretanto com a união L/TdA a plataforma mais do que duplicou o seu tamanho e força.

        Estes dois erros atenuam-se apenas na medida em que realmente é improvável que o Rui Tavares não fique num lugar elegível. Mas é evidente que isso não tira mérito nenhum à concretização das primeiras primárias para as eleições legislativas.

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      • vitorcunha's avatar
        23 Junho, 2015 16:02

        Re: Ana Drago – Ninguém vai sequestrar o partido na primeira oportunidade.

        Re: deputados – Se eleger um já é demais. Mas lembre-me disso na altura, caso esteja errado. Terei todo gosto em admitir o erro.

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  9. Carlos Dias's avatar
    Carlos Dias permalink
    22 Junho, 2015 18:56

    Ainda não tinha visto este post quando escrevi no anterior.
    Tavares, Marinhos e antecessores similares sempre quizeram subir a escada do sucesso e caíram sempre da mesma maneira.
    Os únicos que conseguiram foram os ex-Mes, mas esses sabiam escalar.

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    • Francisco Miguel Colaço's avatar
      22 Junho, 2015 19:03

      Mal andamos quando a escada do sucesso passa pelo Orçamento do Estado.

      Preferia que a escada do sucesso estivesse, sei lá, em criar mais umas empresas lucrativas ou em criar trabalhar afincadamente nessas empresas, em vez de estar na possibilidade de compelir o incauto a dar-lhes pitança, a eles e aos amigos que lhes servem de assessores e secretários.

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  10. anti-comuna's avatar
    anti-comuna permalink
    22 Junho, 2015 19:02

    Caro Francisco Colaço,

    “A democracia é uma bestialidade que dá sempre ou em anarquia ou numa ditadura. A república constitucional é outra coisa.”

    Dá sempre, não. O Reino Unido continua a sobreviver como democracia. Tem defeitos? Muitos. Mas mesmo muitos. Mas ainda não caiu numa ditadura.

    Eu compreendo bem os seus argumentos que as democracias podem ficar de tal forma em má situação financeira que depois o colapso económico pode gerar o seu fim. Eu conheço esse argumento e sei que tem bastante validade. Mas como Vc. diz. Há determinados direitos políticos que precisam de ser consagrados. Como em democracia directa? Duvido.

    Eu sou um bocado cínico. Prefiro mais limitar os poderes dos vários agentes políticos. E até económicos. Porque, a cada dia que passa, tenho para mim, o pior inimigo de um cidadão livre é mesmo um cidadão eleito. 😉

    Abç

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    • Francisco Miguel Colaço's avatar
      22 Junho, 2015 19:14

      «Prefiro mais limitar os poderes dos vários agentes políticos. E até económicos.»

      É para isso que serve uma constituição. Para ver que os poderes executivo, legislativo e judicial se entrevigiam.

      Onde está o nosso poder legislativo? No Governo e na Assembleia. Que raios!!! Há mais decretos-lei que leis nesta República Platanada. Para mais o TC e o supremo podem fazer lei (através de jurisprudência). Onde está o nosso poder executivo? Está no Governo. Mas o Governo não tem também a maioria do poder legislativo? Ó pois tem.

      Então para que serve o parlas-mentes? Serve, segundo a teoria orgânica informal conimbricense, «para vigiar o governo»! Já viu que quase tudo é decreto-lei?

      Quem vigia o parlamento? Se estão lá apenas para vigiar o governo, então acabamos com o parlamento de uma vez e passamos a, sei lá, vigiar através da imprensa. Fica mais barato e deixamos de aturar as Aivecas e as Apolónio.

      Quanto ao Reino Unido, é tudo menos uma democracia. Tem um parlamento forte e representativo. Tem círculos uninominais. E, veja lá!, até tem recall elections, se bem que o processo de as convocar seja complicado (tem de haver sentença de prisão ou estar suspenso da Casa dos Comuns por pelo menos 21 dias, segundo a lei que está em vigor). Eu defendo uma petição com 2/3 dos eleitores para convocar eleições, nas quais o incumbente pode e deve participar.

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      • anti-comuna's avatar
        anti-comuna permalink
        22 Junho, 2015 19:27

        Pois é. Tem o recall porque é Representativo.

        Desconfio que um tipo que se diz eleito directamente aceite esse tipo de regras. Quer um exemplo? Como podemos destituir o PR?

        Depois, também, desconfio de uma outra coisa. Um bom político, um bom estadista, por vezes, tem mesmo que se impopular. Sendo-o, se as regras do cumprimento dos mandatos não existem, então é fácil os demitir. Logo, teremos sempre a compra de votos com os dinheiros alheios. Está a ver o meu ponto?

        Mas a minha grande objecção à democracia popular é dar legitimidade a qualquer populista, que depois pode-nos impôr a sua vontade. E, pior ainda, eleger alguém que irá tomar bastantes decisões sem estar preparado para elas. Isto é, é como eu pedir ao meu bairro que me elejam o meu médico. Um bocado perigoso, não acha?

        Se é perigoso termos um regime político onde reina os burocratas, tecnocratas ou experts, também tenho medo quando um Maduro ou um Lula da Selva chegam ao poder, legitimados, e tomam decisões que afectam a vida de todos nós. Está a ver o nosso problema?

        Então o melhor a fazer é limitar o número de cidadãos eleitos, havendo poucos lugares para eles ocuparem. E limitar o seu poder, mesmo que nos pareça fácil os despedir. Numa democracia directa passamos a eleger tudo.

        Aliás, em Portugal até temos os condominis eleitos e a maioria acabam por dar barraca e depois contratam pessoas especializadas na gestão dos tais condominios. Está a ver a coisa? Os abrileiros acharam que até os gajos que gerem os prédios deviam ser eleitos, na prática acabaram por meter essa gestão a empresas especializadas da coisa. 😉

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      • Tiradentes's avatar
        Tiradentes permalink
        22 Junho, 2015 20:05

        e assim se revelam os apoiantes das ditaduras. Agora é só escolher…direitista? esquerdista?…. e seremos felizes para sempre.

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      • Francisco Miguel Colaço's avatar
        22 Junho, 2015 20:20

        A democracia apenas é eficaz em pequenas unidades: o bairro ou a vila. O concelho, portanto. Um número de trinta mil a cinquenta mil eleitores por representante parece-me justo. Daí para cima, apenas representação e (de vez em quando e em coisas importantes, como mudança de constituição) referendo.

        Os círculos uninominais não estão isentos de perigos, mas são muito menos perigosos do que uma data de bandoleiros a lamber as botas e as partes fundas dos dirigentes parretidários, a quem ficam a dever eterna gratidão e vassalagem pela sua colocação em lugar elegível nas listas. Um democrata português deve menos ao eleitor que nele vota que ao chefe do partido que o abençoa. É-lhe surpreendente que, perante isto, os partidos sejam tão corruptos? Os corruptos não escolherão os limpos para partilhar o poder.

        «Aliás, em Portugal até temos os condominis eleitos e a maioria acabam por dar barraca e depois contratam pessoas especializadas na gestão dos tais condominios. Está a ver a coisa? Os abrileiros acharam que até os gajos que gerem os prédios deviam ser eleitos, na prática acabaram por meter essa gestão a empresas especializadas da coisa. ;)»

        A república apenas serve um povo moral e responsável. Qualquer outro se autodestrói, ficando por saber em quantas décadas ou séculos passarão de afluentes a miseráveis.

        Estou no entretanto convencido de que se os eleitores conhecerem o seu deputado e sobre este tiverem o poder de o mandar às malvas, os deputados agirão a favor dos eleitos. Resta apenas esperar que a constituição (e por isso refiro que apenas possa ser revista ou alterada em referendo) limite o poder discricionário dos políticos.

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      • Tiradentes's avatar
        Tiradentes permalink
        23 Junho, 2015 13:31

        exactamente…viva Salazar, ou Fidel Castro…(à escolha)
        é estranho que não funcionando, nunca tendo funcionado, para além do bairro tenha conseguido fazer do ocidente em geral a “região do globo” (bairro?) com maior desenvolvimento humano, mais direitos e mais condições de vida.

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  11. PiErre's avatar
    PiErre permalink
    22 Junho, 2015 20:46

    “Resta apenas esperar que a constituição (…) limite o poder discricionário dos políticos.”
    .
    Seria então uma espécie de Magna Carta dos novos tempos.
    Mas não devemos esquecer que quando o João Sem Terra assinou a Magna Carta, o fez a contragosto, e na primeira oportunidade tratou de a meter na gaveta. Hoje já está mais que esquecida.
    Para nosso mal, os políticos não querem ouvir falar de limitações ao poder discricionário.

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    • Francisco Miguel Colaço's avatar
      22 Junho, 2015 22:20

      PiErre,

      Mas se não houver uma constituição, aí é que não haverá mesmo limites.

      Logo, os representantes devem ser eleitos uninominalmente e com possibilidade de recall, para que os cordeiros estejam de olho nos lobos. Os políticos serão honestos quando tiverem medo dos eleitores. Neste momento é o contrário: demonstramos pela nossa linguagem ou medo ou desencanto para com os políticos.

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  12. PiErre's avatar
    PiErre permalink
    22 Junho, 2015 20:52

    “…o pior inimigo de um cidadão livre é mesmo um cidadão eleito.”
    .
    Sem qualquer dúvida.

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    • Francisco Miguel Colaço's avatar
      22 Junho, 2015 22:24

      E isso porque os cidadãos são escolhidos por escroques para integrar listas de salafrários que podem ser eleitas por ingénuos.

      Inimigos escolhem inimigos. Temos um menu com uma corda, estricnica, uma gaja do bloco de esquerda cheia de doenças de índios ou uma guilhotina à livre escolha dos eleitores. Eleitores escolhem quem querem, mas destas listas.

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