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Círculo Eleitorais

11 Agosto, 2015

Foi ontem publicado o Mapa Oficial n.º 2-A/2015, com a distribuição de deputados por círculo eleitoral. Comparando os dados com os do Mapa das legislativas de 2011, constata-se que a alteração mais relevante é a perda de um deputado pelo círculo de Santarém, que acresce ao de Setúbal. Há, porém, alguns outros dados interessantes:

  • O número total de eleitores aumentou: 61.747 (considerando apenas o território nacional, o aumento foi de 14.403).
  • Apesar do aumento global, apenas seis distritos (mais a RA dos Açores) viram aumentar o número de eleitores: Aveiro, Braga, Faro, Lisboa, Porto (onde se verificou o aumento mais significativo) e Setúbal.
  • Os distritos do interior são, sem surpresa, os que mais perderam eleitores (Beja, Bragança, Castelo Branco, Guarda e Portalegre).
  • O círculo de Fora da Europa aumenta mais de 36% (e já justificaria um terceiro deputado, se as regras fossem as mesmas dos círculos do território nacional).
  • Há diferenças significativas entre  número de eleitores inscritos e o número de deputados eleitos: em Portalegre ou Bragança, são necessários cerca de 50.000 eleitores para eleger um deputado. Já em Setúbal ou Lisboa, bastam pouco mais de 40.000.

circulos_eleitorais

20 comentários leave one →
  1. LTR's avatar
    LTR permalink
    11 Agosto, 2015 12:57

    Faltam as estimativas sobre o número de mortos e mortos-vivos nos cadernos eleitorais 🙂

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  2. Marco's avatar
    11 Agosto, 2015 13:19

    A aplicação do método d’Hondt à distribuição de deputados por círculo é das maiores estupidezes da nossa lei eleitoral. Os grandes centros acabam por ficar sobre-representados e a “província” sub-representada, o que influi nas decisões políticas, que por sua vez influem nas decisões económicas, que por sua vez levam à sangria populacional do interior.

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    • andrefgarcia's avatar
      11 Agosto, 2015 16:48

      O círculos deviam ser reduzido, em vez dos 18 distritos, fazer pelas regiões da NUT II ou mesmo as NUT III.

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      • AntónioF's avatar
        AntónioF permalink
        12 Agosto, 2015 11:01

        Caro ‘andrefgarcia’,
        concordo plenamente consigo, mas isso iria representar… … … uma grande alteração na Federação Portuguesa de Futebol, pois os clubes, ditos amadores, estão agrupados em associações distritais. Assim, estas teriam que se reformular, isso acarrateria o fim dos interesses instalados!

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  3. Basico's avatar
    Basico permalink
    11 Agosto, 2015 13:45

    Um pais de 10 milhoes de pessoas com 9.7 milhoes de eleitores… belissimo

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  4. AntónioF's avatar
    AntónioF permalink
    11 Agosto, 2015 14:03

    Caro Carlos,

    nas próximas eleições, os deputados eleitos, deveriam reflectir verdadeiramente o resultado das mesmas: a abstenção deveria estar representada por um número percentual equivalente de cadeiras vazias.

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    • Carlos Loureiro's avatar
      11 Agosto, 2015 15:00

      Já defendi que os votos brancos tivessem essa consequência. A abstenção tem muitas causas, que não permitem leituras unívocas (desde o puro desinteresse e não identificação com os projectos políticos concorrentes à impossibilidade pura e simples de ir votar).

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      • AntónioF's avatar
        AntónioF permalink
        12 Agosto, 2015 11:08

        … para além de que, este sistema, é profundamente desigual, na eleição dos deputados, como muito bem diz no seu último ponto, havendo uns com mais legitimidade por terem sido eleitos com mais votos do que outros!
        Fica a pergunta: terão estes primeiros mais tempo para falar! Como há deputados que agora sairam que, provavelmente, nunca terão falado no plenário, presumo que tenham sido os outros, aqueles que foram eleitos com menos votos.

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    • Josand's avatar
      Josand permalink
      12 Agosto, 2015 00:16

      Isso foi o que Manuel Monteiro, o Seguro do PP( sendo Paulo Portas o Costa) propôs na sua tese de doutoramento. Não me parece mal contudo poderíamos caminhar para um pesadelo à “Ensaio sobre a Lucidez”…

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  5. Costinha's avatar
    Costinha permalink
    11 Agosto, 2015 14:52

    Até quando se vão manter os actuais cadernos eleitorais, sem que se faça uma actualização a sério.
    A quem é que convêm esta situação ?
    Quem terá coragem para inverter este estado de coisas ?
    Ninguém, ou melhor “alguém”.
    Por isso há sempre uma “abstenção” elevada.

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    • Carlos Loureiro's avatar
      11 Agosto, 2015 15:02

      Desde a introdução do cartão de cidadão, o recenseamento é automático. O número de eleitores fantasma tem vindo a diminuir e os cadernos estão hoje bastante mais actualizados do que há 10 ou 15 anos.

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      • Costinha's avatar
        Costinha permalink
        12 Agosto, 2015 16:51

        E, será que se dá baixa dos “mortos” ?
        Esta é, outra dúvida.

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  6. Benzina's avatar
    Benzina permalink
    11 Agosto, 2015 17:31

    As maiores diferenças vão.se notar nos cartazes.
    Antigamente punham-se fotografias de malfeitores nos cartazes para apanhar GATUNOS
    Agora põem-se fotografias de políticos para ganhar votos

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  7. JS's avatar
    12 Agosto, 2015 11:15

    Relação: candidato a deputado / (seu) círculo eleitoral, demasiado elástica. Destrói o conceito de representatividade objectiva.

    Mas o facto de os candidatos não aparecerem, nos boletins de voto, em nome próprio é um conceito aberrante de representatividade / poder político / responsabilidade.

    Enorme abstenção é prova da sagacidade do eleitor. Do desinteressse que semelhante sistema “eleitoral” suscita. Óbviamente uma aberração.

    A quem serve este sistema eleitoral?.

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    • Slint's avatar
      Slint permalink
      12 Agosto, 2015 12:59

      Ao PS e PSD. As duas maiores organizações mafiosas do país

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  8. VMSC's avatar
    VMSC permalink
    15 Agosto, 2015 16:13

    O que é referido em relação ao número de votos para a eleição de 1 deputado não corresponde à realidade. Poe exemplo, em Leiria, com 20.000 votos pode eleger 1 deputado.

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  9. Almeida's avatar
    Almeida permalink
    15 Agosto, 2015 21:37

    Muito se resolvia com um círculo único nacional.

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  10. José Manuel Faria's avatar
    16 Agosto, 2015 11:23

    Em Portugal elege-se um deputado ente 16 000 e 23 000 votos. E, pelo contrário, são necessários mais votos para eleger 1 deputado nos maiores distritos populacionais. Ver, Beja e Lisboa, eleição 2011.

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