É vintage, é bom
Há um tipo de português, o serôdio, com expressão significativa no governo e na coligação que o suporta, que vive apaixonado por uma ideia de um Portugal que crê ter existido, tal é o ensino da história nas escolas portuguesas. Catarina Portas é uma moça que se veste bem, com vestidos caros e sapatos daqueles tão giros que justificam um Carlos Santos Silva para quem não possui a fortuna (nem o engenho) para os adquirir sem bondade de estranhos; felizmente – para ela -, Catarina tem.
Portugal antigo, vintage, de traça conservada, sem McDonalds e Zaras, sem sushi e sem gin, que cá é só ginjinha e aguardente de passível apreensão pela ASAE. Sem esgotos e sem hospitais privados para a elite socialista, com baldes de trampa a serem atirados da janela para a via pública, de preferencia antes de se enterrarem os mortos, acto que permitiu desintoxicar o ar para o usufruto do odor de escorbuto e do hálito a dentes retirados no ferreiro. Unhas tratadas coçando os excrementos depositados nas virilhas e sífilis, tão cosmopolita, nessa ternura vintage da época áurea da grandeza lusitana, a cantada por Camões ao povo, que protesta contra os gazes de suínos que partilham o curral com o leito da donzela. Ou o Portugal vintage mais tardio, sem turistas em horda, com fadistas portuguesas e não romenas ou tailandesas, em que os problemas se resolviam no quarto, ao bofetão, antes, durante e após a tuberculose. Tudo com pasta medicinal Couto e sabonetes Oprah, que boca que beija os filhos quer-se lavada de colonialismos imperialistas sem comprimidos azuis para maricas: homem que é homem estava sempre pronto para propagar o português suave.
Depois veio o McDonalds e estragou tudo. Estávamos nós tão entretidos com a traça original das cidades, com a rota dos tascos e com as vielas das putas, vieram estragar tudo com carne no meio do pão, descaracterizando o nosso belo país. Haveremos de nos reerguer e assegurar a grandeza de antigamente, de morrer aos 37 sem saber ler nem escrever, vintage-style.

Nasci numa cidade da província. Recordo que havia apenas meia dúzia de lojas de roupa. Todas caras para os rendimentos do nativo. Vendiam marcas como Lacoste ou Pierra Cardin. O povo ia lá apenas às vezes, comprar roupa ou calçado para ir a um casamento. Os médicos, farmacêuticos, os donos das maiores quintas da zona ou uma dúzia de patrões eram os únicos clientes regulares. O povo comprava tudo nas feiras. A roupa, de má qualidade, vinha das fábricas do Norte. Tal como o calçado. Tudo muito, muito foleiro.
Em meados dos 90, chegou a Zara. E a Pull and Bear. E a Massimo Dutti. Depois veio a Springfield. E o povo deixou de andar com a roupa foleira da feira.
Bons velhos tempos.
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O povo começou a andar com a roupa foleira do shopping!
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A Catarina já tem os quiosques todos legalizados?
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O principal artigo desta capa do Expresso traz um “menu” com algum vintage.
http://expresso.sapo.pt/Capas/2016-03-11-A-primeira-pagina-do-Expresso
Alguem quer elaborar o que sabe sobre os itens?
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Catarina, que se mexe bem nos corredores do poder (sobretudo se ele está dominado pelo P”S”), sempre teve (quase) tudo o que quis em Lisboa. (Es)paços obtidos por favor não lhe faltam.
Vá carpir mágoas e lágrimas a Gondomar para consolar o mano Paulo.
Aliás, a família Portas continua a ter todinha a comunicação social com ela. O percurso do pai é diferente, feito com enorme talento e trabalho.
Quer “salvar” lojas icónicas na Baixa ? — peça subsídio à dupla JSoares/AC-DC, que obterá.
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Eu amo o Vítor.
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Portugal precisa muito de “elaites” fortes…
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Uma coisa são os trapos com que se cobre o corpo. Outra bem diferente é o que se mete pela boca abaixo. Desculpe lá ó Vítor, mas a McDonalds não veio descaraterizar com a carne no meio do pão. Havia e há as nossas bifanas. A diferença está na qualidade da carne.
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Sou um liberal. Acho que cada um deve meter pela boca abaixo o que lhe apetecer, desde que consensual.
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as binafas eram sempre melhores com aquele óleo requentado de dias e dias ultra-supra-saturado que tinha e tem a qualidade de acumular colesterol. Aquilo sim é que era “cólidade”.
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Concordo.
Comprei um pincel de barba (mesclado) da semogue.
Não o usarei.
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aqui dou-lhe razão. espero que a mcdonalds vá mesmo para o chiado, de preferência para o lugar da loja de sanduiches ou, se for pequeno, de uma daquelas livrarias que ali estão a vegetar.
fiquem a hermés, a vista alegre, a brasileira, a leitão, a Bertrand, a bénard, a loja do café cujo nome não me recordo. o resto nem me recordo. catarina portas faz negócio com o oh tempo volta para trás – pois que vá para a feira da ladra. a loja dela, onde entrei uma vez ou duas e nada comprei, é um repositório dos amigos de alex, vende mofo reciclado. para velho basto eu.
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O Casino Estoril que provocou o maior despedimento colectivo e o maior fado deste drama é juizes serem pagos por offshores e com isto destruírem centenas de famílias tudo para o Sr. egoísta ter razão. substituir trabalhadores por capricho de um administrador que faz negocio com o próprio Casino é de suspeitar a ordem do despedimento colectivo.
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Gosto mais de alheiras de Mirandela, bem grelhadas, com broa e azeitonas. Um tinto do Dão, adoro o vinho do Dão, e prontos, está feito o lanche.
Cada um come o que quer, onde quer.
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Quem não gosta do McDonalds não vai ao McDonalds. Eu só vou ao McDonalds quando não tenho mesmo outra hipótese.
Se ninguém gostasse do McDonalds, não haveria loja a abrir na Baixa.
Dito isto, quem é a Catarina Portas para dizer onde eu devo gastar o meu dinheiro, o que devo comer ou o que devo vestir?
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A Catarina é a unica dos irmãos Portas que gosta de mulheres.
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Gosto das lojas velhas e das novas, todas elas tem lugar para o comércio.
Não sei o que a Catarina disse do MacDonald, sei que essa rede está principalmente estabelecida nas ruas, só cá é que vai sempre para os shopings.
O que acho piada é que as lojas da Catarina, juntamente com os dentífricos e os sabões vende fancaria chinesa a armar ao antigo.
História portuguesa:
Bah.
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Comércio tradicional e “icónico” em Lisboa: se muitas mercearias e bastantes restaurantes, para dar dois exemplos, tivessem adaptado à actualidade social e cultural e não estagnado na falta de inovação, optado pela higiene e atendimento melhorado, exibindo os produtos de modo apelativo…
Mas para a maioria basta-lhes uma mesa com quatro cadeiras e umas frutas no passeio…
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Tem espreguiçadeiras de madeira e lona que são giras e nem são caras.
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raras assim.
O comércio tradicional não soube nem quis adaptar-se à sociedade actual. Sofreram consequências, uma das muitas, a compra e a montagem de mais mercearias por desleixados paquistaneses, indianos
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Visto na TV o congresso do C”DS”-PP, parece um partido grande, com muitas centenas de delegados, uma vastidão, carago ! Se comparado o aparato com os votos obtidos nas legislativas, será que alguns dos presentes são contratados e colocados nas últimas mesas, para impressionar o maralhal ?
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“Vamos” ter um PP, à semelhança do BE, dominado por mulheres, ultrapassando as cotas previstas ?
Entrarão em esganiçado exercício de poder na ARepública ?
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O PCP tem mais ou menos a mesma percentagem de votos e não me parece que estranhe os “milhões e milhões” de delegados nos seus congressos.
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Tira,
Foi ironia minha, nada mais.
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Nem estava a par da treta que ela escreveu. A McDonalds não é problema algum. Problema sério é a loucura de abertura de hotéis e os carteiristas.
Dos carteiristas ninguém fala. Anda tudo de carro.
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De acordo.
Obviamente não sou contra a vinda de estrangeiros a Lisboa. Mas noto (dia ou noite) nas zonas turísticas entre o Castelo de São Jorge e Belém indícios duma fauna muito satisfeita mas transitória, sejam jovens ou idosos, que no futuro poderá não voltar e optar por outros destinos. Oxalá esteja a presumir mal, mas tantos novos hotéis e hostels acabarão por ficar semi-vazios e saber de acampamentos em locais próprios… E se rebentar nova e grave crise económico-financeira na Europa e em Portugal…
Carteiristas em Lisboa, de facto uma peste muito raramente noticiada. Em 2014 fui assaltado duas vezes (segunda com violência, queria 150 euros) pelo mesmo gajo em 15 dias e no mesmo local !… Resposta de um polícia: se vc. fizer queixa sem provas, poderá sofrer consequências; ele vai a interrogatório, é solto e tem-no “à perna”.
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Veio-me à lembrança um episódio passado comigo..
Num local dos arredores de Lisboa (onde vivo há mais de 60 anos)
fui assaltado, derrubado e ficado sem a carteira. Queixo-me à Polícia
na intenção de recuperar pelo menos os documentos (entre eles o BI).
Na Esquadra uma funcionária (fardada) ouviu o meu relato com toda
a atenção. Foi assim, eram um adulto e um adolescente, deitaram-me
com violência ao chão, rebuscando-me os bolsos . . .
Resposta : foi pena sabe, lamentamos,
POR ACASO SABE ONDE MORAM OS ASSALTANTES?
Fiquei de boca aberta, ela viu o meu espanto, chamou logo um colega
macho para pôr ponto final. NEM QUALQUER documento da queixa foi sequer exarado. . .
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Falam, falam… Quer ver? O Costa, o Centeno, o Jerónimo, a Catarina, o Louçã, o Sócrates, o Vara…
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McDonald’s e essas porcarias sintéticas a que chamam hamburgueres são boas para os sub-urbanos. É por causa desse tipo de «comida» que há cada vez mais homossexuais e amaricados.
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Já provaste um maricas em hamburguer?
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Estes gajos pensam que hamburguer é “maricano” tal como as pizzas.
Da mesma forma como não imaginam que o fish and chips é portuga.
Chama-se a isto “coltura” da bifana em óleo requentado cheia de gordura com um copo de três de vinho a martelo. tipicamente tuga.
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Tiradentes, as bifanas que refere topam-se à légua pelo cheiro, nos locais manhosos que abundam na capital. As melhores que comi foi no Alentejo, bem acolitadas pelo excelente vinho que há por lá.
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Tiradentes,
O Hamburger é efectivamente americano. Vem da cidade de Hamburg (adopto a grafia americana), mas a Hamburg da Califórnia.
(O MJRB deve gostar do que se segue 🙂 ) Foi uma barraquinha de comes e bebes à porta das fábricas, no fim do sec. XIX, que começou a servir carne picada em fatias de pão, a qual podia ser comida rapidamente, sem sujar as mãos. Os operários gostaram e começaram a consumi-la. A História foi relatada por Bill Bryson, um historiador que vive no Reino Unido, no seu livro «Made in England».
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Piscoiso….aquele cheiro de óleo requentado é que atrai os tugas. Depois verificam se a “coisa” tem gordura suficiente e se a casa que as confecciona é assim “pra porcalhota”. Quanto mais mais clientes tem. Com as mesmas caracteristicas o público mais jovem tem a versão moderna da rulote. Por isso não me admira nada que se indignem com a carne processada dos Mc.
Cultura é cultura.
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Ó Arlindo do Costa,
O que são para si sub-urbanos ? Vivem por exemplo em Lisboa nas ruinas romanas na Rua da Conceição e vêm ao McD ao fim da tarde comer ao lado dos urbanos ?
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Sub-urbano é um nome anglo-saxónico aplicado nos EUA.
Por exemplo um residente da Ribeira, do Cerco, da Madragoa, Casal Ventoso, etc, não é sub-urbano.
Sub-urbano é um de Belém, Cascais, enfim da linha.
Aqui o Arilindo que é parolo só sabe o que lhe dizem.
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Até me vieram as lagrimas aos olhos com tanto saber. O Arlindo de facto…
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Bolota,
Falamos de suburbanos, não de subhumanos. A parafonia pode enganar.
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Para animar as coisas em Lisboa os suinicultores deviam era de levar umas varas porkinas a passear no muito potencial Martim Moniz e redondezas. É que… aquela vizinhança nunca provou as delicias de umas boas bifanas.
A gente até os deixa fazer a matança à maneira deles.
Deixem os Mc Donalds em paz.
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“a loja dela (…) vende mofo reciclado.” a preços inflacionados!
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De facto estes são perigosos ao pé de Anjos como Dias Liureiro, Oliveira e Costa, Duarte Lima, Relvas e afins
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Respeite a memória do Carlos Paredes. O homem adorava um Big Mac.
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Vc,
Limitei-me a responder ao José7.
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E de um agente da KGB que até foi candidato a Presidente
da Republica de nome Octávio Pato, não é, Bolota? Deve tê-lo
conhecido com toda a certeza: era do Comité Central do seu PCP . . .
Muito provavelmente até votou nele, no espião. . .
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Não resisto: http://piscoiso.blogspot.pt/2015/12/lambert-for-you-hamburguer.html
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Uma das características das gentes de Esquerda é a de
apontar o dedo, acusador (veja-se acima) de corrupção quando se trata de gente não socialista mas para seus apaniguados serem do mais passa culpas que há, veja-se o caso de Lula da Silva possuidor de um apartamento valendo milhões, incapaz de justificar fortuna própria para tal, e o apoio concita na rua.
Lembram-se da formula
____para os amigos, tudo; para os adversários, nada; o resto terá que cumprir a Lei.
Socialista = avidez , ausência de carácter, de honradez, de cidadania.
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Francisco MColaço, 18:27,
Gosto muito de hamburgers mas com carne excelente. O melhor de todos que traguei foi nos USA, surpreendentemente, num restaurante duma área de serviço/motel !
A história que conta é muito comovente. Ainda não parei de soluçar.
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Foi a história de alguém que se adaptou e ofereceu aos seus clientes algo que eles queriam tragar e pagar.
Algo que falta a muitas empresas comerciais portuguesas.
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Iniciativa privada em pleno.
Mais uns soluços daria se amanhã degustasse um hamburguer tão bom com o tal.
Muitas empresas tugas querem lucro imediato, só isso. Os seus criadores são impreparados, não fazem estudos de mercado, etc., etc.
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Os meus hamburger’s sou eu que faço, no talho peço para picarem a carne que eu escolho, com uma chouriça negra de vinho. quando consumo junto cebola, alho e especiarias. Sabe bem saber fazer.
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Ao Bolota quem lhe tira uma boa açorda de poejos tiram-lhe tudo.
Baptista da Silva, sabes o que são poejos??? Com essas especiarias todas…
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Como habitualmente, excelente.
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