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Extracto de um episódio de vida selvagem no National Geographic

3 Agosto, 2016

No seu habitat natural, o português assume diferentes papéis consoante a cor do português-rainha. Quando a rainha é seleccionada pelo método natural entre a espécie, o português queixa-se dos brutais aumentos de impostos, saindo do casulo e enchendo os trilhos da monumental construção tribal com ruidosos zumbidos de protesto. Porém, quando a rainha se impõe através do método bárbaro de golpe na corte, o português regressa ao casulo perante os brutais aumentos de impostos, aceitando a inevitável inferioridade numérica de presas face aos predadores. Este tipo de sociedade animal não se encontra normalmente em espécies vertebradas, como o irlandês ou o espanhol, apenas em espécies rastejantes, insectos e outras desprovidas de espinha dorsal. A sub-espécie de português dotada de plumas, o português-académico-comentador, nesta circunstância de oscilar de opinião consoante a obediência ao português-rainha, consegue a rara metamorfose que ocorre na espécie, apenas entre plumosos, de transformar as plumas em maquiagem, criando belos espécimes de portugueses-palhaços.

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  1. antónio permalink
    3 Agosto, 2016 08:37

    O ecossistema que descreve, durante quarenta e tal anos, levou a que Portugal seja nos dias de hoje uma nação falida e falhada.

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  2. 3 Agosto, 2016 09:21

    Jasus, e eu a concordar com um texto do Vitor Cunha! Será do Estio? A verdade é que concordo em absoluto. Pena é que este blog tenha conduzido a crítica ao mais recente aumento de impostos para o texto que não foi alterado, desviando-se do aumento efetivo dos valores. Se a forma de tributar o IMI já era absurda, qualquer aumento, para além de nos irem à carteira, aumenta o absurdo. Perde-se uma boa oportunidade de discutir o IMI, quando se chuta para canto.

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    • Manuel permalink
      3 Agosto, 2016 10:04

      No caso do IMI penso que estamos perante um erro que tem de ser corrigido: já existia um coeficiente localização para os prédios e que penalizava a construção em zonas com maior valor de mercado, alguém foi ao coeficiente de qualidade e conforto e acrescentou o item ” localização e operacionalidade relativas” o que origina o seguinte: Um prédio no Chiado, já agravado pelo coeficiente de localização, pode pelo coeficiente de conforto e por força do item” localização e operacionalidade relativas” ter fracções com a mesma área com IMI diferente. Por exemplo, um 1º andar paga X, um 4º andar paga X + a, um 5º andar paga X+a+b, como se avalia? De acordo com o humor do técnico das finanças? Voltamos ao fim do século 19, início do século 20, em que os preconceitos definiam as classe sociais em função do andar em que habitavam?

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  3. LTR permalink
    3 Agosto, 2016 11:36

    A malta esganiçada está num silêncio profundo.

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  4. Juromenha permalink
    3 Agosto, 2016 18:35

    Permita que a crescente à sua objectiva , e exacta, descrição naturalista duas observações de carácter empírico, mas de uma perspicácia igualmente ferina :
    ” Povo do caldo da portaria do convento ” – dito , consta, por um tipo da Póvoa de Varzim, dedicado à observação de gouvarinhos, eusébiosinhos, salcedes e outros pássaros bisnaus.
    “Bíblicamente estúpidos” – este observador é coevo, mas a sua acutilância,verve e gramática leva muito boa gente a suspeitar que é uma encarnação do outro…
    Compreende-se : a fauna é exactamente a mesma…

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  5. Arlindo da Costa permalink
    4 Agosto, 2016 04:14

    Há tempos o Herman José interpretou essa rábula.

    Penso que no Herman Enciclopédia.

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