O único liberal da aldeia
Já há alguns anos que liberais que gostam de contribuir para que as ideias liberais se espalhem (alguns dos quais, mas não todos, qualificaria de intelectuais do liberalismo português), defendem que o campo das ideias é o mais importante. A frase (muito acertada) que mais fui ouvindo neste percurso que se iniciou com as colunas do Pedro Arroja, se solidificou nos blogs, é que “As ideias têm consequências e fazem o seu caminho”. O pressuposto das ideias fazerem o seu caminho é precisamente que se espalhem a pessoas que antes não as tinham, e que passem a ter consequências prácticas. É por isso com surpresa que vejo tantos dos que contribuíram para que as ideias fizessem o seu caminho, agora tão revoltados por as ideias terem feito o seu caminho (com novos partidos, movimentos e derivações semelhantes). Os caminhos, claro, não são puros, mas não se esperaria que fosse como qualquer coisa que parte de um grupo pequeno e se espalha para um público menos pequeno. Para disfarçar, os agora liberais revoltados dizem que é por os caminhos feitos não serem e-xac-ta-men-te de acordo com a sua cartilha. Mas na verdade, não é bem isso. A verdade é que muitos liberais que estavam isolados há 15 anos, afeiçoaram-se ao estatuto de único gay da aldeia e, muito provavelmente, deixarão em breve esta aldeia para serem o único gay noutra aldeia qualquer. Até nisto, o Professor Pedro Arroja foi precursor.

Isso das ideias dá uma grande trabalheira. Não as recomendo a ninguém.
Um dia pus-me a pensar e não é que me deu uma caganeira! O corpo ficou cheio de comichão, suava por quanto é sítio e começou-me a boca a saber a fel. Bolas!
Fico-me pelas promessas da catarina, pelo analfabetismo do geróimo, acredito na inocência do 44, no bom senso do bruno de carvalho, rezo para que a selecção ganhe e já estou a ver os beijos e os abraços em Belém, os bombos de Vilar de Maçada virão à capital e os esgotos de Alcântara ressumarão com pós e álcool desnaturado.
Isso são ideias valiosas. Vêem-me estes gajos com a caverna de Platão onde faz frio, o “Penso, logo existo”, era só o que me faltava, o imperativo categórico, categorias à parte e os imperadores que se f…, a defesa do livre-arbítrio, eu faço o que a publicidade manda ponto final e os direitos dos animais, maldito bichano que me arranhou em sítio sensível à saída do banheiro.
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Três séculos de política em menos de dez palavras. Bravo.
(Isto desde que os fabricantes de sabão descobriram o Gutenberg foi o descalabro total.)
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Lib ? Bem, lib’s de confiança e que gosto: AdLib restaurante e Adlib bar.
E o Procópio, claro, agora que estamos no Verão, uns gins e cervejolas, ó c’um caraças !
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Parece que o Vítor Cunha e o Carlos Guimarães Pinto estão a discutir sobre qualquer coisa bem concreta, mas não se percebe concretamente que coisa seja essa. Importam-se de ser mais explícitos?
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O Brian também teve muitos seguidores. Não se pode é dizer que foi devido às ideias terem pegado.
Isto de carneirada com olfato de poder é o que mais há. Dizerem-se liberais é só para disfarçar e não parecerem iguais aos que já lá estão e se chamam socialistas
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Gostava de saber onde estão os «liberais» portugueses, nomeadamente aqueles que enganaram o Passos Coelho, e que depois optaram pelo neo-comunismo fiscalista? Onde estão? No Sporting? Na jurisprudência?
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