Droga, loucura, morte: campanha oficial ou marketing?
17 Junho, 2018
Publiquei no Observador um artigo sobre o consumo de drogas em Portugal nos anos 70.
O título do filme em português aproveitou a campanha oficial de combate às drogas ou foi tudo publicidade ao filme? Alguém se lembra disto?
6 comentários
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Não sei sobre o filme, ou os jornais. Não tenho qualquer memória deles. Mas lembro-me muito bem dos cartazes, que não foram colocados só em Lisboa, mas espalhados pelo país. Eu não consigo precisar se em Almada ou Setúbal. Mas também aí estavam, por exemplo.
Foram decididamente a primeira campanha oficial contra a droga em Portugal. Na altura, era reconhecida a autoria dos cartazes. Fizeram também parte de uma peça na RTP. Já agora, o símbolo da paz na caveira pretendia associar o consumo da droga aos hippies. O que a meu ver, em Portugal de 72 foi um tiro ao lado do porta-aviões. Nas faculdades onde se estava a fazer o verdadeiro tráfico de drogas, o espírito era tudo menos hippie.
Se quiser aprofundar um poucochinho mais o seu estudo, este artigo do josé de há dois anos atrás é uma pérola. O trabalho do Século precede o aparecimento dos cartazes em alguns meses: http://portadaloja.blogspot.com/2015/07/dorga-em-portugal-o-comeco-do-problema.html
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Obrigada. Gostava de saber a autoria/responsabilidade dos cartazes-campanha mas até agora os arquivos não revelaram nada. Helena Matos
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Huummm…tenho mais material sobre este assunto, ainda mais antigo ( uma Flama que tem imagens de drogados em Nova Iorque e que deu a conhecer ao público português uma realidade que só os “hippies” e a música pop permitiam adivinhar), mas gostei de ler o artigo e sei que é assunto que a Helena Matos tinha já mostrado interesse em explorar, pelo menos há tanto tempo quanto o meu postal.
Nunca tinha visto os cartazes tal como apresentados. Não encontrei nenhum nos meus arquivos gráficos.
As minhas lembranças de 1972 não são nada obscurantistas embora este assunto da droga fosse uma coisa longínqua, de outras paragens e que não tinha a ver com a realidade do nosso dia a dia nas nossas cidades de então.
Já sabíamos que Jim Morrison e Jimi Hendrix e mais Janis Joplin tinham morrido por causa disso, do álcool e drogas, mas ficava tudo associado a uma música que na época ( e ainda agora) adorávamos. Efeitos colaterais, portanto.
O cartaz e a mensagem subjacente é ineficaz e pouco inteligente porque não se afasta o consumo pelo terror verbal que sendo parte da verdade é apenas isso: quem descobre que não se morre inexoravelmente por consumir haxixe ou cocaína ou mesmo heroína, liga pouco a esse terrorismo. Prova? As imagens que o politicamente correcto só admite hoje nos maços de tabaco….
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“As minhas lembranças de 1972 não são nada obscurantistas embora este assunto da droga fosse uma coisa longínqua, de outras paragens e que não tinha a ver com a realidade do nosso dia a dia nas nossas cidades de então.”
O meu primeiro contacto com a droga foi no fim dos anos 70 e com um livro em Inglês que andava a fazer algum barulho. O “Diário de Alice”, ou algo parecido com este titulo.
Depois, foi preciso o punk instalar-se definitivamente em Portugal lá para meados dos anos 80 para que “finalmente” o contacto fosse mais próximo.
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Houve um livro com grande êxito, foi o
Christiane F. – Wir Kinder vom Bahnhof Zoo
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Penso que foi isso. Não me lembro de filme nenhum, mas os cartazes pendurados nos candeeiros (antes de a JCDecaux andar a bloquear a visibilidade dos peões aos condutores com taipais nos passeios), eram em boa quantidade.
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