mercearia liberal
O liberalismo não é coisa de que se «dê cabo» pelo facto das suas ideias e princípios serem reclamados por políticos distintos de partidos diferentes. Pelo contrário, qualquer espírito liberal ficará satisfeito por constatar que aquilo que defende faz sucesso noutros projectos políticos que não sejam o seu, na medida em que isso só poderá beneficiar a causa da liberdade.
Por conseguinte, esta reacção do líder da Iniciativa Liberal contra o novo partido de Pedro Santana Lopes só pode resultar de alguém que ignore o que é o liberalismo. Desconsiderando o estilo de «marido enciumado» com que faz as declarações, há que convir que a Iniciativa Liberal – uma sopa de pedra que iniciou a sua apresentação pública com uma constrangedora Declaração de Princípios, que arrepiaria qualquer liberal mais distraído, e que progressivamente tem vindo a demonstrar que está, esforçadamente, a estudar umas coisas – padece exactamente dos mesmos «defeitos» de que acusa agora a Aliança «liberalista» de Lopes, ou não terá sido ela constituída por pessoas vindas do PS e do PSD que não conseguiram triunfar nos seus respectivos partidos?
Esta reacção parece, assim, mais provocada por razões de «mercearia» do que propriamento por purismos ideológicos ou pelo temor de que o partido de Lopes possa «condenar o país a mais umas décadas de estatismo», argumento que mal se percebe, podendo, nos termos em que foi aduzido, ser aplicado a qualquer outro partido. À Iniciativa Liberal, desde logo, que tirará, certamente, alguns votos aos partidos que estão em melhores condições para ganhar eleições ao PS, o PSD e o CDS. E a «mercearia» será, provavelmente, o acesso a algumas fontes de financiamento europeu, às quais um tipo que anda na política há quarenta anos e que já passou por tudo o que é sítio certamente se mexerá muito melhor do que os caloiros da Iniciativa Liberal.
Por isso, se a Iniciativa Liberal quer ser vista como algo mais do que uma tentativa oportunista de aproveitamento político de um tema de ocasião, que comece a ter cuidado com o que diz e com quem a representa. Já não chegava a Declaração de Princípios, tinha agora que vir uma exigência de direitos de propriedade sobre o liberalismo. É muito mau.

Já para não falar na tremenda machadada que a Iniciativa Liberal acabou de dar ao liberalismo político, ao insinuar que se Santana Lopes devia era juntar-se ao IL em vez de criar um partido novo. Viva o centralismo da Iniciativa Liberal!
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“You’re all a bunch of socialists!”
Com liberais destes para que precisamos de socialistas?!
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Prefiro os defeitos de Santana às supostas “qualidades” de rio, desintegrador do psd por encomenda. Se quiserem saber quem o encomendou aguardem a posição que vai ocupar quando for enxotado por triste figura. Hão-de de lhe notar um sorriso à hora da partida.
Santana pode ter amadurecido. Se assim for a sua iniciativa terá êxito.
Se Santana se reunir das pessoas adequadas tudo pode mudar, isto é, já está a mudar embora no sítio se passe a vida nas retretes.
Mesmo sem dar conta somos responsáveis nas decisões que tomamos diariamente como cidadãos, consumidores e investidores. A Quarta Revolução Industrial está a passar ao lado e até agora ninguém parece estar em condições de reflectir sobre o tema.
Para isso precisamos desenvolver uma visão abrangente e globalmente compartilhada de como a tecnologia está afectando as nossas vidas e remodelando nossos ambientes económicos, sociais, culturais e humanos. Precisamos de verdadeiros líderes que nos ajudem a abraçar promessas e a precaver-nos de riscos. à nossa volta pululam embusteiros disfarçados de progressistas, filósofos, bem falantes, tudólogos, artistas dos subúrbios, empresários de reputação mais do que duvidosa, banqueiros discretos, todos aptos a encher o bolso prometendo benesses aos indígenas. Aqui e ali surge tipos bem intencionados presos ao pensamento tradicional, linear, absorvidos pela crise. Pensar estrategicamente sobre as forças de ruptura e inovação que moldam nosso futuro fica para depois. O ridículo dos dinossauros e sua prole abjecta soçobra nas mentes doentias..
A Quarta Revolução Industrial está à porta. Os robots não se vão deixar sindicaliar. Podem no limite privar-nos do nosso coração e do nosso espírito. Só com políticos verdadeiros sobreviverão a criatividade, a empatia, a tolerância. Só com espírito liberal se poderá elevar a humanidade a uma nova consciência colectiva e moral, baseada em um senso comum de destino. Poderá Santana ser o cadinho? Veremos.
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Excelente comentário, mas Santana não vai resolver nada. Um partido para ter sucesso tem de ser de rotura com o actual quadro e deve questionar o regime em todas as vertentes. Para que servem os actuais partidos com dívidas de milhões( PSD e PS) e temos um partido Comunista que é o partido mais rico em imóveis?
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Partido Social Liberal (PSL) !!!
Ninguém mais do que os Brasileiros poderiam “fabricar” um oximoro deste calibre.
Imita, Pedro Santana Lopes. . .
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Procópio : Está sob ” Jair Bolsonaro ”
(estou a vendero peixe tal como chegou a mim”. . .)
E não gosto que me desmintam: NÂO ANDO a inventar, como está a supor…
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Se pensarmos bem, a maioria ( relativa mas maioria ) do eleitores votantes nos partidos da AR ( 45% do total dos eleitores ) tem que sujeitar- se ao que querem 5 ou 6 partidozecos sem significado ( não esquecer que o BE é uma associação de inexistências partidárias ), um pc que já não sabe o que há-de dizer e, por isso, está a maior parte do tempo calado ( o que, em si, até é um bem para os nossos ouvidos ) e um ps que perdeu as eleições. Estamos, portanto, a ser governados pelos políticos que vencidos nas eleições, que sempre disseram ter objectivos, crenças e estratégias completamente opostas e, mesmo, incompatíveis e que vão deixando passar as exigências uns dos outros, sem preocupações de coerência e, certamente, cheios de preocupações em continuar a usar o poder.
Vem isto a propósito da questão que se está a levantar à direita com presumíveis problemas de multiplicação de partidos. Por mim, quantos mais houver melhor. Aprendam com a esquerda: não importa o que forem dizer: é tudo por um bem maior. Único problema: espaço na tv. Entretanto, espero que alguém vá começando a dar notícias sobre as ideias das direitas portuguesas através da internet. Como fazem os franceses, os italianos, etc
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Licas, o epíteto PSL é seu. O nome é Aliança, é um bom nome, pode agregar quem aceita bons princípios e valores. Santana é apenas uma figura, não se terá metido sem fortes apoios. A situação internacional é volátil. Há duas grandes correntes que se digladiam ferozmente. Por enquanto só uma está representada na iberia.
A outra pode querer ocupar o seu espaço. Se quiser ocupa mesmo.
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Procópio:
Não chegou a procurar na Wiki “Jair Bolsonaro ” , pois não?
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Eu começo a frase em causa: Só os Brasileiros…
Portanto ou não sabe interpretar o qoe eo disse
ou. então anda a fazer propaganda estéril do Sacana Lopes. . .
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Nunca ouvi falar de Miguel Ferreira da Silva.
Santana Lopes é conhecido de Norte a Sul, do Minho a Timor.
É natural que o primeiro fique cheio de tremeliques com o aparecimento do segundo.
Prometo não votar em nenhum deles.
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