depois não se queixem
Ninguém certamente acredita que um director da Polícia Judiciária Militar e um oficial de alta patente seu adjunto tenham inventado, sozinhos, uma aldrabice, para supostamente ilibarem ladrões seus amigos, e, depois, tenham feito disso um memorando e dado conhecimento ao chefe de gabinete do ministro da tutela. Como também ninguém imagina que este último ficasse com essa batata quente na mão e não a fizesse imediatamente chegar ao seu superior hierárquico, o ministro, a quem reporta. E quanto ao ministro, pobre homem!, saído do doce e macio remanso da burocracia camarária, antecedido por uma sinecura no lápis azul do regime, quem se atreverá a fazer dele um frio e solitário conspirador, qual personagem saída de um romance de Le Carré, para salvar a sua pele e a do governo a que pertence?
A verdade é que o caso das armas de Tancos estava a embaraçar – e a ameaçar – o governo, como apenas o caso dos incêndios – e mortos – de Pedrogão o fez. António Costa, que governa para os «sound-bites» da comunicação social e para a maioria absoluta no próximo ano, não podia deixar a situação apodrecer eternamente. E, em estado de desespero, acontecem os actos desesperados. E estúpidos, com a esperança de que ninguém perceba, que ninguém dê conta. Aldrabar o próximo e não assumir as consequências de actos e factos impopulares é o caminho certo para a ruptura da confiança mínima entre eleitor e eleito, em que se baseia qualquer regime democrático.
O que nos separa do Brasil é, apesar de tudo e ainda bem, a violência. Quanto a corrupção, à nossa pequenina escala, não pedimos meças a ninguém. Não se admirem, por isso, que um dia destes não apareça por aí um Bolsonaro. Bem o começamos a merecer. Depois venham dizer – como por lá dizem também – que não percebem o que se passa, e que os problemas se podem resolver por quem os tem vindo a criar.
Portugal tem uma população envelhecida, ignorante e que vota com a barriga, dificilmente um “bolsonaro” tem hipóteses de se fazer ouvir.
Entretanto vamos lendo noticias que realmente interessam:
https://eco.pt/2018/10/11/em-apenas-cinco-meses-metade-da-divida-portuguesa-com-taxas-negativas-passou-a-ter-juros-positivos/
Ao aumento dos juros, somem “eleições” e “compra de votos”. Vamos repetir a história de 2011. Aposto em 2020 como data de validade de um governo PS ou futura geringonça.
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Se um chefe de gabinete não desse conta de um assunto destes ao respectivo ministro seria imediatamente posto na rua por fazer o ministro de palhaço e muito mal visto perante a investigação, no mínimo. E se desse e o ministro fizesse o mesmo ao PM, o mesmo lhe acontecia. Não estranhamente, o dr.Costa não diz que ele não sabia. Diz que tanto quanto sabe ele não sabia. Convém dar atenção a cada sílaba das frases que ele traz preparadas para disparar.
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a esta hora devem estar todos a tirar uma ‘selfisse quem puder’ com o comandante supremo das FA
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Não terá sido este ministro quem esteve por trás do caso Tolan, o navio?
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É difícil em Portugal novos partidos ou novos políticos que pensem pela sua cabeça fazerem carreira porque o sistema está bloqueado.
Por um lado, na televisão não tem palavra quem não alinhe pela manutenção do status quo e a Tv é o principal opinion maker nas sociedades de hoje. Não é com talk shows de mau gosto, telenovelas e futebol que se tem um eleitorado capaz de votar, ciente das consequências da sua escolha.
Por outro lado, a AR é formada por um conjunto de membros dos partidos do regime, escolhidos pelas suas lideranças e que, por conseguinte só representam as correntes dominantes nos mesmos. Quando se é obrigado a votar num partido, vota-se num conceito abstracto, materializado nas pessoas indicadas no momento do voto e que, durante a legislatura, podem ser substituídas de acordo com o interesse do partido. É um eufemismo dizer que a AR representa o povo.
Talvez sejamos na Europa o único pais onde o espectro partidário não se alterou nos últimos 40 anos, não porque sejamos muito estáveis mas antes porque o bloqueamento do sistema atira para a abstenção aqueles que não se revêem nos partidos dominantes. Nas últimas eleições, os partidos com assento na AR só colheram 45% dos votos dos eleitores. Em conjunto, os partidos que não elegeram sequer um deputado, os votos brancos ou nulos e a abstenção foram maioritários, com 55% dos votos.
Agora, que estamos perto de eleições legislativas, seria a ocasião de debater as razões deste desinteresse da população pela política do país e de promover a alteração da actual lei eleitoral, altamente favorável à partidocratização do sistema.
Antes disso, teremos as eleições europeias. Será que o debate que já está a decorrer na Europa, com temas nunca abordados em Portugal, vai cá chegar e acordar os desistentes da política?
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Outra coisa que nos separa do Brasil é que eles lá prendem corruptos.
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E criam lulas em cativeiro, prodígio da ciência brasileira.
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Os nossos pontos ficam enjaulados pouco tempo. Depois são soltos para voltarem a esgravatar.
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Se a indignação é ou já foi legitima, a suspeita não se obriga a ter prazo..
Sugerem os meus pirolitos que além do ministro direto, Costa também sabia de tudo, não fazendo nenhum sentido que o PR e comandante supremo das Forças Armadas estiversse de tudo ignorante arrumado a um canto.
Calhando em conversa também é de perguntar por que motivo Sua Excelência e expedito comentador Marcelo não convoca todos os eventuais envolvidos, à margem da justiça e do parlamento, incluindo o chefe do governo, e se convoca a ele próprio para pôr tudo em pratos limpos?
Com o intenso cheiro a esturro que invade a atmosfera não se entende o jogo do empurra em que todos persistem sem que alguém com legitimidade acabe com o que parecem jogatanas por baixo da mesa.
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Vejam a impassidade e autocontrolo de Jair Bolsonaro quando é cuspido, atacado ou tem o carro cercado. Os vídeos estão na rede.
Não é reacção de tiranete.
Por mim, se os brasileiros não o elegerem, que o passamos pedir emprestado.
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Claro que quem inventou toda aquele cambalacho e tramóia foram militares.
Deviam ser todos julgados, presos e expulsos do Exército.
Quem faz aquilo não honra a bandeira e o país que diz defender.
Tropa fandanga é o que é!
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O fdp do assessor a mostrar como é a canalhice da rataria: metem lá uns canalhas duns paus mandados deles, uns generais fantoches maçons traidores do país e depois chutam a merda que eles são e que eles fizeram e mandaram fazer para cima da tropa toda, com a conivência do avençado do salgado que habita em Belém. As armas devem estar na cave do palácio dos ratos no largo dos mesmos.
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Onde é que “apareceram” ao certo as armas “desaparecidas”?
Não foi ali para os lados da Atalaia. Ah?
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