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Casta?

19 Outubro, 2018

O General Rovisco Duarte entendeu apresentar a sua carta de «resignação» ao Presidente da _República. Bem sabendo que com isso violava a lei, pois que deveria tê-lo feito ao Ministro da Defesa, seu superior hierárquico. Tal desrespeito mostra bem como o próprio se sente um ser à parte. Provavelmente não será o único. Na dita carta terá invocado «razões pessoais» para a dita «resignação».

Mas terá igualmente escrito uma mensagem aos «militares e civis do exército», a quem afirma que «A todos vós, e unicamente a vós, devo uma explicação». Aquele «unicamente» demonstra que ele não compreendeu de todo o papel e cargo que desempenhou. E desta vez afirma que se demitiu porque «as circunstâncias políticas assim o exigiram».

Todo este comportamento enviesado, duplicidade demonstrada e falta de frontalidade parece um sinal de que o ex-comandante do Exército entende que a sua lealdade e serviço é apenas para com os seus subordinados e não para com o país e a sua forma de organização politica. Já alguns dos seus subordinados, agora arguidos no caso de Tancos haviam invocado a violação da lei e a prática de crimes sob o pretexto de ser do «interesse nacional». Parece existir uma cultura de casta naquele corpo das Forças Armadas, como que a pretender situar-se fora do ordenamento instituído.

Desde o primeiro patético comunicado a relatar o roubo em Tancos que parecia que este comandante estava desajustado do seu lugar. Sucedeu que Azeredo Lopes, portador de um perfil igualmente desadequado, se lhe juntou em sucessivas declarações também elas patéticas, mantendo-se aquela dupla em funções muito para lá do que era razoável face ao que foi ocorrendo e sendo conhecido. E de forma incompreensível, apenas sustentados pela mão do primeiro-ministro até terem mesmo de serem corridos porta fora.

P.S. o General Xavier Matias, presidente do IASFA já entregou a «lista discriminada das fracções em regime económico e em renda livre» das propriedades pertencentes àquele instituto público?

8 comentários leave one →
  1. weltenbummler permalink
    19 Outubro, 2018 10:48

    entendi que a carta enviada ao pr era uma forma de mandar À MERDA o desgoverno de antonio das mortes
    não parece, mas o pr é o dirigente supremo das FA

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  2. LTR permalink
    19 Outubro, 2018 11:17

    Demitiu-se depois de umas declarações ao DCIAP de um outro militar e quase ninguém reparou. E tem graça que ainda não vi ninguém rir-se das escutas a Belém depois da capa da Sábado. Deve ser um problema com os neurónios “panamá”. Entretanto entra um novo ministro e em 5 minutos manda o homem sair, o que dá um enorme jeito para limpar o registo a um homem que no dia anterior dizia que estava tudo bem. Mas não foi ele a dar a ordem, claro. Foi o ministro. O espectáculo é de fantoches.

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  3. Daniel Ferreira permalink
    19 Outubro, 2018 11:49

    Muito bem estava o Blasfémias antes de o sr. Gabriel vir depositar o seu “ass-licking” à extrema esquerda que nos governa para este sítio

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  4. Expatriado permalink
    19 Outubro, 2018 12:28

    O Henry é que sabe da poda… https://henricartoon.pt/as-razoes-de-rovisco-1190454

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  5. Mario Figueiredo permalink
    19 Outubro, 2018 13:33

    O Gabriel argumenta portanto que o General em causa deveria mostrar respeito à mesma casta política pela qual o Gabriel não tem respeito algum.

    Ou seja, desde que começou esta história de Tancos, sucedem-se os opinadores (todos civis, diga-se) a exigirem que o Exército respeite os nossos lideres, as instituições democráticas e o país. Isto de manhã. Porque durante a tarde e a noite, estão a queixar-se de como os nossos lideres não respeitam o país, as instituições democráticas não são de confiança e o país é um lamaçal de corrupção.

    Por outras palavras, estes opinadores que ainda não entenderam lá muito bem o país onde vivem e o que significa o roubo de Tancos para a relação das forças armadas com o poder político, exigem dos outros o respeito que eles próprios não dão a quem consideram indigno de o receber. E se isso não bastasse, na sua ignorância com tiques de esquerda socialista, atacam a única instituição neste país que a) os pode libertar da vassalagem ao poder político absolutista em que vivem e b) ainda funciona minimamente, com honra e tradição, ao serviço do país e com sacrifício medido em vidas perdidas.

    E só mesmo um ignorante burguês e civil pode vir para aqui argumentar que o CEME não compreende o cargo que desempenhou porque se dirigiu exclusivamente aos seus homens. Você é que não percebeu nada.

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  6. Artista Português permalink
    19 Outubro, 2018 16:43

    Dir-se-ia que se está ante uma “demissão à Costa Gomes”, enviesada, esquiva, torta, pouco transparente, etc. Era assim o também conhecido por Judas, Chico Cortiça ou até mesmo traidor. Um digno marechal das nossas FAs.

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  7. Arlindo da Costa permalink
    20 Outubro, 2018 00:16

    Que saudades dos militares do MFA. Aprumo. Honra. Serviço à Pátria e ao Povo.

    É preciso o REGRESSO do SERVIÇO MILITAR OBRIGATÓRIO para que a tropa deixe de ser um emprego.

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