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Hayek explicado aos simples

31 Dezembro, 2019

Passo 1: A comissão 1 decide que o povo quer ter acesso à arte. Sem, naturalmente, perguntar ao povo o que pensa do assunto.

Passo 2: A comissão 2 decide que o senhor Cabrita Reis é um artista. Sem, naturalmente, perguntar ao povo o que pensa do senhor Cabrita Reis e da sua arte.

Passo 3: A comissão 1, informada pela comissão 2, decide que o senhor Cabrita Reis vai produzir uma obra de arte para o município de Matosinhos. Sem, naturalmente, perguntar ao povo de Matosinhos qual o seu interesse em ter e, desgraça das desgraças, ver uma obra do senhor Cabrita Reis.

Passo 4: A comissão 1 decide pagar ao artista Cabrita Reis, o qual é sócio de uma empresa com, entre outros, o senhor António Lobo Xavier e o Senhor Francisco Mendes da Silva, a realização de uma obra de arte. O povo, entretanto, não tinha percebido bem as quantias em causa, que empresas estavam envolvidas, nem quem eram os sócios das empresas.

Passo 5: O povo, que não tem representação nas comissoões 1 e 2, descobre que tem uma factura para pagar. Agora que o povo finalmente fala, ficamos a saber que o povo não considera o senhor Cabrita Reis um artista. O povo também fez saber que não tem especial interesse em arte de rua. A comissão 1 classifica a atitude do povo de vandalismo e chama a polícia; a comissão 2 considera o povo ignorante e vê naquilo que a comissão 1 classifica de vandalismo mais uma razão para a necessidade de popularizar a arte por forma a educar o povo. Os senhores Lobo Xavier e Mendes da Silva, entretanto, demonstram ser artistas na arte do silêncio…

#Hayek adaptado ao século XXI #

Passo 6: Nas redes sociais, indivíduos sem formação em arte, aparentemente membros do povo, insistem em defender as comissoões 1 e 2. O povo descobre que, afinal, tais indivíduos são avençados, literalmente, da comissão 1.

Passo 7: Proibir o povo de ler Hayek, criar uma comissão para controlar fake news nas redes sociais e catalogar indivíduos como eu de ‘neo-liberais de extrema direita adeptos de teorias da conspiração’.

 

 

26 comentários leave one →
  1. Filipe Bastos permalink
    31 Dezembro, 2019 11:54

    Cá está a confusão do costume. Isto tem tanto a ver com Hayek como com Marx: nada. A questão não é ideológica ou política; é apenas pulhítica.

    Como o post indica, até o Mamão Xavier – esse perigoso comuna – está de alguma forma ligado ao mamarracho pago pela autarquia e ao mamanço do ‘artista’ Cabrita Reis.

    O problema é outro: é a falta de validação e de legitimidade democrática. É a classe pulhítica fazer o que lhe dá na gana com o nosso dinheiro, sem nos perguntar nada. É esta falsa democracia que consiste num mero cheque em branco passado de 4 em 4 anos.

    É a falta de DEMOCRACIA DIRECTA, ou pelo menos mais directa do que esta bandalheira corrupta, onde delegamos todas as decisões em gangues de pulhas inimputáveis.

    A tecnologia existe há muito; falta a vontade. Temos de ser nós a impô-la, pois a canalha pulhítica jamais o fará. Mas a carneirada, incluindo aqui o Blasfémias, está mais interessada nas tretas PS-PSD e esquerda-direita. Cantigas para embalar caneiros.

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    • Jose Bento Silva permalink
      31 Dezembro, 2019 12:57

      Caro Filipe, em ‘The Constitution of Liberty’, Hayek fala do uso pelo estado de comissoões de especialistas… é a essa parte do trabalho de Hayek que o post se refere. Abraço

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      • Filipe Bastos permalink
        31 Dezembro, 2019 13:16

        Certo, José, mas a questão de fundo persiste: a decisão final devia ser dos cidadãos. Não de comissões ou de políticos.

        Com ou sem comissões, nesta farsa democrática ‘representativa’ a canalha continuará a decidir tudo por nós. É isso que realmente importa, é isso que tem de mudar.

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    • Albano Silva permalink
      31 Dezembro, 2019 15:29

      Sr. Bastos: não deve esquecer que ao colocar o seu voto numa urna assina uma autorização em branco, em seu nome, para que «o pulha» possa fazer o «que lhe der na gana». E, como deve suspeitar, a coisa não mudará muito numa «democracia mais directa».
      Não aprovo, de forma alguma, o insulto ao povo feito por autarcas e «artistas» no fomento da «arte» (para papalvos) a preços relativamente escandalosos.
      O defeito não é de democracia; é de falta de um mínimo de vergonha e respeito pelo que é público.

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      • Filipe Bastos permalink
        31 Dezembro, 2019 19:31

        Sr. Silva, a coisa mudará numa democracia mais directa: as decisões relevantes passam para os cidadãos. A 1ª vantagem é justamente tirar poder à canalha pulhítica.

        Como impõe a um pulhítico, a um Costa ou Loureiro ou Vara ou 44, “vergonha e respeito pelo que é público”? Impossível; eles jamais a terão. Porque são pulhas.

        Então, tira-lhes poder. Torna-os meros executores da vontade dos cidadãos. Mesmo assim podem executar mal e roubar; é também preciso vigiá-los. E malhá-los.

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    • 31 Dezembro, 2019 22:09

      A dita democracia directa é o sonho húmido dos monotemáticos.

      Vamos assim ver passar impostos sobre o oxigénio respirado, porque apenas os eco-tolos se deram ao trabalho de votar em propostas que muito provavelmente não chegaram a ler.

      O PeiÉsse agradeceria.

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      • Isabel permalink
        1 Janeiro, 2020 01:51

        É por essas razões que enumera que a Suíça é um país horrível mas, não se sabe porquê ??????, está sempre entre os que têm as populações mais felizes do mundo.
        Todos os que fazem carreira Juninho aos partidos, odeiam que se fale na Suíça.

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    • A. R permalink
      1 Janeiro, 2020 18:53

      Temos então que chamar aquela democracia directa em que o os utentes decidiam se a linha do autocarro parava na Praça do Comércio ou na Praça da Figueira nos idos 75

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  2. Pedro Nunes permalink
    31 Dezembro, 2019 12:01

    *cujo – QUE

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  3. 31 Dezembro, 2019 13:35

    A cultura normalmente é ambígua, uns acham que o Cabrita Reis é um génio artístico e merece que a sua obra seja partilhada com o “povo”, outros oferecem à população espectáculos do Tony Carreira e sua família…

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    • 31 Dezembro, 2019 15:12

      vouyeur80 para mim um é apenas mais um comuna sem gosto nem interesse e o outro um kitch de todo o tamanho, por isso acho que os artistas deviam ser subsidiados apenas por subscrição popular livre ou arranjarem mecenas. Não cabe ao Estado imiscuir-se nas ruas mais do que o necessário para serem transitáveis e suficientemente verdes. Como dizia o outro: Mai nada!!!

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  4. Jornaleca permalink
    31 Dezembro, 2019 14:54

    O acima descrito é só um simples modelo, escolhido pelo autor. Muito bem.

    Mas aqui começam os problemas, as tais premissas, que ninguém pode ou quere verificar, e que fazem parte de todos os modelos.

    O que Hayek, que eu muito bem conheço, também como o autor ou muito melhor, tem de ver com isto, não me está muito claro.

    Agora, o pior de tudo, é que é de esperar, de cada modelo, no qual, uns decidem uma coisa, “obrigando” outros sem os consultar a pagar o mesmo, que o tal artista “corrupto” tenha que repartir os 300 ou 310 mil EUR com a comissão 1 e/ou a comissão 2.

    E quem não contar com isto ou algo parecido, vive já num paraíso, anda a sonhar ou nada sabe da realidade cruel do 25 de Abril, ou nada percebe das consequências nefastas do liberalismo.

    O tal liberal nada percebe da realidade. O liberal fala sempre de justiça, de um estado pequeno e forte. Tudo muito bem na teoria, mas não há pessoal, falta o pessoal, para assegurar essas tais premissas. O liberal nunca vai conseguir construir esse tal paraíso, porque sabe muito bem, que vive num mundo caído.

    Nós nem sequer conseguimos pôr os ladrões e criminosos do Largo do Rato numa cadeia.

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  5. Leunam permalink
    1 Janeiro, 2020 01:19

    jorgercramos

    Aprecio muito o seu sonho mas, para mim,

    Portugal morreu:

    Morreu nas Forças Armadas.
    Morreu no seu Ultramar.
    Morreu nas suas actuais Escolas onde todo o ensino, em geral, está abastardado e particularmente todo ensino de Língua portuguesa, da História e Geografia de Portugal que é omitido ou distorcido; assim se semeia a ignorância às novas gerações!.
    Morreu no abandono das Aldeias e Vilas do Interior.
    Morreu na perda total da sua genuinidade através do abastardamento cultural e até rácico.
    Morreu com a emigração de milhares de jovens dotados de alguma qualificação profissional.
    Morreu queimado nas suas matas e pinheirais.
    Morreu por permanente desgoverno e entrega voluntária aos inimigos de Portugal.

    Desde aquela fatídica data, dia em que não haja um ESCÂNDALO Nacional, não é dia, por cá.

    Bom Ano, com muita saúde, para todos!

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  6. 1 Janeiro, 2020 09:44

    Estamos muito bem…
    As nações e os seus povos resistem à pobreza e resistem aos regimes politicos, não resistem é ao “hayekianismo” demográfico em nome do PIB e dos sagrados mercados…

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    • Jornaleca permalink
      1 Janeiro, 2020 10:30

      Não percebo. Qual o problema?
      Não se dá bem com os seus irmãos?

      Qual a diferença entre si e os seus irmãos, os bárbaros muçulmanos?

      E depois, o argumento mais forte.
      Você, nem de economia, nem de finanças percebe um corno, que bastasse para criar riqueza. E aqui, esquece-se de um factor muito decisivo.

      No Reino Unido prenderam um deficiente em cadeira de rodas, por ele ter tido a coragem, que você nunca na vida teria ou tem.

      Você adora matar bebés e idosos. E aquele corajoso protestou contra isso.

      E você e os seus grandes porcos deram ordem para prender o homem inocente, que defende a vida.

      Você e os bárbaros muçulmanos adoram a morte.

      Sabia que a canalha do seu calibre em Europa lidera a MATANÇA DE BEBÉS na véspera da nascença?

      Você não percebe um corno também desta matéria.

      Os bárbaros têm que vir, para dar cabo do pensamento malvado e destruidior, como o seu é, sem a mínima dúvida.

      Falo claro?
      Ao mesmo tempo que decorre uma migração totalmente ilegal, CONTRA A VONTADE DO POVO, esta mesma Europa, é a que MAIS BEBÉS MATA.

      Isto é o manicómio total.

      Quanto tempo pensava você que estes grandes porcos no Largo do Rato iriam ficar impunes, esse esterco socialista, podre até aos ossos?

      A cova para esta esquerda putana e criminosa já está cavada.

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  7. 1 Janeiro, 2020 10:31

    No que toca à presença muçulmana em França parece-me este um cenário muito otimista…

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    • Jornaleca permalink
      1 Janeiro, 2020 11:00

      O gráfico subestima por muito a já presença dessa seita altamente criminosa, brutal e contra-cultura socialista, na tal Alemanha.

      A realidade já ultrapassou os piores cenários. Eles já lá mandam!! Sem trabalhar e a encher os bolsos, na sua grande maioria. 75 por cento não quer trabalhar e nem sabe.

      O problema é que poucos percebem, porque é que esse esterco muçulmano vem agora.

      P.S.:
      O Erdogan apresentou estes dias um carro eléctrico, marca turca, cujas componentes são produzidas na sua maioria em Ásia.

      Os alemães já não são capazes de construir um aeroporto a tempo e com custos controlados. Os turcos construiram um dos maiores aeroportos do mundo em muito pouco tempo. Etc.

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  8. hajapachorra permalink
    2 Janeiro, 2020 02:35

    Com isso de ‘as comissões’ quer dizer o bloque de esquerda, não é? Diga, não se acanhe, é verdade, essa maltosa sem o bloque de esquerda não existia (e a inversa também é verdadeira).

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  9. Beirao permalink
    2 Janeiro, 2020 09:22

    Socialistas e comunistas igual a sanguessugas dos dinheiros públicos. A esquerdalha em todo o seu esplendor. Eles comem tudo, eles comem tudo e não deixam nada… Depois, se o povo manso pia timidamente, dizem que o povo é estúpido e analfabeto. Aonde anda perdida a porra da oposição?

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    • 2 Janeiro, 2020 10:28

      Até que o Povo Português faça um “Bordalo Pinheiro” … já que estamos a querer falar de arte …. 🙂

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