Marcelo escrutinado
Enquanto Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa não só é implausível (como o classificou Vasco Pulido Valente), mas também um desvio político patológico aquilo que se possa considerar a dignidade do cargo que ocupa e a suposta importância das responsabilidades que lhe assacam.
O estilo infantil, pantomineiro e habilidoso que lhe atribuem como sendo traços de uma personalidade genuína tornam-se características substantivas na sua acção como Chefe de Estado. O circo com Mário Centeno é só mais um recente episódio, mas Marcelo não falhou presença nos casos mais podres e fétidos do país nos últimos anos, de que basta dar apenas os exemplos de Pedrógão e Tancos.
Apesar disso, o ex-comentador televisivo goza de enorme popularidade junto da opinião pública, a oligarquia nacional baba-se perante a sua companhia e a generalidade dos jornalistas tem uma admiração incontida pela figura.
Tal é o culto em torno da sua imagem que ficou claro que o próprio não lida maravilhosamente com o escrutínio a eventuais conflitos de interesse e proximidade a interesses económicos. Reporto-me à peça da Sábado de título “Pedro e Marcelo: Tangentes Profissionais”. Em seis páginas a revista dá conta de vários casos de coincidências entre a política de Marcelo e os negócios do escritório de advogados do irmão.
Para mim o curioso da reportagem acima referida não foi propriamente a substância da mesma nem as razões apresentadas pelo próprio PR para concluir que nada lhe há a criticar do ponto de vista legal ou ético.
Nem sequer foi o facto de Marcelo ter sentido necessidade de uma extensa justificativa na própria edição de 07/Maio e, hoje, na edição seguinte da revista, ter enviado para publicação na Sábado mais uma carta sobre o mesmo tema.
O que mais me chamou a atenção foi a forma como MRS terminou a sua resposta à jornalista escrevendo:
“Como qualquer titular do Poder Político, em Democracia, encontra-se sujeito a escrutínio público, incluindo críticas ou insinuações, mesmo se totalmente infundadas, como as que lhe foram colocadas pela SÁBADO. Quanto a elas, nunca existiu, no que lhe respeita, qualquer conflito de interesses, razão pela qual nem sequer formula o juízo, que seria ofensivo para a SÁBADO, segundo o qual haveria, ainda que vagamente, um intuito de condicionar a ação política do Presidente da República”.
Na minha leitura, trata-se de uma tirada ao estilo passivo-agressivo, quase como que se os órgãos de comunicação não devessem ter o topete de colocar questões ao Senhor Presidente, nem de o importunar com perguntas deste teor. Pensará Marcelo que a sua popularidade deve ser retribuída com o respeitinho dos jornalistas? Seria ofensivo cogitar que haveria, ainda que vagamente, o intuito do Presidente da República de condicionar a ação da investigação jornalística e o dever de informar dos profissionais da comunicação social, apurando tudo o que houver para apurar, doa a quem doer?
Creio que foi Gandhi que disse algo como: se um idiota está no poder, é porque quem o elegeu está bem representado.
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A inteligência de um povo converge para a dos seus jornalistas.
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Quer dizer, se o Marcelo roubar, e ele rouba, um outro e inocente ser humano é também culpabilizado?
Injusto, ilógico.
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Quer dizer que os assuntos de que se fala são só os que aparecem nos jornais.
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Esta canalha, Martelo incluído, goza é de impunidade permanente e intolerável. Todos os media são cúmplices nessa impunidade. Porque todos obedecem a algum dono.
O Independente, dos poucos jornais portugueses de jeito, ainda mordia as canelas à Múmia Cavaca e sua pandilha. Mas durou pouco. O Sol, saudosa excepção no tempo do polvo xuxa, perseguiu o Trafulha 44 quando os outros lhe lambiam o cu. Mas corrido o 44, passou a branquear o Relvas e a máfia angolana.
Os restantes jornais são a trampa que se sabe. O Observador será talvez o menos mau, mas também tem dono. Das TVs é melhor nem falar.
É também por isto que somos chulados e roubados com este descaramento e à-vontade. Esta canalha sabe-se impune. Nem investigados são, quanto mais julgados; quanto mais condenados!
Tudo, absolutamente tudo devia estar escancarado: o que tinham, o que têm, com quem falam, o que falam, onde andam, com quem andam. Cada conta, cada cêntimo, cada par de cuecas devia estar sempre disponível para consulta.
Não gostam? Não se candidatem. Ou tenham vergonha na cara.
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Quando o autor do texto escreve no terceiro parágrafo: “apesar disso [a pantomina, a intriga e etc.], o ex-comentador televisivo goza de enorme popularidade junto da opinião pública”, está a incorrer num engano. Não é “apesar disso” – é mesmo “por causa disso” que Marcelo goza de tão grande popularidade.
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Costuma -se dizer que cada povo tem o que merece. Então, o que fazer com os que não merecem esta intrujice de presidente e de governo, que almejam subir na vida com seriedade, com o trabalho e o saber? Neste país, infelizmente, não há nada para eles, a maioria dos portugueses vota para viver à custa do governo, não para o país progredir. Como é possível termos descido tão baixo?
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O texto é realista e muito bom, mas reflecte um acordar tardio de muito poucos. Demasiado tardio. Quando alguns, há muito tempo, diziam que teríamos saudades do Presidente Cavaco Silva, outros riam. Não era preciso esperar que Marcelo desfilasse. Ele já existia assim. Riam agora, nas próximas eleições, e quando chegar o resultado desta governação e desta nova era socrática em que a manhosice, o calculismo trapaceiro, a mentira descarada às cambalhotas recuperada do anterior PM socialista, a tentativa de manipulação cerebral pela revisão do vocabulário, a falta de vergonha e a capacidade de ocupação dos mais altos cargos da nação por gente da seita da simbiose-mutualismo é promovida à categoria das mais elevadas qualidades políticas. Não sabiam que ele se vergaria perante todo o tipo de poderes em alta, pois não?
As peças de ontem em São Bento e na Autoeuropa, preparadas por actores, cenógrafos e fotógrafos, todos profissionais do assunto, ao estilo dos desfiles das praças de Moscovo e Pyongyang, encobrindo o podre com espectáculo, são o resultado de um estado de miséria, em que as novas qualidades transformaram o país e a que Marcelo se prestou como andorinha esvoaçando feliz em redor do pombal da águia calculista. Cristalino foi o tempo em que um idoso quase levou na tromba do PM por dizer apenas que ele tinha ido de férias “durante” os fogos, e não “a seguir”. Se tivesse dito o que ontem disse Centeno para o PR poder depois continuar a fazer as figurinhas que tem feito, às tantas tinha sido escaldado em água a ferver.
Tudo isto, recorde-se, derivou directamente do facto de sua Exa. o PM ter sido apanhado a dizer no parlamento um coisa que até o seu ministro tratou de esclarecer cabalmente, quando disse que estes assuntos são tratados no conselho, seja lá o que aquilo for.
E tudo isto serviu exclusivamente para a figura poder sair por uma portinha de mãos lavadas às escondidas e de cabeça erguida, ainda que porventura uma ténia se lhe passeie pela testa à frente de toda a gente.
Isto só não é o fundo porque nós já não temos fundo.
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Quando alguns, há muito tempo, diziam que teríamos saudades do Presidente Cavaco Silva…
Fale por si: nem o Martelo, nem este governo sucateiro, nem nada deste esgoto pulhítico me faz ter saudades da Múmia Cavaca.
Do seu mal-cheiroso tacho de Belém ficou o sorriso das vacas e os recadinhos parolos ao Trafulha 44, com quem pactuou.
Só mesmo em Portugal tamanho tacanho somaria tão altos tacho e penachos, ao longo de 40 – quarenta – penosos anos.
Saudades? Chiça.
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Filipe
“os recadinhos parolos ao Trafulha 44, com quem pactuou”
Sem ser na ditadura da URSS é sempre pouco eficaz tentar re-escrever a história quando ainda vive quem a vivenciou. Sobre o “pacto” com o corrupto Sócrates, basta recordar a indignação que levantou na esquerdalha os livros que o Cavaco escreveu.
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O seu comentário confirma a tese de que cada povo tem o governo que merece
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“basta recordar a indignação que levantou na esquerdalha os livros que o Cavaco escreveu.
Veja bem, Carlos, com quão pouco os carneiros da partidocracia se contentam.
Durante anos, a Múmia assistiu impávida à destruição pulhítica e financeira do país pela máfia xuxa. Entre sorrisos de vacas e cagarras, ia mandando uns recadinhos parolos ao 44, que significavam nada.
Tratou calmamente da reeleição, sempre na sua pose mumificada, que a besta confunde com ‘dignidade’, e a bater no peito quando confrontada com a sua mama na SLN.
Quando o Bosta fintou a PAF em 2015, alguns fãs direitalhas até fantasiaram que a Múmia preferia demitir-se a dar posse à Gerimbosta. Como se a Múmia abdicasse do tacho pelo país… ou pela Laranja Podre.
E eis que, acabado o tacho, escreve umas merdas que ninguém lê a fazer queixinhas do 44. E isto chega-vos! Já o pintam como algum rebelde que denunciou a javardeira… quando sempre foi um dos maiores javardos.
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@LTR
Eu rio-me e estou encantada, porque estes porcos socialistas provam mais uma vez, que são milhares de vezes piores, que o Salazar.
Salazar foi autoritário, no máximo, e protegeu o país, contra os porcos de hoje. Mas ele nunca foi ditador. Nunca. Salazar não preenche os critérios dum ditador.
Mas estes porcos do Largo do Rato, esses sim. Eu festejo o 25 de Abril doutra maneira. Cada dia que passa, o fima está mais perto. E os portugueses estão muito longe do centro de Europa e não sabem ao certo o que aqui se passe, de relevante.
E há más notícias para as putas do Largo do Rato. Também esta UE aproxima-se do fim, mais rápido, do que eu esperava.
Hahahahahahahahahahaha.
O tribunal europeu no Luxemburgo levou um pontapé nos cornos, no cu e muitas chapadas na cara. Disseram-lhes, que eles não mandam nada.
Hahahahahahahahahhahahaa.
Agora os vigaristas estão a tremer.
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Está crescidote, já vai ao barbeiro fazer a barba.
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Não é o barbeiro. É o algoz. Ele está a treinar-se para o patíbulo.
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«o presidente do Chega disse ainda que por enquanto “os espaços nocturnos vão permanecer encerrados, quer bares, quer discotecas, quer outros espaços nocturnos” e que “discotecas, ginásios e outros espaços podem nem reabrir no verão”, porque “as decisões vão ser tomadas caso a caso”, o que saudou: “Parece-nos o mais correcto”.»
Felizmente o André Ventura está contaminado pelos Bilderbergs e pelos Democratas americanos. Ou então o Tilly e a Cristina já passaram o relatório de que “a coisa não pega”.
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Eu só ainda não percebi qual é a diferença entre a CMTV e o Macelo/CostaTV
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CIDADÃOS À MARGEM ESTREITA
Junto se envia ofício nº 5205
Com os melhores cumprimentos,
DSDA – Correspondência
Secretaria-Geral da Presidência da República
De: Aarmar@sapo.pt [mailto:Aarmar@sapo.pt]
Enviada: 15 de abril de 2020 07:26
Para: Belem belem@presidencia.pt
Assunto: SISTEMA ELEITORAL
Tomo a liberdade de solicitar que esta exposição seja distribuída por todos os Exmos. Conselheiros de Estado, para no caso de esta questão ser considerada apropriada e útil possa ser abordada numa próxima oportunidade em conselho a efetuar.
Nestes termos começo por fazer referência ao Artigo 2.º da Constituição da Republica:
“Estado de direito democrático
A República Portuguesa é um Estado de direito democrático, baseado na soberania popular, no pluralismo de expressão e organização política democráticas, no respeito e na garantia de efetivação dos direitos e liberdades fundamentais e na separação e interdependência de poderes, visando a realização da democracia económica, social e cultural e o aprofundamento da democracia participativa”.
Agora o que se me oferece dizer sobre o tema em titulo::
Um sistema eleitoral ao permitir que os Deputados da Nação sejam burilados nos meandros partidários, para que representantes do povo sejam escolhidos por obediência a gosto das direcções partidárias, não parece ser nem constitucional nem tolerável.
Fica ferido de morte pela base o preceito mais importante da participação cívica, em que é negada aos eleitores uma responsável e individualizada escolha no ato mais importante de cidadania em que lhes é permitido participar.
Será não só justa mas também obrigatória a exigência da sociedade no seu conjunto, para que sejam definidas regras imparciais, respeitáveis e transparentes que não obriguem a aceitar por declarada imposição interesses de acantonamentos, por via de tutelas tão paternalistas como abusivas.
Muito obrigado pela atenção que possa ser dispensada.
Atentamente,
Aarão Marques
BI 1795908
O que diz o oficio nº 5205 oriundo do Conselho de Estado:
“Exmo. Senhor, encarrega-me Sua Excelência o Presidente da Republica de acusar a receção da mensagem de correio electrónico de V.Exa., que mereceu a melhor atenção desta casa civil.
Mais informamos que a competência do Conselho de Estado se encontra estabelecida no artigo nº 145 da Constituição da Republica Portuguesa, pelo que nos termos constitucionais os cidadãos não podem dirigir-se ao Conselho de Estado. Assinado..
Meu comentário: Com o devido respeito, é meu entendimento dever sublinhar que a intenção não foi a de me dirigi diretamente ao Conselho de Estado.
A exposição enviada para os serviços da presidência tinha por objetivo deixar à consideração de Sua Excelência o Presidente da Republica, se o assunto considerados os argumentos aduzidos, poderia conter suficiente interesse para justificar convocação do órgão citado para eventual avaliação de Sua Excelência
Respeitosamente,
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Chuva no molhado , Rao Arques, chuva no molhado…A caneta nao é nenhuma arma , isto já só lá vai à bomba .
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Não deixo de lhe dar razão.
Já tenho pensado seriamente em deixar de dar importância a esta corja de pantomineiros.
Mas ainda não fui capaz de resistir a certos impulsos contra a malvadez.
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https://www.cmjornal.pt/portugal/detalhe/bombas-caseiras-atiradas-contra-o-parlamento-por-homem-de-cara-tapada
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As TVs vendem tudo aquilo que querem com grande eficiencia .
Conseguem enfiar na cabeça do ingenio povo português tres pantomineiros da pior especie e assim alcandora-los aos três mais importantes cargos da nação . Nunca nenhum deles demonstrou qualquer qualidade necessaria para os cargos que ocupam , bem pelo contrario .
Quem manda nos jornalistas das TVs manda no país e coloca os fantoches que quer nos postos mais importantes . O resto é bla bla bla.
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Óptimo, Telmo AF
O MCThomaz gosta tanto do P”S” e adora, protege ternurentamente o AC-DC, que, creio, perante um muito sério problema do governo e do regime, prefere renunciar ao cargo do que demitir o seu afilhado.
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Mais isto: o AC-DC, na AutoEuropa, habilidoso e manhoso, já eliminou qualquer candidatura do PSD e avisou o MCThomaz: “continue a portar-se bem comigo e com o P’S'”.
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“https://www.cmjornal.pt/portugal/detalhe/bombas-caseiras-atiradas-contra-o-parlamento-por-homem-de-cara-tapada”
A única boa notícia dos últimos meses. Talvez anos.
Mas não chega o Paralamento; esta canalha tem de ter medo. Medo pessoal, medo a sério. Até terem medo nada vai mudar.
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Coitado do homem…
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Uma análise muito rara na imprensa lida e ausente no audiovisual…
https://observador.pt/programas/contra-corrente/e-se-trump-mesmo-assim-ainda-vencer-as-eleicoes/
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