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Uma questão de metodologia: Primeiro, por causa da metodologia, fechou-se o centro de apoio aos sem abrigo da Igreja. Agora temos as ocupações do Bloco

9 Junho, 2020

EXPRESSO: Feridos, gás pimenta, bastonadas, carga policial: o despejo de um centro de apoio a carenciados em Lisboa

PÚBLICO: Seguranças tentam despejar ocupantes que criaram centro social em Lisboa

… Na linguagem da Lusa e das redacções os ocupas são invariavelmente apresentados como estando a dinamizar centros de apoio a sem abrigo, migrantes, vítimas disto e daquilo. Isto no início para legitimar o roubo. Depois são só ocupas por umas coisas vagamente culturais. Depois nem isso. Num país onde são necessárias licenças para tudo e mais alguma coisa (até para colocar vasos de flores nas entradas dos edifícios) vistorias, inspecções… umas criaturas ocupam um prédio em ruínas e automaticamente passa a funcionar ali um centro de apoio aos sem-abrigo. Onde estão as normas de segurança e higiene que se aplicam aos outros? E  a metodologia, sim a metodologia? Recordo que em 2016 funcionava precisamente em Arroios, no Largo de Santa Bárbara, um Núcleo de Apoio Local com o objetivo de apoiar pessoas sem-abrigo, disponibilizando refeições de pequeno-almoço, almoço e jantar, bem como “todo o acompanhamento social e inserção no mercado de trabalho”. O equipamento estava a apoiar diariamente cerca de 35 sem-abrigo. A gerir o espaço, cedido pela Câmara de Lisboa, rstava o Centro Social e Paroquial de São Jorge de Arroios.

Ora em 2016, a CML deixou de apoiar este projecto. Porquê? Porque “há uma metodologia de trabalho do centro paroquial que não se coaduna com o programa municipal de apoio aos sem-abrigo da Câmara Municipal de Lisboa e, aparentemente, não resolúvel” – explicou um vereador dos Direitos Sociais, João Afonso de seu nome.

Agora em 2020, temos  a malta do Bloco a tentar que a sua governamentalização não a faça perder as franjas  mais enérgicas do seu eleitorado partindo para a ocupação-dinamização  de prédios que aguardam pro licenciamento de recuperação na mesma  CML onde o Bloco manda. Como se vê é uma questão de metodologia!

 

11 comentários leave one →
  1. JPT permalink
    9 Junho, 2020 10:58

    Dado o número de manifestantes ser muitíssimo maior do que o número de pessoas que foram removidas do prédio desocupado, certamente que os primeiros podiam acolher, nas suas casas, as segundas – em vez de depositá-las num prédio decrépito e que pertence a terceiros. Isso, sim, é que seria solidariedade.

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  2. Expatriado permalink
    9 Junho, 2020 11:07

    Sim é a metodologia calculista dos que não olham a meios para alcançar objectivos. O mesmo cálculismo aconteceu nas manifs de domingo onde foram feitos desafios à policia na exibição de cartazes apelando à violência contra as forcas de segurança. Calcularam que houvesse uma reação musculada da policia mas nada disso aconteceu, felizmente. A PSP “deixou correr o Marfim”… mas identificou o(s) meninos para, agora, seguir com as acções de investigação.
    Para já, e segundo disse o Camilo Lourenço, parece que o do Porto é “menino de bem”, de família importante lá do sítio, aluno de uma prestigiada escola privada, enfim gente que “sofre” as agruras da “violência policial”…
    Vai ser interessante seguir o que vai ser, de certeza, a novela em que isto se vai tornar.

    Ora bem. O catraio vai ter de explicar porque exibia o cartaz. Vai ter de dizer como lhe foi parar às mãos e vai ter de dizer se foi ele que escreveu aquelas palavras. E assim se vai desenrolar o novelo para chegar ao âmago da questão: “quem controla toda a cena de uma manifestação??”

    Todos, ou quase todos, os cartazes são previamente escritos, desenhados, pelos organizadores e distribuídos aos que vão chegando que, até sem lerem ou verem o que lá está escrito ou desenhado, vão no rebanho porque… “têm de mostrar que estão a apoiar quem sofre”. As redes sociais assim o exigem e não quer ser “excluídos” dessa fonte de vida sem a qual não podem viver.

    Calculo que os organizadores irão negar qualquer responsabilidade e vão deixar cair os moçoilos dizendo que foram eles que escreveram aquilo.

    Vai ser uma queda na real muito rápida para esses “revolucionários”…

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  3. LTR permalink
    9 Junho, 2020 11:16

    Isto é o resultado directo da colocação do poder nas mãos do Bloco pela mão de António Costa e de todos os discípulos que inundaram a comunicação social para que ele pudesse continuar a carreira – o retorno às iniciativas extremistas a que já assistimos em 1975, com a mesma arrogância fora-da-lei de então. Só que agora é pior ainda porque o PS está cheio deles (com e sem perninhas a tremer), o presidente é uma farândola unipessoal, a direita não tem coragem para enfrentar o bicho em campo aberto e a falta de dinheiro vai providenciar abundante terreno fértil. O resultado vai ser o Chega.

    No fim disto e da completa invasão do estado, o sócrates, a sua PT e o BES vão parecer insignificâncias na história de Portugal.

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    • becas permalink
      9 Junho, 2020 11:41

      Muito correcto LTR. O Costa ( Neruh para os amigos ) é o grande autor desta desordem . Foi ele que certificou os esquerdinos para terem voz..
      Agora o PS não sei o que é , o PSD está irreconhecível, o CDS ouço as vezes falar nele. Bom restam duas figuras o André e o Cotrim haja esperança neles .
      Outra ideia é o PC obter uma maioria e governar com o Jerónimo , vamos ver, seria uma solução

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    • JPT permalink
      9 Junho, 2020 11:58

      É isto. Estamos entalados entre esta seita e a daquela senhora que faz aqui uns posts com maiúsculas.

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    • 9 Junho, 2020 12:06

      Se o Chega for o resultado cá, como o Vox foi o resultado em Espanha, andaremos mais umas décadas nas mão dos podemitas cá do sítio…

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  4. 9 Junho, 2020 11:30

    Ontem, assistimos a uma ode à hipocrisia nos meios de comunicação.

    Se a propalada ideia dos proprietários de um imóvel degradado de se verem obrigados a dar umas ‘arrochadas’ nos toutiços dos seus ocupantes ilegais para os expulsar dali, salvaguardando assim a sua saúde ao defendê-los de eventuais derrocadas era adequada para os ouvidos de anjinhos; a atitude da CML foi um autêntico hino à hipocrisia.
    Como é que foi possível que a CML se tenha querido fazer passar incógnita numa situação destas?
    Pior! Como é que a CML teve êxito nesta intenção?
    E a Segurança Social, o que fez durante o dia de ontem? Entrou toda a gente de férias mais cedo?

    E que dizer do facto de haver mais jornalistas do que polícias na situação quente que se vivia?

    Ao fim e ao cabo a Segurança Social e a CML acham normal que haja centros de apoio que estejam mais de um ano ilegalmente sedeados em decrépitos imóveis privados? Os jornalistas não tinham questões a este propósito?

    Recordemos quem sabe das coisas da vida e digamos a quem não faça outra coisa para além de mandar uns bitatites nas redes sociais, que para que um simples carpinteiro possa consertar um batente ou uma fechadura de porta de uma repartição pública qualquer são-lhe exigidas todas as provas documentais de que este profissional está em dia com o fisco e com a SS. Se assim não fôr, o carpinteiro que vá trabalhar para o raio que o parta! Entretanto, ‘de carrinho’, estas entidades públicas financiam alarvemente um grupo de desgraçados, enquadrados por um esquerdóide qualquer, que se acoitam ilegalmente num prédio ocupado!

    Mas isto está tudo doido, ou é só muito mau feitio?

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    • chipamanine permalink
      9 Junho, 2020 12:46

      É a “democracia popular directa” tantas vezes aqui propalada por certos comentadeiros “anti-sistema” como supostamente a salvação dos “desvios” ao socialismo (supostamente raras, mas totalmente sistémicas) que o PS do Kosta deu asas quais vaca voadora.
      Não é mau feitio é mesmo assim na crença do homem novo socialisticus (nova formula) regado frequentemente com boa dose de susbstâncias recreativas

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  5. lucklucky permalink
    9 Junho, 2020 15:12

    Quando ocuparem as sedes do Publico e do Expresso talvez acordem. Lá chegaremos.

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