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Hossana ao Estado protector das entranhas dos cidadãos.

11 Fevereiro, 2008
by

Rui Tavares no Público de hoje, alegra-se por já não apanharmos mais doenças na Ginjinha. Escreve:

“Passei pela Ginjinha do Rossio, já reaberta e em pleno funcionamento. A maior parte dos leitores certamente se lembrará de como o seu encerramento temporário, por razões de segurança alimentar, foi apresentada como prova cabal de que o tal estado asfixiante desejava acabar com a alma nacional em favor de um totalitarismo higienista. Aliás, a maior parte dos leitores saberá que a Ginjinha voltou a abrir e, como é natural, as intoxicações alimentares que não se apanham nunca chegam a ser notícia”

Segundo o presidente da ASAE, António Nunes, num debate no programa Sociedade Aberta (em que também esteve Helena Matos), a Ginjinha esteve fechada por não ter casa de banho. A Ginjinha reabriu sem casa de banho. Estamos mais seguros, exactamente, em quê?

Poderá o Rui Tavares fazer a gentileza de listar os, certamente inúmeros, casos de  intoxicação alimentar na Ginjinha que foram notícia antes do estado ter decidido zelar pela nossa saúde?

Obrigado.

58 comentários leave one →
  1. Anónimo permalink
    11 Fevereiro, 2008 09:58

    O dono deve ter problemas de bexiga! Nao tem casa de banho? Será esse o segredo da ginginha?

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  2. Anónimo permalink
    11 Fevereiro, 2008 10:06

    Mau Mau.

    Afinal a lei é igual para todos ou não? Porque carga de água a Ginginha pode não ter casa de banho quando é obrigatório, por lei, que a tenha? E estabelecimentos cujos donos são, certamente, muito mais necessitados que os donos da Ginginha?

    Criticam Rui Tavares? Faziam falta era mais uns quantos como ele.

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  3. jcd permalink*
    11 Fevereiro, 2008 10:21

    “Porque carga de água a Ginginha pode não ter casa de banho”

    A Ginginha é um balcão. Casa do banho, onde? As roulottes têm casa de banho?

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  4. Xico permalink
    11 Fevereiro, 2008 10:24

    Casa de banho já, junto ao carrinho das castanhas da praça da Figueira, para o anónimo Mau Mau!

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  5. Anónimo permalink
    11 Fevereiro, 2008 10:26

    “As roulottes têm casa de banho?”
    Entao nao haviam de ter? E lavatório também.

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  6. AMI permalink
    11 Fevereiro, 2008 10:26

    A Ginginha do Rossio substituiu os antigos copos de vidro por uns descartáveis de plástico (os mesmos das máquinas automáticas de café) e acho que é só.

    A ASAE inventou este problema para o poder resolver.

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  7. 11 Fevereiro, 2008 10:27

    um local público assim, sem wc, nem colher de café metálica para se tratar do caldo deve mesmo ser encerrado in limine.

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  8. Anónimo permalink
    11 Fevereiro, 2008 10:27

    Nao substituiu nada. Colocou foi um lavatório grande.

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  9. 11 Fevereiro, 2008 10:30

    Não sei exactamente qual foi o fundamento invocado para o encerramento, mas, fontes privilegiadas, dizem-me que os copos da ginjinha (que dou agora graças a Deus nunca ter bebido), eram lavados num alguidar, sem detergente e com água estagnada.

    nhami!!!!

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  10. 11 Fevereiro, 2008 10:31

    «A Ginginha do Rossio substituiu os antigos copos de vidro por uns descartáveis de plástico (os mesmos das máquinas automáticas de café) e acho que é só.»

    Só li agora.
    Confirma-se, portanto.

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  11. 11 Fevereiro, 2008 10:36

    substituiu os antigos copos de vidro por uns descartáveis de plástico

    Deixou de ter aquele bouquet
    Nunca mais lá volto.

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  12. Anónimo permalink
    11 Fevereiro, 2008 10:39

    O bouquet devia ser do alguidar onde o dono esvaziava a bexiga? lol

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  13. Anónimo permalink
    11 Fevereiro, 2008 10:57

    O ministro-mor manda avisar que depois de subir várias vezes o ISP, agora vai fazer divulgar publicamente o preço dos combustiveis para melhor protecção dos interesses do consumidor, em mais uma medida de defesa do consumidor.

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  14. Anónimo permalink
    11 Fevereiro, 2008 11:12

    Estranho é o director do inem se ter demitido ou ter-se demitido. Os dirigentes dos bombeiros e sindicatos deviam é se calhar fazer o mesmo.

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  15. 11 Fevereiro, 2008 11:17

    A Ginginha do Rossio ganhou fama e ajarbadou-se e hoje vende mixordia – a melhor ginginha é a da casa do Arco Bandeira casa que é ao lado do Arco Bndeira – eu faço a minha ginginha
    caseira enquanto Bruxelas deixar, – a minha receita
    fica uma maravilha – segredo esta no pó de canela, ou palito, salvo seja, ja disse tudo – 1 litro de bagaço, 1 kilo de açucar escuro ou mascavado e canela QB -, quanto mais tempo estiver engarrafado melhor – a receita é de borla

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  16. 11 Fevereiro, 2008 11:17

    Nada como passar por lá e trazer para casa uma garrafa com elas.
    Há muito que faço assim.
    Até posso beber pela garrafa.

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  17. Anónimo permalink
    11 Fevereiro, 2008 11:22

    Se é para vender em copos de plástico, entao é vender os copos. É colocar preço para ginginha com copo ou sem copo, e o cliente leva o copo para colecçao. Ou entao que o traga de casa.

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  18. 11 Fevereiro, 2008 11:24

    O problema da Ginginha não era a falta de casa de banho.
    Agora, está higienizada.

    A ASAE, se não abusar das leis que a accionam, é útil e necessária em termos de fiscalização da higiene em hoteis, restaurantes, bares, etc.

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  19. Saloio permalink
    11 Fevereiro, 2008 11:28

    Afinal o Sr. Dr. Rui Tavares, que é o meu historiador preferido, também comete erros de avaliação social.

    E eu a pensar que ele era um humano perfeito – mas penso que este caso é apenas um deslize excepcional, um impulso irreprimido da sua antiga costela esquerdista a puxá-lo para o abisto estalinista.

    Digo eu…

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  20. 11 Fevereiro, 2008 11:34

    «ouriço caixeiro Diz:
    11 Fevereiro, 2008 às 11:17 am»

    E medronho?

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  21. Anónimo permalink
    11 Fevereiro, 2008 11:37

    Já se viu defender muita coisa, mas defender a porcaria deve ser caso único. E entao transformar a coisa da luta contra a porcaria, numa questao política é cómico.

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  22. 11 Fevereiro, 2008 11:39

    Em relação aos copos de plástico.

    Da última vez que lá fui, bem antes de ter sido fechada, já fui servido em copo de plástico branco. Já não tive direito ao apetecível copo de vidro, desinfectado pela própria da saborosa ginginha, cheio até cima. Não mais lá me apeteceu voltar por isso: falta a magia do copo de vidro. Nenhuma desinteria ou desarranjo intestinal detectado.

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  23. Anónimo permalink
    11 Fevereiro, 2008 11:39

    A porcaria nao é tradiçao. É desmazelo estúpido.

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  24. Luis Moreira permalink
    11 Fevereiro, 2008 11:48

    Até lavei as mãos para ver se funciona.Está mais limpo.Tecto novo.Mas com copos de vidro -agora são lavados em água corrente-sabe melhor.

    Aqueles dias fechados ninguem nos devolve:Beber uma ginginha ao sol do Rossio!

    Neste caso a ASAE fez bem,sem esta limpeza daqui a uns tempos estaria demasiado apaladada!

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  25. 11 Fevereiro, 2008 12:06

    jcd:

    os copos da ginjinha continuam a ser de vidro e agora até se podem levar para casa. segundo o DN, a ginjinha pôde reabrir depois de ter instalado um lavatório para que os seus funcionários lavassem as mãos.

    é claro que as intoxicações alimentares que não apanhamos não são notícia, como não são notícia os acidentes de trabalho que não acontecem, como não são notícia as vidas que não se perdem por causa dessa suprema ingerência do estado totalitário — devidamente denunciada à época e ainda hoje contestada pelo João Pereira Coutinho — chamada cinto de segurança obrigatório.

    agora é curiosa a demonstração que o JCD me sugere. para cumprir com os seus requisitos, eu deveria:

    – encerrar-me durante uns meses no arquivo do hospital mais próximo, São José
    – consultar os ficheiros do último século em busca de óbitos por intoxicação alimentar
    – pesquisar os antecedentes familiares dos falecidos e entrevistar os parentes vivos para determinar o trajecto seguido no dia da hospitalização
    – identificar aqueles que possam ter passado pela ginjinha do rossio
    – dar início aos processos para exumação de cadáveres
    – chamar toda a blogosfera portuguesa para assistir às autópsias
    – provar sem sombra de dúvidas que aquelas mortes ocorridas há dez, vinte, oitenta anos, se devem à ingestão de ginjinhas preparadas por empregados com as mãos sujas
    – publicar a lista dos inúmeros casos de intoxicação alimentar que se devessem indubitavelmente à mesma situação. se não forem inúmeros, não serve, suponho.

    é assim, segundo o seu critério, que se discute minimamente a sério? pois bem, eu tenho uma tarefa mais simples para o jcd. responda-me apenas se considera que deve ser exigível a um estabelecimento de consumo aberto ao público que os seus funcionários tenham possibilidade de lavar as mãos frequentemente.

    ps: a ginjinha estava ali desde 1840. foi fechada por dois meses. instalou um lavatório. reabriu. o estado totalitário é horrível. o grémio lisbonense estava ali desde 1846. vai fechar definitivamente. viva a liberdade dos proprietários! duas patas mau, quatro patas bom.

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  26. 11 Fevereiro, 2008 12:13

    Os peregrinos da ginginha, sabem bem que esse saboroso néctar é vendido ao balcão de diversos tasquinhos da zona, com o mesmo produto do Francisco Espinheira.
    Até no Gambrinus, se pedir uma ginginha para digestivo, servem-a concerteza. Quanto mais não seja, é só o empregado sair a porta e ir comprá-la ao lado.

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  27. Zeca permalink
    11 Fevereiro, 2008 12:24

    Quem é este pássaro Rui Tavares?
    Terá alguma coisa a ver com a outra avis rara Sousa Tavares?

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  28. Zeca permalink
    11 Fevereiro, 2008 12:30

    «o grémio lisbonense estava ali desde 1846. vai fechar definitivamente. viva a liberdade dos proprietários!»

    Eu concordo! Acabe-se com isso!
    Para já vou ocupar a casa do autor dessas linhas.
    Depois verei se me interessa mais alguma coisa.
    Nota: Nem pensem em tirar-me a minha propriedade.
    Esse princípio da liberdade só vale para a propriedade dos outros!

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  29. 11 Fevereiro, 2008 12:31

    Sobre a dualidade legislativa: um pequeno restaurante ou bar deve ter, por lei, instalações sanitárias. Porque é que isso não se aplica aos restaurantes inseridos em centros comerciais? Lembro-me de alguns que nem são propriamente tascas.

    Sobre a liberdade de escolha: foi alguém obrigado a ser cliente do Ginginha do Rossio? Eu cá não preciso dum estado paternalista; se não tem higiene, não contam comigo.

    Sobre a fiscalização: quando vou a um restaurante, posso contar como certo que são feitas amostragens, numa base estatística, à comida que é servida? Ou a única garantia sobre a qualidade alimentar resume-se a facas de várias cores, copos de plástico e colheres de plástico?

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  30. 11 Fevereiro, 2008 12:35

    Já agora, antes que alguém aponte: não há incoerência entre os segundo e terceiro parágrafos. WC porcos ou cozinhas duvidosas vêm-se a olho nu. Já o mesmo não acontece com as salmonelas.

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  31. Doe, J permalink
    11 Fevereiro, 2008 12:58

    rui tavares Diz:
    “os copos da ginjinha continuam a ser de vidro e agora até se podem levar para casa. segundo o DN, a ginjinha pôde reabrir depois de ter instalado um lavatório para que os seus funcionários lavassem as mãos.”

    E esqueceram-se do sistema biométrico online para que os Srs. Doutores/Engenheiros lá no seu gabinetezinho da ASAE possam controlar em tempo real quantas vezes são efectivamente lavadas as mãos por dia? Ou isso fica para a inspecção de finanças controlar através dos gastos mensais com produtos de limpeza, obviamente acrescidas dumas revistas surpresa ao proprietário, na hora da saida, para confirmar se ele não anda a levar o sabão azul e branco para casa depois do o declarar nas contas da tasca? Isto ainda está um trabalho muito incompleto… 😐

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  32. Jaime permalink
    11 Fevereiro, 2008 13:02

    Sobre a dualidade legislativa: Os centros comerciais onde o RV vai almoçar não têm instalações sanitárias?

    Sobre a liberdade de escolha: O RV chega à ginginha, pede para ver as mãos dos funcionários, observa atentamente o copo que se prepara para ser usado e determina a olho nu o grau de sujidade. Se estiverem sujos não contem com ele.

    Sobre a fiscalização: O critério “cozinha duvidosa vê-se a olho nu” é delicioso. Espero que sim, que sejam feitas “amostragens à comida”, espero é que não seja o RV a fazê-las… a olho nu.

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  33. Doe, J permalink
    11 Fevereiro, 2008 13:11

    # Zeca Diz:
    “Esse princípio da liberdade só vale para a propriedade dos outros!”

    À poizé!!… Não me diga que já esqueceu os slogans “de Abril”…

    O que é meu é meu!
    O que é teu é nosso!…

    O fascismo não passarou!
    O fascismo não passará!

    Nota: Estou certo que o PCP, sempre tão solidário quando o património é dos outros, por certo que desta vez até vai já disponibilizar uma área condizente com a perdida, ali no “seu” Hotel Vitória, que até fica bem perto, para que o grémio não fique na rua… Right?… 🙂

    Tá-se mesmo a ver… Ó tá-se, ta-se!!… 🙂

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  34. Anónimo permalink
    11 Fevereiro, 2008 13:24

    Desconfio que muita gente que defende a porcaria por cá, se for lá fora na estranja, assim que ve uma mosca ou um copo sujo desata a berrar. Se calhar até sao os mesmos que acham que doente hiv+ nao pode ser cozinheiro.
    É só tótós.

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  35. Doe, J permalink
    11 Fevereiro, 2008 13:37

    “Se calhar até sao os mesmos que acham que doente hiv+ nao pode ser cozinheiro.”

    E se calhar até são os mesmos que esquecem que o HIV não mata directamente mas através da destruição sistemática do sistema imunitário quando deixa a pessoa indefesa ás mais variadas infecções “oportunistas”. E que essas infecções, até pela própria definição de “infecção”, podem ser bem contagiosas mesmo sem os tais contactos directos com os fluidos “tipicos” da transmissão do HIV. E, toda a gente sabe que não há nada como, p. ex., uma tuberculosezita bem espirrada na saladinha do almoço para dar aquele sabor especial a Ginginha mal lavada… Cof! Cof!… 🙂

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  36. Anónimo permalink
    11 Fevereiro, 2008 13:48

    Da, pois. Com a vantagem que o doente hiv+ é vigiado pelos médicos, se doente fica em casa. Os outros cozinheiros se calhar andam a espirrar bacilos e salmonelas. E tá tudo bem.

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  37. Doe, J permalink
    11 Fevereiro, 2008 14:08

    “Da, pois. Com a vantagem que o doente hiv+ é vigiado pelos médicos, se doente fica em casa.”

    Um verdadeiro hino à produtividade… O wet dream de qq empresário “sujeito passivo”….
    E que tal propor o Sr. cozinheiro para uma eventual vaga no restaurante da AR? De certeza, certezinha, que lá não vai ser descriminado… Right?… 🙂

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  38. PTB permalink
    11 Fevereiro, 2008 14:15

    Lendo o que aqui se escreveu, tenho sérias suspeitas que sou o primeiro comentador possuidor de algum conhecimento de causa sobre a matéria:

    1 – Copos de vidro, copos de plástico? Desculpem? Há anos que a ginginha é servida, essencialmente, em copos de plástico. De vidro só para os habitués, para quem não sai do balcão ou para quem os paga para levar para casa, como souvenir. É extraordinária a capacidade das pessoas para falarem daquilo que ignoram – a capacidade inventiva (e até difamatória) da Sofia Ventura é prova disso: como é que inventaram essa ficção dos copos de vidro lavadas em água estagnada escapa-me em absoluto.

    2 – Os copos da ginginha continuam a ser de plástico e, em o freguês querendo, de vidro.

    3 – Os funcionários da ginginha já tinham a possibilidade de lavar as mãos, através da utilização de um mecanismo regularmente designado por… torneira. A frequência, possível e efectiva, desconfio que seja a mesma.

    4 – O Rui Tavares julga que os barmen do Lux lavam as mãos com que frequência durante cada noite?

    5 – O comércio da ginginha era, e é, um acto voluntário entre indivíduos adultos. Bem mais arriscadas parecem-me certas práticas sado-masoquistas, por exemplo. Ou, simplesmente, a prática sexual sem preservativos. A razão pela qual o estado se intromete em determinadas práticas voluntárias e não em outras é, no mínimo, pouco perceptível.

    6 – A não utilização de cinto de segurança potencia externalidades negativas. Um corpo que sai disparado de um automóvel pode ser perigoso para terceiros, um cadáver esborrachado na calçada apresenta inconvenientes, estéticos e higiénicos. Se não fosse por isso, não existiriam razões para o tornar obrigatório. Ora, o consumo voluntário da ginginha do Rossio não implica qualquer risco para terceiros.

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  39. jcd permalink*
    11 Fevereiro, 2008 14:20

    Rui, mas segundo o chefão da ASAE, não foi por isso quwe a Ginjinha esteve fechada todo este tempo. Após o primeiro encerramento de 24 horas, fizeram nova vistoria e preparavam-se para dar luz verde, quando “alguém” lhes mostrou a licença de utilização, em que dizia qualquer coisas como “falta casa de banho”. Ora, como a ASAE não faz a lei mas limita-se a cumpri-la, perante um documento da CML em que dizia que faltava casa de banho, não restou outra alternativa à ASAE senão fechar a Ginjinha por falta de instalções sanitárias.

    Podes querer convencer-te que foi para protegerem a nossa saúde, mas foi, uma vez mais, apenas um problema de papéis. E nota que um lavatório não é uma casa de banho. Claro que a ASAE faz tudo o que lhe mandam e até já aceitam um lavatório por instalações sanitárias, mas esse é o preço das argoladas em que se metem.

    pergunta-me o Rui se “considero que deve ser exigível a um estabelecimento de consumo aberto ao público que os seus funcionários tenham possibilidade de lavar as mãos frequentemente.”. Convém acrescentar ‘com água quente’. Antes, já havia um lavatório para os empregados, mas a água era fria. O que agora abriu foi um novo lavatório para os clientes. Deve dar muitas doenças de barriga pegar em copos com as mãos não lavadas em águas quentes e correntes.

    Quanto ao grémio, tenho a certeza que o Rui estará disposto a comprar um espaço semelhante na zona e oferecer ao grémio pela mesma renda que pagam hoje.

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  40. PTB permalink
    11 Fevereiro, 2008 14:23

    “Antes, já havia um lavatório para os empregados, mas a água era fria. O que agora abriu foi um novo lavatório para os clientes.”

    Ah, sim, esqueci-me de escrever isto. O lavatório novo de que se fala é para o público.

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  41. 11 Fevereiro, 2008 14:30

    4 – O Rui Tavares julga que os barmen do Lux lavam as mãos com que frequência durante cada noite? [PTB]

    Se não tivessem, não poderiam lavar vez nenhuma.

    JCD:

    Baseio-me na notícia do DN.

    Quanto ao grémio, você não tem a certeza de nada, nem precisa de ter. Se eu estou disposto a oferecer um espaço no Rossio ao grémio ou não é irrelevante. A questão não é essa. Toda a gente se lembra do escândalo com o encerramento temporário da ginjinha: fascismo, atentado à alma da pátria, querem acabar com as nossas tradições, etc. Só me limito a apontar que quando um privado encerra definitivamente o grémio, não há nada a dizer. Não pode haver.

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  42. 11 Fevereiro, 2008 14:37

    Se calhar no bar do Grémio não havia ginginha.

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  43. jcd permalink*
    11 Fevereiro, 2008 14:42

    Rui, mas como é que quer comparar estas duas coisas?

    1. Num caso, a ASAE, argumentando falta de uma casa de banho que a Ginjinha nunca teve NEM NUNCA PODERÀ TER, fechou-a. Poderiam ter dado tempo para obras, o que quer que fosse, mas fecharam-na, com um enorme poder arbitrário que nos deve envergonhar, por termos consentido que uma organização daquelas tenha obtido tal poderio. Agora, deixaram reabri-la sem que o motivo que levou ao encerramento tenha sido corrigido.

    2. No outro caso, inquilinos fizeram obras ilegais num imóvel que não lhes pertencia e, uma década depois, um tribunal decide o despejo desses inquilinos – algo que num país normal levaria um décimo do tempo.

    O dono da Ginjinha não teve direito a tribunais, contraditórios, tempo, nada. Os do Grémio, simplesmente, entenderam que tinham o direito vitalício a um espaço que ocupam apenas devido a uma lei, essa sim escandalosa, a lei das rendas.

    No caso da Ginjinha, o estado intrometeu-se numa relação entre particulares (vendedor e clientes), argumentando estar a proteger um dos lados. No caso do Grémio, o estado que detém o monopólio do aplicação da lei, demorou 10 anos para fazer cumprir a legislação que ele próprio gerou.

    Realmente, os privados são mesmo os principais ‘culpados’ destas situações…

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  44. 11 Fevereiro, 2008 14:45

    leia-se

    Se não tivessem lavatório, não poderiam lavar vez nenhuma.

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  45. 11 Fevereiro, 2008 15:05

    Caro Jaime,
    um restaurante ao lado dum sanitário público está dispensado de ter instalações sanitárias? Tal como no centro comercial, é só sair do restaurante e ir à porta do lado.

    “pede para ver as mãos dos funcionários, observa atentamente o copo que se prepara para ser usado e determina a olho nu o grau de sujidade”
    Devo depreender que só frequentará estabelecimentos acabados de serem vistoriados pela ASAE?

    E sim, depreende-se muito sobre a higiene dum restaurante pela observação das suas instalações. O mesmo não se pode dizer do estado da comida servida.

    O trabalho da ASAE tem sido, pelo que consigo aperceber das notícias trazidas a público pela própria instituição, a verificação de regulamentos. Tudo bem, são precisos, apesar do dilúvio legislativo que cria normas numa extensão questionável. Um exemplo? Na restauração é proibido servir água em garrafa de plástico. É verificado o seu (recorrente) incumprimento? Já acharia positivo que essas inspecções versassem a qualidade da comida servida. Isso faz-se por amostragem e testa-se em laboratórios, como de certo saberá. Mais do que a existência de facas coloridas, a mim interessa-me saber da qualidade dos produtos servidos. Mas isso não dá grandes reportagens na TVI, pois não?

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  46. PTB permalink
    11 Fevereiro, 2008 15:10

    “Se não tivessem lavatório, não poderiam lavar vez nenhuma.”

    Mas os da ginginha também tinham lavatório…

    Qual é exactamente o ponto do Rui Tavares? Estarem lá agora umas torneiras para o público melhor a higiene dos empregados?

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  47. 11 Fevereiro, 2008 15:10

    «a capacidade inventiva (e até difamatória) da Sofia Ventura é prova disso: como é que inventaram essa ficção dos copos de vidro lavadas em água estagnada escapa-me em absoluto.»

    Bem…! onde isto já vai.

    Agradeço a fé que faz na minha capacidade inventiva, mas, infelizmente (talvez com a excepção de alguma aptidão para dança), a minha criatividade é pouco melhor que medíocre.

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  48. 11 Fevereiro, 2008 15:34

    e qual é o ponto do PTB? o mundo entra em derrocada se a ASAE exigir mais um lavatório e instalação de água quente à ginjinha?

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  49. 11 Fevereiro, 2008 15:34

    Essa das instalações sanitárias dos restaurantes nos Centros Comerciais, deu origem a uma aventura que passo a contar.
    Sou daqueles que apreciava o bife na Portugália da Almirante Reis.
    Certa vez, ao passar pela zona dos comeres no Norte Shopping, dei com o restaurante da Portugália, onde entrei para o bife.
    Primeiro quiz fazer uma mijinha e lavar as mãos. Perguntei onde. Lavar as mãos, indicaram-me um lavatória. Para a mijinha tinha de sair, apanhar o ascensor ali ao lado e ir ao andar onde estão os sanitários. Assim fiz, mas… enganei-me no andar. Ou melhor, perdi-me ali dentro. Mas encontrei uma porta para a rua e saí dali.

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  50. PTB permalink
    11 Fevereiro, 2008 15:52

    “e qual é o ponto do PTB? o mundo entra em derrocada se a ASAE exigir mais um lavatório e instalação de água quente à ginjinha?”

    Não, não entra em derrocada por causa disso – e agradeço que não me impute argumentos que eu não fiz. É uma maneira um bocado desonesta e falaciosa de argumentar, compreende? Mas não percebo porque não são imediatamente encerradas, por exemplo, todas as roulottes de farturas, em nome dessa tal “segurança alimentar”. O Rui Tavares pode explicar? É que começa a ser difícil perceber a sua tese: começou por dizer que “a ginjinha pôde reabrir depois de ter instalado um lavatório para que os seus funcionários lavassem as mãos”. Agora, já diz que a ginginha pôde reabrir depois de ter instalado um lavatório para que os seus clientes lavassem as mãos. Afinal, em que ficamos?

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  51. PTB permalink
    11 Fevereiro, 2008 15:53

    Sofia Ventura Diz:
    11 Fevereiro, 2008 às 3:10 pm

    Bem, no que podemos todos concordar: a Sofia Ventura mentiu e não pede desculpa por isso.

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  52. Jaime permalink
    11 Fevereiro, 2008 15:55

    “um restaurante ao lado dum sanitário público está dispensado de ter instalações sanitárias?” Sim, é o que acontece nos centros comerciais, como mencionou o próprio RV.

    “Tal como no centro comercial, é só sair do restaurante e ir à porta do lado.” Diga-me onde estão esses sanitários públicos de rua iguais a sanitários de centro comercial.

    ““pede para ver as mãos dos funcionários, observa atentamente o copo que se prepara para ser usado e determina a olho nu o grau de sujidade”
    Devo depreender que só frequentará estabelecimentos acabados de serem vistoriados pela ASAE?” Porquê? Como consegue depreender isso do que eu escrevi? O RV diz que qualquer pessoa consegue avaliar o grau de higiene de um estabelecimento através de uma observação a olho nu e que por isso o Estado não deve intrometer-se. Eu não consigo, lamento. E sim, se pudesse só frequentava estabelecimentos previamente vistoriados pela ASAE. Se fosse possível, porque não?

    “E sim, depreende-se muito sobre a higiene dum restaurante pela observação das suas instalações. O mesmo não se pode dizer do estado da comida servida. ” Devo depreender que a primeira coisa que o RV faz quando entra num restaurante é entrar pela cozinha: ‘Com licença, vim só ver se a cozinha está em condições antes de me sentar e comer, obrigado, deixem-se estar.’

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  53. 11 Fevereiro, 2008 16:02

    PTB Diz:
    11 Fevereiro, 2008 às 3:53 pm

    O PTB parece o Luky Luck – é mais rápido que a sombra. Mas olhe que ser-se rápido não é o mesmo que ser-se certeiro; e não é por repetir uma mentira muitas vezes, que esta se revela verdadeira.

    Se calhar, convinha explicar porque é que se auto-proclama alguém com especiais conhecimentos sobre a matéria. Eu, por mim, no que toca ao que reproduzi supra, foi-me descrito por um Inspector da ASAE (pessoalmente, nem nunca entrei na ginjinha).

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  54. 11 Fevereiro, 2008 16:11

    Caro Jaime, dou-lhe então um exemplo. Em Coimbra, na Praça Velha, há um restaurante e alguns metros ao lado há umas boas instalações sanitárias públicas. Melhores do que em alguns centro comerciais, de resto. Que eu saiba, a lei não permite a esse restaurante não ter instalações sanitárias próprias.

    Creio que coloca nas minhas frases ideias que lá não estão nem delas decorrem. O meu ponto é este: se bem que posso avaliar a atitude dum restaurante quanto à higiene pela observação das suas instalações, já o mesmo não se passa com a qualidade da comida. Qual tem sido a extensão da inspecção no que se refere a este segundo aspecto? Pois quanto a mim é o mais crítico. Já agora, a sala de refeições e os sanitários também são instalações, não são? E até há muitos estabelecimentos em que a cozinha é aberta.

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  55. 11 Fevereiro, 2008 16:14

    segundo o DN, o lavatório instalado é para uso dos funcionários. e numa outra notícia, creio que também no DN, o funcionário confirmava que depois de servir umas quantas ginjinhas as mãos ficavam pegajosas, implicitamente sugerindo que o lavatório novo é para uso dos funcionários.

    eu sei que você não escreveu que o mundo acabava por causa da ASAE e da ginjinha e do lavatório. fique descansado que ninguém imagina que eu lhe queria imputar essa ideia. a questão é outra: um tasco ser encerrado para cumprir com obrigações de higiene, pelos vistos simples, e reabrir logo depois, não é matéria para se falar em totalitarismo higienista, como se falou na ocasião. seja o lavatório para funcionários ou clientes não me parece que ninguém tenha saído a perder.

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  56. Anónimo permalink
    11 Fevereiro, 2008 16:37

    Realmente deviamos ter a liberdade de sermos tao porcos quanto queiramos no espaço público. Isto é claramente fascista. O que vai ser a seguir? Queres ver que a seguir os homens nao vao poder mijar nas portadas. É o fim da nossa cultura.

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  57. Zeca permalink
    11 Fevereiro, 2008 17:19

    Tenho que repetir a pergunta:
    Quem é este pássaro Rui Tavares?
    Mas já descobri que não tem nada a ver com a outra avis rara, Sousa Tavares.
    Este pássaro voa baixinho…

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  58. Luis Moreira permalink
    11 Fevereiro, 2008 18:50

    Sofia

    Eu sabia que tínhamos algo em comum!Sabe que eu sou um refinado dançarino?

    Mulher que dança comigo nunca mais me esquece.

    Sou como a ginginha em copos de vidro (lavados em água corrente)

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