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A culpa é do mercado

19 Março, 2008

Existem várias razões que explicam o desemprego de licenciados:

– as más escolhas dos próprios

-os subsídios ao ensino universitário que mascaram os sinais de mercado, criam a ilusão de que se um curso existe então deve ter saída e enviam sinais errados quer às universidades quer aos alunos que as frequentam

– a falta de incentivos das universidade públicas para anteciparem a procura no mercado de trabalho

– o peso do Estado que distorce a economia privada e cria desequilíbrios estruturais. 

Para todos estes problemas existem soluções: mais responsabilidade individual, maior rigor no financiamento universitário, maior responsabilização das universidades pelas suas escolhas. Rui Tavares, em artigo hoje no Público, apresenta um alibi que desresponsabiliza todos estes agentes. Afinal a culpa é do mercado que não aproveita os génios que o ensino superior tem vindo a produzir. Não sei de que é que o Rui Tavares está à espera para aproveitar esta grande oportunidade de negócio. O que sei é que, com diagnósticos destes podemos ter a certeza que o problema dos licenciados sem saídas profissionais se vai agravar. Afinal a responsabilidade não é dos principais interessados, mas de terceiros sem rosto.  Tudo se resolveria se esses terceiros sem rosto desatassem a contratar desempregados para os quais não encontram qualquer utilidade.

77 comentários leave one →
  1. Nuspirit permalink
    19 Março, 2008 12:46

    Quem lê o post fica com a impressão que se os 40 000 licenciados no desemprego, tivessem escolhido outro curso estavam hoje empregados. Nada mais errado.

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  2. JoaoMiranda permalink*
    19 Março, 2008 12:51

    ««Quem lê o post fica com a impressão que se os 40 000 licenciados no desemprego, tivessem escolhido outro curso estavam hoje empregados. Nada mais errado.»»

    Como é que pode tirar essa conclusão do post se eu dou 4 razões diferentes para explicar o desemprego de licenciados?

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  3. 19 Março, 2008 12:52

    “Quem lê o post fica com a impressão que se os 40 000 licenciados no desemprego, tivessem escolhido outro curso estavam hoje empregados. Nada mais errado.”

    Como é que sabe? Seriam 40.000 opções alternativas, algumas teriam sido muito acertadas, outras não tanto.

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  4. Nuspirit permalink
    19 Março, 2008 13:01

    As 4 razões diferentes para explicar o desemprego de licenciados são na verdade duas.A 1ª,2ª e 3ª é sempre a mesma razão: as más escolhas dos próprios.

    Resta “o peso do Estado que distorce a economia privada e cria desequilíbrios estruturais”. Mas esta é uma discussão interminável, como todos sabemos.

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  5. joão permalink
    19 Março, 2008 13:06

    diria que os quatro pontos fazem sentido, mas eu anularia o primeiro. ou não devemos nós procurar fazer aquilo de que mais gostarmos? por mais remotas que sejam as possibilidades, se um aluno tem como sonho, desejo, vocação (chame-lhe o que quiser) dar aulas de matemática, deverá procurar alcançar isso. Ou deverá antes ir para medicina “porque ainda dá emprego”, apesar de ser incapaz de ver sangue?

    claro que, a partir daí, há que assumir as consequências dessa escolha – a isso chama-se de responsabilidade.

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  6. Nuspirit permalink
    19 Março, 2008 13:06

    “Seriam 40.000 opções alternativas, algumas teriam sido muito acertadas, outras não tanto.”

    Partindo do principio que a informação de que há falta de licenciados em determinadas áreas,estivesse amplamente difundida, mesmo assim nada nos garante que os licenciados actualmente desempregados tivessem optado por essas áreas.

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  7. 19 Março, 2008 13:12

    Pelos vistos, há mercados que funcionam.

    Desemprego no Reino Unido ao nível mais baixo das últimas três décadas

    (19.03.2008 – 11h04 PUBLICO.PT)

    O Reino Unido regista actualmente das taxas de desemprego mais baixas da União Europeia. Em Fevereiro, a taxa baixou para 2,5 por cento, depois de os pedidos de subsídios de desemprego terem caído para 793.500, o valor mais baixo desde Junho de 1975, avançou hoje o instituto nacional de estatística do Reino Unido.

    Apesar de os pedidos de desemprego terem caído em 2800, as estimativas da Bloomberg News, citada pelo seu site, que consultou 25 economistas, apontavam para um recuo médio ainda maior, de cinco mil pedidos.

    A Bloomberg escreve ainda que este indicador de desemprego poderá amortecer a evolução desfavorável da economia, que sofre os efeitos do agravamento das condições de crédito bancário.

    Para limitar o abrandamento da economia, o Banco de Inglaterra já cortou os juros duas vezes desde de Dezembro, com o intuito de dar mais margem de manobra ao consumo das famílias.

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  8. JoaoMiranda permalink*
    19 Março, 2008 13:12

    ««As 4 razões diferentes para explicar o desemprego de licenciados são na verdade duas.A 1ª,2ª e 3ª é sempre a mesma razão: as más escolhas dos próprios.»»

    Não são. A 2ª cria um sistema em que mesmo que os estudantes façam escolhas racionais essas escolhas são baseadas em informação errada. A 3ª cria um sistema em que mesmo que os estudantes queiram fazer escolhas racionais, não existem cursos disponíveis porque as universidades não os criaram.

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  9. 19 Março, 2008 13:19

    E as escolhas racionais baseadas em informações correctas onde é que se vendem ?

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  10. Luis Moreira permalink
    19 Março, 2008 13:19

    Sim, bàsicamente RT tem razão.O facto de uma pessoa ser licenciada dá-lhe uma base cultural e níveis de informação que de outra forma não teria.E isso contribui para trabalhadores mais capazes e mais produtivos.

    É capaz é de ser dificil que alguem queira trabalhar com ordenados do nível que os empresários oferecem !E assim caímos no círculo vicioso.Temos trabalhadores a ganhar mal e a produzir pouco!

    Mas isto não condiz com a teoria do JM e JCD quanto á rigidez do salário mínimo…

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  11. 19 Março, 2008 14:14

    O PESO DO ESTADO

    As deslocações ao estrangeiro dos 12 deputados mais viajados, em serviço pela Assembleia da República, implicaram, em 2007, uma despesa de quase 351 mil euros, montante que representa 11 por cento de um total de 3,1 milhões de euros orçamentados para viagens e estadas no ano passado.

    No ano passado, os 12 deputados mais viajados realizaram um total de 112 deslocações ao estrangeiro, a fim de participarem nas assembleias parlamentares da União da Europa Ocidental (UEO), do Conselho da Europa (CE) e da NATO, organismos dos quais Portugal é membro. E essas deslocações abrangeram países na Europa, África, Ásia e América do Norte.

    Com o transporte e o alojamento das 112 viagens ao estrangeiro, foram gastos cerca de 351 mil euros, dos quais mais de 256 mil euros dizem respeito a despesas com transportes. Ao orçamento global de 3,1 milhões de euros para viagens acresceu ainda uma verba de quase 500 mil euros em ajudas de custo para os deputados.

    O orçamento da Assembleia da República para 2008 prevê uma despesa de 3,4 milhões de euros com as viagens e estadas dos deputados, em deslocações dentro e fora do País ao serviço do Parlamento.Com a previsão desta verba para 2008, o montante orçamentado acaba por representar um aumento de 15,4 por cento face aos 2,9 milhões de euros inicialmente previstos para 2007. (cm)

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  12. 19 Março, 2008 14:15

    Isto já faz muito mais sentido (que o post de cima). E concordo. O problema está precisamente na total falta de responsabilidade pessoal nas escolhas que as pessoas fazem, como se um curso universitário desse direito a um emprego. Eu preferia ter seguido letras ou filosofia a economia, mas segui economia com a total consciência que parte da razão era conseguir ter emprego e um salário. A recompensa não é apenas justa, é essencial. De outra forma teriamos uma sociedade de meninos mimados.

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  13. X NEO permalink
    19 Março, 2008 14:33

    Bonita perspectiva, esta, da vida e da economia.

    Os adolescentes devem abdicar da sua realização pessoal e profissional – i.e., como seres humanos – para se tornarem mais uma commodity no processo produtivo.

    I love these guys!!

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  14. Tiago Sottomayor permalink
    19 Março, 2008 14:41

    Mas alguém liga ao que esse Rui Tavares diz? Já leram o curriculum da criatura que se encontra no seu blogue? Não tem único artigo publicado numa revista internacional com arbitragem. Aquela cabecinha não produziu uma única ideia original.

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  15. Anónimo permalink
    19 Março, 2008 14:52

    Tiago se tem argumentos diga e esqueça o rui tavares e as arbitragens

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  16. Anónimo permalink
    19 Março, 2008 14:53

    O seu argumento é dizer mal do rui tavares?

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  17. Anónimo permalink
    19 Março, 2008 14:54

    então vote na hillary que tem muito curriculum.

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  18. Anónimo permalink
    19 Março, 2008 14:57

    São assim os empresarios e economistas portugueses

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  19. Anónimo permalink
    19 Março, 2008 15:35

    “- as más escolhas dos próprios”

    É o mercado a funcuonar…

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  20. Anónimo permalink
    19 Março, 2008 15:35

    correcção:
    funcionar

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  21. lucklucky permalink
    19 Março, 2008 15:41

    “É capaz é de ser dificil que alguem queira trabalhar com ordenados do nível que os empresários oferecem !E assim caímos no círculo vicioso.Temos trabalhadores a ganhar mal e a produzir pouco!”

    Pensava que isso era uma excelente oportunidade para uma Empresa nascer…Feita por esses mesmos trabalhadores licenciados.

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  22. Amadeus permalink
    19 Março, 2008 15:45

    Quem tem uma excelente oportunidade é o Miranda – o mago do Liberalismo. Sempre era menos um gajo que os meus impostos sustentariam.

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  23. Beirão, o Velho do Restelo permalink
    19 Março, 2008 15:59

    Eu vou montar uma firma de exportação de capotes de burel para angola.Espero que os psicólogos e sociólogos tenham sucesso na tarefa das vendas…

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  24. 19 Março, 2008 16:21

    Existem várias razões que explicam o desemprego de licenciados.

    Penso que a principal é:
    Não há oferta de emprego

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  25. 19 Março, 2008 16:30

    Quero dizer que a oferta de emprego é inferior à procura.
    Olha a novidade 😉

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  26. Lololinhazinha permalink
    19 Março, 2008 16:47

    As razões apontadas pelo João Miranda estão certas, mas há, pelo menos mais duas:
    – A mentalidade tacanha de grande parte dos empresários que acham que não vale a pena investir em pessoal qualificado;
    – A insistência de muitos licenciados em procurar um emprego na área correspondente ao seu curso, quando, nalguns casos, é evidente que isso jamais vai acontecer.

    Um licenciado em psicologia, sociologia, direito ou economia pode ser um excelente comercial e em princípio exercerá melhor nas suas funções do que alguém menos qualificado.

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  27. 19 Março, 2008 16:54

    no meu artigo de hoje escrevo o seguinte a certa altura: “Um dos sofistas do mercado dir-lhes-ia, é claro, que a culpa é deles por terem “investido” no curso errado e também da Universidade deles por não ter extinguido o curso que provavelmente mais os motivou.”

    Os meus agradecimento ao João Miranda por acertar tão bem na caricatura, dando-se ao trabalho de repetir esta intuição de três formas diferentes, acrescentando-lhe (é claro) o medonho peso do estado de que eu prescindi por achar que vai sempre implícito.

    Antes de passar ao resto, notemos o seguinte: quem defende que o estado deve redirigir as universidades para os cursos que o mercado deseja, independentemente da procura dos indivíduos, está implicitamente defender o dirigismo do estado (a favor do “mercado” e contra os “individuos”, mas não deixa de ser dirigismo). Ainda por cima, corre o risco de falhar, porque o mercado muda depressa. Entre os quatro ou cinco anos que demora para a universidade pegar no curso da moda, e os quatro ou cinco anos para o pessoal fazer o curso e uma pós ou mestrado, o mercado muda. O meu único conselho, em termos de mercado, seria a) escolha uma coisa que saiba fazer bem; e b) escolha uma formação ampla para poder responder às mutações do mercado durante a sua vida activa. se se especializar demasiado, corre o risco de ficar obsoleto (isto, curiosamente, também vale para os ideólogos, não sei se me está a entender, JM). se queremos ser não-dirigistas, devemos defender que a universidade dê aquilo que as pessoas nelas procuram (por razões de mercado, realização pessoal, curiosidade ou o que seja). se queremos ser um pouquinho dirigistas, devemos defender que as universidades têm uma tradição clássica que devem manter para segurar a sua essência fundamental.

    Sugerir que o estado deixe de mascarar o mercado com subsídios pode não ser suficiente. Reparem que nas privadas, onde o investimento em dinheiro é mais pesado, as pessoas não deixam de fazer história, sociologia ou direito, mesmo depois de o mercado de trabalho em direito se ter precarizado. talvez o façam porque lhes interessa, e se assim for eu acho muito bem.

    e talvez a escolha seja acertada não só pessoalmente como para o “mercado”. se fulana pode ser uma antropóloga empenhada e competente, talvez seja melhor para ela do que ser a enésima gestora medíocre e desmotivada. e talvez isso se note na altura de a contratar, mesmo que não seja para fazer antropologia.

    é esse exemplo de enfermagem. quem escolheu enfermagem só por razões de mercado, fez mal: enquanto terminou e não terminou o curso, enfermagem deixou de ter emprego garantido para passar a ser um dos dois cursos com mais diplomados desempregados. quem fez enfermagem por acreditar que seria melhor enfermeiro (ou diplomado em enfermagem, com mestrado em saúde pública, ou para trabalhar como auxiliar de assistentes sociais junto aos sem-abrigos, ou alguma das muitas coisas que um diplomado em enfermagem é bom para fazer) fez bem. será um bom profissional e isso é uma vantagem inestimável.

    a questão da responsabilidade individual é para levar muito a sério. e para a levar a sério não basta dizer: escolham o curso que der emprego. não basta dizer: a culpa é da universidade, que não vos forma em fornada como diplomados em atendimento de telefonemas para call-center. é preciso dizer: a intenção de frequentar a universidade é estudar, é conhecer, e aprender a aprender e a pensar e a discutir. o mercado de trabalho precisa disso, mas não é só isso. ter um curso é bom para ter um curso. ter um curso não é ter uma vida, e não é sequer ter uma vida profissional.

    ao contrário do que sugere o JM, o meu artigo não desresponsabiliza ninguém. mas responsabiliza uma parte que se andava a safar de responsabilidades. escrevo lá “o senso comum tem andado a ser demasiado duro com as universidade e demasiado mole com o mercado”. o mercado não é constituído por anónimos sem rosto. os empregadores têm rosto, e em portugal gostam de contratar gente com mestrado para atender telefonemas, e isso pode e deve ser matéria de crítica. eu sei que isto é uma blasfémia, e a última coisa que se deve fazer no blasfémias é blasfemar contra a imaculada concepção do mercado do João Miranda.

    e agora chegamos à preocupação com a minha biografia, comovente até no caso de um comentador. claro que o JM perguntar-me porque não aproveito eu as oportunidades de negócio que a situação dá faz tanto sentido como eu perguntar-lhe porque não abre ele um call-center com mestres em antropologia. mas, pensando bem, como sabe ele que não aproveito essas oportunidades de negócio? claro que a existência de um pool de trabalho qualificado disponível é uma oportunidade de negócio. se eu não o achasse não teria escrito! claro que acho que um empregador se sai melhor ao aproveitar estes licenciados e mestres disponíveis, incluindo os das humanidades, para um trabalho que aproveite melhor as suas capacidades do que para atender telefonemas. os salários baixos e o tipo de trabalho do call-center é uma tentação fácil, mas como investimento sólido há excelentes exemplos de negócios na área editorial, criativa, media, educação, turismo, e mesmo genericamente em funções de arquivística, organização, estratégia, — precisamente com este pessoal —. muitos empregadores portugueses é que não estão para aí virados. mas deveriam.

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  28. Minhoto permalink
    19 Março, 2008 16:56

    Concordo com o João Miranda, algumas escolhas são vistas numa idade precoce com um certo romantismo que depois amargura quem as escolheu pois a dada altura na vida arrepende-se e tenta arranjar um bode expiatório como o governo e os empresários em geral, cada vez mais o tuga têm de convencer-se que a moda da doutorite em cursinhos fáceis têm a paga da factura mais tarde, é um luxo nos dias de hoje escolher um curso sem saida porque nem todos são dr Armando Vara.

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  29. JoaoMiranda permalink*
    19 Março, 2008 17:05

    ««o mercado não é constituído por anónimos sem rosto. os empregadores têm rosto, e em portugal gostam de contratar gente com mestrado para atender telefonemas, e isso pode e deve ser matéria de crítica.»»

    Caro Rui Tavares,

    O mercado não se critica porque o mercado não é nenhum intelectual nem tem direcção central nem governo. Críticas teóricas como as que os Rui Tavares faz ao mercado são inúteis. Quem não concorda com o mercado só tem uma coisa a fazer: tornar-se empresário e demonstrar na prática que o mercado está errado. Críticas teóricas por parte de quem não arrisca nada a quem arrisca são fáceis de fazer mas não demonstram nada.

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  30. JoaoMiranda permalink*
    19 Março, 2008 17:06

    ««claro que o JM perguntar-me porque não aproveito eu as oportunidades de negócio que a situação dá faz tanto sentido como eu perguntar-lhe porque não abre ele um call-center com mestres em antropologia.»»

    Lamento mas não sou eu que alego que o mercado está errado. Quem alega que o mercado está errado e que devia contratar mais licenciados é o Rui Tavares. Prove-o no mercado.

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  31. JoaoMiranda permalink*
    19 Março, 2008 17:10

    ««claro que a existência de um pool de trabalho qualificado disponível é uma oportunidade de negócio. »»

    Não é nada claro. É uma crença que está por demonstrar. A única forma de o demonstrar é ir para o mercado e contratar todos esses desempregados e ganhar uma pipa de massa. Até lá, é uma mera conjectura empresarial.

    «« claro que acho que um empregador se sai melhor ao aproveitar estes licenciados e mestres disponíveis, incluindo os das humanidades, para um trabalho que aproveite melhor as suas capacidades do que para atender telefonemas.»»

    O mundo está cheio de empreendedores teóricos. Prove a sua conjectura no mercado. A RTP2 até tem um concurso de empreendedores. Vá lá apresentar a sua ideia para aproveitar todos esses licenciados.

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  32. JoaoMiranda permalink*
    19 Março, 2008 17:14

    ««há excelentes exemplos de negócios na área editorial, criativa, media, educação, turismo, e mesmo genericamente em funções de arquivística, organização, estratégia, — precisamente com este pessoal —. »»

    O mercado está cheio de ideia que já foram aproveitadas por alguém. Isso não prova nada. Já o facto de não terem aparecido negócios suficientes para aproveitar os desempregados remanescentes poderá provar algo.

    ««muitos empregadores portugueses é que não estão para aí virados. mas deveriam.»»

    Eles devem estar a pensar: se o Rui Tavares ainda não aproveitou esta oportunidade é porque ela não é assim tão boa.

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  33. JoaoMiranda permalink*
    19 Março, 2008 17:27

    ««no meu artigo de hoje escrevo o seguinte a certa altura: “Um dos sofistas do mercado dir-lhes-ia, é claro, que a culpa é deles por terem “investido” no curso errado e também da Universidade deles por não ter extinguido o curso que provavelmente mais os motivou.”»»

    Diga-se que esta passagem do artigo de Rui tavares mostra a sua tentativa de fugir ao debate económico procurando classificar como sofista quem usa argumentos económicos para explicar porque é que existe desemprego de licenciados. Em alternativa, Rui Tavares não tem uma explicação económica para o fenómeno mas sim uma sentença de culpa que pressupõe a existência de uma classe especial de cidadãos que, qual funcionários públicos, têm a obrigação de empregar licenciados. Não é assim que o mercado funciona. O mercado funciona graças à inciativa privada, livre e sem obrigações públicas dos empresários. Um empresário tem tanta culpa de não empregar licenciados como o Rui Tavares. Ou seja, nenhuma. Ninguém tem obrigação de ser empresário, tal como ninguém tem obrigação de contratar licenciados. Sendo assim, o desemprego de licenciados não é culpa do mercado porque ninguém tem a obrigação de os contratar. O que se tem que perguntar é que mecanismos é que estão a gerar uma oferta que não tem procura. E uma coisa que se deve aprender em qualquer licenciatura é que num mercado a procura tem sempre razão. Quem cria oferta a contar com uma procura que não existe é que tem responsabilidades. A responsabilidade não é nunca de quem não sabe o que fazer com uma oferta que não pediu.

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  34. 19 Março, 2008 17:48

    “O mercado não se critica porque o mercado não é nenhum intelectual nem tem direcção central nem governo. Críticas teóricas como as que os Rui Tavares faz ao mercado são inúteis.” [JM]

    O mercado não se critica porque você inventou razões para não se criticar o mercado. Basicamente, é isso que você está a dizer. Criticar o mercado é como criticar uma supernova. Eu simplesmente não concordo: critiquei os empregadores portugueses, que têm rosto, e se essas críticas fossem inúteis o artigo nem provocava resposta. Como um artigo de um gajo a dizer que a supernova tem a obrigação moral de não se comportar daquela maneira não provoca resposta.

    “Eles devem estar a pensar: se o Rui Tavares ainda não aproveitou esta oportunidade é porque ela não é assim tão boa.”

    Mas eu estou a aproveitar a oportunidade. E funciona. E há mais gente a aproveitar a oportunidade, nomeadamente fora de Portugal, e funciona.

    Evidentemente, aproveitar licenciados para o subemprego também funciona. E de certo ponto de vista, funciona melhor. E em Portugal, por causa de várias razões que poderemos discutir, funciona melhor ainda. Por isso, se há coisa que eu deveria pretender do governo não é que redirija as universidades para os caprichos destes empregadores mas que encontre formas de o subemprego compensar um pouco menos por que isso ajudaria a melhorar a qualidade geral da vida na sua sociedade.

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  35. Nuspirit permalink
    19 Março, 2008 18:03

    A percepção geral é a de que temos empresários com falta de visão e arte para competir num mercado global. Na verdade, quando comparados com empresários espanhóis e de outros países europeus, os nossos deixam muito a desejar. Ou seja, a nossa classe empresarial poderia ser bem melhor (também poderia ser pior, já agora). Mas a questão é: poder-se-á fazer alguma coisa para que os nossos empresários se tornem melhores? Acho que sim. E, o primeiro passo para ela poder melhorar é justamente criticá-los. Até porque o trabalhador português é o melhor do mundo, como muito bem o atesta o Luxemburgo.

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  36. JoaoMiranda permalink*
    19 Março, 2008 18:07

    ««Eu simplesmente não concordo: critiquei os empregadores portugueses, que têm rosto,»»

    E que é que isso adianta. Os empregadores portugueses não trabalham para a nota artística. Aliás, não existe uma categoria de pessoas chamada “empregadores portugueses”. Qualquer português é um empregador em potencial. O Rui Tavares tem todas as habilitações para ser um empregador.

    ««Como um artigo de um gajo a dizer que a supernova tem a obrigação moral de não se comportar daquela maneira não provoca resposta.»»

    Excepto as respostas que procuram mostrar que criticar uma supernova é ridículo.

    ««Mas eu estou a aproveitar a oportunidade. E funciona. »

    Só não percebo porque é que ainda existem licenciados no desemprego. Terá o Rui Tavares concluido que afinal não tem como aproveitar mais licenciados desempregados? Que aconteceu? Descobriu que lhe faltam recursos para os aproveitar a todos? Será que isso indicia que existem desequilíbrios estruturais que impedem a utilização de todos os desempregados?

    ««Evidentemente, aproveitar licenciados para o subemprego também funciona. E de certo ponto de vista, funciona melhor. E em Portugal, por causa de várias razões que poderemos discutir, funciona melhor ainda. »»

    Funciona melhor aproveitar um licenciado para o subemprego do que num emprego a sério? Isso não indicia algo sobre desequilíbrios estruturais na economia?

    ««Por isso, se há coisa que eu deveria pretender do governo não é que redirija as universidades para os caprichos destes empregadores mas que encontre formas de o subemprego compensar um pouco menos por que isso ajudaria a melhorar a qualidade geral da vida na sua sociedade.»»

    Deixe ver se eu percebi: os licenciados ficariam melhor se os empregadores não os pudessem usar em tantas situações como aquelas que as usam agora. Os licenciados ficariam melhor se forem reduzidos os seus potenciais usos pelo empresários. Faz sentido. Será esta a versão não sofista da ciência económica?

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  37. 19 Março, 2008 18:27

    Aquilo que disse o Nuspirit. Tão simples. Talvez demasiado simples para o João Miranda.

    Há uma diferença enorme entre criticar a supernova e criticar o “mercado”.

    Dentro do mercado há pessoas, e criticar as pessoas é uma maneira moralmente aceitável de tentar influenciar o seu comportamento.

    As pessoas politicamente organizadas, numa comunidade, em associações, como eleitorado, ou através do governo, podem interferir efectivamente na estrutura do mercado. Não o podem fazer (ainda) na supernova. Portanto cooca-se a questão política legítima de se devemos interferir e como. Eu acho que há formas aceitáveis e vantajosas. O JM acha que não. A discussão é interessante. Mas o facto de haver discussão demonstra sem sobra para dúvidas que criticar o mercado não é ridídulo como criticar a supernova.

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  38. Minhoto permalink
    19 Março, 2008 18:55

    Eu penso que isto se resolvia com uma semanita de férias em OZ, com o João Miranda a partilhar a cela com o Adebisi e o Rui Tavares com o Schillinger!

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  39. JoaoMiranda permalink*
    19 Março, 2008 18:56

    ««Há uma diferença enorme entre criticar a supernova e criticar o “mercado”.

    Dentro do mercado há pessoas, e criticar as pessoas é uma maneira moralmente aceitável de tentar influenciar o seu comportamento.»»

    Influenciar o comportamento de determinadas pessoas em particular não influencia o mercado de forma significativo. No caso presente, não há hipótese nenhuma de os empregadores saberem menos que o Rui Tavares sobre a forma como utilizar os recursos à sua disposição. Pelo menos é o que diz a economia sofista. Suponho que a economia não sofista pressupõe que dos 10 milhões de portugueses, todos eles potenciais empregadores, o Rui Tavares é o único que sabe a melhor forma de usar recursos.

    ««As pessoas politicamente organizadas, numa comunidade, em associações, como eleitorado, ou através do governo, podem interferir efectivamente na estrutura do mercado. »»

    Pois podem. O que não conseguem é organizar-se de forma a aproveitar melhor os recursos existentes que os empreendedores.

    « Portanto cooca-se a questão política legítima de se devemos interferir e como.»»

    Não estou a ver onde está a legitimidade. Mas mais grave, não estou a ver porqu é necessária uma organização política quando o que o Rui tavares defende é que existem lá fora montes de licenciados desaproveitados. Não é necessária política nenhuma para os aproveitar. O que é necessário é que o Rui Tavares constitua empresas para os aproveitar.

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  40. Luis Moreira permalink
    19 Março, 2008 18:57

    Tudo o que você diz caro JM é que o mercado só por si não encaixa a oferta e a procura automaticamente e como tal, é preciso que alguem ajude, regulando!

    Como sempre o JM aqui escreveu, o trabalho é um bem que deve obedecer ás leis do mercado, e é assim que deve ser pago, utilizado e deitado fora quando não necessário.Ora, como muito bem você diz, os empresários não têm essa responsabilidade.Isto é, tambem não têm!

    E foi assim, que se chegou aos mecanismos sociais de apoio ao desemprego, quando se percebeu que pelas razões que você tão bem indica,o mercado atira para a miséria milhões de trabalhadores!

    O JM viu ontem aquela extraordinária reportagem “toda a verdade” – que só uma imprensa como a Americana produz- em que um filantropo montou um hospital de campanha para tratar alguns dos milhões de americanos que não têm cuidados mínimos de saúde? Viu aquela gente, mães,pais,avós a chorar, dizendo que trabalharam toda a vida e agora não têm onde morrer dignamente?

    É o mercado a funcionar livremente!

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  41. 19 Março, 2008 18:59

    Rui Tavares:
    “Dentro do mercado há pessoas, e criticar as pessoas é uma maneira moralmente aceitável de tentar influenciar o seu comportamento.”

    Porque não critica então os políticos que influenciaram o comportamento de Universidades e alunos???

    Exemplo: deve o Estado criar cursos de Engenharia Aeroespacial para depois o Rui Tavares criticar o comportamento de hipotéticos empresários que não investem no lançamento de foguetões?

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  42. JoaoMiranda permalink*
    19 Março, 2008 19:01

    ««Aquilo que disse o Nuspirit. Tão simples. Talvez demasiado simples para o João Miranda.»»

    Simples e errado. Por várias razões. Os empresários não são uma classe. A diferença entre Portugal e o Luxemburgo e a Espanha é essencialmente de intensidade do capital não é de qualidade dos empresários. Os empresários não recebem nota artística, logo estão mais preocupados em enriquecer do que nas críticas que o Rui Tavares lhes possa fazer. Se eles não reagem à possibilidade de lucro dificilmente vão reagir a críticas.

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  43. JoaoMiranda permalink*
    19 Março, 2008 19:02

    ««Tudo o que você diz caro JM é que o mercado só por si não encaixa a oferta e a procura automaticamente e como tal, é preciso que alguem ajude, regulando!»»

    Nope. O que eu defendo é que o mercado não absorve oferta artificial. Deve ser a oferta a adequar-se à procura e não o contrário.

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  44. 19 Março, 2008 19:08

    “Até porque o trabalhador português é o melhor do mundo, como muito bem o atesta o Luxemburgo.”

    Os trabalhadores no Luxemburgo são essencialmente licenciados, e são os melhores do mundo?

    A lógica simples, ou simplista, ao contrário dos ditados populares, nem sempre está certa.

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  45. Luis Moreira permalink
    19 Março, 2008 19:13

    Para quem tem de trabalhar todos os dias para sobreviver, é igual.Aparece a procura e a oferta vem depois.Muito depois!Nesse hiato há gente e as suas necessidades!E foi assim que se chegou ao Estado Social!

    Como vê JM a culpa é do mercado!

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  46. Anónimo permalink
    19 Março, 2008 19:27

    Curiosamente, os trabalhadores no Luxemburgo são (d)os mais bem pagos do mundo.
    Os trabalhadores portugueses licenciados ou não, são (d)os mais inteligentes do mundo pois é para lá que se dirigem.
    O mercado luxemburguês ao empregar os trabalhadores portugueses aceita que são excelentes trabalhadores.
    Parece-me simples e de acordo com as leis do mercado, que neste caso também não pode ser criticado.

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  47. 19 Março, 2008 19:31

    Luís Moreira:
    “Aparece a procura e a oferta vem depois. Muito depois! Nesse hiato há gente e as suas necessidades! E foi assim que se chegou ao Estado Social!”

    Chegou-se ao Estado Social porque – face ao rápido crescimento demográfico de meados do séc. XX – a classe política introduziu um esquema da pirâmide para melhor captar votos.

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  48. 19 Março, 2008 19:35

    Anónimo:
    “O mercado luxemburguês ao empregar os trabalhadores portugueses aceita que são excelentes trabalhadores. Parece-me simples e de acordo com as leis do mercado, que neste caso também não pode ser criticado.”

    No mercado luxemburguês o capital necessário para se aproveitar a excelência de trabalhadores portugueses) não é tão “maltratado” como em Portugal…

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  49. 19 Março, 2008 20:02

    “Não estou a ver onde está a legitimidade. Mas mais grave, não estou a ver porqu é necessária uma organização política quando o que o Rui tavares defende é que existem lá fora montes de licenciados desaproveitados. Não é necessária política nenhuma para os aproveitar. O que é necessário é que o Rui Tavares constitua empresas para os aproveitar.” JM

    O JM não vê a legitimidade de discutir onde pode a comunidade intervir ou não no mercado, apesar de admitir que essa intervenção existe e (do seu ponto de vista) é negativa. Como do ponto de vista de outro ela pode ser aceitável e positiva em certas situações (mas não noutras) a discussão entre ambas as posições é legítima.

    No quadro da posição B (é aceitável e por vezes positivo intervir no mercado) a organização política faz todo o sentido, como forma de tentar maximizar a qualidade de vida da comunidade, que é uma preocupação central em política.

    É necessário constituir empresas para aproveitar os recursos humanos desperdiçados? Claro que é. Precisamente esse é o fundo do argumento. E a comunidade politicamente organizada (o estado ou outras formas de organização) entram aí.

    Vamos supor que existe o recurso X, natural ou humano, cuja utilização a sociedade na sua maioria reputa de vantajoso a longo prazo. Mas ao mesmo tempo, há o recurso Y, mais fácil de utilizar mas pernicioso para a qualidade de vida geral da população, nomeadamente a longo prazo. É legítimo à organização política dificultar a utilização do recurso Y, através de meios legais ou fiscais ou até por pressão moral, ou por influência de comportamentos por exemplo, para favorecer a utilização do recurso X.

    Em X pode pôr: energia menos poluente. Em Y: energia mais poluente.
    Em X pode pôr: utilização de mão-de-obra qualificada em trabalho qualificado.
    Em Y pode pôr: utilização de mão-de-obra qualificada em trabalho desqualificado.

    Se a sociedade quiser favorecer X, o JM dirá “impossível”, depois dirá “ridículo”, depois dirá “vale de pouco”. Outros dirão: aha! Pouco é melhor do que nada. Ou dirão: é o que podemos fazer. Ou dirão: é correcto e desejável. Ou dirão: podemos fazer muito mais do que você julga. E eu acho que eles têm razão.

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  50. JoaoMiranda permalink*
    19 Março, 2008 20:25

    «««É necessário constituir empresas para aproveitar os recursos humanos desperdiçados? Claro que é. Precisamente esse é o fundo do argumento. E a comunidade politicamente organizada (o estado ou outras formas de organização) entram aí.»»

    Ah, já percebi. O Rui Tavares defende que só o Estado é que tem competência empresarial para aproveitar esses licenciados. Os empresários que andam por aí no mercado não o conseguiriam fazer, nem depois das críticas do Rui Tavares. Então, caro Rui Tavares o que é que vai fazer a comunidade políticamente organizada? Vai contratar licenciados em história e psicologia para funcionarios públicos, vai criar ocupações virtuais tipo Novas Oportunidade ou vai criar micro-empresas públicas especializadas em gestão de documentos?

    ««Vamos supor que existe o recurso X, natural ou humano, cuja utilização a sociedade na sua maioria reputa de vantajoso a longo prazo. »»

    Se a sociedade considera um recurso vantajoso podem acontecer duas coisas:

    – a sociedade está enganada, caso em que o seu aproveitamento seria um desperdício

    – a sociedade está certa, caso em que a própria sociedade não precisará do estado para usar esse recurso.

    ««Mas ao mesmo tempo, há o recurso Y, mais fácil de utilizar mas pernicioso para a qualidade de vida geral da população, nomeadamente a longo prazo.»»

    Se o recurso Y é pernicioso como é que pode ser utilizável? Repare que um recurso só é utilizável se puder ser mobilizado para produzir bens e serviços que a sociedade valoriza. Se não produzir esses bens e serviços, não é utilizável e ninguém o utilizará. O que me parece neste caso é que o Rui Tavares parece querer substituir-se à procura (isto é, à sociedade descentralizada) para decidir se o uso do recurso Y é ou não pernicioso.

    ««É legítimo à organização política dificultar a utilização do recurso Y, através de meios legais ou fiscais ou até por pressão moral, ou por influência de comportamentos por exemplo, para favorecer a utilização do recurso X.»»

    Não vejo onde está a legítimidade. Se o uso do recurso Y é legítimo, então não cabe à sociedade decidir se ele pode ser utilizado. Cabe a quem o utiliza decidir. Chama-se a isso liberdade.

    ««Se a sociedade quiser favorecer X»»

    Estranho. Como é que se chega ao conhecimento do querer da sociedade? Vamos confiar no juizo do Rui Tavares ou as decisões empresariais vão passar a ser decididas por maioria? Já agora, fiquei muito desapontado com o rumo da discussão. Afinal essa coisa de contratar licenciados só é economicamente lucrativa se o paizinho Estado proteger os empresários com as mesmas ideias empresariais que o Rui Tavares.

    ««, o JM dirá “impossível”, depois dirá “ridículo”, depois dirá “vale de pouco”. Outros dirão: aha! Pouco é melhor do que nada. Ou dirão: é o que podemos fazer. Ou dirão: é correcto e desejável. Ou dirão: podemos fazer muito mais do que você julga. E eu acho que eles têm razão.»»

    Mas então para que é que precisam da organização política? Porque é que não se organizam empresarialmente? Ah, porque temem a concorrência, é isso?

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  51. Anónimo permalink
    19 Março, 2008 20:43

    Pronto , pronto , não se zangem. Dei um telefonema ao Ministro do Trabalho e para a semana sai uma lei que obriga os empresários , todos , todinhos ,desde o vinhateiro ao construtor civil , a contratar 20% de licenciados para o seu quadro de pessoal. E se não houver agrónomos ou engenheiros civis , não faz mal , podem ser juristas , ou qualquer coisa assim.Contentes?

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  52. tina permalink
    19 Março, 2008 21:45

    Para a esquerda a culpa é sempre dos outros, preferivelmente dos ricos, dos empresários, dos capitalistas, dos fascistas, etc. E os nossos empresários são, preferivelmente, muito tacanhos e esbanjam o dinheiro todos em Mercedes e com a amnate. E os desempregados são todos uns coitadinhos, que não tem nenhuma culpa por ter ido estudar Relações Públicas e Humanísticas e outras coisas assim que é mais que sabido que não dão emprego a ninguém mas são fáceis e fica melhor do que ter um curso prático intermédio.

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  53. Osvaldo Lucas permalink
    19 Março, 2008 21:47

    Algo datado, mas…
    http://esquerda-republicana.blogspot.com/2007/05/h-licenciados-menos.html

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  54. a andar de mota permalink
    19 Março, 2008 21:49

    Tá boa.

    Isto uma pessoa lê cada uma… o que é preciso é andar de mota.

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  55. A.B. permalink
    19 Março, 2008 22:32

    Citação:

    Viu aquela gente, mães,pais,avós a chorar, dizendo que trabalharam toda a vida e agora não têm onde morrer dignamente?

    É o mercado a funcionar livremente!
    Luis Moreira

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  56. Luis Moreira permalink
    19 Março, 2008 22:55

    A.B

    E não tire conclusões apressadas, porque eu acredito honestamente, que a economia de mercado é a que melhor funciona.Não funciona é entregue, inteiramente, a si próprio!

    Precisa de bom senso que é uma coisa que só os humanos têm e mesmo assim nem todos!

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  57. 19 Março, 2008 23:29

    Esqueceu-se do principal… Principal porque é a verdadeira torneira: o numerus clausus. Por exemplo: se existem à volta de 1000 alunos a entrar em Direito só nas públicas, por ano, e são autorizados mais uns milhares(?) em privadas, é evidente que vai dar asneira. Mas isso tinha-se resolvido apertando com o numerus clasus à 10/15 anos atrás, não só em relação a Direito mas também em relação a outros cursos, particularmente os ligados ao Ensino e muitos outros “sem nome”, porque ou entretanto já deixaram de existir ou foram englobados noutros, cursos praticamente sem alunos e que nunca tiveram grandes perspectivas de saídas – mas estavam disponíveis e foram autorizados.

    Estaríamos a impossibilitar muitos alunos de frequentar a universidade? O problema passará mais por não existirem estabelecimentos de ensino intermédios viáveis… O problema é todos cursos que existem em politécnicos serem “ensino superior” e não um mero patamar intermédio, uma alternativa real entre sair do 12º, com conhecimentos gerais, e ir trabalhar ou ir para a universidade. Parece-me que os politécnicos seriam muito mais úteis como uma espécie de extensão de “secundários” mais profissionais, que praticamente já não existem em Portugal, exceptuando alguns privados.

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  58. portela menos 1 permalink
    19 Março, 2008 23:40

    (… ) última coisa que se deve fazer no blasfémias é blasfemar contra a imaculada concepção do mercado do João Miranda (…)

    Mas apesar de tudo…uma boa discussão.

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  59. 20 Março, 2008 00:18

    http://geracaode60.blogspot.com/2008/03/de-quem-culpa.html

    curiosamente, aqui nesta outra discussão não só conseguiram ler o texto como acabaram a chamar-me neoliberal (como elogio!). e foi produtivo.

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  60. Curiosamente permalink
    20 Março, 2008 01:08

    BZ Diz: ” No mercado luxemburguês o capital necessário para se aproveitar a excelência de trabalhadores portugueses) não é tão “maltratado” como em Portugal… ”

    Curiosamente, então a culpa só pode ser de quem tem o capital em seu poder, pois deixa-o ser maltratado.
    Ainda aproveitam a sua queixa, caro BZ, e fazem uma espécie de “Comissão de Defesa de Menores para o Capital Maltratado” para tomar medidas quando isso acontecer (maltratar o capital).

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  61. Curiosamente permalink
    20 Março, 2008 01:22

    Luís Moreira:
    “Aparece a procura e a oferta vem depois. Muito depois! Nesse hiato há gente e as suas necessidades! E foi assim que se chegou ao Estado Social!”

    BZ Diz:
    ” Chegou-se ao Estado Social porque – face ao rápido crescimento demográfico de meados do séc. XX – a classe política introduziu um esquema da pirâmide para melhor captar votos. ”

    Curiosamente, o sistema de pirâmide ou hierárquico, é característico da livre iniciativa e de uma sociedade “não comunista” por definição. Curiosamente, vemos um neo-liberal contra “sistemas de pirâmide”, querem acabar com os lucros, com as hierarquias, e com o mercado.

    O passo neo-liberal seguinte deve ser impor a baixa natalidade para parar com a Seg Social e outros “esquemas de pirâmide”.

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  62. zesim permalink
    20 Março, 2008 03:24

    Depois de ler esta discussão toda cheguei à conclusão que o autor não apresenta alternativas, critica por criticar, pelo prazer de argumentar, tal e qual os famosos velhos do Restelo. Não deixa de ter valor por isso, é um bom exercício mental e de escrita.
    Escreve a seguinte frase: “Para todos estes problemas existem soluções: mais responsabilidade individual, maior rigor no financiamento universitário, maior responsabilização das universidades pelas suas escolhas.”
    Mais responsabilização que o desemprego? É dificil.
    Financiamento Universitário? Não conheço.
    Escolhas das Universidades? Está relacionada com a anterior, as Universidades ganham por aluno por isso têm uma variedade tão grande de cursos, pós-graduações, mestrados e afins.

    Faltou só referir um pequeno pormenor. Os nossos empresários continuam tão bons como os que cá andavam de 1498 em diante. Só pensam na sua barriga e pouco na evolução do país. Basta ver como foram gastos a maior parte dos subsídios concedidos pelos governos do actual Presidente da República (nunca se venderam tantos jipes e iates nem se construiram tantas piscinas, como nesses anos de oásis) e, mesmo depois de tanto subsído mal gasto, ele foi eleito e é considerado como um dos bons primeiros ministros que tivemos após o 25 de Abril. Essa classificação faz-me lembrar uma frase, salvo erro do Mário Wilson, em que se dizia que qualquer treinador que fosse para o Benfica arriscava-se a ser campeão (quando o Benfica ganhava). A frase adaptada era que naquele período qualquer político que ganhasse as eleições se arriscava a ser um bom Primeiro Ministro.

    Se quiserem comparem com a evolução da Irlanda e com a que está a acontecer na Polónia.

    Quanto ao artigo do Rui Tavares concordo com o conceito de os licenciados terem, em princípio, uma maior ginática mental e estarem melhor preparados para se adaptarem a novas situações. O resto é um bocado discutível e daí esta tão grande e, na maior parte dos comentários, saudável discussão.

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  63. 20 Março, 2008 11:15

    http://nacionalistas.wordpress.com/
    Cumprimentos.

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  64. rxc permalink
    20 Março, 2008 11:40

    O JLS toca num ponto importantíssimo na entrada 58., que raramente é discutido neste país: um sistema de ensino com propostas de formação alternativas para diferentes níveis de qualificação (e acrescento eu sérias e realistas).
    Um dos problemas mais graves que actualmente existe resultou da extinção das antigas Escolas Comerciais e Industriais, que durante décadas formaram excelentes técnicos, tendo estas evoluído para os actuais Politécnicos. Estes deixaram de dar uma formação técnica sólida, absolutamente necessária para termos trabalhadores intermédios qualificados, e passaram a “armar-se” em Universidades. Ou seja, perderam-se boas escolas técnicas, que poderiam continuar a formar bons técnicos intermédios, e ganharam-se pseudo-Universidades (basta ver a investigação e produção científica, ou sua ausência, nesses tais Politécnicos), que formam não se sabe bem o quê. Como deixaram de haver alternativas intermédias, os jovens são “empurrados” para tirarem um curso superior, seja ele qual for.

    E em relação ao JM e à responsabilidade dos empresários (se é que eles existem na realidade, ou talvez apenas exista um conceito vago e difuso de “mercado”, aparentemente desligado do mundo concreto das pessoas que existem), acha que com metade deles tendo a 4ª classe, a culpa é apenas dos licenciados? Ou não se deverá acrescentar às razões por si acima apresentadas a mentalidade de merceeiro que a maioria deles apresenta? É que os nossos trabalhadores já demonstraram amiúde serem dos melhores do mundo, agora em relação aos empresários, os exemplos são preocupantemente escassos…

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  65. tina permalink
    20 Março, 2008 12:04

    “É que os nossos trabalhadores já demonstraram amiúde serem dos melhores do mundo, agora em relação aos empresários, os exemplos são preocupantemente escassos…”

    Este nunca teve ninguém a trabalhar para si. Deve ser um desempregado formado em letras ou qualquer coisa assim inútil.

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  66. Porque sim. permalink
    20 Março, 2008 13:11

    “O mercado não se critica porque o mercado não é nenhum intelectual nem tem direcção central nem governo”

    Tá boa!

    O mercado é uma ideia. É uma construção mental e, por isso, passível de ser rebatida, melhorada, retocada, anulada, o que vocês quiserem.

    É, digamos assim, como a beleza, um conceito sobre o qual cada um construiu a ideia que bem entendeu. Além disso, estas ideias / conceitos são temporais, isto é, podem mudar consoante o tempo (veja-se o caso da evolução do ideal de beleza ao longo do tempo). Só nalgumas cabeças mais doutas é que o mercado é assim, porque tem que ser e mais nada.

    O mercado, esse conceito inegável e supremo, deve ser mais imutável que a lei da gravidade. Penitencio-me pelo minha parda ignorância!

    Para algumas pessoas, pelos vistos, o mercado atingiu o estatuto dos deuses – é inquestionável. Portanto concluo, em jeito de provocação, que a teoria económica inerente ao mercado todo poderoso passou à esfera da religiosidade.
    Pronto, é preciso ter fé.

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  67. Anónimo permalink
    20 Março, 2008 14:53

    Rxc diz , falando dos empresários:
    )”, acha que com metade deles tendo a 4ª classe, a culpa é apenas dos licenciados? Ou não se deverá acrescentar às razões por si acima apresentadas a mentalidade de merceeiro que a maioria deles apresenta?”

    Então parece que a solução é simples , ou seja , os senhores lienciados que construam o seu proprio posto de trabalho e criem empresas ,através da sua suprema inteligência e capacidade excelente de iniciativa a par da sua mentalidade de melhorarem as condições gerais do país , em lugar de parecerem uns tótos à espera de conseguir um emprego para toda a vida sem outras responsabilidades que não seja apresentarem-se no posto de trabalho e receberem o salário.

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  68. tina permalink
    20 Março, 2008 20:30

    “os senhores lienciados que construam o seu proprio posto de trabalho e criem empresas ,através da sua suprema inteligência e capacidade excelente de iniciativa a par da sua mentalidade de melhorarem as condições gerais do país , em lugar de parecerem uns tótos à espera de conseguir um emprego para toda a vida sem outras responsabilidades que não seja apresentarem-se no posto de trabalho e receberem o salário.”

    Nem mais.

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  69. rxc permalink
    20 Março, 2008 21:31

    Foi exactamente isso que fizeram os meus patrões, ambos licenciados por instituições de ensino superior de referência a nível nacional e europeu nas áreas de engenharia. Mas convém dizer que não tiveram apoio nenhum, salvo o que lhes é dado pela sua persistência e capacidade empreendedora.

    Eu saí da Universidade há menos de 2 anos, onde me formei numa área produtiva (engenharia informática), pelo que é-me difícil começar a criar postos de trabalho nos próximos tempos. Um ano antes de acabar o curso já andava à procura de trabalho, e ainda hoje agradeço todos os dias a sorte que tive, pois vejo inúmeros jovens em bem pior situação e com um futuro nada promissor (há sempre a emigração claro).
    Tenho o privilégio de estar activamente envolvido num projecto inovador a nível mundial, com uma forte ligação à academia, sendo o cliente uma empresa do PSI-20. Dada a complexidade e inovação inerente ao projecto, é imprescindível que quem participa nele tenha uma formação de nível superior.Mas estamos a criar algo novo, que não existia previamente no nosso país (e que esperamos tenha um impacto positivo na vida das pessoas). Deixo ao critério da Tina a consideração sobre a inutilidade do que faço…

    Os vossos comentários revelam acima de tudo uma total incompreensão pelas mudanças que a globalização nos está a obrigar a fazer. Sabem os excelentíssimos que a estratégia de Lisboa, delineada no início do milénio, tem como objectivo fazer da Europa a economia baseada no conhecimento mais avançada do Mundo, reconhecendo assim, de forma inequívoca, a importância fulcral que uma formação académica de nível superior tem para que consigamos manter o nosso actual nível de vida? Acham que com o actual panorama empresarial português vamos conseguir aumentar o nosso nível de vida?

    E Tina, não sou formado em letras mas tenho vários familiares que o são e sei bem como precisamos de gente bem formada (e friso o bem formada), seja em que área for. Tenha tino e um pouco de respeito pelos demais.

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  70. Anónimo permalink
    21 Março, 2008 00:37

    Aí é que está Rxc:
    Você pensa que comidinha é nada, mas está enganadado. Serviços , que é o que você presta , sem feijões é caca. Não sobrevivo com informática ,mas sim com batatas. Economia assente em lérias só pode dar barraca.” Não comerá , quem não tiver onde plantar”, mais nada. Dito , que com esta coisa da crise dos mercados financeiros parece cada vez mais sério.
    E é assim , você dispõe de recursos que os tais da 4ª classe jamais dispuseram, a saber , os incentivos do IEPP à criação da propria emprego. Logo , você é empregado e não empresário, porque…nem quero dizer a resposta.

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  71. Anónimo permalink
    21 Março, 2008 00:44

    E se quer saber , a globalizaçao obriga a que cada ser humano saiba como se pode sustentar , ou seja, plantar batatas e construir uma cabana. Se não morar nos trópicos convém também saber tosquiar uma ovelha e fiar.

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  72. rxc permalink
    21 Março, 2008 12:45

    Ainda bem que a informática não serve para nada. Convido-o a prescindir dela durante uma semana (e de todos os serviços dependentes dela). Vai ver que terá muito tempo para cultivar o que quiser (isto se conseguir comprar seja o que for…).
    Por si, ainda seríamos todos membros das tribos sedentárias do Crescente Fértil não? É que felizmente o homem tem curiosidade, o que resulta numa busca incessante pelo conhecimento, que se foi traduzindo ao longo dos tempos num aumento exponencial da sua qualidade de vida (sendo que o lado trágico é que a grande maioria da população não pode ainda aceder a muitos desses avanços tecnológicos).
    É óbvio que a agricultura é a base de tudo e absolutamente vital, mas daí a achar que a informática não é útil porque não produz batatas vai um passo que eu prefiro não dar (até porque muitos dos avanços tecnológicos que permitem que inúmeras outras áreas se desenvolvam como o têm feito nas últimas décadas não seriam possíveis sem o advento da informática no cenário do pós-guerra).
    Isto já para não falar na Internet, que pode ser considerada uma revolução na transmissão do conhecimento comparável à imprensa mecânica de Gutenberg.

    E em relação à discussão de empresários, vamos ser sérios ok? Ou pretende defender que todo e qualquer licenciado deveria tornar-se, assim que sai da universidade, num empresário e abrir a sua própria empresa? Já ouviram falar do conceito de “especialização”, em que assenta a economia moderna certo? Cada um faz aquilo para o qual está mais motivado/preparado. E já deverá ter também ouvi falar de capital de risco (ver o Google por exemplo) e como ele praticamente não existe no nosso país certo?
    Eu por mim defendo uma classe empresarial moderna, qualificada, proactiva e corajosa (coisa que, repito, já se vem vendo em Portugal, mas não na quantidade desejável). O senhor parece estar satisfeito com a que tem…eu quero mais e melhor para o meu país.

    E para concluir, estou perfeitamente consciente do problema da alimentação e das nuvens negras que se vão formando no horizonte (vejamos o que se passa no Haiti, no México, na África subsariana, no Bangladesh, no deficit brutal que o WFP vai ter este ano, etc…), tendo já começado a amanhar o meu terreno. Bem sei que é pouco, mas ainda temos ali uma boa área para nos sustentar se for preciso, uma pessoa pode manejar tão bem o teclado como a enxada. As alfaces e as couves estão bem viçosas, valha-nos as chuvas destes últimos dias.

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  73. rxc permalink
    21 Março, 2008 13:01

    E Anónimo do 73., presumo que viva numa cabana, construída pelo senhor, cultive tudo o que come, tosquie as suas próprias ovelhas (deve ter uma forja para o ferro das tesouras suponho), fie e teça a lã (provavelmente num tear também construído por si) para o vestuário. Sendo assim, como consegue ter ligação à Internet e tempo para andar a vaguear pelos inúteis dos blogues? É que com essa ocupação toda, deveria andar de mãos ocupadas de sol a sol!

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  74. tina permalink
    21 Março, 2008 20:47

    O Rcx nunca será empresário na vida porque é daqueles que fala, fala, fala mesmo das coisas que não sabe. Boa sorte no seu empregozeco.

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  75. rxc permalink
    22 Março, 2008 01:38

    A Tina pode ser mais específica naquilo que diz ou vai continuar a espalhar a sua falta de argumentos e insultos pessoais nos seus comentários? Penso que nunca a insultei, pelo que não compreendo o modo como me trata. Posso não concordar com os seus pontos de vista, mas é fácil demais partir para o insulto, pelo que devíamos todos evitar seguir por esse caminho.

    A Tina, em quase todos os seus comentários, limita-se a escrevinhar umas poucas linhas com frases feitas e sem conteúdo nenhum. Faça um favor e traga algo de positivo à discussão, pode ser?

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