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Boicotes

25 Março, 2008

Acho estranho que se fale em boicotes impostos pelas autoridades nacionais aos Jogos Olímpicos. Esses boicotes seriam uma violação da liberdade individual dos atletas. Seria um péssimo sinal para as liberdades individuais e para a independência dos comités olímpicos se os estados europeus estivessem em condições de impor um boicote. Isso implicaria, por exemplo, a proibição de viajar para o estrangeiro ou a punição pela participação em eventos no estrangeiro. Não duvido que países como Cuba ou a Coreia do Norte estejam em condições de impor boicotes, mas a maior parte dos países europeus não está.

35 comentários leave one →
  1. Luis Moreira permalink
    25 Março, 2008 18:25

    Sem dúvida,é isso mesmo!Outra coisa seria se os Estados não tivessem escolhido a China!

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  2. Anónimo permalink
    25 Março, 2008 18:32

    Deixam de pagar as viagens e suspendem os subsídos às federaçoes e é quase como boicotar. Mas às tantas o governo chines pagava..eheh

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  3. 25 Março, 2008 18:45

    Bem observado

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  4. 25 Março, 2008 18:51

    «a maior parte dos países europeus não está»
    Não está nem nunca esteve.
    A não ser que isso fosse do interesse USA.
    Como no tempo da USSR no Afeganistão, com o boicote aos JO de Moscovo.
    Ora aos USA, interessa hoje tudo menos isso.
    Mesmo que hovesse um banho de sangue no Tibete.
    Businesses

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  5. 25 Março, 2008 18:53

    Tendo em conta que são os Estados a patrocinar a ida dos atletas, o post é nonsense. Para os atletas que não necessitem de patrocínio, o poder do Estado para impedir a ida é nulo.

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  6. 25 Março, 2008 18:55

    «Esses boicotes seriam uma violação da liberdade individual dos atletas.»

    Pois seria. Mas, desde quando é que o direito de participar em jogos olímpicos é um direito absoluto? E o que é que se sobrepõe: o direito a participar em jogos olímpicos ou a defesa dos direitos humanos?

    PS: segundo o que li a França estava a considerar o boicote à cerimónia de abertura e não aos jogos propriamente ditos – pelo que, a menos que também valore tão relevantemente o direito dos atletas de participarem na creimónia de abertura, é uma falsa questão.

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  7. 25 Março, 2008 18:57

    Já agora:

    Só ainda não percebi o que é que mudou desde que o Dalai Lama passou por cá – porque, nessa altura, toda a gente achou normal que o Estado português “não se metesse nisso”.

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  8. JoaoMiranda permalink*
    25 Março, 2008 19:06

    ««E o que é que se sobrepõe: o direito a participar em jogos olímpicos ou a defesa dos direitos humanos?»»

    Sobrepõe-se o direito de cada um decidir o que é que se deve sobrepor.

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  9. JoaoMiranda permalink*
    25 Março, 2008 19:08

    ««a menos que também valore tão relevantemente o direito dos atletas de participarem na creimónia de abertura»»

    A participação dos atletas na cerimónia de abertura deve ser uma escolha dos atletas.

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  10. balde-de-cal permalink
    25 Março, 2008 19:11

    em portugal há o pritibói e os seus bóis amestrados, vulgo comissários politicos e bufos. nacional-socialismo onde é tudo gamado … até a cruz dos contribuintes que trabalham para engordar o monstro
    2 milhões de pobres
    1/2 milhão de desempregados

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  11. Luis Moreira permalink
    25 Março, 2008 19:13

    Muito bem Sofia, o homem passou por cá e toda a gente achou que “não se passava nada”!

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  12. Luis Moreira permalink
    25 Março, 2008 19:17

    Escolhem a China e agora iam boicotar? Se a questão dos direitos humanos fosse para aqui chamada não tinham escolhido quem escolheram.

    Agora estas “peocupações” depois da decisão é pura conversa de embalar.

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  13. Pi-Erre permalink
    25 Março, 2008 19:25

    Direitos humanos?! Ó manos, isso é em Guantanamo!…

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  14. 25 Março, 2008 19:27

    Pelas mesnas razões, boicotariam os atletas chineses, norte-coreanos, cubanos, etc.
    Já agora, boicotariam os americanos enquanto não acabarem com Guantanamo.

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  15. 25 Março, 2008 19:29

    «E o que é que se sobrepõe: o direito a participar em jogos olímpicos ou a defesa dos direitos humanos?»»

    Sobrepõe-se o direito de cada um decidir o que é que se deve sobrepor.»

    Se o seu ponto de partida é o relativismo absoluto, não sei como é que hei-de discutir consigo.

    De qualquer modo, e os “direitos individuais” dos Estados que decidem (ou não) participar nos jogos olímpicos? Porque essa é uma decisão estadual. A dos atletas vem por acréscimo.

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  16. 25 Março, 2008 19:33

    «Já agora, boicotariam os americanos enquanto não acabarem com Guantanamo.»

    O boicote não é no sentido de excluir ninguém, que não os próprios. A lógica é a do “quam está mal, muda-se!”. Quem não está bem em cerimónias festivas com a China (como a cerimónia de abertura dos JO), não participa. Gostava tanto de não viver num país de lamber botas… enfim, isto ainda me passa com a idade.

    No entanto, Piscoiso, deixe-me dizer-lhe que o que se passa em Guantanamo é tão vergonhoso quando o que se passa na China – violações de direitos humanos são tudo e só isso, a geografia é dispensada.

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  17. JoaoMiranda permalink*
    25 Março, 2008 19:41

    ««Se o seu ponto de partida é o relativismo absoluto»»

    O meu ponto de partida é o direito de cada um a decidir se deve ou não ser relativista.

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  18. 25 Março, 2008 20:01

    SV: «E o que é que se sobrepõe: o direito a participar em jogos olímpicos ou a defesa dos direitos humanos?»

    JM: «Sobrepõe-se o direito de cada um decidir o que é que se deve sobrepor.»

    SV: «Se o seu ponto de partida é o relativismo absoluto, não sei como é que hei-de discutir consigo.»

    JM: «O meu ponto de partida é o direito de cada um a decidir se deve ou não ser relativista.»

    Eu dir-lhe-ia o seguinte:

    O JM tem de me reconhecer abertura de espírito suficiente para lhe reconhecer a si o direito de ser o mais empedernido relativista.

    O que lhe digo é que, se o seu ponto de partida é (consistentemente com aquele relativismo) que é duvidoso/subjectivo/discutível a sobreposição valorativa dos direitos humanos ao direito dos atletas participarem num certame internacional, então, não havendo acordo quanto aos pressupostos, não há discussão possível.

    Isso não tem nada a ver com o direito de cada um ser relativista.

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  19. 25 Março, 2008 20:11

    Para quê serem os Governos a boicotar? Será que alguém se interessa pelos jogos enquanto desporto? Isso não interessa nem aos chineses. A eles interessa-lhes sobretudo o sucesso económico e de publicidade da coisa. Se as pessoas querem lixar os gajos, como eu quero, o que há a fazer é simples.
    –>não por lá os pés para ver
    –>mudar de canal quando começarem a transmitir os jogos
    –>não comprar peluches, porta-chaves e essas treats relativas aos jogos (não é dificil porque as mascotes são horriveis)
    –>não comprar nada das empresas que patrocinam os jogos.

    Os atletas podem ir todos. Os melhores boicotes não são os decretados por governos mas os que partem dos cidadãos. Melhor do que não haver Jogos Olímpicos só mesmo o haver mas darem um prejuízo que não lembra ao diabo.

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  20. piscoiso permalink
    25 Março, 2008 20:19

    Eu não boicoto porque sou desportista.
    Aliás, para a maioria das pessoas, os Jogos não são na China, mas na TV.

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  21. Pi-Erre permalink
    25 Março, 2008 20:39

    “O meu ponto de partida é o direito de cada um a decidir se deve ou não ser relativista.”

    Pois o meu ponto de partida é o direito de cada um decidir se tem ou não o direito a decidir se deve ou não ser relativista.

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  22. JoaoMiranda permalink*
    25 Março, 2008 20:44

    ««Pois o meu ponto de partida é o direito de cada um decidir se tem ou não o direito a decidir se deve ou não ser relativista.»»

    Quais são os seus argumentos?

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  23. Gabriel Silva permalink*
    25 Março, 2008 21:01

    «Porque essa é uma decisão estadual.»

    não não é.
    O COI é uma associação privada. Os Comités Olimpicos são associações privadas (tal como a FIFA, a Uefa, a Federação portuguesa de futebol, etc.). Os estados nada tem a ver com quem vai ou deixa de ir aos JO. Os Estados não se fazem representar,mas sim as associações filiadas.

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  24. Anónimo permalink
    25 Março, 2008 21:08

    Porque é que estava bem proibir a participação dos atletas sulafricanos?

    Esqueceram-se das dezenas de anos em que isso aconteceu?

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  25. Anónimo permalink
    25 Março, 2008 21:13

    NOTA
    Não aguento mais: estatal refere-se ao Estado. Estadual refere-se a Estados Federados.

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  26. 25 Março, 2008 23:14

    “não não é.
    O COI é uma associação privada. Os Comités Olimpicos são associações privadas (tal como a FIFA, a Uefa, a Federação portuguesa de futebol, etc.). Os estados nada tem a ver com quem vai ou deixa de ir aos JO. Os Estados não se fazem representar,mas sim as associações filiadas.”

    Ah sim… então se o Estado português não subsidiar a participação de qualquer atleta português nos JO da China (e, mais uma vez, não é isso que está em causa – mas a participação na cerimónia inaugural), o comité olímpico patrocina. É isso? Porque se não patrocinar, a participação dos atletas nos JO é, com certeza (também), uma decisão estatal.

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  27. 25 Março, 2008 23:18

    “Não aguento mais: estatal refere-se ao Estado. Estadual refere-se a Estados Federados.”

    Relaxe. Se vir bem, usa-se o termo “estadual” não apenas para se referir a políticas de estados federados, mas a todas as políticas dos Estados, na medida em que constrangidos os poderes de soberania ou de decisão unilateral dos mesmos – por ex., situações não federais (veja a UE) e de cooperação internacional. Se atendermos a que os JO são um evento de Estados iguais entre si…

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  28. Gabriel Silva permalink*
    26 Março, 2008 00:00

    «Ah sim… então se o Estado português não subsidiar a participação de qualquer atleta português nos JO da China (e, mais uma vez, não é isso que está em causa – mas a participação na cerimónia inaugural), o comité olímpico patrocina. É isso? Porque se não patrocinar, a participação dos atletas nos JO é, com certeza (também), uma decisão estatal.»

    o CO é que estabelece critérios de selecção dos atletas. Aos seleccioná-los é responsável pelas condições financeiras em que os mesmos se deslocarão. Por isso, o COI arranja patrocínios (é, para quem não se tenha apercebido, um grande negócio), e a nível local os CO também encontram parceiros. O apoio financeiro do estado será mais um (era escusado, mas é assim). Tal apoio não transforma os atletas em representantes oficiais do estado, nem tal coisa existe ao nível dos jogos olímpicos, da fifa ou da uefa. Os atletas representam os seus CO, ou as suas federações (que recorde-se novamente são associaçoes privadas).

    «Se atendermos a que os JO são um evento de Estados iguais entre si…»

    pois atender-se-ia mal, pois nunca tal ocorre.
    Os JO nada tem a ver com os Estados, todas as suas regras, regulamentos e outros eteceras são fixados pelo COI e respectivas federações sectorais. Os atletas são seleccionados, escolhidos, aceites ou recusados pelo CO locais, não por cada estado.

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  29. 26 Março, 2008 00:25

    “Os JO nada tem a ver com os Estados, todas as suas regras, regulamentos e outros eteceras são fixados pelo COI e respectivas federações sectorais. Os atletas são seleccionados, escolhidos, aceites ou recusados pelo CO locais, não por cada estado.”

    Aguardo pela cerimónia inaugural ( nem preciso do hino das cerimónias de entrega das medalhas) para lhe chamar a atenção para as bandeiras e atletas as desfilarem com as cores do Estado de onde vêm, anunciados não nome do Estado de origem.

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  30. Gabriel Silva permalink*
    26 Março, 2008 00:37

    hino nas cerimónias e bandeirinhas a preceito, embora não obrigatórias, existem em qualquer competição: na formula 1, no campeonato de pesca desportiva, na patinagem artistica, na concurso mundial de circo do Mónaco, no campeonato da bisca…….

    poderia ser mais interessante se a Sofia encontrasse alguma determinação que levasse a poder-se encarar os atletas como representantes de determinados estados, e a respectiva competição, ao inves de se cingir a regras estabelecidas por organizações privadas, resultasse de uma qualquer convenção ou tratado internacional entre estados. Dava jeito.

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  31. 26 Março, 2008 01:35

    “resultasse de uma qualquer convenção ou tratado internacional entre estados. Dava jeito.”

    O dieito não é s´o legislado. Há outras fontes de direito. O COSTUME, por exemplo, é uma delas.

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  32. 26 Março, 2008 09:48

    ok, veja-se então o costume e indique-se onde está algum indicio, prática consuetodinária ou qualquer outro ponto que permita indicar que as provas e as competições olimpicas não sejam da exclusiva responsabilidade das associações e federações agregadas ao COI. Ou que os atletas não sejam selecionados, avaliados, sancioados e/ou premiados por outra entidade que não o COI, pessoa colectiva de direito privado com sede na Confederação Helvética.

    Dou desde já uma primeira achega, retirada do site do COI, referente a «Organization of Olympic Games»:

    «The Olympic Games are competitions between athletes in individual or team events and not between countries. They bring together athletes designated by their respective National Olympic Committees (NOCs) and whose entries have been accepted by the International Olympic Committee (IOC). They compete under the technical direction of the International Sports Federations (IFs) concerned.»

    Isto também é capaz de interessar:

    «The IOC is an international non-governmental non-profit organisation and the creator of the Olympic Movement. The IOC exists to serve as an umbrella organisation of the Olympic Movement. It owns all rights to the Olympic symbols, flag, motto, anthem and Olympic Games. Its primary responsibility is to supervise the organisation of the summer and winter Olympic Games.»

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  33. Anónimo permalink
    27 Março, 2008 11:22

    Gabriel Silva Diz:
    26 Março, 2008 às 12:00 am

    Tirando o salário mensal que os atletas recebem do estado, a partir do momento que estabelecem os mínimos para participarem, o CO é quem paga tudo! Não me faça rir!

    Tirando os desportos colectivos, o CO não selecciona ninguém. O atleta estabelece os minimos e fica automaticamente convocado.

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  34. Gabriel Silva permalink*
    27 Março, 2008 12:40

    «Tirando os desportos colectivos, o CO não selecciona ninguém. O atleta estabelece os minimos e fica automaticamente convocado.»

    Da Carta Olímpica:

    «2. NOCs’ tasks:
    The NOCs perform the following tasks:
    2.1 They constitute, organise and lead their respective delegations at the Olympic Games and at the regional, continental or world multi-sports competitions patronised by the IOC. They decide upon the entry of athletes proposed by their respective
    national federations
    . Such selection shall be based not only on the sports performance of an athlete but also on his ability to serve as an example to the sporting youth of his country.»

    «10. The number of entries for each sport is established by the IOC Executive Board following consultation with the relevant IFs two years before the Olympic Games concerned.
    11. The number of entries in the individual events shall not exceed that provided for in the World Championships and shall, in no event, exceed three per country.»

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