No meu tempo era mais simples, mas sabíamos a tabuada.
12 Maio, 2008
“Na escola desejável, alunos e professores encontram no seu quotidiano um fio condutor apelativo e comum, que é o de aprender e ensinar competências, num cenário estruturante e holístico onde ser pessoa é ser tolerante, flexível, crítico, e é, também, ser capaz de desempenhos ajustados à exigência de uma sociedade global multidiferenciada, que apela a saberes mobilizáveis, conhecimentos reais e instrumentais, muito para lá da simples informação trazida pelos conteúdos, em si mesmos redutores e simplistas.”
Miriam Rodrigues Aço, Professora Titular, hoje no Público.
42 comentários
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A senhora fala muito bem…
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Esta “Miriam Aço” é tão complicada no nome, como nas palavras.
Há a Rainha da Sucata.
A Miriam é a Rainha do Eduquês! Não há como nos livrarmos desta gente.
Mas, as Miriam também não se livram de nós e da voragem da Globalização.
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enquanto não acabarem com as escolas superiores de educação e as taradase tarados que por lá andam, vamos continuar a produzir gerações de “underperformers” (com anglicismo e tudo). P.Q.P.
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LOL … Estes textos lembram-me sempre um livro que li do prémio nobel da física o Feynman que uma vez fez parte de uma comissão de avaliação de livros escolares nos Estados Unidos.
O livro chama-se “Deve estar a brincar Sr. Feynman” e deveria ser leitura obrigatória no Ministério da Educação …
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Só falta falar de outros chavões típicos do “eduquês”: o “paradigma ecológico” da escola (leia-se, meio social envolvente), “aprender a sorrir” e “evoluir na gestão da aprendizagem” (entre outras expressões típicas de um nominalismo vazio e pomposo).
Claro que isso da tabuada, ler e escrever, ter alguns conhecimentos básicos da realidade da vida, capaciade de trabalho e de concentração são coisas atávicas que já não se usam! (Com os resultados que conhecemos…)
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O piorzinho é se mandam dividir as orações da frase.
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Hoje em dia um bom aluno também é estimulado a saber a tabuada. O meu filho anda no 2º ano e a professora farta-se de lhe ensinar a tabuada, e estimula-o a sabê-la na ponta da língua. Não pense o jcd que as realidades mudaram assim tanto. Hoje continua a haver boas escolas com boas professoras que ensinam bem a tabuada aos alunos.
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A senhora apanhou-lhe o jeito. Vai longe. A imbecilidade compensa.
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Citação da mesma autora
Ser professor é também, pois, aqui, neste tempo em movimento, procurar o chão teórico onde assentem os nossos pés e que pode vir na forma de uma pedagogia diferenciadora, garantida na promoção das interacções e na qualidade dos processos e mesmo dos produtos; mas que, por mais que nos sirva de fundamento, nos dá também a consciência de que, neste gesto quotidiano de ensinar, não há receitas, nem absolutos, e que só nos resta mesmo caminhar em busca de gestos renovados, conscientes de qualquer taxonomia, qualquer paradigma pedagógico, nos tranquiliza o espírito por instantes, anos até, talvez, mas não nos retira esta necessidade de procura, esta assumpção renovada de que é no olhar crítico e disponível que criamos as condições para deixar entrar em nós o desejo permanente de inovar.
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Ou esta:
Afinal, o que a Pedagogia do Afecto pretende é levar o sujeito/professor a uma compreensão de si próprio de um modo globalizante e à aceitação pessoal do ser e do dever ser como critérios paritários da existência, podendo constituir um momento formativo essencial na descoberta de uma interioridade renovada, que possibilite ao professor um perfil em permanente acomodação, face às exigências de uma cada vez maior autenticidade e disponibilidade psico-afectiva, que lhe permitirá saber gerir e aceitar as diferentes interacções afectivas e emocionais e tomar ao mesmo tempo consciência do modo como os sentimentos e as emoções determinam as opções, as escolhas e as construções, no domínio das praxis intelectual ou atitudinal, no seu quotidiano profissional.
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E ninguém vomita? É esta linguagem que está a destruir as escolas por dentro. Não é só esta. É também o gestionês e o sociologês e outros idiolectos de gente que incapaz de pensar seja o que for debita uma miscelânea de palavras, acreditando que o facto de aparecerem organizadas em frases essas palavras significam alguma coisa. Mas não percamos a esperança: a coisa vai piorar ainda muito mais.
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Rodrigues Aço? Será familia do Ferro Rodrigues?
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Quem consegue falar num código tão estranho á sociedade já há muito deixou de vê-la e entendê-la.
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Hoje em dia um bom aluno também é estimulado a saber a tabuada. O meu filho anda no 2º ano e a professora farta-se de lhe ensinar a tabuada, e estimula-o a sabê-la na ponta da língua
A professora do meu filho também lhe pergunta a tabuada.
Mas confere as respostas pela máquina de calcular.
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Mas querem apostar comigo que lendo esta senhora muitos professores se revem nela?
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A Miriam diz coisas, mas será que as compreende?
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Piscoiso:
Tente lá dividir esta oração:
“O piorzinho é se mandam dividir as orações da frase.”
~PS: Supondo que será o verdadeiro Piscoiso e não o avatar que por aqui aparece, num exercício humorístico escusado.
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O segredo destas coisas, reside neste conceito, de um autor conhecido: a inteligência e a imbecilidade andam muito próximas uma da outra. Por vezes, trocam de lugar.
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A Miriam, por causa disso, anda confusa.
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Vejam lá se não faz sentido:
“Na empresa desejável, todos os colaboradores encontram no seu quotidiano um fio condutor apelativo e comum, que é o de aprender e ensinar competências, num cenário estruturante e holístico onde ser pessoa é ser tolerante, flexível, crítico, e é, também, ser capaz de desempenhos ajustados à exigência de uma sociedade global multidiferenciada, que apela a saberes mobilizáveis, conhecimentos reais e instrumentais, muito para lá da simples informação trazida pelos conteúdos, em si mesmos redutores e simplistas.”
ou ainda:
“No clube de futebol desejável, direcção, técnicos e jogadores encontram no seu quotidiano um fio condutor apelativo e comum, que é o de aprender e ensinar competências, num cenário estruturante e holístico onde ser pessoa é ser tolerante, flexível, crítico, e é, também, ser capaz de desempenhos ajustados à exigência de uma sociedade global multidiferenciada, que apela a saberes mobilizáveis, conhecimentos reais e instrumentais, muito para lá da simples informação trazida pelos conteúdos, em si mesmos redutores e simplistas.”
Este discurso é, como se constata, de “largo espectro”, “útil” e “instrutivo”.
O problema é que esta respeitável senhora, que tão bem domina as “ciências ocultas” é professora titular! Estará este “excesso de erudição” correlacionado com a posição da nossa escola na UE?
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“Mas querem apostar comigo que lendo esta senhora muitos professores se revem nela?”
Não sei. Espero que muito poucos. Mas sem dúvida que o texto poderia ser usado para testar o estado de saúde mental da “comunidade educativa” (deliciosa expressão). Quem for capaz de o ler sem desatar a rir precisa de apoio psiquiátrico urgente. Para quem for capaz de escrever um texto semelhante já não há nada a fazer, até porque essa pessoa já deverá estar nos altos quadros do ministério ou de uma escola de educação, traçando objectivos e normas para avaliar professores.
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Estes textos estão tão bem elaborados que mesmo trocando os termos o sentido pouco se altera.
Na escola desejável, alunos e professores encontram no seu quotidiano uma sociedade global multidiferenciada pelos conteúdos, onde ser pessoa é ser tolerante, flexível, crítico, e é, também, ser capaz de aprender e ensinar conhecimentos reais e instrumentais, muito para lá da simples informação trazida por um fio condutor apelativo e comum, em si mesmos redutores e simplistas de competências e desempenhos ajustados à exigência ,que é o que apela a saberes mobilizáveis, num cenário estruturante e holístico.
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Acho indecente que haja tão poucas vozes a apoiar tão douta professora. Mas vai uma apostinha que, para lá deste discurso, ela tem uma prática das mais empedernidamente burocráticas?
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Caro José,
Não sou professor, nem seu aluno.
Nem tenho a presunção de catalogar comentadores em inteligentes ou imbecis.
Quando uma frase é construida por 76 palavras (citada no post), só pode ser considerada incontinência verbal.
Há quem lhe chame diarreia.
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Vocês são especialistas na arte de mal dizer, caramba. Um texto tão lindo!
Se calhar a senhora até é professora de filosofia!
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~”Quando uma frase é construida por 76 palavras (citada no post), só pode ser considerada incontinência verbal.”
Piscoiso,
Olhe que foi por essas e por outras que o saramago ganhou o nobel.
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Lololinhazinha
Lembrei-me de si. Na próxima sexta-feira arranjo-lhe um quiz.
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“Aldrabo,logo…ensino.” Lema do “ensino” oficial portuga dos últimos 30 anos – mais coisa ,menos coisa.
Vivó Regime!
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jcd,
Vou cobrar isso. Sou tarada por quiz!
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Mas que imbecilidade… LOL
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Safa!… Com textos destes prefiro ler o Alcorão.
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Pi-Erre,
Mas sabe que o corão até se lê muito bem. E tem partes (acho que a palavra certa é suras) bastante divertidas para quem não tem que viver de acordo com o que está lá escrito. Pena não haverem boas traduções para português de portugal do corão.
É… já li pior.
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E ainda nos perguntamos o porquê do atraso(endémico)da paróquia…
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Ai que isto remete-nos para EPC ou, numa de alpinismo metafisico, mesmo Manuel Machado …
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Para Lololinhazinha (32)
Sobre o nome do livro sagrado do Islão, diz o linguista José Pedro Machado: “Alcorão e não Corão, porque a palavra «Alcorão» entrou e fixou-sena língua portuguesa, à semelhança das palavras «Algarve», «Alcântara», etc.».
Sobre traduções. Tenho uma do mesmo José Pedro Machado, feita directamente do Árabe. A minha edição, a 2.ª, de 1980, custou 500$00 por volta de 82. Para completar a informação, a obra foi editada pela Junta de Investigações Científicas do Ultramar.
A tradução não sei se é boa, mas foi validada com um prefácio de Suleiman Vali Mamede e o tradutor é um linguista sério. Pronto, acabou-se a informação.
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Sobre o texto e a adesão dos professores a ele, posso acrescentar que em todas as escolas parece existir um pequeníssimo grupo de iniciados na coisa. Por norma, são olhados com desconfiança pelos outros professores que vêem neles, não sem razão e como Pedro Braz Teixeira nota, uns autênticos burocratas. Sobre a qualidade das aulas deles, enfim… Há imensas narrativas que circulam pelo bas-fond educativo. Felizmente nunca assisti aulas dessa gente.
Já agora, os iniciados, que se apresentam como titulares vão ser os grandes timoneiros que conduzirão, escola a escola, a magnífica reforma da insigne ministra da educação – aquela que despertou tantos calores e aprovações em certos rostos mais liberais. Portanto, habituem-se, a escola é desses senhores e com o apoio de muita gente que agora se revolta contra este tipo de «língua de pau». Aqueles professores que se opuserem tenazmente contra este tipo de coisas vão ser postos a milhas, ou já foram postos no concurso de profs. titulares, também largamente aplaudido. Já agora, a avaliação de profs é para pôr todos como esta senhora. Não acreditam? Esperam uns meses… É a vida, como dizia o Eng.º Guterres.
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O texto é erudito, incompreensivel.. bom… mau, conforme os gosto. Mas esclarecam-me por favor. Não tem erros de concordancia?
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É incompreensível e literariamente abaixo de mau. Parece-me tudo menos erudito. Assenta exclusivamente no uso de um vocabulário oco, que enquadra este tipo de redacções numa escrita automática de muito mau gosto.
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“muito para lá da simples informação trazida pelos conteúdos, em si mesmos redutores e simplistas”
Está tudo dito. Pode-se fazer tudo menos ensinar a matéria, porque isso é redutor e simplista. E não é apelativo. Os meninos maçam-se se lhe dermos a materia, em vez de fazermos essas coisas que essa minha colega titular sugere.
A unica coisa que lhe posso dizer, é que ainda é pior do que o JCD pensa que é. Basta pegar em 2 documentos: o estatuto do aluno e o curriculo nacional do ensino básico, e verificará que os 2 estão escritos nessa mesma linguagem redonda, pouco objectiva e vazia.
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A senhora professora titular Miriam d’Aço é um exemplo acabado das ESE. Para mim como docente, só tenho uma frase para dizer a essa colega. Faça o favor de estar calada!!!
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Tenho um filho no 11º ano, na àrea das ciências e tecnologias.
Por vezes tento ajudá-lo na disciplina de Português e tenho muita dificuldade pois o manual também utiliza este tipo de linguagem encriptada e é quase impossível de decifrar. Por vezes não se entende bem que conhecimentos é que aí se pretende transmitir, a matéria é confusa e as perguntas são incompreensíveis. Isto já para não falar de algumas das novas regras gramaticais ou “funcionamento da língua”, muitas também incompreensíveis e de utilidade nula.
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Isto são textos feministas. A autora é também feminista e querem agora por esta linguaguem nas escolas pra ficar tudo às aranhas.
Miriam Rodrigues Aço — “Quatro Gerações de Diáspora no Feminino: Matrizes Identitárias e Estórias de Vida”
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