Saltar para o conteúdo

Portugal e as energias renováveis

18 Junho, 2008

O Estado português tem vindo a assumir-se como empresa de capital de risco dedicada a novas energias. Tem apostado nas eólicas, na energia solar fotovoltaica, na energia das ondas, nos biocombustíveis e na microgeração. Digo que o Estado se tem comportado como empresa de capital de risco porque algumas destas tecnologias acabarão por se revelar inviáveis e serão suplantadas por aquelas em que as verdadeiras empresas de capital de risco estão a apostar.

Vejamos o que está a acontecer:

Energia eólica – É a menos má de todas as apostas. Não sendo competitiva, está próxima da competitividade. O consumidor está a subsidiar as eólicas e com elas as fábricas de equipamentos que o governo tem vindo a associar aos projectos de eólicas. Na melhor das hipóteses, esta estratégia coloca Portugal numa posição secundária da cadeia de valor sem qualquer controlo sobre a inovação. Na pior, transforma Portugal e os consumidores portugueses em compradores e financiadores da inovação feita noutros países. Note-se que isto não seria grave se os portugueses não estivessem a comprar a energia eólica a preços acima dos preços de mercado.

Energia solar fotovoltáica – Portugal tem uma das maiores centrais solares da Europa. A energia é altamente subsidiada e a tecnologia é importada. A tecnologia usada não tem nada de especial e estará obsoleta dentro de 10 anos. Dentro de 10 anos sairá muito mais barato fazer uma central idêntica. Mais interessante, a energia solar térmica que tem um custo mais baixo que a energia solar fotovoltáica, mas tem sido ignorada. A solar térmica é a energia em que as empresas privadas americanas mais estão interessadas em apostar. Quanto ao futuro, o dinheiro a ganhar está no desenvolvimento de células fotovoltaicas mais eficientes. Para entrar nessa área não é preciso derreter dinheiro em centrais solares gigantescas.

Energia das ondas – Existem no mundo 3 ou 4 abordagens à energia das ondas. Estão todas em fase  experimental e nenhuma tem, para já, viabilidade económica. Ninguém sabe qual das abordagens acabará por dominar o mercado. Se é que alguma. Portugal tem vindo a financiar o Pelamis. O mesmo é dizer que tem vindo a financiar os projectos de investigação de uma empresa estrangeira. Em troca de quê? Não percebo. O Pelamis é o típico projecto de capital de risco. Tanto pode ser bem-sucedido e ter um retorno colossal como pode acabar no lixo.

Bicombustíveis – Portugal está a apostar nos biocombustíveis tradicionais (etanol e biodiesel). Estes biocombustíveis estão a ser subsidiados. De outra forma não seriam competitivos. Não se trata de subsídios à investigação e desenvolvimento. Não há muito para investigar na área dos biocombustíveis tradicionais. As empresas de capital de risco americanas estão a apostar noutras coisas. No etanol celulósico e no petróleo verde. Quem é que acham que está a fazer a melhor aposta?

Microgeração – A micogeração é subsidiada e tem problemas de reestruturação de rede. Duas despesas sem ganho à vista. Curiosamente, o Estado subsidia a microgeração dos privados, mas os edifícios publicos não têm paineis solares.

71 comentários leave one →
  1. 18 Junho, 2008 12:43

    Quanto nos custa a dependência energética relativamente ao petróleo? Todos sabemos quanto nos passou a custar mais nos últimos quatro anos.

    Diz que subsidiamos as renováveis. Certo. Mas os também estamos a “subsidiar” o petróleo, nomeadamente pelo constante aumento do seu preço. O efeito é o mesmo, que é pagarmos mais pela energia.

    Claro que há investimentos e investimentos. Aqueles em que Portugal aposta não tenho a certeza que sejam os melhores. Nesse aspecto lamento que as decisões pareçam tomadas num tom de convicção pessoal, em vez de o serem como resultado de investigação.

    Gostar

  2. JoaoMiranda permalink*
    18 Junho, 2008 12:46

    ««Quanto nos custa a dependência energética relativamente ao petróleo?»»

    Se as energias alternativas fossem competitivas em relação aos fósseis não precisariam de subsídios.

    Gostar

  3. JoaoMiranda permalink*
    18 Junho, 2008 12:47

    ««Mas os também estamos a “subsidiar” o petróleo, nomeadamente pelo constante aumento do seu preço.»»

    O petróleo está a ser comprado a preços de mercado.

    Gostar

  4. Anónimo permalink
    18 Junho, 2008 12:51

    Também está a apostar no petrolex permitindo a exploraçao dos furos no alentejo, ao largo de Peniche.

    É estamos a apostar nas renováveis porque somos estupidos. Somos nóse o resto do planeta, mas enfim. Haja pachorra.

    Gostar

  5. 18 Junho, 2008 12:53

    Talvez não me tenha explicado bem. A questão é que não ter fontes energéticas alternativas tem um preço. Para mim como consumidor, qual é a diferença se pago, suponhamos, 20 cêntimos de subsídio para 1KJ de energia renováveis ou esse mesmo valor por petróleo mais caro?

    Gostar

  6. Anónimo permalink
    18 Junho, 2008 12:53

    E além disso o estado também é accionista da galp que por sua vez explora também poços de petroleo em Angola e Brasil.

    Gostar

  7. 18 Junho, 2008 12:56

    Há um valor no mandar os porcos dos emires de volta para o deserto de onde saíram que não é desprezável, explicando:
    A análise pode estar certa como pode estar errada, dependendo da validade dos pressupostos que assumes. É verdade que o petróleo está a ser comprado a preços de mercado mas não são as nações que o compram, isto é, existe um valor no agregado dos agentes nacionais que não é tomado em conta na aquisição do petróleo por parte de cada um dos agentes. Se colocares no valor do petróleo um seguro do estado para uma guerra futura, se calhar a “competitividade” de algumas dessas apostas já não é tão má como afirmas e, aí, já faz sentido que o estado a esteja a subsidiar uma vez que é ele que está a suportar hoje o risco da guerra e, logo, está a mitigá-lo.

    Gostar

  8. O Silva permalink
    18 Junho, 2008 12:58

    As energias alternativas não são competitivas, porque existe o interesse economico do petroleo e companhia, que não as deixam avançar e evoluir… esse “filão” está a espera de ser explorado pelos investidores do petroleo, quando este começar a escassear!
    O interesse é sempre o de fazer dinheiro custe a quem custar… depois ve-se, pois com dinheiro no bolso, ate se consegue contornar o aquecimento global, nem que para isso se construa um mega frigorifico 😮 , obra que vai contunuar a alimentar o ciclo….

    Gostar

  9. anti-comuna permalink
    18 Junho, 2008 13:02

    Curiosamente, a potencial energia mais barata e renovável, a geotérmica, é desprezada pelo Estado. Porque será? 😉

    Gostar

  10. anti-comuna permalink
    18 Junho, 2008 13:04

    O Tonibler tem razão. Mas só até determinado ponto. O portefólio de risco deve ser bem gerido mas cabia ao Estado obrigar o produtor a ter um mix de risco (leia-de se produções) e não o Estado a escolher as que julga as mais promissoras.

    Claro que encarece os custos mas protege-nos dos riscos de corte abrupto de um dado produto energético.

    Gostar

  11. Luís Lavoura permalink
    18 Junho, 2008 13:04

    O João Miranda tem imensa razão na maior parte destas críticas. Infelizmente, o facto permanece de que, tanto quanto se saiba, não há empresas de capital de risco a financiar projetos em Portugal. Ou seja, o Estado atua como uma empresa de capital de risco em boa parte para colmatar uma inexistência do mercado. Um português que tenha uma ideia qualquer para um projeto científico ou empresarial e queira financiar esse projeto, vê-se à rasca para arranjar o capital necessário.

    Gostar

  12. JoaoMiranda permalink*
    18 Junho, 2008 13:04

    Tonibler,

    Em caso de guerra, qual é a utilidade da central de Moura, do Pelamis ou dos biocombustíveis feitos a partir de comida?

    Gostar

  13. 18 Junho, 2008 13:07

    Porque é considerada a energia geotérmica como renovável? O núcleo do planeta depois de arrefecer volta por acaso a aquecer? Creio que esta energia é apenas mais uma forma de energia que se extrai de entre os finitos recursos do planeta.

    Gostar

  14. anti-comuna permalink
    18 Junho, 2008 13:08

    “O interesse é sempre o de fazer dinheiro custe a quem custar… depois ve-se, pois com dinheiro no bolso, ate se consegue contornar o aquecimento global,”

    Que aquecimento global? Na última década tivemos uma queda nas temperaturas. E este ano tivemos a Primavera mais fria desde há dezenas de anos!

    Vai um bagacinho? 😉

    Gostar

  15. anti-comuna permalink
    18 Junho, 2008 13:09

    “Porque é considerada a energia geotérmica como renovável? O núcleo do planeta depois de arrefecer volta por acaso a aquecer? Creio que esta energia é apenas mais uma forma de energia que se extrai de entre os finitos recursos do planeta.”

    O núcleo do planeta vai arrefecer quando? ahhahahhah

    Gostar

  16. 18 Junho, 2008 13:10

    Miranda,

    Guerra é apenas um exemplo de um factor de carácter nacional que não é levado em conta num mercado onde o estado não intervém. E repara que não disse que a tua análise está errada, só disse que há um valor nessas formas de geração que não referiste no post.

    Gostar

  17. 18 Junho, 2008 13:10

    Quanta energia planeia gastar anti-comuna?

    Gostar

  18. anti-comuna permalink
    18 Junho, 2008 13:15

    “Quanta energia planeia gastar anti-comuna?”

    O que é que isso tem a ver com o arrefecimento do núcleo do planeta?

    Quando não se sabe, calamo-nos. Ou pedimos desculpa pelo erro.

    Tá desculpado. ehehehehehehe

    Gostar

  19. anti-comuna permalink
    18 Junho, 2008 13:18

    “Um português que tenha uma ideia qualquer para um projeto científico ou empresarial e queira financiar esse projeto, vê-se à rasca para arranjar o capital necessário.”

    E continua a ter os mesmos problemas. Exceptos interesses obscuros que parasitam o Estado.

    Tou certo ou tou errado?

    Quer um exemplo mesquinho mas que mostra que isto é um grande negócio que envolve muitas suspeitas de corrupção? Porquê que as quotas do biodiesel estão esgotadas?

    Gostar

  20. 18 Junho, 2008 13:20

    Como creio que não ofendi alguém, não vejo necessidade em pedir desculpas 😉 De resto, a pergunta não está respondida (Porque é considerada a energia geotérmica como renovável?), em particular no contexto renovável=algo que se renova depois de gasto (a energia).

    Gostar

  21. anti-comuna permalink
    18 Junho, 2008 13:22

    “De resto, a pergunta não está respondida (Porque é considerada a energia geotérmica como renovável?),”

    Porque aproveita a energia natural contida no interior do planeta. E tem custos baixos de manutenção e poucos resíduos poluidores.

    Chega-lhe ou quer mais? ehhehehehehh

    Gostar

  22. anti-comuna permalink
    18 Junho, 2008 13:27

    O método mais uso e cada vez mais promissor é este:

    Só que, mais tarde ou mais cedo, acabarão por usar-se gases em vez de água.

    Tou certo ou tou errado? 😉

    PM Aquilo que sai das chaminés é vapor, não fumo. 😉

    Gostar

  23. 18 Junho, 2008 13:28

    bom, não conhecia a distinção entre energias naturais e artificiais 🙂

    nada a dizer sobre “E tem custos baixos de manutenção e poucos resíduos poluidores.” mas isto continua sem explicar o porquê do adjectivo “renovável”.

    Gostar

  24. Anónimo permalink
    18 Junho, 2008 13:30

    Se a energia geotermica fosse retirada do nucleo do planeta… xiça que iam fundo.

    Gostar

  25. anti-comuna permalink
    18 Junho, 2008 13:31

    Pois. Isso tem que perguntar aos técnicos. Eu sou apenas um mero observador deste tipo de tecnologias. eheheheheh 😉

    Gostar

  26. Anónimo permalink
    18 Junho, 2008 13:32

    É fantástico é a quantidade de gente que aparece como especialista a comentar. Sabem tudo de tudo e a opiniao é a maior.

    Gostar

  27. Anónimo permalink
    18 Junho, 2008 13:34

    “Chega-lhe ou quer mais? ehhehehehehh” diz o anti-comuna
    nota-se logo que temos expert….. lolol

    Gostar

  28. 18 Junho, 2008 13:36

    Boa análise. No entanto ainda há muito a investigar nos biocombustíveis tradicionais, nomeadamente no biodiesel. Por todo o Mundo investe-se em investigação para aumentar a oleosidade das plantas, e em tecnologias de extracção que permita aproveitar mais de cada planta. Claro que o governo português só financia plantações de matérias primas comparativamente caras. As empresas de capital de risco estão a partir para países Africanos, com destaque para Moçambique, e na utilização de plantas com altos níveis de oleosidade e xom baixas necessidade de manutenção como a jatropha.

    Gostar

  29. Lionheart permalink
    18 Junho, 2008 13:37

    Portugal investe nas renováveis porque vêem subsídios de Bruxelas para tal, e porque isso interessa aos países contribuintes líquidos da UE, como a Alemanha ou a Dinamarca. Ao “investir” nessas energias, mais não faz que importar bens e tecnologia desses países, os quais, na práctica, nunca vêem “fugir” o dinheiro que metem no orçamento comunitário.

    O problema para Portugal é que está a investir uma enormidade nisto, não vai resolver o seu problema energético, e além disso está a contrair mais despesa, porque a manutenção dos equipamentos exige mais recursos financeiros e vai agravar o défice da balança comercial, porque nós não produzimos estes equipamentos para as necessidades futuras. A Enercom em Viana do Castelo não chega.

    Resumindo, este é um óptimo negócio para a Alemanha e para os outros países contribuintes líquidos da UE que controlam esta tecnologia, usam os fundos comunitários para aumentar as suas exportações e manter na sua dependência os países receptores de fundos que deixaram de pensar por si, como Portugal. Um excelente exemplo da lógica dos fundos de coesão e para que servem, bem como o que acontece aos países que apenas querem gastar dinheiro disponível sem atender a mais. É por estas e por outras que Portugal empobreceu e a Irlanda se tornou um país rico. É preciso saber gastar o dinheiro… e saber que dinheiro se deve gastar.

    Gostar

  30. 18 Junho, 2008 13:43

    oh anti-comuna, eu não quero embirrar consigo mas defina lá “tudo” 🙂 bom, isto são assuntos paralelos, pelo não insistirei.

    Gostar

  31. anti-comuna permalink
    18 Junho, 2008 13:43

    ““Chega-lhe ou quer mais? ehhehehehehh” diz o anti-comuna
    nota-se logo que temos expert….. lolol”

    Não me queixo. Quer uns nomezitos para investir? 😉

    Discussões sobre o sexo dos anjos não é comigo. Nem quero saber se o núcleo da Terra está em aquecimento ou arrefecimento, se em expansão ou contracção. Isso é para nerds. Chega-lhe ou quer mais? ehehehhehhe

    Gostar

  32. 18 Junho, 2008 13:44

    uma dúvida: os avatares continuam a ser seleccionados em função do campo “email” dos comentários?
    🙂

    Gostar

  33. anti-comuna permalink
    18 Junho, 2008 13:46

    “oh anti-comuna, eu não quero embirrar consigo mas defina lá “tudo” 🙂 ”

    Não defino nada. Para mim é igual ao litro que lhe chamem renovável, verde ou o que quer que seja. Não faz parte dos meus interesses. São discussões para técnicos da área, muitas vezes a discutirem o sexo dos anjos.

    O que lhe digo é que a geotérmica tem um elevado potencial, porque, “economics rules.” Certo? 😉

    Gostar

  34. Filipe permalink
    18 Junho, 2008 13:51

    “Tonibler,

    Em caso de guerra, qual é a utilidade da central de Moura, do Pelamis ou dos biocombustíveis feitos a partir de comida?”

    A guerra não precisa de ser em Portugal e com a presença de Portugal, basta ser entre países do médio oriente.

    Gostar

  35. Anónimo permalink
    18 Junho, 2008 13:54

    O lançamento do Honda a H foi ontem. Rapidamente, vão inventar taxas e impostos à medida para que tudo fique na mesma, nem que seja a taxa de sarjeta para escoar a água que pinga do escape.

    Gostar

  36. 18 Junho, 2008 13:57

    No que toca à Energia das Ondas, há ainda o projecto da Central de Ondas Ilha do Pico, em que trabalhei, e que já deve ter mais de 10 anos.

    Duas turbinas de eixo horizontal (0,4MW cada) movem-se devido ao movimento do ar provocado pela subida e descida de ar numa câmara de betão junto ao mar.
    Esse “ar primário” sobe e desce impulsionado pela ondas que entram na câmara, atravessa os tubos das turbinas, etc.

    O projecto meteu a EDP (Proet), a EDA (Electricidade dos Açores), o IST, a Profabril, o INETI, a EFACEC (vários departamentos).

    A tecnologia da turbina é estrangeira, mas tudo o resto é nacional (geradores, transformadores, posto de transformação, sistemas de controle e comando, automatismos, electrónica de potência, montagem, etc.).

    Gostar

  37. 18 Junho, 2008 14:02

    Que marca de bagaço estará a emborcar o anti-comuna?
    Pelos eheheheh não consigo identificar.

    Gostar

  38. JoaoMiranda permalink*
    18 Junho, 2008 14:08

    Medina Carreira,

    Aparentemente foi transformada numa instalação experimental:

    Recuperação da Central de Energia das Ondas na ilha do Pico
    e observações iniciais do seu funcionamento: PDF

    Gostar

  39. anti-comuna permalink
    18 Junho, 2008 14:17

    “Que marca de bagaço estará a emborcar o anti-comuna?”

    Quando um burro está a falar, os outros baixam as orelhas.

    Fale à vontade… ehheheheheh

    PM Se não reconhecer qual é o bagaço, experimente cheirar o bafo. ahahhahah

    Gostar

  40. Luís Lavoura permalink
    18 Junho, 2008 14:23

    RV, vou procurar esclarecer: a energia geotérmica provem de decaimentos radioativos no centro do planeta Terra. A energia libertada por esses decaimentos radioativos aquece brutalmente esse centro do planeta. À medida que se avança do centro para a superfície da Terra, a temperatura desce.

    Como os decaimentos radioativos são provocados por núcleos de longa vida-média contidos no interior da Terra, pode-se prever, sem margem para dúvidas, que esses decaimentos continuarão a dar-se por muitos milhões de anos, pelo que a energia geotérmica é, do ponto de vista da vida humana, eterna.

    A energia geotérmica extrai-se abrindo um buraco muito fundo no chão até se chegar a uma profundidade onde as rochas sejam suficientemente quentes. É claro que, ao extrair-se esse calor das rochas, as rochas naquele local acabarão por (passados alguns anos) ficar frias e peder utilidade. Nessa altura o que se tem a fazer é abrir outro buraco noutro sítio do chão. Mas as rochas do buraco inicial voltarão a aquecer e, passados uns anos, pode voltar a utilizar-se esse buraco. E assim sucessivamente.

    Enquanto houver suficiente radioatividade no interior da Terra, haverá suficiente energia.

    Gostar

  41. Alberto Mendes permalink
    18 Junho, 2008 14:37

    Caro RV,

    Não querendo defender o anti-comuna, que se defende muito bem, acho que uma energia é renovável quando a sua “produção” natural suplanta o consumo. A energia solar é renovável porque apesar dos gastos não esgotamos nunca produção. Repare que renovável não é o mesmo que infinita. O sol um dia também se vai apagar.

    A energia Geotermica é renovável neste sentido porque apesar dos consumos, não vamos conseguir esgotar a sua produção natural.

    Por esta definição o petróleo já foi uma energia renovável, mas ao ritmo que a consumimos, parece que deixou de ser.
    Isto é o que me lembro das minhas aulas de Meio Físico. :).

    Gostar

  42. 18 Junho, 2008 14:48

    Ou seja, todas as energias são renováveis até ao momento em que se esgotam.
    eheheheh
    estou a beber Macieira.

    Gostar

  43. anti-comuna permalink
    18 Junho, 2008 14:56

    “É claro que, ao extrair-se esse calor das rochas, as rochas naquele local acabarão por (passados alguns anos) ficar frias e peder utilidade. Nessa altura o que se tem a fazer é abrir outro buraco noutro sítio do chão. Mas as rochas do buraco inicial voltarão a aquecer e, passados uns anos, pode voltar a utilizar-se esse buraco. E assim sucessivamente.”

    Caro Lavoura, falta dizer que há quem acredite que as temperaturas do núcleo da Terra têm ciclos. Aquecimento e arrefecimento. Mas isso são pormenores técnicos. 😉 Que para o caso em apreço são preciosismos.

    Gostar

  44. 18 Junho, 2008 15:02

    Há uma fonte de energia, abundantíssima no rectângulo, que os cagões dos nossos políticos teimam em não aproveitar: a merda que fazem. Para começar podiam, por exemplo, demolir os estádios de Aveiro, Leiria e Algarve.

    Gostar

  45. anti-comuna permalink
    18 Junho, 2008 15:02

    O que eu acho piada é ao Piscoiso. É um bocado arrogante (dizem que por andar na blogosfera há seis anos, como se velhice fosse posto. outros dizem que a burrice também!) e com a mania que é mais esperto que os demais.

    O que o Alberto Mendes disse está correcto. Mas o Piscoiso, sumidade cá da blogosfera, bebe macieira. Como se fosse bagaço da casa. É um pobre diaboa, além, de claro, mal-criado.

    “A energia renovável é aquela que é obtida de fontes naturais capazes de se regenerar, e portanto virtualmente inesgotáveis, ao contrário dos Recursos não-renováveis.”

    In http://pt.wikipedia.org/wiki/Energia_renov%C3%A1vel

    Claro que os nerds não aceitam isto de ânimo leve. Mas isso é apenas debater o sexo dos anjos.

    Gostar

  46. 18 Junho, 2008 15:04

    P.S.: Quando a terra deixar de produzir calor, a vida humana na terra também deixará de ser possivel.

    Gostar

  47. anti-comuna permalink
    18 Junho, 2008 15:17

    Para mim a afirmação mais preciosa do comentário de Alberto Mendes é esta:

    “Por esta definição o petróleo já foi uma energia renovável, mas ao ritmo que a consumimos, parece que deixou de ser.”

    Sim, porque o pitroil é uma energia renovável. A ter em conta esta teoria científica:

    “Abiogenic theory

    The idea of abiogenic petroleum origin was championed in the Western world by astronomer Thomas Gold based on thoughts from Russia, mainly on studies of Nikolai Kudryavtsev in the 1950s. Gold’s hypothesis was that hydrocarbons of purely inorganic origin exist in the planet Earth. Since most petroleum hydrocarbons are less dense than aqueous pore fluids, Gold proposed that they migrate upward into oil reservoirs through deep fracture networks. Although biomarkers are found in petroleum that most petroleum geologists interpret as indicating biological origin, Gold proposed that Thermophilic, rock-dwelling microbial life-forms are responsible for their presence.

    This hypothesis is accepted by only a small minority of geologists and petroleum engineers. “The success of the abiogenic theory can be seen by the fact that more than 80 oil and gas fields in the Caspian Sea district have been explored and developed in crystalline basement rock on the basis of this theory.”[13] Methods of making hydrocarbons from inorganic material have been known for some time, but no substantial proof exists that this is happening on any significant scale in the earth’s crust for any hydrocarbon other than methane (natural gas). Abundant liquid methane (though not any form of petroleum) has been inferred to be present on Titan, a moon of Saturn, by research data from NASA’s Cassini probe. However, Titan has completely different geology from Earth, and is 1,200 gigametres (750,000,000 mi) or 8.0 AU away.”

    In http://en.wikipedia.org/wiki/Petroleum#Abiogenic_theory

    Eventualmente os ignorantes podem rir-se com a ideia que o pitroil é uma energia renovável. E até beberem macieira e acharem-se os maiores.

    No entanto… lolololololo

    Gostar

  48. 18 Junho, 2008 15:50

    João Miranda,

    «Aparentemente foi transformada numa instalação experimental»

    Toda ela, desde início, já foi prevista para ter uma componente essencialmente experimental. Foi esse facto, aliás, que esteve na origem de problemas entre alguns parceiros do projecto – “guerrinhas à portuguesa” que, como compreende, não vou explicitar aqui…

    Gostar

  49. 18 Junho, 2008 16:00

    Porque é que o bonequinho verde que está ao lado do Anti-comuna, do MD, do Alberto Mendes, do Filipe, do anónimo da 35, 24, etc são todos iguais?

    Gostar

  50. 18 Junho, 2008 16:01

    Não sei.

    Gostar

  51. 18 Junho, 2008 16:03

    Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma

    Gostar

  52. 18 Junho, 2008 16:04

    Há cada um.

    Gostar

  53. Alberto Mendes permalink
    18 Junho, 2008 16:43

    Olá Manuel,

    Não estou a defender o Anti-comuna como a cristina keller defende o CAA… :).

    Gostar

  54. anti-comuna permalink
    18 Junho, 2008 17:12

    “Porque é que o bonequinho verde que está ao lado do Anti-comuna, do MD, do Alberto Mendes, do Filipe, do anónimo da 35, 24, etc são todos iguais?”

    Porque temos todos a mesma namorada! ehhehehehhe

    Gostar

  55. Pi-Erre permalink
    18 Junho, 2008 18:10

    “O núcleo do planeta vai arrefecer quando? ahhahahhah”

    Não se ria, não se ria. Olhe que não tardam 4.500 milhões de anos para o mundo acabar. Vai ver!…

    Gostar

  56. 18 Junho, 2008 19:19

    Sempre achei o anti-comuna arrogante e malcriado, mas nunca o disse porque acho que não é o local próprio.
    Até porque podem ser sintomas de alcoolismo.

    Gostar

  57. anti-comuna permalink
    18 Junho, 2008 22:19

    “Sempre achei o anti-comuna arrogante e malcriado, mas nunca o disse porque acho que não é o local próprio.
    Até porque podem ser sintomas de alcoolismo.”

    Estou totalmente de acordo consigo. Mas se esse é o seu problema, pode sempre recorrer ao seu médico de família, onde indicará um centro de desintoxicação da sua área.

    É o que faz meter-se na Macieira.

    Quando estiver melhor, diga. Terei todo o gosto em lhe oferecer uma bagaceira caseira (que se lixe a ASAE! ;-)). Mas só para cheirar, claro. Semão pode ter uma recaída. ehhehehhe

    Gostar

  58. 18 Junho, 2008 23:18

    Isso da vida privada na net é conversa de treta.
    Sei lá se vc bebe bagaço… nem isso me interessa.
    Tal como não bebo Macieira.
    Nem sequer tenho tias.
    Continue lá com a sua ladainha anti-comuna de exibicionismo multi-cultural que a gente acredita.

    Gostar

  59. 19 Junho, 2008 00:17

    Caros, obrigado pelos esclarecimentos. Obviamente que não percebo do assunto, decorrendo a minha questão de algo que lera há uns tempos sobre a os efeitos de injectar água na rocha / efeitos do arrefecimento provocado pela transferência térmica. Não tenho o link para o texto mas numa passagem na Wikipédia vejo algo semelhante:
    http://en.wikipedia.org/wiki/Geothermal_Energy#Disadvantages

    Gostar

  60. 19 Junho, 2008 00:23

    Já agora:
    http://en.wikipedia.org/wiki/Renewable_energy
    «The government of Iceland states: “It should be stressed that the geothermal resource is not strictly renewable in the same sense as the hydro resource.” It estimates that Iceland’s geothermal energy could provide 1700 MW for over 100 years, compared to the current production of 140 MW.[30] The International Energy Agency classifies geothermal power as renewable.[31]»

    Mas não liguem, isto é apenas copy-paste dum nerd com opiniões sobre tudo e mais alguma coisa 😉

    Gostar

  61. NMCAF permalink
    19 Junho, 2008 00:44

    Caro João,

    Depois de ler a entrada fico com a sensação de que de acordo com a sua opinião, o estado devia ficar parado alegremente e, por inacção, continuar a fomentar o consumo de gás natural, petróleo e carvão (tudo importado, note-se).

    O oposto do que a maioria dos países está neste momento a fazer. Olhe por exemplo para a Califórnia, a 7ªa economia mundial como já vi o referir várias vezes, e veja lá se percebe onde é que eles estão a investir o dinheiro, se a perfurar o deserto à procura de petróleo ou a incentivar a indústria renovável (já ouviu falar nos incentivos fiscais que eles dão?).

    É outra forma de subsidiar a indústria, não me parece muito diferente de estabelecer preços tabelados como em Portugal, Espanha, Alemanha, etc. É que quem lê o seu artigo até fica com a impressão que só em PT se subsidia a energia renov quando isto é a prática a nível mundial.

    Esquece-se depois que há outros lados positivos no meio disto tudo, parece que até há empresas que ganham dinheiro com as renováveis (já ouviu falar na Iberdrola ou na Endesa, na EDP Renov também? líderes mundiais no sector), que por acaso até pagam impostos e dão emprego a milhares de pessoas.

    Sobre projectos específicos também está equivocado em alguns pontos. “Para entrar nessa área não é preciso derreter dinheiro em centrais solares gigantescas.” Pois não, é preciso ter centros de investigação, dinheiro, etc. Não sei se terá conhecimento mas a instalação da central de Moura tem um conjunto de contrapartidas com benefício directo à autarquia (criação de postos de emprego, apoio social, fábrica de montagem de painéis – até aqui concordo que não tem nada de especial do ponto de vista de mais valia tecnológica – e um tecnopolo com centro de investigação de energia PV (pode ver mais em http://jornaldigital.com/noticias.php?noticia=15536).

    Ainda sobre o solar, sabe em que regiões é que as tais empresas americanas visionárias estão a investir no solar térmico? Se descobrir alguma no Alaska ou mesmo em NY avise. E já agora, confirme lá se estas tais empresas não têm uns subsídios interessantes também por trás – pode-se dar o caso de serem misericórdias mas não creio.

    Saudações.

    Gostar

  62. anti-comuna permalink
    19 Junho, 2008 01:01

    “Continue lá com a sua ladainha anti-comuna de exibicionismo multi-cultural que a gente acredita.”

    Pois continuo, meu caro amigo. Mas Vc. tem uma especial predilecção se se meter comigo. Mas eu como não gosto da sua pessoa, porque nunca me irei esquecer a seu nojento e porco insulto à Helena Matos. E, sabe como é, nestas coisas vê-se à légua quem nos merece respeito e até estima. Mas Vc. não me merece muita estima nem respeito.

    Apenas distância, que é o que convém… eheheheeh

    Gostar

  63. Tribunus permalink
    19 Junho, 2008 14:43

    Que tal iniciar uma central atómica? è a unica com provas dadas!

    Gostar

  64. A. R permalink
    19 Junho, 2008 23:06

    Já analisei todas as fontes de energia renovável e nenhuma delas é competitiva com as actuais fontes: ponto final.
    O fotovoltaico é uma mera ilusão: prefiro ter o quintal criar milho. O rendimento do fotovoltaico terá que subir pelo menos para o dobro ou triplo e o consumidor estar preparado para lidar com a intermitência. Os recordes actuais estão em 45% mas não são viáveis comercialmente.
    Apenas o Solar Térmico com termosifão vale a pena: numa família de 4 pessoas um investimento de 2000Euros pode ser recuperado ao fim de 5 anos. A perspectiva é que, com uma manutenção barata, o sistema dure 20 ou mais anos. Recomendo vivamente a que tenha condições (e não sou instalador).
    De resto o melhor investimento neste momento é a poupança. Não vale a pena culpar seja quem for: se as energias renováveis fossem um bom negócio já teria aparecido muito candidato.
    Temos que dar tempo ao tempo.. os avanços científicos não se fazem sectorialmente nem com financiamentos astronómicos. É uma onda com uma frente vasta: física, química, tecnologia de materiais, electrónica, etc. A escassez de energia e o seu preço são apenas um dos factores impulsionadores da investigação.

    Gostar

  65. rresende permalink
    20 Junho, 2008 09:47

    A energia solar NÂO È RENOVÁVEL!
    Ou acham que o nosso sol não é uma estrela como as outras? Voltem cá dentro de uns biliões de anos e vão ver uma anã branca (acho eu…) onde costumava estar o sol.

    Gostar

  66. 10 Julho, 2008 03:33

    Parece-me um artigo demasiado crítico, especialmente porque a microgeração abre o negócio aos privados. Era uma das coisas que faltavam, mas seria bom que as renováveis fossem mais dedutíveis, como acontece nos EUA (que acusa de não apostar no fotovoltaico – ver artigo em: http://www.pbs.org/wgbh/nova/solar/house.html). Claro que o fotovoltaico (como as outras) ainda está em evolução, e os preços vão baixar quando os custos de produção das células baixarem, mas todos nós compramos portáteis (por ex.) que custam menos 70% três anos depois… Isso sim, é um mau negócio!

    Cumprimentos

    http://www.casa-e-energia.blogspot.com

    Gostar

  67. 10 Dezembro, 2008 17:21

    Oh paneleirote, e a energia hidroelecrica?? Sabes sabes, e es um ganda nao-inteligente..

    comprimentos com uma mao suja de tinto deste ano das vides da tia constancia..
    Ate logo

    Gostar

  68. pjhfvcnm,,vvvnnn permalink
    7 Março, 2009 18:15

    es todo bom querosexo

    Gostar

  69. 15 Maio, 2009 20:11

    Apenas sugiro que, os hipotéticos interessados em conhecer, no domínio das Energias renováveis, algo radicalmente diferente do que vem sendo feito em todo o mundo. Façam uma visita ao website http://www.tenologiassinergeticas.com
    informo desde já que não entro em discuçoes ou conversas inutens que, na maior parte das vezes, não conduzem a algo de interessante. Ponto final

    Gostar

Trackbacks

  1. A E » Blog Archive » Portugal e as energias renováveis, em BLASFÉMIAS
  2. Cortar a Direito :: Portugal e as energias renováveis :: June :: 2008

Indigne-se aqui.