Há mar e mar, há ir e voltar…
e no caso da energia das ondas em Portugal o mar tem grandes mistérios. Por exemplo, a propósito desta central de ondas alguém sabe explicar o que passou ou o que tem a ver com esta outra central que estava quase a funcionar e depois deixou de existir?
Em Agosto de 2005 o ministro Mário Lino assinou, no Porto, um protocolo que “visa o aproveitamento das ondas do mar para a produção de energia, no molhe norte da barra do Douro”. Segundo os jornais, o ministro mostrara-se rendido ao projecto que implicaria um investimento de 2,8 milhões de euros. E nos meses seguintes a central foi existindo nas notícias. Ganhou até nome próprio: CEODouro
Um ano depois, em Dezembro de 2006, era aberto aos interessados o “Contrato de fornecimento dos equipamentos da Central de Energia das Ondas da Foz do Douro“. Vieram apoios para a central das ondas do Douro através da Agência de Inovação. A central não existia mas singrava no mundo dos papéis.
Contudo em 2007 começou a esmorecer antes sequer de se ter acendido a luz deste “farol da tecnologia”, como lhe chamou um dos administradores duma das empresas envolvidas no projecto. Em meados de 2007 começa a perceber-se que o processo burocrático que rodeava a central caminhava a um ritmo muito menor que as obras que entretanto estão a ser feitas nos molhes do Douro.
Na Assembleia da República, o grupo parlamentar do PCP apresentou um requerimento aos ministérios das Obras Públicas e Economia sobre a central das ondas do Douro. Apesar de tudo talvez ainda houvesse futuro para a dita central: em Junho de 2007 ficámos a saber que técnicos chilenos se tinham deslocado a Portugal para “recolher informações sobre o projecto e a construção da central da foz do Douro”. Optimista, o Diário Económico reproduzia declarações de responsáveis portugueses que concluíam que estávamos perante “uma oportunidade para as empresas envolvidas na central da foz do Douro estabelecerem uma parceria para o desenvolvimento de um protótipo conjunto” com os chilenos.
Em Outubro a central virtual deixou de existir. Porquê? Simplesmente porque a burocracia não deixou. Segundo declarou o Instituto Portuário e Marítimo (IPM) ao jornal O Primeiro de Janeiro: “Trata-se de um projecto muito específico e complexo (…) que exigiria uma articulação muito rigorosa entre as duas obras, implicando uma definição atempada das suas interacções mútuas, para que não se verificassem atrasos e sobrecustos.”
Por outras palavras, as dezenas de técnicos, directores-gerais e presidentes de vários institutos e ministérios não conseguiram articular entre si as obras dos molhes do Douro e da central das ondas. E o que é espantoso é que o IPM confessa que se desistiu porque não conseguiram fazer uma articulação “muito rigorosa entre as duas obras”. Ou seja, o rigor é aos olhos destes senhores algo de excepcional e inatingível.
*PÚBLICO, NOVEMBRO 2007
Error.
A obra foi abortada, para evitar, uma vez a obra feita, as críticas do João do Miranda, desviando o conceituado bloguista para a Póvoa do Varzim.
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É isto e as vagas em excesso no Superior… 🙂
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Estas pessoas que governam em festa declararam vencedor do concurso da CRIL o 7º classificado!
O que esperam desta gente?
O protótipo Pininfarina foi o mesmo.
O Infocid foi o mesmo.
Portugal está a ser rapado.
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O problema é que em Portugal o raciocínio segue um algoritmo atávico:
-> estamos mal -> não digam, não se apercebam, não revelem que estamos mal -> façamos de conta que estamos bem -> porque senão podemos ficar pior
-> não estamos mal -> não sabemos, não somos ninguém para dizer se estamos bem ou mal -> os outros são arrogantes, fora desta aldeia, humildade é que é preciso
Mais atávico que isto só o caso da Licenciatura Falsa.
A CRIL por exemplo ainda não está feita e quando foi começada já vinha 20 anos fora de prazo.
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Lembro-me agora que um tal açude em Abrantes chamado o último grito da moda, parece que vai ser destruído porque uma barragem que vai ser construída o tornará submerso.
Não me lembra dos detalhes mas deve ser fácil encontrá-los.
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Mas estas e outras desaparecem rapidamente no universo da comunicação social.Grandes notícias são as que atacam pessoas individualmente, como se alguma coisa possa ser feita, sem a benção de uma administração dominada por estruturas permanentes e centrais de informação. Milhões deitados á rua e ninguem sabe nada.E no fim do exercício recebem milhões de prémios ou mudam para outra empresa a assobiar baixinho! Há aí muito jornalista que sabe muito disto!
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Há aí muito jornalista
que, para calar, caladinho,
lá levará tamém sua maquia
debaixo do casaco, quantinha.
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digo,
quentinha
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Não pude deixar de colocar este artigo, com a devida informação da sua proveniência no meu blogue.
Os meu melhores cumprimentos
JM
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Mas afinal a culpa de tudo não é do Santana Lopes?
Ou foi o Vale e Azevedo?
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Mas afinal a culpa de tudo não é do Santana Lopes?
Olhe que um comentador que aparece aqui muito frequente acha que é do LFV.
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«Estas pessoas que governam em festa declararam vencedor do concurso da CRIL o 7º classificado!»
O sector das obras públicas, é por tradição o sector onde a prática da cartelização se verifica com maior intensidade. Portanto, se a obra foi adjudicada ao 7º classificado, isso poderá querer dizer que esta entidade furou as regras de consenso do cartel, tendo sido premiada por isso. A não ser que as regras tenham mudado…
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“desviando o conceituado bloguista para a Póvoa do Varzim.” Aham. Póvoa DE Varzim, se faz favor.
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Faz lembrar Fernando Gomes, o, agora, especialista em petróleo da GALP, que na câmara do Porto anunciava e anunciava. Ele era tapetes rolantes numa rua inteira ele era isto, aquilo e depois…nada
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