Nunca se deve dar poder a um tipo porreiro*
No início ninguém dá nada por eles. Mas pouco a pouco vão conseguindo afirmar o seu espaço. Não se lhes conhece nada de significativo mas começa a dizer-se deles que são porreiros. Geralmente estes tipos porreiros interessam-se por assuntos também eles porreiros e que dão notícias porreiras. Note-se que, na política, os tipos porreiros muito frequentemente não têm qualquer opinião sobre as matérias em causa mas porreiramente percebem o que está a dar e por aí vão com vista à consolidação da sua imagem como os mais porreiros entre os porreiros. Ser considerado porreiro é uma espécie de plebiscito de popularidade. Por isso não há coisa mais perigosa que um tipo porreiro com poder. E Portugal tem o azar de ter neste momento como primeiro-ministro um tipo porreiro. Ou seja alguém que não vê diferença institucional entre si mesmo e o cargo que ocupa. Alguém que não percebe que a defesa da sua honra não pode ser feita à custa do desprestígio das instituições do Estado e do próprio partido que lidera. O PS é neste momento um partido cujas melhores cabeças tentam explicar ao povo português por palavras politicamente correctas e polidas o que Avelino Ferreira Torres assume com boçalidade: quem não é condenado está inocente e quem acusa conspira. Nesta forma de estar não há diferença entre responsabilidade política e responsabilidade criminal. Logo se os processos forem arquivados o assunto é dado por encerrado. Isto é o porreirismo em todo o seu esplendor.
Acontece porém que o porreirismo de Sócrates, pela natureza do cargo que ocupa, criou um problema moral ao país. Fomos porreiros e fizemos de conta que a sua licenciatura era tipo porreira, exames por fax, notas ao domingo. Enfim tudo ‘profes’ porreiros. A seguir fomos ainda mais porreiros e rimos por existir gente com tão mau gosto para querer umas casas daquelas como se o que estivesse em causa fosse o padrão dos azulejos e não o funcionamento daquele esquema de licenciamento. E depois fomos porreiríssimos quando pensámos que só um gajo nada porreiro é que estranha as movimentações profissionais de todos aqueles gajos porreiros que trataram do licenciamento do aterro sanitário da Cova da Beira e do Freeport. E como ficámos com cara de genuínos porreiros quando percebemos que o procurador Lopes da Mota representava Portugal no Eurojust, uma agência europeia de cooperação judicial? É preciso um procurador ter uma sorte porreira para acabar em tal instância após ter sido investigado pela PGR por ter fornecido informações a Fátima Felgueiras.
Pouco a pouco o porreirismo tornou-se a nossa ideologia. Só quem não é porreiro é que não vê que os tempos agora são assim: o primeiro-ministro faz pantomina a vender computadores numa cimeira ibero-americana? Porreiro. Teve graça não teve? Vendeu ou não vendeu? Mais graça do que isso e mais porreiro ainda foi o processo de escolha da empresa que faz o computador Magalhães. É tão porreiro que ninguém o percebeu mas a vantagem do porreirismo é que é um estado de espírito: és cá dos nossos logo és porreiro.
E foi assim que de porreirismo em porreirismo caímos neste atoleiro cheio de gajos porreiros. O primeiro-ministro faz comunicações aos país para dizer que é vítima duma campanha negra não se percebe se organizada pelo ministério público, pela polícia inglesa e pela comunicação social cujos directores e patrões não são porreiros. Os investigadores do ministério público dizem-se pressionados. O Procurador Geral da República, as procuradoras Cândida Almeida e Maria José Morgado falam com displicência como se só por falta de discernimento alguém pudesse pensar que a investigação não está no melhor dos mundos…
Toda esta gente é paga com o nosso dinheiro. Não lhes pedimos que façam muito. Nem sequer lhes pedimos que façam bem. Mas acho que temos o direito de lhes exigir que se portem com o mínimo de dignidade. Um titular de cargos políticos ou públicos pode ter cometido actos menos transparentes. Pode ser incompetente. Pode até ser ignorante e parcial. De tudo isto já tivemos. Aquilo para que não estávamos preparados era para esta espécie de falta de escala. Como se esta gente não conseguisse perceber que o país é muito mais importante que o seu egozinho. Infelizmente para nós os gajos porreiros nunca despegam.
*PÚBLICO, 2 de Abril
“Aquilo para que não estávamos preparados era para esta espécie de falta de escala”.
A todos os níveis!…
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Muito boa análise ao nacional porreirismo e às suas consequência!
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Experimentem dar o poder a um gajo que não é porreiro , um gajo daqueles que nem se incomoda de acusar outros de tudo e todos, um gajo ou gaja que é capaz de estragar a vida a qualquer um por despeito, por ciúme, por vingança, seja por que for. Um gajo ou gaja que diz seja o que for para incrimiar outro. Experimentem. Essa gente que não percebe que o país é muito mais importanate do que conseguir o poder a qualquer preço. Experimentem dar o ppoder aos inquisidores mor da pátria.
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Um país que acha que o promotor do genocídio africano nas ex-colónias é o pai da pátria democrática….. é porreiro.
Um país que deixa andar e até investe dinheiro da SS social num ninho de ratos é …..porreiro.
Um país onde se consegue pós-graduações antes das graduações…mais porreiro é.
Um país onde um autarca condenado é promovido a eurodeputado é ….muito porreiro.
Um país onde doutos 250 votam e ninguém repara em pelo menos oito inconstitucionalidades é um exemplo de como ser …porreiro.
Um país que considera como “reserva moral” um ocupador de cadeira durante trinta anos e que recebe reforma por ter trabalhado 3 meses numa rádio porreiro é.
Um país falido mas de acumulação de reformas só tem um superavit de porreirismo.
Não teria fim se continuasse, mas vou ser porreiro e ficar por aqui.(talvez me “calhe” algum por isso).
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Outro tipo porreiro no governo
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1372379
Reparem, condena o recurso à Justiça mas admite que podem ter feito asneira da grossa.
Gente perigosa, intimidatória e sem vergonha na cara.
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O “sapo” transformou-se em “princepe” e se não pode ser amado , tem de ser temido ( vide pressões aos “media” ,ás policias , aos magistrados , aos profs etc).
Do mal valha-nos o menos pois é completamente incompetente .Dedica-se a debitar decretos leis que vão tentar atenuar os males provocados pelo dec. lei anterior , continuamente até ao atolamento total .É assim o princepe socialista!
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Helena, o Socrates é um tipo porreiro, ou é um tipo que diz de si próprio que é porreiro? Não percebi. Eu, por exemplo, não acho que ele seja porreiro. Aí em cima o OLP também acha que não. Não se importa de esclarecer?
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Andam a criar uma enorme mentira, uma peta maior do país. A da claustrofobia democrática, a do fascismo, a da pressão, a da Margaridas Moreiras, a disto e daquilo. Depois queixem-se!!!
Estiveram a fazer a historinha do Pedro e do Lobo.
No fim quem fica com o poder ainda vão ser os que estão a ver a banda a passar.
Alguém acha que vai se ganharem a causa, vão votar psd ou pp?!? Nopes, Vai tudo ao chão.
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Cara HM,
É a populaça no poder.
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Parabéns pela criativiadade na forma com abordou a questão.
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a semana passada era arrogante, esta semana é porreiro. mudaram de agência de comunicação ou efeito da última sondagem?
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Muito bem Helena. Como escreve o FJV, gostaria de ter escrito…
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Miss Helena Matos,
Li ontem. Óptimo texto/análise.
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Arrogante, porreiro, mentiroso, gay, propagamdista, power-point
enfim acho que vou votar nessa pessoa que incomoda tanta gente!!
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Cara Helena
Concordo ABSOLUTAMENTE consigo. Não troco nem uma palavra.
Mas deixo-lhe uma pergunta : é com posts em blogs que vamos lá?
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O Caramelo deve ler enviesado.
Onde é que eu “acho” o Sócrates?
Nem o mencionei.
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Ah, foi má interpretação minha, li mal nas entrelinhas. Portanto, o país não é porreiro (quando dizes “porreiro”, estás a ser irónico, não é?), mas isso não inclui o Sócrates.
15. para além dos blogues, tens duas hipóteses: ou eleições ou a revolução armada.
9. Joaquim ao poder!
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O que se constata é que um post do único elemento feminino do Blasfémias, é logo seguido de uma sequência de comentários bajuladores (já vão seis), em jeito de claque… ou machismo!
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A Lena é bué porreira!
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@18: Falo por mim: não bajulo ninguém, sejam tias ou sobrinhos. Até já fui bem “chato” noutras ocasiões.
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17. E desde quando é que eleições neste país da treta são hipótese de mudar o que quer que seja?
Eu só tenho uma hipótese, e está por semanas : Emigrar.
E não é por falta de emprego. É por falta de perspectivas de futuro. E por amor próprio.
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o capataz jfernandes tuitou que o artigo é porreiro. pois, eu acho-os muita bacanos e liberais à moda de braga.
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em alternativa a 1 gajo porreiro temos o quê??? um f.d.p.??? ou talvez um meio-termo???fiquei sem perceber…
falo de uma forma abstrata, é claro…
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Porreiro… vem de porra, não é?
Alguém sabe o que significa o termo porra? 😉
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Cara Helena Matos
Este seu artigo é daqueles que compensa muitas edições inócuas e faz-nos perceber a razão de valer a pena comprar diariamente o PÚBLICO. Fará certamente mais textos assim. Parabéns!
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É o que fazem certas obsessões, vêem linhas onde não as há.
E não estou a ser irónico em absoluto, apenas constatei factos.
Será que errei em algum?
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Já decidi. Também vou emigrar. Estou cansada de tanta democracia.
Gosto de viver com regras e leis, não gosto de viver e conviver com “porreiros”. Estou FARTA !
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