Saltar para o conteúdo

“S. João e Hayek” *

24 Junho, 2009
by

O S. João (no Porto, em Braga e muitos outros lugares do País) é a mais liberal de todas as festas populares. No S. João não há desfiles organizados, carros alegóricos subsidiados ou bancadas aprontadas para as autoridades contemplarem o povo que passa, de cima para baixo.
O S. João é a alegria popular em estado puro: desregrada, livre, instintiva, natural. Em qualquer recanto rebentam ‘rusgas’ que ninguém planeou, gerando uma ordem espontânea de gente a cantar, a dançar, a beber ou a descansar de tudo isso.
A pior coisa que pode acontecer ao S. João é que o Estado resolva bulir naquilo que tão bem resulta sem ele. Os poderes públicos têm tentado instituir festejos ensaiados – não há melhor receita para arruinar a festa mais genuína de Portugal.

* Ontem, no Correio da Manhã

24 comentários leave one →
  1. Pedro BM permalink
    24 Junho, 2009 13:30

    Carlos, dizes que: “No S. João não há desfiles organizados, carros alegóricos subsidiados ou bancadas aprontadas para as autoridades contemplarem o povo que passa, de cima para baixo“. Está visto que nunca vieste ao S. João a Vila do Conde, onde há desfiles organizados, carros alegóricos subsidiados e uma bancada aprontada para as autoridades contemplarem o povo que passa, de cima para baixo.

    Gostar

  2. 24 Junho, 2009 13:38

    Pedro,

    Não sabia. Acho mal. Isso não é S. João é outra coisa menos liberal.

    Mas vindo da desgraça política, social, cívica e intelectual, que é a actual CM de Vila do Conde nada me admira quanto ao pior.

    Gostar

  3. berto permalink
    24 Junho, 2009 13:55

    Já foi às festas de S. António em Lisboa fora das marchas? Já visitou os bairros de Alfama, Castelo, Madragoa em noite de S. António? Se o S. João no Porto é para si “a mais liberal de todas as festas populares” é porque ou não conhece as festas de Lisboa fora da palhaçada oficial e marchista ou então anda por aí alguma ponta de sectarismo…
    A propósito, adoro o S. João no Porto que marca a sua diferença (e ainda bem!) das outras festas populares por esse país fora.

    Gostar

  4. 24 Junho, 2009 13:57

    «as festas de Lisboa fora da palhaçada oficial e marchista»

    Disse bem.

    Gostar

  5. Jesus Cristo permalink
    24 Junho, 2009 14:10

    O SÃO JOÃO É O QUE SE CHAMA UMA VERDADEIRA FESTA SOCIALISTA!!

    Gostar

  6. LHG permalink
    24 Junho, 2009 14:55

    CAA,

    As marchas em Lisboa, são opção, que não há no Porto, só vai quem quer, não anulam a grande festa que há nos bairros tradicionais, que é gigantesca e de grande alegria, o contexto das marchas, para mim, nem aquece nem arrefece, nem vejo mal algum nessa formalidade que só vai quem quer. Agora a sua tentativa de clivagem entre Norte Sul, é algo de ridiculamente tribal e idiota, que alimenta essa divisão que só aos governantes realmente interessa, e que à população, concretamente nada incrementa.

    Gostar

  7. Anónimo permalink
    24 Junho, 2009 14:57

    Por exemplo a transmissão em directo da rtp com um espectáculo de pimbalhice estraga um bocado a festa. Vai tudo ali para o pé do palco para aparecer na tv. Os emproados que os outros fogem do sítio.

    Gostar

  8. Anónimo permalink
    24 Junho, 2009 15:03

    O Fernando pessoa e que sabia…Provincianismos…

    Gostar

  9. 24 Junho, 2009 15:19

    «Agora a sua tentativa de clivagem entre Norte Sul»

    Qual?
    Não a leio no meu texto…

    Gostar

  10. LHG permalink
    24 Junho, 2009 15:26

    CAA,

    «No S. João não há desfiles organizados, carros alegóricos subsidiados ou bancadas aprontadas para as autoridades contemplarem o povo que passa, de cima para baixo.»

    Quando refere que «[…]não há desfiles[…]» e descreve meticulosamente o que ocorre num dado local.

    Gostar

  11. 24 Junho, 2009 15:29

    «descreve meticulosamente o que ocorre num dado local.»

    Não.
    Digo, enquadrando: “O S. João (no Porto, em Braga e muitos outros lugares do País)…”.
    Pode ser no Algarve, em Tavira, com o nosso JCD…

    Gostar

  12. LHG permalink
    24 Junho, 2009 16:01

    CAA,

    Claro que não foi explícito o que lhe permite escrever o que escreveu como justificação, no entanto referiu:

    «as festas de Lisboa fora da palhaçada oficial e marchista»

    Disse bem.

    Claro que irá dizer que é uma das várias localidades no todo a que se refere.

    Aqui no Algarve eu não vi marchas…

    Essa constante tentativa de divisão entre zonas, é uma idiotice que só prejudica a maioria e beneficia os que tentam transmitir essa ideia.

    Gostar

  13. 24 Junho, 2009 16:09

    Porque serão tão chatos? Não podem dizer simplesmente “O S.JOÃO NO PORTO É …BESTIAL…DEMOCRÁTICO…POPULAR..LIVRE.. e deixarem-se bizarrias N/S

    Gostar

  14. LHG permalink
    24 Junho, 2009 16:11

    CAA,

    «O S. João (no Porto, em Braga e muitos outros lugares do País) é a mais liberal de todas as festas populares. No S. João não há desfiles organizados, carros alegóricos subsidiados ou bancadas aprontadas para as autoridades contemplarem o povo que passa, de cima para baixo.»

    Quando escreveu isto, o CAA, apontava o S. João como a festa popular onde não ocorria uma serie de factos: carros alegóricos subsidiados ou bancadas aprontadas para as autoridades contemplarem o povo que passa, de cima para baixo, e que por acaso até há, mas como o CAA não o sabia, e isso fica claro no seu texto, o tremo de comparação: “no S. João não há estas coisas”, implica implicitamente que se refere que “no S. João não há estas coisas” como há num dado local, que parece ser óbvio ser em Lisboa, onde há.

    Mas mesmo havendo, há a vantagem da escolha que não há no Porto, que no caso de Lisboa a população pode optar por escolher entre as duas ou ir às duas, no Porto só vai a uma. Que não fique implícito que em Lisboa há só essa hipótese.

    Para que não fique com ideias, eu sou Algarvio.

    Gostar

  15. LHG permalink
    24 Junho, 2009 16:12

    IO,

    Exactamente, IO, é isso que eu condeno…

    Gostar

  16. Henrique Morais permalink
    24 Junho, 2009 16:34

    Sou de Chaves, não me incluo, como quase ninguem se inclui em Tras-os-Montes, nesse conceito ridiculo de “ser do norte” criado pela/para malta do porto com a ajuda do santo padroeiro Pinto da Costa para minimizar os muitos complexos que existem (e sei do que falo porque estudo no porto e sou do FCP), que me obriga a ouvir irritantes “entao es do norte carago” sempre que vou até Lisboa, como se carago fosse uma expressao de Chaves, que não é, e o proprio norte se resumisse ao Porto. E sim CAA, e até pode dizer que não, mas a primeira coisa que me lembrei a ler o post foi do sectarismo nortenho, alias, Portuense…

    P.S. Ganhamos tanto, nos Flavienses, em ter o poder em Lisboa com no Porto (cujo conceito de norte acaba em Braga)…

    Gostar

  17. Marafado de Buliquei-me permalink
    24 Junho, 2009 16:44

    #16

    Como eu o compreendo e apoio.

    Mas, deixe pra lá esses bairrismos labregos e verá que passa melhor os dias da semana !
    Gosto imenso de Chaves…, da sua calma e do pessoal que lá vive !

    Gostar

  18. Jesus Cristo permalink
    24 Junho, 2009 16:50

    O S.JOÃO É O QUE SE CHAMA UMA VERDADEIRA FESTA SOCIALISTA!!

    O socialismo é a doutrina mais antiga do mundo, tem as suas raízes no Antigo Testamento. A sua palavra nasce da sociedade, da comunidade, não de elites ou de castas.

    Gostar

  19. LHG permalink
    24 Junho, 2009 20:37

    Como vê CAA, acho que empurra com a barriga as coisa para um lado e o que está escrito vais noutro sentido, não cola, até outros o viram, não está assim tão escondido no seu post.

    Henrique Morais,

    O Pinto da Costa, esse, está-se borrifando para quaisquer complexos que existam, essa divisão serve a quem quer ter o seu “reino” (esfera de poder ou de acção), que sem divisão se torna menos eficaz ou mesmo inexistente, por isso é que muita gente que está no poder (futebol e política) alimenta este Norte/Sul de forma consciente é premeditada, não é coisa inocente nem de bairro. E há quem, de forma infantil, faça esse favor, como é o caso do CAA que o faz frequentemente, o que o coloca no patamar de um caneiro bem mandado pelo pastor que só se interessa pela lã, enquanto o carneiro julga que o pastor está ali unicamente para o proteger. Patético….

    Gostar

  20. João Neves Tomáz permalink
    25 Junho, 2009 00:12

    O melhor São João é o de Vincegerga.
    Toda a gente desfila em comboínho e as autoridades vão no meio.
    Foi assim que nos fizemos uns aos outros. Espero que a televisão venha cá ver-nos, com o Sr. Goucha e mais o Sr.Sócrates. Eles serão bem-vindos como mais-valia.

    Gostar

  21. anónimo permalink
    25 Junho, 2009 12:43

    E ja que falamos em tempos mágicos e magia.

    Que tempos estes que até tigres do Norte viram transformarse em domésticos gatinhos:

    http://economia.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1388615

    Gostar

  22. Helena permalink
    25 Junho, 2009 13:47

    Eu diria mesmo, que a martelada é um prenúncio de entrepreneurship.
    Faça você mesmo a sua festa!
    E o primordio do free trade: tome-la que eu também levo!

    Gostar

  23. TURMA LUSA DE LISBOA permalink
    28 Junho, 2009 19:52

    Seja Santo Antonio em Lisboa ou S. João no Porto, o que interessa é ver muitos balões sanjoaninos no céu.
    Informativo Virtual “PIRILAMPO” (dedicado exclusivamente ao balão sanjoanino, com notícias, acontecimentos, divulgação de lançamentos de balões, fotos de balões… etc.
    Quem desejar receber o informativo via mail, é favor solicitar para o nosso e-mail:
    turma.lusa@hotmail.com
    Atenciosamente
    TURMA LUSA DE LISBOA (Grupo Organizado que mantém a arte e tradição dos Balões de S. João)
    “Balão no céu, alegria na terra”

    Gostar

  24. 1 Julho, 2009 15:58

    “implica implicitamente que se refere que “no S. João não há estas coisas” como há num dado local, que parece ser óbvio ser em Lisboa, onde há.”

    Na verdade, eu pensei que se referia ao Carnaval. Sinceramente, achar que o CAA se refere especificamente a Lisboa é pura reacção pavloviana. Ring Ring.

    Gostar

Indigne-se aqui.