XI Legislatura
15 Outubro, 2009
“A politica converteu-se em uma vasta associação de intriga, em que os sócios combinam dividir-se em diversos grupos, cuja missão é impelirem-se e repelirem-se sucessivamente uns aos outros, até que a cada um deles chegue o mais frequentemente que for possível a vez de entrar e sair do governo. Nos pequenos períodos que decorrem entre a chegada e a partida de cada ministério o grupo respectivo renova-se, depondo alguns dos seus membros nos cargos públicos que vagaram e recrutando novos adeptos candidatos aos lugares que vierem a vagar. É este trabalho de assimilação e desassimilação dos partidos, que constitui a vida orgânica do que se chama a política portuguesa”.
Eça de Queirós e Ramalho Ortigão, As Farpas, Agosto-Setembro de 1877
9 comentários
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Será que a maioria dos deputados que temos nos paraLamentos que nos tocam em sorte não leram, além da Cartilha de João de Deus, as Farpas de Eça de Queirós e Ramalho Ortigão?
É uma desgraça…
Nuno
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Ou quando a Democracia degenera em oligarquia.
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Constate-se a “miséria” humana em toda o seu esplendor aqui pelo blasfémias, via caa e criaturas afins dos pseudo comentários.
Miséria humana.
Pobreza do espírito.
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Com limites Constitucionais ao dinheiro que podem tirar aos cidadãos será muito difícil a essas ervas daninhas se replicarem e tornarem tudo um deserto à sua volta.
Limite Constitucioanis aos Impostos, Défice, Dívida.
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“Não é a Oposição que ganha eleições, é a Situação (Governos) que a perde” era “o bastante para a vitória” nas eleições Portuguesas.
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O que realmente decorre com clareza dos 57% de votos do eleitorado nos Partidos e que determina o curto prazo da politica nacional:
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As Europeias foram ganhas sem esforço pelo PSD à boleia desse “bastante para a vitória”. Mas nas Legislativas, eleições puramente nacionais, o caso mudou radicalmente de figura como previsível:
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O PS perdeu a maioria absoluta e 21% dos deputados por ter governado contra os Cidadãos, Famílias e Empresas que provisoriamente acederam dar-lhe uma oportunidade precária de governar.
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O PSD perdeu o Governo e só conseguiu ganhar mais 4% de deputados por ter sido incapaz de apresentar um projecto nacional e soluções diferentes dos outros Partidos. Desbaratou o “bastante para a vitória” impedindo o PS de perder o Governo.
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O PCP perdeu cerca de 29% dos deputados quiçá por manifestações com forte apoio popular resultarem inconclusivas no momento das movimentações e apesar se terem assumido como Oposição frontal na última Assembleia da Republica.
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O CDS ganhou mais 75% de deputados e o BE mais 63%. Ambos assumiram frontalmente a Oposição na última Assembleia da Republica em consonância com o pulsar dos Cidadãos, Famílias e Empresas. Apresentaram ao eleitorado projectos nacionais e soluções concretas em várias áreas da governação. Um de cariz socialista, o outro não. Foram os grandes ganhadores.
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Sugere que ambos se posicionam bem na nova dinâmica do País em que o tal habitual “bastante para a vitória” acabou definitivamente nestas eleições.
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As autárquicas são eleições que privilegiam apenas dinâmicas de proximidade e interesses exclusivamente locais donde irrelevantes nesta perspectiva.
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3.Anonimo disse
16 Outubro, 2009 às 12:49 am
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Exacto. Repare em si próprio… Uma tristeza!
Nuno
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o latim oculiolu significa olhinho
muitos comentadores têm apenas olhinhos trazeiros
também conhecidos por ilhó
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A orgânica desassimilada
dos partidos nacionais,
é autêntica marmelada
de razões pouco racionais.
As farpas certeiras
continuam presentes,
as razões embusteiras
são bem reluzentes.
No meio da candura
existe artificialidade,
parece ser a moldura
desta triste realidade.
O Poder clientelar
é o ópio matricial,
neste lento esfarelar
de um regime demencial.
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Parabéns! Genial analogia!
Importa porém, face aos anos decorridos, aos vários “regimes” experimentados, questionar a quem (para mim é evidente, mas é sempre interessante saber se outros comentadores se apercebem) devemos atribuir responsabilidades para esta imutabilidade…
Já agora, em qual dos “regimes”, se notou menos a descrita governação circense?
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