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PSD: ter poder ou ter razão?*

29 Abril, 2011

Não interessa se Passos Coelho fala bem ou mal. Se mostra a mulher ou se a esconde. Se convida Nobre para as listas. Tal como em 2009 também não interessava se Manuela Ferreira Leite se explicava adequadamente, se interrompia a campanha para ir ver o neto ou se apanhava boleia de Alberto João Jardim.
Nada disso interessa. Acredito que os líderes do PSD se preparem para as campanhas e até que acreditem que depende deles ganhá-las ou perdê-las. Mas não só não é assim, como cada vez é menos assim. Neste caso os sociais-democratas escusam de culpar Sócrates, porque a culpa não é dele. Ele apenas beneficiou e potenciou um dos adquiridos da política portuguesa – a de que o PS é o partido natural de poder em Portugal – e sobretudo tornou evidente aos olhos de todos que o PSD sobrevive agarrado a flashes desconexos de memória – Sá Carneiro e Cavaco Silva – e a um panteão de razões não entendidas no seu tempo, mas que a posteridade confirma como fundamentadas. Manuela Ferreira Leite é sem dúvida a mais eloquente protagonista deste aparente paradoxo que transforma a posteriori os ex-líderes do PSD num poço de razões e de discernimento, características que escassos meses antes, quando eram líderes, todos asseveram faltar-lhes.
Já o PS vive de História e de ideologia. Colou a I República ao 25 de Abril de 1974, conseguiu fintar o PCP no que ao património de Abril respeita, reserva para si o lugar maior na nossa integração europeia e sobretudo criou uma versão simplificada da História de Portugal em que o PS é, numa versão humilde, pelo menos o motor da nossa História. Para esta concepção não é de modo algum irrelevante a figura majestática de Mário Soares, tutelando o regime há 37 anos.
É quase ocioso explicar que não existe nada de equivalente do lado do PSD.

Dirão que não é por causa disto que o PSD perde as eleições. Pois não. Perde-as sobretudo por falta de ideologia. Mas em abono da História e da verdade há que dizer que a falta de uma narrativa do partido e de um discurso que o legitime no poder contribui, em muito, para aquele ar de agremiação de egos desmedidos e regra geral desavindos que o PSD não só transmite, como faz absoluta questão de transmitir e que leva qualquer alma sensata a interrogar-se sobre a sua capacidade para exercer o poder.
Mas uma coisa é uma idiossincrasia – e esta acompanha os sociais-democratas desde a fundação e de alguma forma o país já nem espera que mudem. Outro assunto bem diverso é a falta de ideologia. Ninguém sabe o que defende o PSD ou porque o defende. Isso nem sempre foi um problema: no passado já era assim e Cavaco por pouco não teve três milhões de votos em 1991. Aliás, repetir Cavaco e o seu perfil de mais competência e menos ideologia foi uma obsessão durante anos para o PSD: havia de vir aquele que repetiria o milagre Cavaco e nessa ilusão foram queimando líderes. Mas o PSD esqueceu que Cavaco ganhou num país de gente que vivia mal, mas que achava que podia mudar a sua vida. De gente que via as eleições como um factor de mudança, quanto mais não fosse de governantes. De gente que à direita e à esquerda não tinha medo do futuro.

Esse país não existe mais. Hoje temos mais de 6 milhões de pessoas dependentes de subsídios ou de ordenados da função pública. Seis milhões de pessoas que cativam perto de 87% de todas as receitas do Estado. Chegámos a estes 6 milhões de pessoas com anos e anos de PS e PSD competindo entre si para ver qual deles fazia crescer mais este número de dependentes do Estado e a terem como principal discurso distintivo os benefícios que dariam, caso fossem governo, a estas pessoas e às outras, já poucas que ainda não faziam parte do grupo.

Estes 6 milhões de pessoas que Medina Carreira define como “partido do Estado” não são apenas um problema económico. Elas tornaram-se um problema político, pois para boa parte destes 6 milhões de pessoas as eleições passaram a ser sinónimo de insegurança, daí a sua enorme disponibilidade para apoiarem ou tolerarem quem transmita uma imagem de poder, sobretudo se este poder for exercido com tiques de autoritarismo, coisa que não resolve nada, mas facilita muito a construção de uma imagem de líder.

É fácil e tentador dizer que esta rede de dependentes funciona como o escudo humano de quem está no poder, seja esse poder o do governo central, das autarquias ou o dos governos regionais. Mas essa é apenas uma parte do problema, a que nos diz respeito a todos nós. A outra parte do problema diz respeito ao PSD: o PSD foi tendo um discurso, cada vez menos eficaz, é certo, para estas pessoas, enquanto o argumentário eleitoral se centrou no dar. Agora que se entrou na fase da gestão do medo da perda, o PSD não tem discurso, enquanto o PS, antes pelo contrário, encontrou o que anos de desgaste e escândalos lhe tinham retirado: algo para prometer.

Todos os dias uma notícia, ou duas, ou três, dão conta de que o PSD quer tirar, cortar, destruir… enfim se propõe alterar no sentido da perda aquilo com que contam para a vida. Já o PS diz-lhes que mudará o menos possível e que vai defender o Estado social, uma entidade que se foi tornando tão mais omnipresente nas nossas vidas quanto mais o Estado gastava.

O termo “social” justificou ao Estado o nepotismo, a incompetência, o meter-se onde não é chamado, o despesismo e a corrupção. Sob o chapéu-de-chuva do Estado social, o Estado adopta procedimentos que lhe garantem dinheiro em caixa para o seu expediente, mas que colocam ainda mais em risco o futuro dos portugueses: esta semana soube-se que o Governo pretende que as sociedades gestoras de planos poupança reforma (PPR) invistam mais em títulos da dívida da República Portuguesa, opção que no princípio deste mês já se tinha colocado para o próprio Fundo de Capitalização da Segurança Social. Mas a cada vez que o PS diz que vai defender o Estado social, seja lá isso o que for, os portugueses precisam de acreditar que será menos mau pela mesma razão que em 2009 quiseram acreditar que o discurso do “governo que dá” ainda não chegara ao fim. Os portugueses vivem no medo da perda e quem tem medo refugia-se na manutenção do que ainda existe.

Quer isto dizer que Passos Coelho está condenado a perder as eleições? Depende. Apetecia-me dizer que se mentisse as ganhava, mas francamente para isso já vai tarde e Sócrates fá-lo melhor. Falar verdade também não é suficiente – veja-se o caso de Manuela Ferreira Leite. Pode optar por gerir o medo da perda, como vai fazer o PS, ou antes, pelo contrário, tentar convencer os portugueses de que é possível viver sem medo. A outra alternativa é esforçar-se por perder as eleições (confesso que há dias que acredito que já fez esta escolha!). Enquanto faz farófias – o que sempre é um avanço gastronómico em relação a tantos outros candidatos a primeiro-ministro e presidentes desta República que antes de si pousaram ao lado das mulheres, dizendo que não sabiam estrelar um ovo, mas que as respectivas mulheres, essas, confeccionavam excelentes pratos de bacalhau – pode divertir-se imaginando os técnicos do FMI reunindo-se com Sócrates e sobretudo explica ao seu partido que o FMI vai impor a Portugal aquelas medidas que perante os microfones desligados os dirigentes do PSD e muitos do PS dizem ser necessárias, mas que mal os microfones se ligam passam a classificar como não compatíveis com a Constituição, com o Estado social, com o estado do programa do partido ou com a falta dele. Não é uma perspectiva muito grandiosa, mas é aqui que se chega quando se abdicou do essencial num partido: ter um discurso ideologicamente coerente e distinto.

*PÚBLICO

46 comentários leave one →
  1. castanheira permalink
    29 Abril, 2011 09:14

    Em conclusão : O país só mudará quando atingir o fim do abismo , o que se prevê dentro de 3 ou 4 anos quando já não houver mais ajudas e ninguém mais emprestar dinheiro a Portugal .
    Até lá o governo , qualquer que seja , continuará a “sacar” á “formiga” que trabalhou e poupou para distribuir pela “cigarra” e pelos milhares e milhares de “bois” do ps e psd , instalados.
    Aí , esses 6 milhões que a Helena fala, quando constatarem que a “fonte” secou terão de dar o aval á mudança e aí sim poderá aparecer alguém com visão e rasgo para conduzir os portugueses á saída da “fossa” onde ps e psd colocaram Portugal.

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  2. julia permalink
    29 Abril, 2011 09:19

    Eu assino por baixoe acrescento que estas eleições vão ser o “seguro” de muita gente…Um sis, um voto…Eu só acreditei nesta hipótese quando numa estação de correios, Vi o levantamento demais de mais de € 2 000…e a viver em bairro social..
    É-me indiferente a vitória.Quero a vitória da educação, saúde e justiça em todas as suas vertentes.
    ***
    Quanta injustiça! Quanta dor! Quantas desgraças!
    Quantos suores sem proveito! Quantas taças a transbordar veneno emespumantes bocas!
    Quantos martírios, ai! Quantas cabeças loucas! António Noobre

    Até amanhã! Até sempre!
    Júlia Príncipe

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  3. 29 Abril, 2011 09:21

    um momentâneo lapso de lucídez!

    quanto mais o psd acolhe os ultraliberais(muito prolixos cá pelo blasfémias) mais encolhe; quanto mais inflecte à esquerda mais cresce-isto como muito bem nota áurea sampaio na revista visão.

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  4. Lionheart permalink
    29 Abril, 2011 09:32

    É isso mesmo Helena. Não basta falar verdade. Se o eleitorado não gostar da verdade, vota em que lhe venda ilusões, porque ninguém vota para viver pior. O país não aguenta uma verdade que lhe diga que tem de regredir social e civilizacionalmente. Nós não estamos no tempo do Estado Novo em que se governava por decreto e o aparelho repressivo metia o povo na ordem. Num país onde há tanta miséria, se se acaba com o pequeno, mais insustentável, Estado Social que temos, isto vai ser um barril de pólvora.
    .
    É preciso uma narrativa que substitua o embuste em que o país tem vivido, mas que dê esperança às pessoas de que Portugal não vai para terceiro mundo. Por exemplo, o caso inglês. O Reino Unido está numa encruzilhada semelhante à que se encontrou no pós-guerra, quando teve de se adaptar a um mundo pós-colonial. A “Big Society” é uma narrativa ainda incipiente, mas destina-se a atingir o objectivo de diminuir a despesa social do Estado Britânico (embora tal não seja publicamente assumido) , que a sua economia já não comporta, para prepará-lo para o mundo pós-ocidental em que vivemos. Para tal é preciso diminuir as funções do Estado e o funcionalismo público. O comunitarismo, o voluntariado, as caridades, ou os concelhos, entendem os conservadores, podem substituir o Estado central na assistência aos mais vulneráveis, podem diminuir a dependência do Estado. Mesmo que com algum apoio financeiro do Estado, é sempre menos dispendioso que sustentar todo um aparelho de assistência social. Mas isto é tudo ainda muito vago e vai demorar uma década, ou mais, a implementar, se tudo lhes correr bem em termos de condições políticas.
    .
    A direita portuguesa também precisa de criar uma narrativa adaptada à realidade de Portugal, que substitua a da esquerda, de modo a que se governe para além das imposições dos credores. Mas vejo muito pouco pensamento sobre isto. Acho que o político com melhor cabeça na direita é o Paulo Portas, mas não lhe desejo mal, porque isso ele que não queira ser Primeiro-Ministro neste turbilhão, porque ainda o “matavam”. Seria um “João Franco” sem o D. Carlos…

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  5. Guillaume Tell permalink
    29 Abril, 2011 09:36

    Num mundo a ideologia conta cada vez menos e o PSD perdeu por falta de ideologia?
    O PSD tem (teve) simplesmente um problema de complexo: sempre que um partido atinge uma maioria absoluta, os militantes (e obviamente futuros líderes) tendem a valorizar excessivamente o líder que conseguiu tal proeza, e isso tende mais tarde a enfraquecer o próprio partido. É por isso que se fala tanto de cavaquismo dentro do PSD, como se fala de thatcherismo entre os tories, de mitarranismo entre o PS francês e como se falará de socratismo no PS. As grandes conquistas eleitorais permitem sempre aos responsáveis da vitória de “colonizarem” o partido e a Administração pública. Ora essa colonização é geralamente acompanhada por “parasitas” (os cortesões) que tentam também de se aproveitar de este estado e que a seguir dificultam a vida a aqueles que querem mudar (porque obviamente não lhes dá jeito).
    E quando é que isso acaba? Quando o líder que consegui a grande vitória desaparece politicamente (DE VEZ), quando há outro líder que consegue uma grande vitória, ou que consegue fazer a limpeza interior.
    E quando o PSD conseguir a se livrar de vez do cavaquismo é que poderá pensar a governar “sem” problemas. Por isso o que aconteceu ao PSD há de acontecer ao PS se eles não se livrarem do socratismo.

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  6. José Pinto Basto permalink
    29 Abril, 2011 09:43

    Na mouche D. Helena, na mouche! O Comunismo acabou, mas para isso foram precisos 70 anos, o Socialismo ainda só vai em 37…

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  7. Bonaparte permalink
    29 Abril, 2011 09:50

    Ah grande Helena!

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  8. Miucha permalink
    29 Abril, 2011 09:52

    Emissão TSF de 28 de Abril de 2001 – sócrates responde a perguntas no fórum aberto da TSF
    Não ouvi a emissão mas ouvi quem alí encontrou a salvação e deu Graças ao Senhor!
    Dizem que foi mais ou menos assim (no texto, onde diz Deus/Jesus/Cristo substituir por Sócrates)
    Lucas 23:
    39 Então um dos malfeitores que estavam pendurados, blasfemava dele,…
    Quantas pessoas não têm blasfemado contra Deus, atribuindo a Ele os seus problemas? O espírito delas é negativo, pois, além de errarem, são problemáticas, como aquele malfeitor, que tinha cometido erros, e que, ao mesmo tempo, possuía um espírito mau, pois atribuía a Deus as suas desgraças. É isto que acontece aos seres humanos de uma maneira geral, pois atribuir a terceiros ou a Deus a culpa dos seus problemas é a saída mais “conveniente” e o mal aproveita-se disso, pois, assim, dificilmente se encontrará a salvação. Enquanto a pessoa atribuir os seus erros, fraquezas e problemas a Deus, que é o único que a pode salvar, ela não se entregará a Ele. Para além de que blasfemamos contra Deus sempre que Lhe atribuímos a culpa pelos nossos fracassos.

    … dizendo: Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós.
    As pessoas querem que Deus faça a parte d’Ele, sem que elas tenham feito a sua. Querem viver a suas vidas de uma forma desordenada, indisciplinada e querem que Deus, mesmo assim, as abençoe, proteja, inspire ou guarde… Elas querem que Deus faça um truque de magia, como aquele ladrão, que queria que Jesus ignorasse os seus erros. Mas Cristo estava ali para dar o perdão, não para inocentá-lo dos seus erros; estava para dar a oportunidade de um novo começo, ainda que o seu estado fosse terminal. Aquele malfeitor não queria usar a razão! Obviamente, Ele já tinha ouvido falar de Jesus – afinal, Cristo teve 3 anos e meio de ministério –, mas ignorava a vontade de Deus para a sua vida.
    40 Respondendo, porém, o outro, repreendia-o,…
    Quer dizer, o outro usou a inteligência, a razão. Era também pecador, porém não comungava dos erros do primeiro. Este segundo ladrão era diferente, tinha um espírito bom, pois reconhecia o estado em que se encontrava e de nenhuma maneira atribuía aquela situação a terceiros ou a Deus. Se você reconhece as suas falhas, as suas limitações, o seu espírito será novo, a partir de hoje.) … dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando na mesma condenação? (Este segundo reconhecia os seus erros, pois assumia-os.

    41 E nós, na verdade, com justiça; porque recebemos o que os nossos atos merecem;
    Você e eu, recebemos a recompensa pelos nossos atos, sejam para o bem ou para o mal, ainda que seja num estado terminal, “mas este nenhum mal fez.” Ele sabia que o que de mal lhes estava a acontecer era consequência dos seus próprios atos, e não culpa de Deus ou do destino. A pessoa tem que raciocinar e concluir: “se Jesus me ama, por que motivo estou neste estado?”. Jesus não faz mal a ninguém, inclusive afirmou: “Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito são do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação nem sombra de mudança.” Tiago 1.17

    excertos tirados daqui – http://iurd.pt/os-dois-malfeitores/

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  9. Euro2cent permalink
    29 Abril, 2011 09:56

    (como o artigo em geral até tem razão, e para não chorar, ficam duas larachas …)

    > a figura majestática de Mário Soares
    Já tinha visto maneiras menos elegantes de lhe chamar gordo …

    > pousaram ao lado das mulheres
    Não havendo um revisor para cortar o ‘u’ extra, fica uma anedota do Bocage, que não era tipo para “pousar ao lado”.
    Acordado intempestivamente de uma sesta por duas jovens que, entre risinhos, inquiriram dos seus decerto poéticos sonhos, Bocage disse: “Minhas meninas, sonhei convosco. Sonhei que era borboleta, e vós ereis flores. E eu, ora me punha numa, ora me punha noutra …”

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  10. Miucha permalink
    29 Abril, 2011 09:57

    é claro – não foi em 2001 e sim 2011. Obrigada.

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  11. Miucha permalink
    29 Abril, 2011 10:01

    a propósito da figura majestática de Mário Soares recordo que há mais de 20 anos lhe atribuíram a descrição de “sovacos almofadados”…

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  12. 29 Abril, 2011 10:01

    enquanto o psd se encerra neste dilema shakespeariano, os bifes britãnicos exultam histéricos in spite of os 400% de dívida global sobre o produto.(parece que desorçamentam muita despesa militar-glamour oblige)

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  13. JCA permalink
    29 Abril, 2011 10:08

    .
    Se fosse só perder …..
    É diferente: começa-se a configurar com grandes probabilidades no eleitorado a perspectiva duma maioria absoluta nas eleições de Junho.
    .

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  14. 29 Abril, 2011 10:41

    Na mouche!
    É por estas e por outros que os portugueses têm o que merecem, e vão continuar a ter.
    Por isso mesmo decidi não aturar uma única queixa sobre o estado do país, nem discutir política com quem defende mais do mesmo. Quem vota alarve e defende o indefensável só merece ser espoliado até ao tutano.

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  15. 29 Abril, 2011 10:48

    soares a fazer de presidente face à demissão incompreensivel de cavaco:
    «O antigo Presidente da República Mário Soares afirmou hoje que recebeu “respostas positivas” de José Sócrates e Pedro Passos Coelho quando defendeu junto dos líderes dos dois maiores partidos a necessidade de um “entendimento”. »

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  16. 29 Abril, 2011 11:14

    Ó Helena, caso tenha conhecimento, diga-nos quem vai dar as ideias para o programa eleitoral do PSD? Será a sociedade civel ou os que estão à espera de meter a mão no pote, aqueles marcos antónios, a chamada máquina que anda por essas capelinhas laranjas a ouvir os saudosos do pote.
    Acho que vão ser estes!…

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  17. 29 Abril, 2011 11:22

    a helena esqueceu de mencionar o essencial para o desenlace da derrota do psd:
    o ter passos dado o megafone ao inenarrável Relvas!!!

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  18. certo permalink
    29 Abril, 2011 11:27

    É a mexicanização à vista, de 80 anos de poder, com um sókras (abrenúncio!) mais resistente que o mubarak, o kadhafi e o kim il sung, além do chavez e dos irmãos castro, sem falta daquele das botas, se já na Alemanha assim foi, semelhante a um do Chile.

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  19. Rui F permalink
    29 Abril, 2011 11:47

    Mas há um ponto comum:
    Ambos usam e abusam do estado para alimentar as suas clientelas e sacar o que é “sacável” para o lado privado, não raras vezes éticamente mais próximos de África do que do Norte da Europa Social democrata. Provavelmente o FMI sabe disso…provavelmente o FMI sabe que é impotente para travar essa desgraça que afunda eternamente Portugal.

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  20. Rui F permalink
    29 Abril, 2011 11:55

    ESTADO SOCIAL POIS ENTÃO!
    Porque chama de parasitas a quem quer um Estado Social digno desse nome?
    Ou então não enganem o Povo com a história de ser Social democrta ou Socialista democrático.

    É obvio que o Passo Coelho não tem tato para 1º ministro…quanto muito um penduricalho numa secretaria de Estado.
    E é obvio que o PS iré meter o Estado Social na sargeta assim que que o FMI queira.

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  21. José permalink
    29 Abril, 2011 12:33

    “A direita portuguesa também precisa de criar uma narrativa adaptada à realidade de Portugal, que substitua a da esquerda, de modo a que se governe para além das imposições dos credores. Mas vejo muito pouco pensamento sobre isto. Acho que o político com melhor cabeça na direita é o Paulo Portas, mas não lhe desejo mal, porque isso ele que não queira ser Primeiro-Ministro neste turbilhão, porque ainda o “matavam”. Seria um “João Franco” sem o D. Carlos…”

    Essa NARRATIVA é essencial, mas não é Portas o narrador.
    É Marcelo Caetano. E não digo mais.

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  22. 29 Abril, 2011 13:03

    tendo em conta a cena da reforma lá prós 7o e o seu valor , a diminuição do subsidio de desemprego e doença para tostões e o que nos custam os “empregados” que tratam dessas coisas …eu votava era no partido que nos desse a opção de não nos chularem 34.75% do ordenado. acho que está na altura de podermos escolher a nossa seguradora , mesmo que seja o colchão. esta não presta.

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  23. pedro permalink
    29 Abril, 2011 13:08

    Os socretinos de serviço só falam em pote, bolas, estão mesmo à rasca com medo de perder o dito pote! Fiquem lá com o pote, vazio como está e como cada vez mais vazio vai ficar, vai servir de muito…

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  24. pedro permalink
    29 Abril, 2011 13:12

    Quanto ao PSD, o mal dele é que é um partido que congrega (e onde militam ou votam) desde socialistas que não são PS à esquerda até salazaristas e nacionalistas à direita, um partido assim nunca se entenderá (mesmo que ganhe eleições). Um partido que desde o 25/4/74, e por causa dele, é um enorme equívoco nacional.

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  25. pedro permalink
    29 Abril, 2011 13:13

    Quanto ao PS tornou-se um partido de chulos e crápulas, o pior que nos poderia ter acontecido, atirou-nos para a bancarrota e desgraçou-nos o futuro 😦

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  26. zazie permalink
    29 Abril, 2011 13:22

    Mas o marcelismo era uma ideologia?
    Não. Não era. Precisamos de pensamento político mas ideologias dispensam-se.
    Tem é piada a HM falar nelas. Bem me queria parecer que o neotontismo é emborcado para esse fim.

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  27. PLus permalink
    29 Abril, 2011 13:33

    O PS é um partido da social democracia incompetente e irresponsável.
    O PSD é uma versão um pouco mais responsável mas igualmente incompetente.

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  28. Jofre permalink
    29 Abril, 2011 13:51

    A gentalha que fala em nome do PSD não é diferente da gentalha que fala em nome do PS. Os métodos são diferentes para atingir objetivos similares.
    Por isso, digo; Passos Coelho não vai ganhar as eleições! Sócrates é que as vai perder!

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  29. 29 Abril, 2011 13:56

    Pacheco Pereira já respondeu à helena dizendo que PSD é um partido sem estratégia…
    perante isto vou para a esplanada discutir filosofia com o barman…

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  30. 29 Abril, 2011 13:57

    Helena,
    há algum tempo que não via escrito por si um texto tão lúcido e tão centrado nas questões estruturais da sociedade portuguesa.
    Uma força política não representa apenas um conjunto de soluções ou uma ideologia. Tem de representar os interesses de um conjunto de pessoas ou estará condenada à marginalidade. Na parte inicial do seu texto explora essa noção muito bem.
    Também captura muito bem a ideia de que as pessoas mesmo em perda, continuam a gerir o seu futuro. Se acham que com Sócrates, o falso, perdem menos defenderão Sócrates.
    Já por outro lado não concordo com a ideia de que a liderança do PSD quer perder as eleições. Acredito que no PSD haja quem queira que isso aconteça, tentado por uma política de destruição do PS às mãos do projecto FMI / UE. Julgo que a existirem essas pessoas cometem um erro que tentarei explicar mais tarde.

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  31. 29 Abril, 2011 14:17

    Excelente análise! Mas olhe HM, é irrelevante se o PSD tem ou não ideologia. O PS também não a tem! Desde que os partidos se transformaram em máquinas de assalto ao poder, a ideologia passou a ter um valor meramente instrumental: um meio de manutenção e/ou de assalto ao poder.
    O PS utiliza-a de forma magistral no difícil, mas genial, número de ilusionismo que é criar na massa assustada de “militantes” do Partido do Estado a ideia que defende o estado social enquanto, de mansinho, o desmantela! Neste número de ilusionismo, o PSD, eleito pelo PS inimigo Nrº 1 do estado social aos olhos da massa assustada, funciona como idiota útil deste número brilhante, digno de um David Copperfield.
    A arte de ganhar votos confunde-se hoje com a arte de bem enganar massas assustadas. E nessa matéria, o “dream team” Socrático dá cartas à cacafónica agremiação da super-ego-laranjada! Se ganhar ou perder por pouco não admira!

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  32. 29 Abril, 2011 14:28

    A arte de ganhar votos confunde-se hoje com a arte de bem enganar massas assustadas: potenciando o susto primeiro. Dando-lhe tranquilizantes depois. E nessa matéria, o “dream team” Socrático dá cartas à cacafónica agremiação da super-ego-laranjada! Se ganhar, ou perder por pouco, não admira!

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  33. 29 Abril, 2011 14:34

    psd vai ganhar muitos votos com o carrapato programa da + sociedade: aumento da idade da reforma+aumento do IVA

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  34. 29 Abril, 2011 14:35

    No estado em que está o país, os homens inteligentes que têm a si a consciência da revolução…
    http://ricardocampus.com/2011/04/29/eca-e-portugal-%E2%80%93-os-homens-inteligentes/

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  35. Arlindo da Costa permalink
    29 Abril, 2011 15:32

    Mário Soares devia ser declarado Duque da Lusitânia, e os seus descendentes deviam constituir uma nova Dinastia e afastar da pretendência do trono os miguelistas arregimentados à volta de D. Duarte Pio.
    Uma nova Dinastia para Portugal: Os Nobres Soares da Lusitânia.

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  36. 29 Abril, 2011 15:43

    A ideologia é um baile de máscaras
    onde apenas são permitidos alguns trajes.

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  37. jorge silva permalink
    29 Abril, 2011 15:48

    não estou de acordo. a direita sempre achou-se com o direito divino de governar, nestes anos que levam fora do poder é ve-los de cabelos em pé perante a ousadia dos tipos de esquerda estarem no poder. pois é, há uma coisa chata na democracia, é o povo que escolhe e a direita não se conforma com isso.

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  38. 29 Abril, 2011 16:49

    A crónica de Helena Matos tem muito que se lhe diga.

    Respigo apenas dois pontos:

    1 – Há 6 milhões de dependentes do Estado afirma HM, citando Medina Carreira.
    O Estado é grande e todos governos os seus alargadores.

    Mas o número peca por algum exagero.
    Quando Helena Matos conta os dependentes, ou MC por ela, conta também os reformados que,compulsivamente, pagaram para garantirem uma reforma nos termos prometidos e já várias vezes alterados? Estou certo que sim.

    Neste caso, um reformado que tenha descontado durante uma vida profissional de 45 anos mais de 30%do seu ordenado (ele e a entidade patronal, o que em termos aritméticos dá no mesmo) é um dependente do Estado? Deve-lhe favores? Deve favores a alguém?

    Mesmo no sistema pay and go, adoptado há já várias décadas, a segurança social não é deficitária.

    Mais: Quando a segurança social foi alargada aos não contributivos foram os contributivos da segurança social que suportaram a carga.

    Mais: Aqueles, cidadãos de primeira, que se mantiveram em sistemas de segurança social especiais, nunca foram chamados a contribuir com nada. Segundo Vital Moreira, e outros, a diversidade de sistemas é inconstitucional desde que pariram esta Constituição.

    Mais: Os beneficiários (é com eufemismos destes que se confundem os desprevenidoss) do sistema da segurança social viram as suas pensões saquedas, e irão ver mais ainda. E os outros, Helena Matos?
    Os bancários, por exemplo? E outros?

    Não me vou alongar mas há muito mais para interrogar.

    2 – Só para terminar, observo que Helena Matos “Exerce actualmente funções de
    consultoria e pesquisa histórica para a série Conta-me (RTP 1)”
    Vd aqui: http://www.ipri.pt/eventos/pdf/CV_HelenaMatos.pdf

    A RTP, um grupo de empresas que nos saca uns largos milhões dos bolsos todos os anos, recorre aos serviços de Helena Matos.

    Contou Helena Matos com Helena Matos na contagen dos dependentes?

    Perguntado de outro modo: Eu, que descontei para a segurança social durante 45 anos mais de 30% do meu ordenado, e que pago impostos para sustentar a RTP onde a Helena Matos cobra sou mais dependente que ela?

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  39. maria.c permalink
    29 Abril, 2011 17:02

    que título esquesito.
    Então ter poder não equivale a ter razão? O poder depende do que afinal?

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  40. Carlos III permalink
    29 Abril, 2011 18:05

    Silva,
    A coisa chata da democracia é que quem vota tem de sofrer as consequências das suas escolhas. Não é justo atribuir essa responsabilidade ao povo. Era muito melhor se se pudesse culpar sempre a direita, entidade que, de resto, não existe em Portugal.

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  41. 29 Abril, 2011 19:37

    Para cortar na despesa, é preciso cortar nas “conquistas de abril”….

    http://mentesdespertas.blogspot.com/2011/04/bancarrota-corrupcao-ps-socrates-e-as.html

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  42. lucklucky permalink
    29 Abril, 2011 21:08

    O texto tem algumas boas partes mas também é incoerente. Não se pode dizer que Manuela Ferreira Leite falava verdade o que implica coerência. Ora coerência é coisa que a senhora não tinha.

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  43. Hangeki permalink
    29 Abril, 2011 23:20

    Ou então, está na hora de voltarmos à rua e desacreditar quem diz que a convulsão social já não se aplica porque somos um país civilizado. Voltou a hora de acabarmos com a instituição corrupção que se instaurou no nosso país à beira mar plantado. A alternativa é continuarem a dizer que temos aquilo que merecemos.

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  44. aix permalink
    30 Abril, 2011 10:55

    o comentário a este artigo de HM feito pelo autor do «Aliás» não foi publicado.Porquê? para mim
    …se a censura fosse por razões de ofensas pessoais ao blog ou à autora ainda se compreenderia…
    agora eliminar uma crítica serena e verdadeira…só por incómodo ou receio do desmascaramento de quem se diz ‘historiadora’ é despeito

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  45. licas permalink
    10 Maio, 2011 11:22

    Um *soluço* nas intenções de voto (de erro mais ou menos 3%)
    e já *eles* se babam na previsão de continuarem com o *tacho* cheio:
    85 MIL MILHÔES DE EUROS!

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