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Razões para haver rendas no sector energético

28 Março, 2012

1. Os portugueses querem electricidade barata e reagem mal quando os preços sobem. Os políticos, para os contentar, são forçados a baixar administrativamente os preços. Como preços artificialmente baixos afastam os investidores, os políticos têm que os compensar com rendas.

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2. Os portugueses adoram a modernidade e a ecologia. Na área da energia isso implica formas de produção não lucrativas. Os políticos, para os contentar, querem também ser modernos e ecológicos.  Como as energias ecológicas não são rentáveis, os políticos têm que compensar os investidores com rendas.

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3. Os portugueses não gostam de apagões. Como as duas razões anteriores distorcem o investimento gerando excesso de produção nos períodos de baixo consumo e risco de escassez de produção nos períodos de alto consumo, e como produzir para as horas de alto consumo não é suficiente para viabilizar investimentos, o governo tem que promover investimentos para assegurar potência disponível nas horas de alto consumo, e isso consegue-se pagando rendas.

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Como nenhum destes 3 factores sofreu qualquer alteração após a Bancarrota Sócrates, é inevitável que o sector da energia continue a ser um sector rendista. A conversa sobre a quebra dos contratos é motivada pelo factor 1 e tende a agravar o factor 3. Quanto maior for o risco de quebra de contrato mais o Estado tem que pagar para compensar as distorções do sistema energético.

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Como sair disto? Responder a cada um daqueles 3 factores:

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1. Aumentar o preço da electricidade para reflectir o custo. 30% a 50% deve chegar.  Consumo baixa. Necessidade de rendas devido aos factores 1 e 3 baixam.

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2. Lançar um programa de redução do peso das energias intermitentes no sistema. Fazer uma festa sempre que um gerador eólico for abatido. Baixa a necessidade de rendista para compensar a intermitência, quer porque baixa a necessidade de redundância, quer porque preços de mercado sobem.

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3. Fazer reflectir no consumidor os custos da produção nos picos de consumo. Permitir, por exemplo, que o fornecedor de electricidade possa fazer cortes selectivos de acordo com o perfil e o contrato do cliente, ou possa penalizar os clientes que não adiram a sistemas de contagem inteligente. Menor necessidade de rendistas para cobrir picos de consumo.

87 comentários leave one →
  1. henrique pereira dos permalink
    28 Março, 2012 13:58

    1) Inteiramente com o pressuposto 1, isto é, o de que o preço no consumidor deve reflectir integralmente o preço de produção e disponibilização da energia;
    2) A conversa das energias intermitentes é uma treta. O preço médio da energia a partir do gaz natural e da eólica está, com os actuais preços do petróleo, em patamares semelhantes (o gaz aumentou de vinte e tal para setenta em poucos anos, enquanto a eólica baixou dos mais de cem para os mesmos 70);
    3) Há um conjunto de rendas obscenas de que não fala e é pena: a co-geração (quando tem origem em energias fósseis) e a biomassa. A origem destas rendas é simplesmente política e não tem nenhuma relação com aspectos de gestão energética. No caso da co-geração trata-se de um subsídio à exportação, no caso da biomassa resulta da resposta polícita desastrada aos incêndios de 2003 e 2005;
    4) Abater agora eólicos que dentro de sete anos começam a estar disponíveis sem custos (os contratos com maiores tarifas de feed-in são os mais antigos e a garantia acaba em 2020, pelo que a partir daí não há qualquer preço garantido) não tem o menor nexo;
    5) Nunca ninguém demonstrou com números reais que são as intermitências que provocam necessidades de pagar pela disponibilidade. A disponibilidade sem produção resulta mais do diagrama de consumo que das intermitências. E do facto da capacidade de armazenamento num dos principais sistemas electro-produtores (o Douro, cujas albufeiras apenas armazenam 12 horas, são a fio de água) não existir;
    6) Os exemplos que procuram demonstrar a irracionalidade do peso das intermitentes (que pode ser excessivo, é certo, mas falta demonstrar) foram feitas em condições meteorológicas excepcionais, com as albufeiras na sua máxima capacidade de armazenamento. Gostaria de ver os mesmos exemplos feitos nesta altura. É por isso que essas contas não se fazem com exemplos mas com valores em intervalos medianos, contando com a elevada variabilidade do clima mediterrânico.
    7) Esqueceu-se, lamentavelmente, da eficiência energética (embora ela seja um dos outputs positivos dos preços mais altos da electricidade) e da água quente solar, que ajudariam a diminuir os picos e o consumo global (ou melhor, a moderar a sua subida).
    henrique pereira dos santos

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  2. AtéFicoParvo permalink
    28 Março, 2012 14:08

    Mais 1 que vive bem…

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  3. PMP permalink
    28 Março, 2012 14:10

    O JM não faz ideia nenhuma dos custos de uma empresa integrada de produção e distribuição de energia eléctrica.
    .
    É fácil reduzir os preços de venda da electricidade em Portugal em 20%, basta ver que a rentabilidade da EDP anda pelos 12% quando em média deveria estar nos 8%.
    .
    Ou seja o deficit tarifário pode desaparecer em 3 anos e os preços podem ser congelados durante 3 anos.

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  4. simil permalink
    28 Março, 2012 14:21

    oh, gajo mais reaças, que aparece só para engendrar mais uma das dele, recalcada, mentirosa, e ninguém vai já na sua treta, nem o rooms e nem bush .

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  5. Pencudo Sionista permalink
    28 Março, 2012 14:21

    Quando um biólogo e um arquitecto falam de produção de electricidade…

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  6. 28 Março, 2012 14:48

    O HPS está de volta? Ainda bem! Precisa de levar mais na cabeça com a desinformação que volta a espalhar! Mas isso trato eu no meu blog.

    Sobre o que aqui se propõe resolver, há uma forma muito mais interessante de resolver o problema: que o consumidor fosse capaz de escolher mesmo o seu produtor de energia. Ao mesmo tempo acabavam-se com todos os subsídios.

    Assim, o HPS e restantes melancias, podiam contratar as eólicas. Ficavam sem electricidade cerca de 70% do tempo e pagavam o dobro da média. Se gostassem de solar pagavam cerca de 7 vezes mais, e não tinham direito a electricidade durante a noite. Se optassem pelas duas, ficavam algures no meio. Eu preferia pagar metade do que pago hoje, e contratar as centrais térmicas. Ah. E tinha electricidade o ano todo.

    Resolvia-se o problema num abrir e fechar de olhos! E vocês o que escolhiam?

    Ecotretas

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  7. 28 Março, 2012 14:57

    E não era melhor o Estado sair completamente do sector da energia ( e de todos os sectores da economia, já agora) e deixar o mercado funcionar livremente e em saudável competição? Eu acho que sim!

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  8. 28 Março, 2012 15:13

    Não era necessário arrotar a Banca Rota de Sócrates?!
    A festa de dar um tiro numa eólica resulta em pedinte de energia à França.
    Antes de escrever, devia passar uns dias de pedinte nos Congredados.

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  9. JPT permalink
    28 Março, 2012 15:20

    Eu permito-me acrescentar um ponto 4: obrigar os investidores a pagar uma sobretaxa pela energia eléctrica consumida na redacção de “press releases” e sua difusão na net. Só à custa de um redactor deste blogue já tínhamos para aí menos um ponto no défice público. Agora a sério: venham os apagões, venham os aumentos, venham os processos dos sócios do Dr. Xavier, venha a fuga dos investidores para a Índia, venham o drama, o horror, a tragédia. Que venha isso tudo, e que venha depressa, quanto mais não seja para não ter que aturar mais a impunidade pesporrente dos nossos beneméritos “investidores”, ao mesmo tempo que as lojas fecham, as empresas falem, as plataformas se enchem de gente à espero de meio metro, os desempregados aumentam e o seus subsídios diminuem.

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  10. RCAS permalink
    28 Março, 2012 15:39

    O SILÊNCIO DAS CASSANDRAS
    Vivemos num contexto de AUTÊNTICO MASSACRE SOCIAL. O GANG que nos governa rouba-nos descaradamente
    e o que vemos nestas cassandras afectas à direita? silêncio, e cortinas de fumo! desonestos intelectualmente, perante o empobrecimento actual deste povo e deste país , assobiam para o lado! Hipócritas Só à lambada!

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  11. NLM permalink
    28 Março, 2012 15:45

    Captura pelo incumbente??

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  12. Portela Menos 1 permalink
    28 Março, 2012 15:54

    mais uma tese de mestrado do sr Miranda!

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  13. henrique pereira dos permalink
    28 Março, 2012 16:00

    Tretas, queres discutir com argumentos ou com acrobacias retóricas? Já refizeste os cálculos para a situação actual? Quando fizeres avisa. Vamos então aos cálculos: preço do MWh em 2003 para a electricidade produzida a partir do gas natural: 23 euros. Em 2009: 63 euros. Eólica em 2003 recebia 95 euros. Em 2001 70 euros (na verdade o último concurso até ficou abaixo desses 70 euros). Como se sabe de 2009 para agora o preço do petróleo subiu um bocado (o preço do MWh eólico é fixo, ao contrário do preço do gás que é arrastado pelo preço do petróleo).
    Pencudo Sionista, esse argumento é bom. De facto havia um idiota que nem curso tinha e que se chamava Thomas Edison que também tinha pretensões a falar de electricidade, o idiota. Felizmente mandaram-no estudar em vez de dizer parvoíces. Mas estou convencido que quanto mais não seja para instruir os pobres ignorantes vais com certeza responder aos argumentos concretos, mesmo sabendo que o argumento de autoridade é imabtível.
    henrique pereira dos santos

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  14. piscoiso permalink
    28 Março, 2012 16:01

    Quando ouço alguém: “OS PORTUGUESES ISTO…OS PORTUGUESES AQUILO”
    Não sei do que estão a falar.
    Conheço o Manel, conheço o Semide, conheço o Bernardes e são todos diferentes, um é do norte, outro é do sul, outro até nasceu em França.
    O João acha que os portugueses querem isto, gostam daquilo e não sei que mais para fazer um post eléctrico.
    Já desliguei.

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  15. henrique pereira dos permalink
    28 Março, 2012 16:08

    Já agora, se quiserem ouvir o presidente da eléctrica com maior peso do nuclear dizer que o preço do nuclear, do gaz ou das eólicos é semelhante, é só ter a paciência de ouvir:
    http://www.publicsenat.fr/vod/seance/audition-de-m.-henri-proglio,-president-directeur-general-d-edf/115428
    Espero que agora não venham com a conversa de que presidente da EDF é um perigoso ambientalista e anti-nuclearista.
    henrique pereira dos santos

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  16. e-ko permalink
    28 Março, 2012 16:22

    uma solução seria deixar de pagar remunerações milionárias aos quadros e outros chupistas, Catrogas e Cardonas…

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  17. 28 Março, 2012 16:28

    HPS,
    A tua argumentação é fácil de rebater, porque são argumentos requentados doutros melancias (verdes por fora, vermelhos por dentro) que por aí andam, e que tu papagueias.
    A dos 70 euros é uma parte infinitesimal da produção de energia eólica em Portugal. O valor médio para 2011 foi de 93.5 €/MWh. E esse é o valor médio! E vamos ter que suportar esses mamões durante 15 anos!!!
    Quanto ao gás natural, só estamos onde estamos por causa dos políticos melancias europeus. Nos Estados Unidos, o preço do gás natural está quase em valores mínimos históricos dos últimos 20 anos:
    http://ecotretas.blogspot.pt/2012/03/preco-do-gas-natural.html
    Quanto à situação actual, é mais surpreendente do que possas pensar! Estou a fazê-la. O sobrecusto de 2011 foi ainda maior que o que eu previ! Obviamente, tu não fizeste as contas, e não é por teres mais que fazer… Mas podes esperar por mim, ou então pedires aos teus amigos melancias…
    Ecotretas

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  18. Pedro permalink
    28 Março, 2012 16:34

    “as energias ecológicas não são rentáveis”

    É duvidoso. De qualquer forma fico satisfeito só de imaginar o vosso desespero perante os vultuosos investimentos que grandes multinacionais (do ramo automóvel e não só) estão a fazer para esterem prontas para a transição, gradual, para outras formas de energia.

    Quem acredita na infinidade dos hidrocarbonetos das duas uma: ou é uma rematada besta ignorante ou quer fazer dos outros parvos. O tempo dos hidrocarbonetos baratos……acabou.As reservas de petróleo não são infinitas e os novos campos petrolíferos têm custos de exploração cada vez mais altos.

    O ódio vesgo (e a desonestidade científica e intelectual) que alguns votam a tudo quanto “cheire” a renováveis é, por si só, reveladora do que os move…..palavras para quê…..então não estamos um mercado livre e tal e coisa e tal e coisa………hipócritas….(também se pode dar o caso de essa ralé gostar mesmo de viver numa entulheira….o que nem é de por de parte…..)

    Liberais em Portugal? ahahahah. “Rentistas”, talvez. Perante o liberalismo……estão a borrar-se todos.lol

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  19. 28 Março, 2012 16:39

    Isso não quer dizer nada, os custos de produção podem ser iguais, mas um investimento exagerado nas renováveis terá de exigir do estado mais rendas para as formas de produção tradicionais para haver uma capacidade de produção suficiente nos dias sem sol ou vento. Ou seja, duplicação de infraestrutura desnecessária.

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  20. PMP permalink
    28 Março, 2012 16:56

    O sobrecusto das eólicas não advem na sua maioria á tecnologia mas ao mau contrato feito.
    .
    É identico ao sobrecusto das centrais térmicas e hidro.
    .
    A opção politica tem de ser reduzir esses sobrecustos por permitirem rentabilidades exageradissimas.

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  21. Xiça permalink
    28 Março, 2012 17:23

    Se agora já se fazem contratos abaixo dos 70€MWh então era só agora que deveríamos estar a começar a instalar e não ter o país já coberto de milhares de torres com rendas garantidas durante 15 anos e que tem muito menos potência que as mais recentes . Aposto que são pequenos operadores que tiveram que se desenrascar com tarifas tão baixas, os grandes papões, duvido muito.
    E não me venham com a conversa dos early adopters e dos clusters, os 30 ou 40 mil empregos que dizem que seriam criados no sector são 2 ou 3 mil, e ninguém faz as contas a quantos empregos o preço da electricidade destruiu em Portugal.

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  22. carneiro permalink
    28 Março, 2012 17:29

    Mas se acabassem as rendas o actual preço não baixava ipso facto para mais de metade ? Digo eu que não percebo nada disto.

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  23. 28 Março, 2012 18:01

    E então, entre picos e picos, acaba a tarifa bi-horária e, com o fim do incentivo ao consumo no período baixo, este vai direitinho para o período alto.
    .
    Olha para eles tão preocupados com as assimetrias de consumo que lhes aumentam as rendas!

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  24. 28 Março, 2012 18:08

    Xiça,

    Isso mesmo! E emprego? Vais ficar surpreendido:

    http://ecotretas.blogspot.pt/2011/11/emprego-zero.html

    Ecotretas

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  25. simil permalink
    28 Março, 2012 18:10

    e deixar o mercado funcionar livremente e em saudável competição?, do erre-pi

    e quem é que em portugal funciona saudavelmente se não lhe põem a polícia à porta, ó pi-erre, nem o governo, que a paga e tem a serviço, meu !

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  26. simil permalink
    28 Março, 2012 18:14

    by other side, eu só não entendo como é que nos demais países os governos não roubam tantas rendas para darem aos seus corrutos amigos e a eneregia é mais barata, mais barata que a mais cara da Europa, que é a do pintelhos e cardonas e paulos beatos e mexias, além dos chinas, que não roubam tanto, ainda assim, mas o governo faz questão de lhe dar gorgeta para além do devido, noutro roubo ao País,óh, sókras, estes gajos saem a ti .

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  27. Carlos permalink
    28 Março, 2012 18:44

    Tudo visto, não entendo por que é que não revêm de imediato os contractos de co-geração e não se adoptam incentivos, do tipo preconizado pelo Henrique Santos, por forma a reduzir os picos de consumo, que tão caros nos ficam.

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  28. anti-comuna permalink
    28 Março, 2012 20:05

    Parabéns, Xiça. Mas eles gostam de modas.
    .
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    Para meditar:
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    “A produção hídrica caiu 75 por cento em Fevereiro em relação ao mesmo mês do ano anterior, representando apenas seis por cento do consumo nacional, o que levou ao aumento da produção térmica e das importações.”
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    “Segundo os dados da gestora das redes energéticas, a produção de energia eléctrica em centrais térmicas aumentou nove por cento em Fevereiro, representando 41 por cento do consumo, enquanto a produção eólica cresceu 11 por cento, respondendo a 21 por cento da procura.
    .
    Neste contexto, o saldo da balança comercial da electricidade passou de positivo a negativo em Fevereiro, tendo as importações abastecido 16 por cento do consumo.
    .
    Só o consumo de carvão, utilizado nas maiores centrais térmicas do país, aumentou quase para o dobro de 595 GWh para 1.080 GWh.”
    .
    in http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Interior.aspx?content_id=44761
    .
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    Há para aí gente que tanto defendeu as eólicas e vêm-se os resultados. E, no entanto, novas potenciais fontes de energias, como os biofueis, já desprezam.
    .
    .
    Eu sou defensor da produção com o recurso a biomassa, até por isto. Quanto custa limpar as florestas tugas? E elas são limpas? Existe gestão sustentável delas? E quanto se cortam nos custos com o recurso a biomassa? (Mas não com custos muito acima dos praticados pelas outras formas de produção, mas cobrando pela remoção de massa com elevado potencial de ignição.)
    .
    .
    Mas, pronto, a malta acha chique ver as ventoinhas ao alto. Mas ainda estou para saber o verdadeiro saldo na balança comercial (e de capitais, claros, que financiar as rendas leva ao endividamento externo) da adopção cedo demais de tecnologia alheia.

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  29. von permalink
    28 Março, 2012 20:20

    O senhor Miranda envaidece sempre que escreve uma linha. Olha-se ao espelho e sorri, explica aos circundantes ser o próximo narciso, mas esconde que é nababo, pelo menos no alto da sua cabeça, redonda ou oval, conforme o pendular da sua vida à qual não pertence mais ninguém. O senhor Miranda gostava de ter um país só para si, e de chapéu com pala lustrosa e quiçá algumas rodelas metálicas à lapela, no topo de algum palanque dizer bem alto: eu sou a fé, eu sou a razão. Que o senhor Miranda encontre esse país encantado no recato do seu quarto. De porta bem fechada à chave.

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  30. 28 Março, 2012 20:37

    Caro Anti-comuna,

    O que me diz dos futuro de petróleo estarem a ser negociados a baixo de 100 USD?

    Já imaginou o impacte que teria no deficite da nossa balança comercial?

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  31. anti-comuna permalink
    28 Março, 2012 20:47

    “Já imaginou o impacte que teria no deficite da nossa balança comercial?”
    .
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    Em termos directos, tinha algum impacto. Em termos indirectos, se calhar, eram menores. Não se esqueça que podemos e estamos aumentar as exportações para países petro-energéticos. Tipo Angola, Brasil, Argélia, Moçambique (pese embora ainda esteja na fase de prospecção e investimento) e outros países.
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    Mas compreendo o seu ponto de vista.
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    Mas, olhe, já viu os custos de electricidade na factura da indústria? E se ela fosse mais competitiva? Se calhar, ajudaria mais a nossa balança comercial. 😉
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    Veja-se este video:
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    Eu não sei onde é que foram buscar o número 2%, mas aposto que sobre o PIB tuga todo. O que está errado. Deveria ser sobre os custos operacionais das empresas industriais e não sobre todo o tipo de actividade económica, como por exemplo, a venda de gelados na praia.
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    Desconfio que, para Portugal, o número deverá andar bem acima dos 10%, em toda a indústria. (Se bem que depois, temos a co-geração subsidiada, que beneficia as maiores empresas, em detrimento das pequenas. Que é outra forma de distorcer e penalizar as PME.)

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  32. Xiça permalink
    28 Março, 2012 21:45

    HPS,
    .
    1) Inteiramente de acordo, se nos combustíveis o aumento dos preços leva as pessoas a procurar maior eficiência e poupança, na electricidade deveria suceder o mesmo, e não sucedeu, o consumo tem aumentado sempre, o que desmonta a filosofia e honestidade de todo este modelo, que de ambiental não tem nada, é uma negociata como tantas outras.
    .
    2) A certa altura o preço do petróleo e gás baixou imenso e em todo o mundo, menos em meia duzia de paises como Portugal, o preço da energia não baixou, subiu na verdade, com todas as implicações que isso tem para a competividade, de estar em contraciclo com os outros. E é opinião de muitos especialistas que o preço actual do wti ou Brent deveria estar bastante mais baixo actualmente, nuns 80/90usd, que só está com este preço devido a toda a tensão árabe e coisas como o Irão tem gerado no mercado. E o preço do gás tudo indica que estará cada vez mais desligado do do petróleo, e em Portugal produzimos energia nas térmicas sobretudo com gas, e não com
    petróleo.
    .
    3) A co-geração, de repente começaram todos a falar disso só agora, o que é uma coisa curiosa, mas qual foi o peso da mesma nos últimos anos ? É impressão minha ou neste caso não há nada que justifique haver tarifas garantidas neste tipo de energia se a origem for fóssil? De qualquer forma a co-geração baseada em biomassa como é o caso da Soporcel penso eu, é uma coisa que aceito com naturalidade, embora desconheça as tarifas nesse sector, mas acho muito mais compreensível do que centrais de solar fotovoltaico que são uma fraude criminosa. Qual será o peso da co-geração baseada em biomassa vs. combustíveis fosseis ? Sem saber disso, não sei ajuizar da gravidade ou não da situação da co-geração, e antes subsidiar um exportador que usa biomassa do que subsidiar painéis solares inventados por outros.
    .
    4) Pois, daqui a 7 anos vão começando a sair das tarifas garantidas os parques mais antigos, mas quantos anos mais de vida acha que tem esses parques, muito poucos, que além do mais nessa altura estarão completamente ultrapassados e certamente os promotores desses parques vão substituir simplesmente por novas gerações. Porquê a pressa até aqui ? Serviu para quê e para quem ? Para políticos andarem em conferencias a mostrar powerpoints de sermos dos melhores do mundo, de sermos meninos bonitos ? Serviu para o Pinho dar aulas nos EUA sobre energias renováveis ? Serviu para empresas criarem negócios do nada garantindo o Estado toda a rentabilidade de projectos puramente financeiros sem qualquer valor acrescentado para o país ?
    .
    .
    .
    Se isto tudo não é assim tão mau, porque é que os lobbies do sector se fartam de mentir descaradamente na comunicação social ? Porque escondem tanta coisa ? (sim, eu sei, que os outros lobbies também mentem).
    .
    É verdade ou não que se reflectirmos os custos reais da electricidade e abatermos o défice tarifário nos mesmos, muito provavelmente ficaríamos com os preços de electricidade mais caros da Europa, ainda para mais porque a troika obrigou a mudar de regime de IVA, que a par do défice tarifário foi um truque usado nos últimos anos para ocultar o real custo deste modelo energético, enquanto muitos países se financiam com a energia nós subsidiávamos.
    .
    É verdade ou não que o plano de novas barragens envolvem investimentos brutais e que são feitas apenas para menorizar o problema da intermitência, mas que resolvendo-a em parte, isso significará energia ainda mais cara no futuro para abater todo esse investimento? É verdade ou não que o próprio Estado se andou a financiar com concessões (barragens, solar, etc), encarecendo as tarifas que teremos que pagar durante imensos anos ?
    .
    Percebo que a sua mensagem é de não atribuir o problema às eólicas, mas elas tem um grande peso nesse problema quanto a mim, e ainda ninguém me convenceu do contrário. Aliás, acredite que ficaria muito feliz que o problema não fosse das eólicas, pois nada tenho contra energias renováveis, apenas tenho contra os sobre-custos de tudo isto e do dano que estão a causar ao país.
    .
    Termino apenas dizendo que tenho grande consideração por si, leio sempre com bastante interesse muitas das suas opiniões no blogue Ambio, mesmo que nalgumas não concorde, como é neste caso.
    .
    Já agora, também não sou adepto do nuclear, muita mistificação é feita nas contas dessa energia, basta olhar para os problemas e as derrapagens financeiras todas que tem ocorrido na Finlândia nos últimos anos. Apenas não compreendo porque é que não podemos por exemplo importar nuclear de França que tem uma produção excedentária à noite e a vende a bons preços, e temos que pagar muito mais consumindo eólicas, quando o vento faz o favor de aparecer. Num país em crise onde os mais pobres já usam candeeiros a petróleo como há 30 anos atrás para poupar na exorbitante conta de electricidade, é criminoso e desumano o que andámos a fazer nestes últimos anos.

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  33. henrique pereira dos permalink
    28 Março, 2012 22:26

    Tretas, Xiça e outros:
    1) sabes muito bem que não são quinze anos, que os primeiros contratos acabam já em 2020;
    2) Quando fizeres as contas não te esqueças de explicar aos outros, porque tu sabes muito bem, que o cáculo do sobrecusto é feito a partir de um valor definido adminsitrativamente para o ano inteiro e que reflecte o preço do petróleo no ano anterior. Ou seja, a alta do petróleo de 2011 não se reflecte no cálculo do sobrecusto;
    3) Não te esqueças de explicar também que a retirada da eólica (e de todas as outras produções) induz um aumento de preço da energia convencional (como sabes o preço definido é o da última energia a ser mobilizada, o que quer dizer que quanta mais precisares de mobilizar, mais alto vai ser o preço);
    4) Fico então à espera do teu gráfico com exportações a custo zero nesta altura (e já agora, em quantas horas isso aconteceu nos últimos cinco anos);
    5) O preço médio das eólicas reflecte os contratos mais antigos, portanto tem vindo a baixar e previsivelmente baixará acentuadamente em 2020, quando começam a sair do sistema garantido os primeiros parques (os de tarifa mais elevada) e reentram a custo zero (os investimentos estão amortizados e o combustível tem preço zero). A ideia de que então só agora se deveria começar a olhar para a eólica é muito interessante, e tem algum sentido (eu também acho que se andou depresa demais) mas sem o percurso anterior, ou pelo menos parte dele, não teria sido possível chegar agora ao preço a que está a eólica;
    6) O preço do gaz natural reflecte o preço do petróleo, mais coisa menos coisa, portanto argumentar que a electricidade é produzida a partir de gaz ou carvão não faz sentido porque é o preço do petróleo que serve de referência. Se alguém quiser depositar toda a produção de electricidade do país na roleta do preço do petróleo é melhor que nunca tenha cargos de responsabilidade;
    7) O argumento do peso das renovaveis na competitividade das empresas é simplesmente ridículo: o sobrecusto das renováveis está inteiramente a ser pago pelos consumidores domésticos, visto que o governo anterior, numa decisão inacreditável, isentou as empresas desse custo;
    8) Os matos são essencialmente ar e água. O custo do seu corte e transporte é proibitivo para a electricidade que produzem;
    9) O gasóleo e a gasolina têm subido muito mais que a eletricidade, sem que haja o mesmo barulho que quanto à electricidade. Razão? É que há umas quantas pessoas que gostam de centrais nucleares, acham que assim têm electricidade barata. Ouçam o presidente da EDF. Ele diz que o nuclear anda pelos 45, 50 euros, e é em França, com o parque instalado, porque à medida em que os centros produtores vão ficando obsoletos o problema vai ser mais sério e o preço do nuclear ainda vai subir mais (ao contrário das renováveis, sobretudo eólica onshore que é a tecnologia mais madura, e que tem descido bastante o seu preço. Não tanto quanto o fotovoltaico, mas o fotovoltaico parte de preços estratosféricos e ainda tem muito que andar para ser competitivo, ao contrário da eólica, que já o é);
    10) Claro que a política do anterior governo na energia não tem nada de ambiental. Tratou-se de criar investimento através da manipulação da tarifa eléctrica, evitando-se a afectação do défice. Se a política tivesse um pingo de preocupação ambiental teria começado na eficiência energética e na água quente solar, e nos transportes estaria mais preocupada com os transportes públicos que com os carros eléctricos.
    henrique pereira dos santos

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  34. Buiça permalink
    28 Março, 2012 22:43

    Cada vez mais ridículo este histerismo de JMiranda com a eventualidade dos contribuintes poderem deixar de proporcionar mil milhões de euros de lucro todos os anos a quem nos últimos 20 anos fez o favor de adiantar algum dinheiro para os sucessivos governos poderem desperdiçar, em troca de cada vez mais fatias de toda a infraestrutura nacional de produção de energia construída, não por acaso, com o dinheiro dos mesmos contribuintes.
    Se cortarmos todas as rendas vão passar a lucrar quanto…? 200 milhões todos os anos? O horror… Era de mudar já a central do carregado e umas quantas barragens para a China.
    Patético assistir a gente supostamente inteligente defender o roubo organizado de todos os seus compatriotas.
    Cumps,
    Buiça

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  35. Xiça permalink
    29 Março, 2012 00:20

    «A ideia de que então só agora se deveria começar a olhar para a eólica é muito interessante, e tem algum sentido (eu também acho que se andou depresa demais) mas sem o percurso anterior, ou pelo menos parte dele, não teria sido possível chegar agora ao preço a que está a eólica»
    .
    Certo, andamos portanto a subsidiar industrias de outros, que bem caro nos está a sair da pele. Já agora, quantos leitores aqui do Blasfémias compraram um carro eléctrico para que seja possível que daqui a uns anos eles se tornam mais baratos? Acredito que nenhum. Deixemos essas coisas para os ricos…
    .
    Se alguém quiser depositar toda a produção de electricidade do país na roleta do preço do petróleo é melhor que nunca tenha cargos de responsabilidade;
    É um bom argumento, e concordo em parte, não conseguimos quantificar esse tipo de riscos, e numa qualquer situação de tensão internacional em que preços disparem, admito que até pudessemos chegar ao ponto de lamentar não ter mais “ventoinhas”. Mas como em tudo, há que balançar as coisas, nem 8 nem 80.
    .
    O argumento do peso das renovaveis na competitividade das empresas é simplesmente ridículo: o sobrecusto das renováveis está inteiramente a ser pago pelos consumidores domésticos, visto que o governo anterior, numa decisão inacreditável, isentou as empresas desse custo;
    Em parte é verdade, no sector industrial a energia tem sido ainda mais subsidiada, mas é preciso não esquecer que de uma forma ou outra, os custos da mesma caem em cima de todos, seja clientes, seja contribuintes, seja empresas. Alguém paga ou terá que pagar a conta e isso acabará por se reflectir nas empresas também. São custos que não desaparecem simplesmente de forma milagrosa.
    .
    Os matos são essencialmente ar e água. O custo do seu corte e transporte é proibitivo para a electricidade que produzem;
    Pelo menos geram empregos de proximidade, para além de outras externalidades que são dificeis de contabilizar. Há casos relativamente bem sucedidos, como a central de Mortágua julgo eu, concelho que nos anos 80 e 90 foi devastado por grandes incêndios, e desde aí se tem mantido à margem dos mesmos.
    .
    O gasóleo e a gasolina têm subido muito mais que a eletricidade, sem que haja o mesmo barulho que quanto à electricidade. Razão?
    Não são subsidiádos. Nesta questão criticam-se os sobrecustos, e não os custos em si. Para esses só nos resta aguentarmo-nos com a bronca, agora suportar sobrecustos desnecessários é que não, é masoquismo e suicidio económico.
    .
    Se a política tivesse um pingo de preocupação ambiental teria começado na eficiência energética e na água quente solar, e nos transportes estaria mais preocupada com os transportes públicos que com os carros eléctricos.
    Inteiramente de acordo!

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  36. henrique pereira dos permalink
    29 Março, 2012 05:32

    Xiça,
    A central de Mortágua tinha 2% de matos no seu mix de combustíveis. O resto são outras coisas. As centrais de biomassa só são interessantes enquanto aproveitamento de resíduos de elevado valor energético com alguma concentração (para aproveitamento de resíduos da indústria madeireira, como complemento de acções de exploriação florestal que deixam as pontas, para proveitar o licor negro das celuloses, coisas deste género). Acreditar que têm alguma relevância para a limpeza de matos é como acreditar em gambuzinos. Aliás tenho já uma proposta concreta: dêem metade do sobrecusto que seria preciso imputar a uma pequena central que trabalhasse com matos que eu limparia cinco vezes mais área com recurso a cabras e ovelhas e ainda teria um lucro maior que o dono da central.
    O concelho de Mortágua arderá como outro qualquer quando as condições forem favoráveis a isso. O facto de não ter ardido nestes últimos anos, em parte por sorte, em parte com recurso a um investimento público maciço, em parte por estar coberto pela única fileira florestal que consegue suportar os custos de uma política de supressão do fogo como a adoptada em Mortágua, tem criado as condições de acumulação de combustível que farão do próximo grande incêndio no concelho (e ele virá, mesmo que não saibamos quando) um incêndio terrível. Mortágua está como aquele indivíduo que se atira do 20º andar de cada vez que passa por um dos andares pensa com os seus botões: até aqui vai tudo bem.
    henrique pereira dos santos

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  37. Israel permalink
    29 Março, 2012 10:17

    Em Évora há um posto para abastecimento de carros eletricos.
    Não há é carros eletricos…….
    Tenho em casa talheres para comer marisco
    Não há é marisco…
    Temos aVentoinhas por todo o lado a produzir energia
    Não temos é energia…… barata produzida por essas aventuinhas…..
    tudo o resto é tretas
    apetece-me vender frigorificos nos Polos e radiadores nos trópicos.

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  38. Nuno Saraiva permalink
    29 Março, 2012 10:53

    henrique pereira dos
    Posted 28 Março, 2012 at 13:58 | Permalink
    “4) Abater agora eólicos que dentro de sete anos começam a estar disponíveis sem custos (os contratos com maiores tarifas de feed-in são os mais antigos e a garantia acaba em 2020, pelo que a partir daí não há qualquer preço garantido) não tem o menor nexo;”

    Explique-me uma coisa, o Sr. afirma aqui que a partir de 2020 as garantias de preço (pago pelo consumidor/contribuinte) terminam nos contratos mais antigos.
    Agora a minha questão é a seguinte: não há garantia de preço…. mas há garantia de produção???
    Parece-me a mim que quando não houver “pilim” os aerogeradores começam a ficar parados… ainda por cima, possuindo uma tecnologia ultrapassada, será que se investe em melhorar o rendimento dos aerogeradores senão houver a “teta” garantida???
    Parece-me mais uma utopia….

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  39. anti-comuna permalink
    29 Março, 2012 11:13

    Já anda este henrique Pereira dos Santos a lançar desinformação e mentiras para o ar.
    .
    .
    Vc. prove isto que diz aqui:
    .
    .
    “A central de Mortágua tinha 2% de matos no seu mix de combustíveis. O resto são outras coisas. ”
    .
    .
    Eu já me apercebi que o amigo, não é apenas fanático como desonesto. Prove isto aqui.
    .
    .
    Prove também isto aqui:
    .
    “O preço do gaz natural reflecte o preço do petróleo, mais coisa menos coisa, portanto argumentar que a electricidade é produzida a partir de gaz ou carvão não faz sentido porque é o preço do petróleo que serve de referência. Se alguém quiser depositar toda a produção de electricidade do país na roleta do preço do petróleo é melhor que nunca tenha cargos de responsabilidade;”
    .
    .
    Prove isto aqui:
    .
    .
    “O gasóleo e a gasolina têm subido muito mais que a eletricidade, sem que haja o mesmo barulho que quanto à electricidade. Razão? ”
    .
    .
    Prove lá a razão.
    .
    .
    Vc. está a querer enganar quem?
    .
    .
    Eu dou-lhe fontes para demonstrar que Vc. é desonesto:
    .

    Click to access art213_brochura_centrais.pdf

    .
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    Esta imagem serve para mostrar que nunca o gás natural pouca correlação tem com o petróleo, memso antes das gigantescas descobertas de gás natural:
    .

    .
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    Vc. é mesmo desonesto, amigo. Quanto lhe pagam para mentir tanto e defender os interesses económicos das eólicas?

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  40. Carlos permalink
    29 Março, 2012 11:14

    Desculpe lá Henrique Santos, mas não posso concordar consigo quando diz que ” concelho de Mortágua arderá como outro qualquer, quando as condições forem favoráveis a isso. O facto de não ter ardido nestes últimos anos, em parte por sorte, em parte com recurso a um investimento público maciço, em parte por estar coberto pela única fileira florestal que consegue suportar os custos de uma política de supressão do fogo como a adoptada em Mortágua, tem criado as condições de acumulação de combustível que farão do próximo grande incêndio no concelho (e ele virá, mesmo que não saibamos quando) um incêndio terrível.”
    Quando eu era novo não havia incêndios nas bouças, por que estas estavam limpas de matos e dos ramos secos das árvores. E se algum incêndio acontecia – os comboios eram puxados por máquinas a vapor produzido com carvão -, esses fogos ou se extinguiam naturalmente, ou meia dúzia de pessoas, com ajuda de ramos verdes, dominavam-no rapidamente.
    Pelo que diz, estamos hoje condenados a manter um sistema pesadíssimo de combate a incêndios, que nos consome avultados meios, sempre insuficientes, na “certeza” de que, mesmo os que cuidam da floresta, como é o caso de Mortágua, apenas estão a adiar esse flagelo que, quando vier, diz você, será “terrível”.
    Terrível é a gente conformar-se com isso, porque tem que haver solução. Limpar as matas não é só cortar os matos; na limpeza da floresta arrecada-se muita madeira, muita massa lenhosa que terá que servir para combustível, quer para produzir energia, quer para aquecimento ou outro qualquer fim útil. O que não pode é servir de rastilho para queimar, sem proveito, hectares e hectares de florestas, antes servindo esses incêndios para queimar rios de dinheiro, que tanta falta nos fazem.
    Desculpe lá, mas até parece que o amigo trabalha na protecção civil ou nos bombeiros.
    Que me perdoem os soldados da paz.

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  41. anti-comuna permalink
    29 Março, 2012 11:20

    Impressiona-me como alguém tão mentiroso e desonesto teve alto cargos de responsabilidade em Portugal.
    .
    .
    E explica muito porquê que o Estado português está como está e deu cabo da vida a tanta gente em Portugal.
    .
    .
    Vc. não tem vergonha na cara, amigo? Pelo menos aprenda a mentir.

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  42. anti-comuna permalink
    29 Março, 2012 11:27

    Caro Carlos, Vc. põe o dedo na ferida. As matas e as florestas têm um custo de manutenção. E por vezes alto. E o próprio Estado é o primeiro a evitar estes custos. Uma das formas de transformar um custo num proveito, é precisamente a produção de energia através da biomassa. (Das várias formas, seja em queima directa, seja indirecta, através da própria transformação dos matos.) E por isso, este tipo de produção pode ser encarada como uma forma de evitar outros custos, como o combate aos incêndios, danos por incêndios, etc.
    .
    .
    É evidente que a biomassa nunca será solução para o problema energético de nenhuma economia. Mas não é isso que se pretende. É melhorar os custos de funcionamento da sociedade, transformando custos em proveitos.
    .
    .
    Quanto ás declarações deste Henrique, o gajo que ponha os olhos às florestas da Portucel e as compare com o resto do país. Não é apenas as florestas à volta de Mortágua.
    .
    .
    Já no outro dia, este senhor, nabo, veio com essa que os biofueis era apenas ar e água. Mas é esse combustível que no Brasil tornaram uma solução alternativa ao uso de gasolina, não foi?
    .
    .
    A minha pergunta é mesmo esta. Este senhor teve altos cargos no Estado? Meu deus! Quantos prejuízos não pregou aos portugueses devido ao seu fanatismo e desonestidade?
    .
    .
    Quando se brinca com o dinheiro alheio…

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  43. Joao Santos permalink
    29 Março, 2012 12:51

    Entoarei um hino ao liberalismo no momento exacto em que possa escolher, aderir e assinar contrato com um fornecedor de energia que não seja a Edp.

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  44. henrique pereira dos permalink
    29 Março, 2012 13:00

    Anti-comuna, no primeiro link que verifiquei (o do folheto da CELPA de 2004) tem lá na página 3 exactamente o que eu disse (que as centrais de biomassa são interessantes enquanto equipamento de apoio a acções que concentram resíduos com elevado valor energético, como sejam o licor negro das celuloses e que os matos são 2% do mix de combustíveis). O resto do que escreve tem o mesmo nível. Como seria de esperar de um idiota anónimo que se entretem a insultar pessoas que dão a cara e que assinam o que escrevem, assumindo as responsabilidades por isso.
    Carlos, quando era novo não havia fogos comos os actuais (embora houvesse muitas queimadas) porque a agricultura usava os matos para a cama do gado e depois para estrumar a terra e porque o gado pastava nessas áreas. Ou seja, o mato era usado para aquilo que é interessante (exactamente por ter relativamente pouca quantidade de matéria lenhosa, ou seja, pouco interesse para servir de combustível) que é estrumar e alimentar gado. Como sabe o mato raramente era usado como combustível, com excepção da raiz das urzes que em tempos de escassez de combustíveis era usada para faricar carvão e para aquecer o forno porque os matos secos têm uma combustão rápida e intensa (porque os combustíveis mais finos ardem mais depressa e o fogo extingue-se mais depressa também) adequada ao aquecimento rápido dos fornos. Mesmo assim o monte de mato usado no interior do forno era de tamanho considerável exactamente pelo baixo teor energético dos matos. Como sabe, quer no aquecimento, quer nos fogões a lenha o mato no máximo era usado para iniciar o fogo, mas nunca para o alimentar.
    Portanto se não recriarmos uma economia que permita o uso dos matos estaremos de facto condenados a viver com este padrão de fogo, que se irá acentuar à medida que o combustível se vai acumulando (por isso é um disparate estar a apagar os fogos que têm aparecido nesta primavera porque se os deixarem em paz, controlando os seus efeitos negativos nas habitações, pessoas e infra-estruturas, estes fogos estão a prestar o enorme serviço de criação de descontinuidade dos combustíveis).
    A alternativa é criar economias que tirem partido das vantagens do mato, nomeadamente a reabilitação e reorganização da pastorícia que há 150 anos que é perseguida pelo Estado em nome da criação de uma floresta inviável em metade do país.
    Claro que nada disto tem qualquer relação com o uso de biocombustíveis (nomeadamente no Brasil) como me pareceu ter lido aí (mas tenho dúvidas de tal maneira é idiota confundir as duas coisas) que assenta em culturas energéticas, normalmente ricas em açucares e outros hidratos de carbono.
    henrique pereira dos santos

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  45. Neox permalink
    29 Março, 2012 13:16

    1.Os portugueses querem electricidade barata e reagem mal quando os preços sobem.
    2. Os portugueses adoram a modernidade e a ecologia
    3. Os portugueses não gostam de apagões

    Esta dos portugueses querem, adoram, nao gostam…até ja cansa para argumentario de extragalacticos posts e conseguir ficar nas nubes dos problemas reais da questao . Porque diiria mais. Parece ser que neste caso parece que querem e adoram e nao gostam tal como dize o JM como porkitos que sao mas também em esto coincidem e nao por casualidade como os mesmos gostos de nao-porkitos como seríam os suecos, os alemaes e até os americanos…
    Deixo conscientemente embora aos chineses por eso de que ainda nao conhecemos os sentimentos dos chinocas nestes assuntos, pelo momento. Mas todo se andará . Dexeimos passar tres ou quatro décadas mais…
    Entao revisamos este comentario, este post e ja com dados actuais do que os chinocas, querem , adoram e gostam ou nao gostam . Até se gostam também de comentarios e argumentarios extragalácticos….

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  46. Pencudo Sionista permalink
    29 Março, 2012 13:28

    HPS , a besta do Edison, que realmente não tinha curso nenhum , mas algum sentido comercial e uma teimosia infinita, foi muito para alem dos limites em tentar impor a distribuição em corrente contínua tendo ido, na sua guerrinha com Westinghouse , ao ponto de colaborar no desenvolvimento da cadeira electrica, alimentada por corrente alterna para provar a sua periculosidade em relação à corrente contínua. Se dependesse dele, não haveria cobre suficiente no mundo para ter um sistema de produção e distribuição a +110 , 0 , -110.

    De resto, a estratégia de um sistema electroprodutor nacional ou internacional devia ser estanque a políticos e bloggers.

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  47. Fredo permalink
    29 Março, 2012 13:30

    Sou leigo na matéria, mas… caro Anti-Comuna,
    parece que deve, no mínimo, um valente pedido de desculpas a Henrique Pereira dos Santos.
    Ou então prove lá onde é que ele é mentiroso e desonesto.
    Se não o fizer, fico eu com a ideia oposta da que quis fazer passar: mentiroso e desonesto é o Anti-comuna.
    E com essa ideia ficarei até que 1)faça esse acto de contrição; 2) prove as acusações que fez.

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  48. anti-comuna permalink
    29 Março, 2012 13:40

    Caro Henrique Santos, dê-me o seu email e Vc. fica a saber quem sou.
    .
    .
    Quanto a isto, leia bem:
    .
    .
    “No seu conjunto, as associadas da CELPA, da AIMMP e da COGEN PORTUGAL representam uma capacidade instalada de queima de biomassa
    de 1 676 MWth e consumiram em 2003 cerca de 35 300 TJ de energia primária
    com base em biomassa (73% do seu consumo total de combustíveis), dos quais 83% são
    licor negro (subproduto da produção de pasta), 15% são casca de eucalipto e de pinheiro e
    outros subprodutos industriais e os restantes 2% são matos e resíduos de agro-indústrias.”
    .
    .
    E releia bem o que eu escrevi:
    .
    .
    ” Uma das formas de transformar um custo num proveito, é precisamente a produção de energia através da biomassa. (Das várias formas, seja em queima directa, seja indirecta, através da própria transformação dos matos.)”
    .
    .
    O que Vc. quer confundir quem o lê, é que estes licores e demais resíduos, são precisamente derivados da biomassa. E tanto podem ser queimados directamente como indirectamente, transformando a biomassa. É isso até que os cientistas portuguesas estão a tentar elevar produtividade da giesta, com novas ezimas, capazes de melhorar o rendimento energético das plantas. (Como se faz no uso de milho, cana de açucar, etc.)
    .
    .
    Volto a repetir, ou o amigo é desonesto ou está a enganar quem o lê.
    .
    .
    Mas Vc. continua a ser desonesto (e dê-me o seu email que eu envio-lhe os meus dados pessoas para me processar à vontade), porque Vc escreveu isto:
    .
    .
    “O preço do gaz natural reflecte o preço do petróleo, mais coisa menos coisa, portanto argumentar que a electricidade é produzida a partir de gaz ou carvão não faz sentido porque é o preço do petróleo que serve de referência. ”
    .
    .
    E Vc mentiu. E para provar mais que mentiu, basta a qualquer um comparar os preços do gás natural com os dos preços do petróleo, para saber que, enquanto o preço do gás natural está em níveis muito baixos, o do petróleo está em níveis máximos de sempre.
    .
    .
    A correlação do gás natural com o petróleo não justifica usar-se o petróleo como benchmark. Ponto final.
    .
    .
    Infelizmente é isto de mentiras que engana as pessoas:
    .
    .
    “Se alguém quiser depositar toda a produção de electricidade do país na roleta do preço do petróleo é melhor que nunca tenha cargos de responsabilidade;””
    .
    .
    Qualquer um pode comparar os preços dos dois tipos de produtos e ver que Vc. anda a enganar as pessoas:
    .
    http://futures.tradingcharts.com/chart/NG/M?anticache=1333028358
    .
    http://futures.tradingcharts.com/chart/CL_/M?anticache=1333028413
    .
    .
    Deixe aí o seu email e deixarei de ser anónimo para si. E ficarei à espera do seu processo, está bem?

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  49. anti-comuna permalink
    29 Março, 2012 13:43

    “parece que deve, no mínimo, um valente pedido de desculpas a Henrique Pereira dos Santos.
    Ou então prove lá onde é que ele é mentiroso e desonesto.”
    .
    .
    Está provado pelos links anteriores. Ele é que tem de provar algumas mentirolas que anda para aqui a escrever.
    .
    .
    E eu digo-lhe a ele de cara: é mentiroso. E ele que me ponha um processo em cima, que eu vou a Portugal, com os advogados.
    .
    .
    E de nada vale ele vir com a cantiga que eu uso alcunha. Ele que prove o que diz e não engane as pessoas.

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  50. 29 Março, 2012 13:47

    Henrique,

    Essa dos 15 anos, 2020, ou treta do género, é extremamente falaciosa, como sabes. Neste momento, alguns parques que nem 15 anos têm, já estão a ser desmontados e substituídos! O que teremos nessa altura é um problema significativo: a sucata eólica! Pelos vistos, acreditas em gambuzinos…

    Ecotretas

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  51. Neox permalink
    29 Março, 2012 13:47

    Eu diria mais.
    Alguem que pensa que pode aplicar aquilo que funciona em Brazil (ou funcionava porque agora mesmo andam como loucos atrás do petroleo em prospeçoes no mar a miles de metros buscando os recursos energeticos do que cada vez mais necessitam porque também cada vez mais consomem ) e aplicavel aos paises porkitos europeos e carentes de petroleo nao deve andar muito bem da cabeça.
    Ou nao saber que também o Estado Brasileiro deu muitissimos fondos e aportou muito dinheiro (o que precissamente nao gostam os neoliberais) para que esa “industria” dos biocombustiveis botase a andar no principio:
    http://www.usergioarboleda.edu.co/cronica_universitaria/brasil-lider-biocombustibles.htm

    Outro dia poderiamos entrar na questao de que si os brasileiros seriam tambem um pais porkito-sudamericano. Enquanto que furgamos um pouco ou afundamos e vemos a corrupçao entre politicos e o sector financiero e empresarial com certos desvios estatais para empresas privadas…a prova do algodao que NUNCA ENGANA…

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  52. anti-comuna permalink
    29 Março, 2012 13:54

    O que eu não gosto é que se usem meias verdades e mentiras para enganar as pessoas. E é isto que este senhor faz.
    .
    .
    Ele até pode acreditar nas patranhas que acredita, não pode é usar de má informação para enganar a opinião pública. E pior ainda, quando lhe falta argumentos, pensa que me amedronto com o meu pseudo-anonimato.
    .
    .
    Esta gente tem que aprender a provar o que diz e não a enganar as pessoas. Porque, se está de boa fé, prova o que diz e não o podendo provar, pode sempre dizer que estava enganado ou mal informado. Agora, dizer para aí um monte de propaganda em defesa de uma ideia, usando meias-verdades e mentiras, é que é mesmo vergonhoso. E isso deve ser dito a ele de caras, para não querer fazer dos demais otários.

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  53. henrique pereira dos permalink
    29 Março, 2012 14:12

    Anti comuna, o máximo que podes dizer é que a correspondência entre a tendência do preço do petróleo eo do gaz não é perfeita, sendo que neste momento existe uma divergência, e nesse sentido o que eu disse é impreciso. Mas o essencial é a discussão da tendência geral, e se quiseres vai ouvir a audição do presidente da EDF sobre o que expectável no futuro do preço do petróleo e do gás.
    De resto não tenciono responder a um troll mais nenhuma vez.
    Tretas, vê se te decides e dizes que a eólica é um negócio milionário e chorudo, ou se dizes que há parques eólicos a ser desmontados. As duas coisas ao mesmo tempo não ajuda muito à tua credibilidade e eu gosto de te ajudar. “sei que a qualquer lado que vás só dizes mal de mim. Pelo contrário onde quer que vá só digo louvores de ti. Mas quem aos dois conhecer não atribuirá grande crédito a nenhum”.
    henrique pereira dos santos

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  54. 29 Março, 2012 14:19

    Henrique,
    A eólica é um negócio milionário e chorudo, enquanto se mama/chucha o contribuinte/consumidor! Depois, não…
    Quanto aos parques que estão a ser desmontados, não sabes? Deixaste de andar informado? Bem, eu também não sabia, mas um leitor enviou-me uma mensagem. Vai sair nos próximos dias um post sobre a tal sucata eólica…
    Stay tuned.
    Ecotretas

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  55. anti-comuna permalink
    29 Março, 2012 14:26

    Caro Henrique, para si, gostava que me tratasse na terceira pessoa, como o faço a si. Fui aducado a não tratar por tu, quem não tenho bastante confiança. Agradeço que me trate da mesma forma.
    .
    .
    “Anti comuna, o máximo que podes dizer é que a correspondência entre a tendência do preço do petróleo eo do gaz não é perfeita, sendo que neste momento existe uma divergência, e nesse sentido o que eu disse é impreciso. ”
    .
    .
    Olhe, é assim. Não existe uma elevada correlação positiva entre os prços do crude e do gás natural, mesmo quando alguns estudos, controversos, apontam para alguma cointegação com um lag, derivada de factores, como especulação, cluster, etc.
    .
    .
    Portanto, o que Vc. disse não é verdade. Se não o sabia, pelo menos admita que está errado. E não se refugie em meias verdades.
    .
    .
    “Mas o essencial é a discussão da tendência geral, e se quiseres vai ouvir a audição do presidente da EDF sobre o que expectável no futuro do preço do petróleo e do gás.”
    .
    .
    Previsões quase sempre são previsões e não valem bastante, na tomada deste tipo de decisões, por muito que custe a engulir. É um dos problemas das pessoas. Acham que as previsões são oráculos infalíveis. Mas as previsões erradas são em muito maior número que as acertadas. Portanto, as previsões dele a mim não me dizem nada. (E note que eu vivo das minhas previsões, para Vc. entender a coisa.)
    .
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    “De resto não tenciono responder a um troll mais nenhuma vez.”
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    Acho bem. Mas eu exponho as suas mentiras. ehehehehehh E as suas meias verdades e atiro-lhe à cara que os seus erros, estão a custar imenso ao país. Já ouviu falar em responsabilização dos altos cargos públicos? 😉

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  56. anti-comuna permalink
    29 Março, 2012 14:41

    Quanto custa a Portugal os incêndios todos os anos? Uu não sei. E se calhar não existem muitos estudos sobre este assunto. Mas algumas noticias dão conta de alguns estudos ou estimativas.
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    “Incêndios já custaram mais de 358 milhões de euros
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    No ano passado, os custos com os fogos ficaram-se pelos 125 milhões de euros.
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    Os prejuízos com os fogos florestais já custaram este ano 358,247 milhões de euros. Uma cifra impressionante atingida com os custos do combate e despesas extraordinárias registadas pelos bombeiros, prejuízos da fileira florestal, custos dos seguros dos bombeiros e alimentação. Mas há valores que ainda não estão contabilizados, como a destruição de uma capela em Almeida ou as centenas de instalações agrícolas queimadas.
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    Avaliar os custos do combate aos fogos florestais, bombeiros e equipamentos, acrescidos dos prejuízos em património florestal, agrícola, habitações ou simples arrecadações, prejuízos na capacidade de recuperação dos terrenos, não é tarefa fácil. Só “o custo do dispositivo de combate, terrestre e aéreo, atingiu os 103 milhões de euros”, anunciou no início do Verão o secretário de Estado Vasco Franco.”
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    in http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1650669
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    Estes números valem o que valem, mas em custos directos para o Estado, são enormes. Em prejuízos materiais e sua recuperação, também são enormes. Sem falar, claro, no custo de vidas humanas.
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    O que me surpreende, nalguns armados em defensores do meio ambiente, que à viva força propagandeiam loas às eólicas, como se fossem os únicos paladinos da defesa do nosso meio ambiente, é que depois não usam os mesmos critérios para outras formas de produção de energia.
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    O caso da biomassa (sob as suas várias formas, directas e indirectas, mais resíduos agrícolas e até industriais) é exemplar, de algo que Portugal poderia mesmo criar uma fileira industrial, ao mesmo tempo reduzir custos e prejuízos efectivos, que custam milhões ao erário público. Se as famosas tarifas feed in (uma espécie de subsidio para desenvolver novas tecnologias, sendo bondoso na sua avaliação) fossem praticadas no caso da biomassa, podem crer que os ganhos não eram apenas directos como indirectos. No entanto, como é mais vantajoso para alguns financiar negócios alheios, com boas rentabilidades e baixo risco, andaram todos entusiasmados com as eólicas e agora descobre-se que, para fugirem “à lotaria dos preços do crude (ai que horror, viver de acordo com os mercados! ehehheh), meteram-nos em custos certos preocupantes. Segundo o Medina Carreira, os valores estão a crescer a uma velocidade elevada, e que deverão continuar, até pelo menos, 2020. E o país falido.
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    A biomassa (que não são apenas matos, como alguns pretendem enganar a opinião pública) é talvez (a par da geotérmica) a produção de energia em Portugal, que efectivamente poderia ajudar a economia portuguesa e os cofres do Estado. Mas como é uma produção mais complicada e mais arriscada, não tem lobbies e calimeros a puxarem por ela.
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    Há por aí exemplos enormes, das potencialidades da biomassa. Ainda no outro dia, uma pequena empresa do interior, anunciou a construção de uma fábrica para produzir combustível baseado na biomassa. Usando o bagaço de azeitona como elemento fundamental para elevar a rentabilidade energética dos demais resíduos. Claro, vai exportar para o resto da Europa. Mas, seja como for, mesmo que não beneficiasse muito os custos do portefólio de produção energética nacional, pelo menos reduzia custos no sector do azeite, tornando-o competitivo. Este tipo de políticas industriais transversais passam ao lado em Portugal. É preciso é coisas vistosas. Mas coisas mais pequenas e que reduzem efectivamente a importação de energia e melhoram a rentabilidade da agricultura portuguesa, já passam ao lado.
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    Enfim, tantos inteligentes no destino do país e o Estado quase faliu. E nem se arrenpedem, o que é pior. Porque, errar todos erramos. O pior é manter o mesmo erro, só porque não se tem coragem de dar o braço a torcer.

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  57. anti-comuna permalink
    29 Março, 2012 15:05

    O que é preocupante, é que gente que teve altas responsabilidades nos erros que culminaram na quase falência do Estado, têm medo de serem confrontados com os seus erros e asneiras. Nestas coisas, não se deve acusar ninguém de o fazer com dolo, sem ter algo palpável para o fazer. Mas a responsabilização pública e política, o chamado pelourinho público, devia ser obrigatório em Portugal. Mas eles fogem com a sua responsabilidade como o diabo da cruz. E continuam a propagandear os seus erros, com mentiras e meias-verdades para justificar o injustificável. Gente desta, que pensa que podem usar o dinheiro alheio sem qualquer responsabilidade, é infelizmente, um erro português.
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    Portugal tem nas sua fileiras florestais uma riqueza elevada e potencial. Há mesmo uma elevada parte do PIB que depende da fileira silvicola e agrícola. Podemos pensar no papel e na pasta do papel, como nos móveis, estratificados de madeira, azeite, cortiça, etc. Sim, uma grande parte da população portuguesa depende destas actividades económicas.
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    Há políticas industriais transversais, sem elevados custos para o Estado e para o comum dos cidadãos, mas que poderiam elevar a competividade deste tipo de industrias com um elevado peso no emprego. Sem falar nos eventuais ganhos ambientais, que são importantes, mas secundários face à sobrevivência das populações.
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    A central de Mortágua (ou as da Portucel) acabam por gerar beneficios económicos enormes. Não apenas porque reduzem custos da actividade económica ( e o tratamento de resíduos é hoje um custo cada vez maior) como até reduzem a dependência dos tais ditos fosseis. Mas não. Os espanhois aderiram ao deus Eolo e os parolos tugas também. pelo meio, muitos interesses económicos viram uma oportunidade para obter rendas e capturaram o Estado.
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    Em Portugal, no interior do país, sobretudo, morre-se de frio no Inverno. Portugal é mesmo, segundo alguns estudos, um dos países onde se morre mais de frio no Inverno, sobretudo devido á pobreza das suas populações. A biomassa (que é usada nos países escandinavos, veja-se bem a coisa), que poderia ser uma boa alternativa para gerar electricidade e calor, sobretudo no Inverno, no interior, e criar redes municipais de aquecimento que beneficiariam os pobres, nunca foi levada a sério. Claro, em Lisboa, tanto a parolada como os parasitas, o que querem são rendas financeiras com risco nulo e elevadas rentabilidades.
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    Neste país, com condições ideais para o aproveitamento da biomassa, nas suas várias formas e com finalidades diversas, como seja a electricidade ou o calor para aquecimento residencial, era um custo suportável e até sem criar grandes distorções do mercado. para além disso, beneficiaria imenso a actividade económica portuguesa e, quiçá, criavam-se mesmo novas fileiras industriais, se a arte e o engenho dos nossos cientistas, conseguissem criar produtos competitivos para prover este tipo de centrais.
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    O Estado deve ter um papel mínimo de intervenção nas actividades económicas, mas não ausente. Em Especial as autarquias, que podem e devem prestar serviços aos mais carenciados. Mas depois, temos um intervencionismo exagerado, quase sempre manipulando o mercado de tal forma, que agrava mais os problemas do que os resolve.
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    Se esta gente tivesse mais juízo na cabeça e menos fezadas…

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  58. 29 Março, 2012 15:16

    anti-comuna,

    Cortar mato não é sexy… Mas inaugurar ventoinhas e paineis solares é… Não sabes que quem nos governa tem horrores do mato?

    Ecotretas

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  59. anti-comuna permalink
    29 Março, 2012 15:22

    “Cortar mato não é sexy… Mas inaugurar ventoinhas e paineis solares é…”
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    Deve ser isso. São os ecobetinhos. Desgraçados. Eles se calhar nunca viram mesmo a cortar mato para o aquecimento em Portugal, como se fazia no passado. Mas eu, em puto, andei de enxada na mão a cortar mato para meter nas cortes do gado que depois aqueciam as casas dos lavradores. ehehehehehh
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    Deve ser por isso que sou mesmo desconfiado com esta nova moda ecobetinha.

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  60. anti-comuna permalink
    29 Março, 2012 15:32

    Se olharmos para as novas tendências (e investimentos) é precisamente a biomassa a mais prometedora. Porquê? Porque e, bem, tratar resíduos é cada vez mais obrigatório. E caro!
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    Veja-se isto:
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    “Lixo: a fonte mais promissora da segunda geração de biocombustíveis, segundo a própria indústria
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    O lixo que produzimos em casa ou no escritório é a mais promissora fonte da a segunda geração de biocombustíveis, segundo a conferência World Biofuels Markets, que decorre até amanhã em Roterdão, Holanda.
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    Segundo os produtores de biocombustíveis, a indústria está a procurar uma forma alternativa de produzir combustível verde, até porque as críticas à transformação de comida em gasolina não param de crescer.
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    Assim, o lixo pode ser uma alternativa muito interessante, com duas vertentes. Uma passa por desenterrar – literalmente – todo o lixo das lixeiras, uma técnica que está já a ser desenvolvida em alguns projectos. A outra é mais simples e tem por base todo o lixo que fazemos nas nossas casas e escritórios.
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    Quando questionados sobre qual será a fonte de biocombustíveis mais promissora para 2012, cerca de 100 executivos da indústria apontaram o lixo municipal (26%), as culturas não-alimentares (24%), as algas (21%) e os materiais de celuloses (16%).”
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    in http://www.greensavers.pt/2012/03/14/lixo-a-fonte-mais-promissora-da-segunda-geracao-de-biocombustiveis-segundo-a-propria-industria/
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    Mas um dos problemas fundamentais da biomassa, é mesmo o seu custo da mão-de-obra e falta de tecnologia e gestão tanto na recolha como no tratamento da biomassa. (Seja para a gaseificação ou liquifação). Os países mais ricos têm mais dificuldades em gerar uma indústria competitiva, porque os seus custos salariais tornam o arranque destas industrias mais dificil. Os países mais pobres (e onde as temperaturas mais ajudam a produção de biomassa) têm dificuldades em obter tecnologias e recursos que invistam neste tipo de energia.
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    Portugal, que está num nível intermédio nos custos salariais mas tem capacidade para financiar infra-estruturas (até pelo seu tipo de produção, de maior valor acrescentado e consumo mais alto) e até tem cérebros e capacidade inventiva, poderia aproveitar este novo nicho de mercado. E até ajudar a criar politicas transversais que melhoravam o resto do tecido produtivo. Mas não. Aderem a modas estranhas. E gastam dinheiro muito mal gasto.
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    Mas há em Portugal capacidade industrial. Mas nascem mais da capacidade e visão de alguns, que haver mesmo políticas industriais a sério.
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    “Mogadouro: Empresa transforma subprodutos dos lagares de azeite em combustível
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    O concelho transmontano de Mogadouro vai acolher a primeira unidade do planalto mirandês com capacidade para transformar subprodutos da laboração dos lagares de azeite em combustíveis destinados a utilizadores industriais.
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    Segundo os promotores da unidade transformadora, o investimento ronda os cerca de seis milhões de euros, comparticipados pelo QREN em 75 por cento, e permitirá produzir cerca de 50 mil toneladas de um produto granulado combustível destinado à produção de calor.”
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    in http://noticias.sapo.pt/infolocal/artigo/1213473
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    Agora repare-se nisto. Se os gajos vão exportar é porque o produto é competitivo. É subsidiado nos equipamentos industriais (como a generalidade da industria o é) mas não precisa de subsidios ao produto, para comercialmente ser viável.
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    Mas não. Em Portugal, há uma série de inteligentes, quase sempre aderem a modas, se for de fora melhor e fecham os olhos a potencialidades económicas mesmo elevadas. É pena que ainda muita gente seja tão tontinha e odeie os números. Esta gente tem um horror aos números que me espanta.

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  61. 29 Março, 2012 15:54

    Ecobetinhos e Ecobetinhas:

    http://ecotretas.blogspot.pt/2012/03/agricultura-biologica.html
    http://ecotretas.blogspot.pt/2011/12/mais-uma-arvore-pro-fogo.html

    Giro era saber se aquelas duas árvores que a Cristas plantou, em Terras de Bouro, não terão já ardido?
    Ecotretas

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  62. henrique pereira dos permalink
    29 Março, 2012 16:02

    Tretas, explica aí que existem uma tarifas obscenas para a biomassa e que houve até uns concursos muito concorridos para obter umas autorizações para as centrais, com imensos estudos. Depois tirando as que estão acopladas a fábricas, e que portanto não trabalham com mato, nenhuma das outras foi construída porque simplesmente não é possível tornar aquilo rentável (como bem sabes) mesmo com a tarifa que existe, muito mais alta que a eólica. E como entretanto os anos foram de acalmia nos fogos (S. Pedro cansou-se por dois ou três anos) o assunto foi morrendo, e o mato foi crescendo. E que com animais é possível obter preços de limpeza por hectare incomparavelmente mais baixos que os que estão implícitos nas tarifas. É que tens informação sobre o assunto, portanto podes explicar melhor que este ignorante que não percebe nada de tarifas nem de matos.
    Explica também que nesse tal projecto de biocombustíveis a partir de giesta (todo assente em dinheiros públicos, claro) até está um gráfico com os conteúdos energéticos de várias origens e que concluem que a giesta não tem interesse nenhum para queimar directamente. Depois fazem três pinotes, esquecem os custos de transporte e recolha, e inventam uma viabilidade para uma fábrica futura (com dinheiro público, claro) que trataria da gestão dos matos a dezenas de quilómetros de distância (coisa que ao menos os das centrais de biomassa que estiveram a concursos limitavam a trinta quilómetros por causa dos custos de transporte). E tudo isto com base numa tecnologia que não existe, que ainda vai ser desenvolvida (com dinheiros públicos, claro) e que pressupõe um enorme consumo de energia.
    Tu sabes, deves ter visto o estudo e avaliado o potencial energético dos matos (se não tiveste oportunidade podes dar uma volta pelos estudos das tais centrais de biomassa, que isso normalmente está lá).
    E sabes o que é mais irónico? É que como os matos são evidentemente uma tolice como matéria prima de uma térmica para produzir electricidade, já há aí uns maduros a propor ao estado que crie uns incentivos (para já umas autorizações) para a exploração de plantações de elevada densidade de árvores, ou seja, uma coisa justificada com a acumulação de combustíveis já deu a volta e está a propor apenas fazer essa acumulação em condições mais favoráveis à sua exploração, deixando o resto sem a menor gestão e criando um problema maior que o da situação de origem, com a agravante de ser o Estado a meter o dinheiro, claro, ou então a economia através de uma tarifa obscena.
    Mas estou eu a falar-te nisto e tu farto de saber.
    henrique pereira dos santos

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  63. anti-comuna permalink
    29 Março, 2012 16:10

    O Henrique que meta as fontes. Ele faz demasiadas afirmações sem provar o que diz. Depois, quando se lhes mete fontes à frente, ele amoucha. eehehehhe
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    O HPS que me explique isto, se faz favor:
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    “Segundo os promotores da unidade transformadora, o investimento ronda os cerca de seis milhões de euros, comparticipados pelo QREN em 75 por cento, e permitirá produzir cerca de 50 mil toneladas de um produto granulado combustível destinado à produção de calor.””
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    Os gajos vão vender o produto no exterior, sem subsídios à produção. O HPS, grande génio da defesa do meio ambiente e das eólicas, que explique isto.
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    SEM SUBSIDIOS, Ó PAROLO! eheheheheh

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  64. anti-comuna permalink
    29 Março, 2012 16:31

    Esta é para os parolos, como o HPS.
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    A Dinamarca apostou muito na energia eólica, mas chegou a uma dada altura, que parou o incentivo ao aumento da capacidade instalada. Apesar de até ter problemas em aceder a fontes alternativas de energia, que não o crude e o gás. Agora quase que se limitam vender tecnologia aos demais. Aos parolos tugas, por exemplo.
    .
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    Mas os finlandeses também já se preparam para lixar os parolos. Os gajos têm um elevado know-how em gestão de florestas. (Aliás, toda a Escandinávia o tem, excepto a Dinamarca.) E além disso, têm um elevado know-how na produção de papel e seus resíduos. Só que têm um problema: temperaturas. Temperaturas essas que têm um elevado peso na rentabilização dos produtos florestais e seus derivados. (Por isso é que a Portucel teve uma vantagem inicial enorme, quando começou a produzir pasta branca com eucaliptos e arrumou com a os seus concorrentes europeus.)
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    No entanto, apesar de tudo, como já havia concorrentes de peso nas eólicas, os tipos viraram-se para onde? Para a biomassa. Agora, vejam a quem eles irão vender no futuro, as tecnologias que estão a desenvolver. Aos parolos como o HPS, que um dia vão descobrir as potencialidades da biomassa. eheheheheh
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    .
    “Pyrolysis Plant to Produce Bio-Oil, Power and Heat from Forest Residue
    .
    Fortum is to invest about 20 million Euros in the commercialization of new technology by building a bio-oil plant connected to the Joensuu power plant in Finland. The integrated bio-oil plant, based on fast pyrolysis technology, is claimed to be the first of its kind in the world on an industrial scale.”
    .
    in http://www.sustainableplant.com/2012/03/pyrolysis-plant-to-produce-bio-oil-power-and-heat-from-forest-residue/
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    .
    Infelizmente, os portugueses lá terão que arrotar pela madeira dentro, quando quiserem competir contra estes gajos. Os gajos não estão muito preocupados em produzir energia através da biomassa, mas desenvolver tecnologias (quase sem concorrentes à altura, senão os americanos e os… Japoneses!) que tornam esta rentável noutras latitudes, onde se possa conjugar temperaturas e custos da mão-de-obra competitivos. (Os americanos estão até a apostar em modernas tecnologias de gestão de recolha de resíduos florestais, por exemplo.)
    .
    .
    Portugal, tem condições ideais para o arranque deste tipo de tecnologias. Mas não deve assentar muito na subsidiação da produção, mas na pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias e protótipos. Essa era mesmo a ideia original da filosofia das chamadas tarifas feed in: manter nichos de produção de energia para desenvolver tecnologias e, mais tarde se surgissem métodos bons, eficientes e baratos, aí sim, criar economias de escala na produção.
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    É que Portugal tem ainda uma industria de equipamentos de máquinas agrícolas e de silvicultura (e até exporta para alguns países), tem florestas e actividades agrícolas bem diversificadas e os salários no interior do país, relativamente baixos, que no resto da Europa. Tem muitos resíduos de industrias e actividades agrícolas que potencialmente podem manter tecnologias em gestação, sem elevados custos. (Por exemplo, os resíduos do azeite ou até mesmo da cortiça, objecto de experiências na Univ. de Évora, salvo erro, para a produção de combustível.)
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    Mas não. Fomos apostar em tecnologias caras, onde não tínhamos vantagens competitivas quase nenhumas e agora temos uma dívida oculta gigante para pagar. Sem falar nos custos da electricidade que são escandalosamente caros para o nível de rendimentos das populações.
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    Os finlandeses, sem as mesmas vantagens competitivas, já são os que lideram na Europa, neste tipo de novas tecnologias, como se pode ver pela noticia acima.
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    Os finlandeses devem ser muito ignorantes, não? E o HPS o génio que andou a falir o país. Dá-se!

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  65. PMP permalink
    29 Março, 2012 16:45

    O AC afinal é favorável a subsidios de 75% ao investimento , mas só forem de Biomassa !!

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  66. anti-comuna permalink
    29 Março, 2012 16:52

    Ah! Esqueci-me de um link, para os parolos meditarem. Este é um dos vários estudos, que os finlandeses fizeram para tentar uma alternativa aos tais combustíveis fósseis, sem embandeirar por métodos caros, sem antes estudar e desenvolver tecnologias próprias.
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    Click to access T2229.pdf

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    Em Portugal, por essa altura (mas primeiro em Espanha) meteram-se nas eólicas, sem nenhuma vantagem evidente face às tradicionais competidores estrangeiros. (Vestas, Eircon, Gamesa, etc.) Se queriam desenvolver uma tecnologia e até subsidiar essa produção, que ganhos obteve? Nenhuns. Foram criar economias de escala aos seus competidores, que precisavam de aumentar a produção dos equipamentos. Tecnologias próprias? Nenhumas. Mesmo o Windfloat da EDP, temos tecnologias alheias e não próprias. (Embora, eventualmente possam nos futuro ter uma vantagem não existente noutros competidores.)
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    Um país nunca deve subsidiar o que os demais vendem e desenvolvem. Se as tecnologias fossem nascentes com origem nas nossas universidades, ainda se entendia uma parte da subsidiação. (Como a Dinamarca, mas aí mais pela independência energética, caso fossem alvo de um bloqueio como o foram, tanto por ingleses como alemães, em guerras europeias.) Mas não. Quisemos ser os maiores do mundo e agora temos uma factura louca para pagar. (Ou dar um calote aos gajos das rendas.)
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    Já na biomassa, além das tecnologias ainda serem nascentes, Portugal tem algumas vantagens evidentes. Aí sim, fazia sentido manter uma parte da produção para gerar e manter projectos de Inv. & Desenv., mas minimo, se molde a não deturpar o mercado e manter a diversidade necessária para reduzir riscos no portefólio produtivo. (E veja-se, que apesar de todo este dinheiro estoirado, mal as barragens deixaram de produzir electricidade, Portugal teve que importar a electricidade.)
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    Por outro lado, a biomassa, é o tipo de produção mais oblíqua que temos. (Tirando o gás natrual, talvez.) Os biofueis tanto podem vir a ser utilizados em transportes (e substituir o crude) como na própria produção de electricidade e calor. E, para além disso, é aquela que potencialmente pode rentabilizar solos com pouca aptidão agrícola, o desenvolvimento de métodos de gestão de recolha e tratamento de resíduos (e os tugas são bons a descobrir algoritmos para a gestão de frotas, por exemplo) e até os equipamentos, tanto para a produção das centrais como até recolha e corte de outro tipo de resíduos.
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    Apostar nas eólicas foi um erro tremendo. Foi mesmo idiota. Não há outra explicação. Os nossos concorrentes, nos próximos anos, podem aceder à mesma produção eólica a custos muito baixos. E nós vamos ter que gramar, ou com os prejuízos ou ter que dar o calote aos que capturaram o Estado.
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    Infelizmente, o sr. HPS é um parolo que teve elevadas co-responsabilidades na situação actual portuguesa. Se fosse mais esperto e se deixasse de fezadas e tivesse uma mentalidade mais “merceeira”, não tinha contribuiído para o desastre português. Enfim, devia estar no pelourinho público, cheio de alcatrão e penas, para aprender a ter cuidado quando estamos a gerir os dinheiros dos outros. Porque, é uma responsabilidade enorme. E não é para qualquer um, aramado em intelectual da ecologia.

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  67. Carlos permalink
    29 Março, 2012 17:11

    Sim, Henrique Santos, antigamente os matos eram cortados para servirem de cama para o gado e, posteriormente, de adubo orgânico, pratica que hoje não pode ser seguida, por muitas razões. Mas julgo que também não é possível resolver o problema pela pastorícia, a não ser que os animais estivessem confinados, solução inviável se em grande escala, como sabe.
    Parece-me, todavia, que o amigo está a desvalorizar o valor energético dos matos que não são, quando secos, quase só água e ar, longe disso. Esses matos, em conjunto com outro material lenhoso, como por exemplo os serrins e as cascas das árvores, desde que prensados, têm elevado poder calorífero.
    Todavia, concordo consigo quando diz que o Estado anda, há muitos anos e em certas zonas, a combater pastorícia, em nome da criação de uma floresta inviável. Mas, como disse, não me parece que seja hoje possível reorganizar este sector em moldes parecidos com o que existia há 150 anos.
    A este propósito, penso que também não era necessário chamaram especialistas americanos para nos ensinarem a fazer queimadas – os nossos pastores sabiam e sabem muito bem fazer isso, que é imprescindível para a renovação dos pastos. Quando vejo, na TV, os bombeiros, em zonas de serra, atarefados a apagar o fogo, muitas vezes com ajuda de helicópteros, Julgo não errar quando penso que esse fogo foi posto e que, em vez de o apagarem, melhor seria que o deixassem arder de forma controlada, como faziam os antigos pastores, coisa que, certamente, desagradaria a quem vive de apagar fogos…

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  68. Neox permalink
    29 Março, 2012 17:36

    “Mas não. Fomos apostar em tecnologias caras, onde não tínhamos vantagens competitivas quase nenhumas e agora temos uma dívida oculta gigante para pagar. Sem falar nos custos da electricidade que são escandalosamente caros para o nível de rendimentos das populações.

    Já na biomassa, além das tecnologias ainda serem nascentes, Portugal tem algumas vantagens evidentes. Aí sim, fazia sentido manter uma parte da produção para gerar e manter projectos de Inv. & Desenv., mas minimo, se molde a não deturpar o mercado e manter a diversidade necessária para reduzir riscos no portefólio produtivo. (E veja-se, que apesar de todo este dinheiro estoirado, mal as barragens deixaram de produzir electricidade, Portugal teve que importar a electricidade.)”

    …Ai sim?
    Será que os empresarios lusos sao tao negadinhos que tinham o Eldorado adiante as suas narizes e nao sabíam? O nao será porque o ESTADO LUSO nao ajudou?
    Nao quererá o caro inversor AC metido a empresario de novas energias descobrir novamente que a terra é redonda?
    Vamos descobrirlhe o que é neste momento ACCIONA (ainda que ja deveria saber)
    Que se dedica entre outras a esso das energias (tambén obtidas a partir da biomassa mediterránea , nao escandinava-prot):

    ACCIONA Energía está también presente de forma significativa en las siguientes tecnologías de generación eléctrica por fuentes renovables: hidráulica, solar termoeléctrica y fotovoltaica, biomasa, así como en la producción de biocombustibles -biodiésel y bioetanol-. Cuenta también con activos en cogeneración y, además, trabaja en la producción de hidrógeno a través de energía eólica.

    http://www.acciona-energia.es/areas_actividad.aspx

    E porque ACCIONA anda investigando na biomassa? Porqué? Descobra, descobra os porqués…

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  69. anti-comuna permalink
    29 Março, 2012 17:50

    Outro dos erros destes pataratas é isto. As eólicas não conseguem gerar produção de energia fiável. Está nas mãos da lotaria dos deuses. lololol E isto é um custo elevado esó em backups é uma fortuna ou põe-se as barragens a bombar á noite para produzir durante o dia ou quando há falta de vento. Em termos estratégicos, em caso de uma guerra mundial e se estivermos divididos (não esquecer que historicamente a Espanha é o nosso principal adversário e competidor), nós precisamos de produzir electricidade, nem que seja mais para manter a máquina de guerra operacional. É isto que significa independência energética. (Ou alimentar!)
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    Um dos paradoxos do liberalismo é conciliar este conceito, Defesa com Liberdade. Em todos os sentidos, incluindo os económicos. Infelizmente, o Liberalismo ainda não deu muitas respostas a estas questões e quase sempre os liberais debruçam-se sobre os problemas económicos. E a Independência Energética não é sermos auto-suficientes mas manter a sociedade a funcionar, com a sua máquina de guerra operacional, durante os conflitos militares. Não em tempos de paz. Mas infelizmente, todos começaram a deturpar o verdadeiro sentido deste conceito.
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    Um dos problemas que se deve pôr, antes dos económicos, é simular cenários hipotéticos, em caso de haver um conflito mundial, em caso de guerras regionais e em caso em que estejamos a participar num conflito, seja como beligerante ou mero aliado logístico. E simular, como um país pode desenvolver as suas “normais” actividades em caso de conflito. Um deles, é saber se Portugal consegue manter, pelo menos, a sua máquina de guerra operacional, mesmo que fossemos bloqueados. E aqui surge o problema energético. Que terá de ser equacionado com a sua manutenção em tempos de paz.
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    No caso da electricidade, Portugal tem duas fontes óbvias. A tradicionais centrais a carvão e as barragens. E, agora, a eólica. Mas se eliminarmos as a carvão, ficamos com as barragens e as eólicas. Se Espanha fechar as barragens ou desviar a água, ficamos sem as barragens. Ficam as eólicas. E elas não conseguem garantir um funcionamento durante o esforço de guerra. Podem servir de apoio, mas nunca são a opção escolhida.
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    Estas questões, quase sempre estão fora de quem pensa nos problemas económicos. As pessoas estão demasiado convencidas que a Paz é eterna e nunca haverá uma nova guerra, quer na Europa ou até no mundo. No entanto, as guerras continuam a acontecer, e nunca desapareceram do mundo. Infelizmente. E os decisores económicos nunca pensam no problema da guerra, excepto em algumas ocasiões. Mas não devia ser assim. Em Paz temos sempre que nos preparar para a guerra e pensar como se a tivermos, em manter o esforço de guerra. Mas quase ninguém pensa nisso.
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    Agora imaginem que, por qualquer motivo, uma guerra estalava no mundo. E que tínhamos a Espanha do outro lado da barricada. Como é que garantiamos a tal Independência Energética? Com eólicas? Não, não pode ser. Daí que o carvão e outras alternativas têm sempre que estar abertas. A biomassa é a melhor que responde a este desafio.
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    Como conciliar uma eficaz e mais económica política energética durante a paz e potenciar a Independência Energética em caso de guerra? Procurar fontes de energia autóctones. Seja para alimentar tanques de guerra, como misseis ou até mesmo aviões. Em Portugal, como andam sempre com as modas alheias na carola, nunca pensam nestas coisas. Mas noutros países, sem dar muita bandeira, que nestas coisas é melhor assim, há quem o faça:
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    “Virent and Virdia, formerly HCL CleanTech, announce the successful conversion of cellulosic pine tree sugars to drop-in hydrocarbon fuels within the BIRD Energy project, a joint program funded by the U.S. Department of Energy, the Israeli Ministry of National Infrastructure and the BIRD Foundation [www.Birdf.com]. The project, which commenced in January 2011, successfully demonstrated that Virdia’s deconstruction process generated high-quality sugars from cellulosic biomass, which were converted to fuel via Virent’s BioForming process.
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    Virent used Virdia’s biomass-derived sugars to produce gasoline and jet fuel, the latter being sent to the U.S. Air Force Research Laboratory (AFRL) for analysis where it passed rigorous testing. Tim Edwards of the Fuels Branch of the AFRL said, “This fuel passed the most stringent specification tests we could throw at it (such as thermal stability) under some conditions where conventional jet fuels would fail. This fuel is definitely worth further evaluation.””
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    in http://www.sustainableplant.com/2012/03/cellulosic-jet-fuel-passes-rigorous-specification-tests/
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    Vejam bem a coisa. Israel, que até tem dificuldades em se abastecer de madeira, investiga com os americanos, o uso de celulose (que se encontra vulgarmente na biomassa) para prover os seus aviões de combate, com biofueis. E não depender do petróleo.
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    Há demasiada gente, com uma visão parcelar da sociedade, que não pensa nestas coisas. Como se se focam numa forma de analisar a realidade, esquecem-se que o mundo não pode ser visto apenas sob umas determinadas lentes. E, é por isso, que estranho tantas vistas curtas, em relação a estas questões. Sejam elas energéticas, como alimentares ou até mesmo económicas.
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    O melhor que poderia conseguiria fazer é, em tempos de paz, ter actividades económicas capazes de gerar um bom nível de vida com uma sustentabilidade em caso de haver um conflito militar. O liberalismo económico é um bocado cego nestas coisas. Foca-se demasiado nos aspectos económicos em tempos de paz. Mas, infelizmente, a paz é muito intermitente. E o futuro ainda não nos garantiu que iremos conseguir a paz com o liberalismo económico, que é um dos grandes objectivos do próprio liberalismo.
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    Mas uma coisa é certa. A produção de energia através da biomassa é a grande arma portuguesa para estar preparado para a… Guerra! Em tempos de paz.

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  70. anti-comuna permalink
    29 Março, 2012 17:52

    “Será que os empresarios lusos sao tao negadinhos que tinham o Eldorado adiante as suas narizes e nao sabíam? O nao será porque o ESTADO LUSO nao ajudou?”
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    O Estado deturpa quase sempre mal o mercado e os seus incentivos. De resto, eu não quero saber dos espanhois para nada. Quero é saber dos portugueses e conseguirmos fazer melhor do que eles.
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    Se Vc. é espanhol, paciência. 😉

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  71. Neox permalink
    29 Março, 2012 18:06

    Este AC quando quere fazerse o parvo a fé que se faz e até consegue. Simplemente estou ayudando-o a descobrir que a caminho ja foi aberto. E que nao inventou a biomassa.
    E simplemente queria para ajudaLo para saber como anda a coisa na realidade e nao na utopia a chegar em um dos sites que lhe recomendei a um apartado que poe SUBVENCIONES que sospeito que ja foi lá para comprovar o que a realidade dos feitos da biomassa mediterranea.

    Para ser realidade necesita ser S-U-B-V-E-N-C-I-O-N-A-D-A TAL QUAL cualquer outra renovabel. Só era isso. Dificil de entender?

    Mais os tal chamados “liberais” nao estao contras as subvençoes e ajudas estatais? Entao…como entender esta contradiçao?
    O Prof. Arroja acho que tem um discurso mais entendivel e menos contradictorio desde que se fez ex-neoliberal…

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  72. 29 Março, 2012 18:20

    Henrique e restantes,

    Da forma como colocas as coisas, tens razão. Eu já fui um grande adepto da biomassa; a ideia em princípio é boa, até que o tuga a desvirtue… Outros já começaram:
    http://ecotretas.blogspot.pt/2009/11/deturpacao-da-biomassa.html
    Cá, é a mesma coisa:
    http://ecotretas.blogspot.pt/2010/10/greve-biomassa.html

    Eu por isso acho que esta história verde enferma dos mesmos problemas das eólicas e companhia: parece à partida uma boa ideia, mas lá no fundo, a história é outra! Portanto, sou a favor, desde que não haja subsídios, tal como defendo para as eólicas…

    Como diz o outro, deixa arder, que meu pai é bombeiro… Nem o Al Gore está preocupado:
    http://ecotretas.blogspot.pt/2007/11/30-de-co2-derivado-de-fogos-florestais.html

    E esqueçam o Plantar Portugal. É de ecobetinha… Um dia, haverá que entregar essas terras a quem as sabe gerir… Mas por enquanto não há tomates para isso…

    Ecotretas

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  73. anti-comuna permalink
    29 Março, 2012 19:57

    “Para ser realidade necesita ser S-U-B-V-E-N-C-I-O-N-A-D-A TAL QUAL cualquer outra renovabel. Só era isso. Dificil de entender?”
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    Eu não. Desde que não se dê subsidios às produção, eu admito tudo. Olhe, a EDP e a Galp também têm uns projectos para a área. Veja lá, que a Galp, vai produzir biodiesel em Portugal. Desconfio que não subsidiado.
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    Vou-lhe voltar a repetir. Desde que não dêm subsidios à produção, todas as actividades nesta área são boas.

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  74. anti-comuna permalink
    29 Março, 2012 20:02

    Caro Ecotretas, a biomassa vai ter o seu lugar. Deixe as tecnologias desenvolverem-se e vai ver que irão ter lugar.
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    Agora, numa Inglaterra deflorestada, quererem queimar árvores… Quando têm muitos resíduos, a começar pela agricultura. Mas enfim. Os ecobetinhos muitas vezes só olham para uma determinada forma de ver o mundo.
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    Onde eu vivo, a Cámara Municipal está a testar um novo conceito, na reciclagem. Em vez de a queima ser directa, todos os resíduos orgânicos estão a ser testados como biogás. Não pagamos nada e os gajos deram-nos dois contentores diferentes, para o lixo: material orgànico e não orgânico. Eles tratam de tudo.
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    Desconheço, para já, os resultados desta nova experiência.

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  75. anti-comuna permalink
    29 Março, 2012 20:04

    No caso português, volto a repetir. É fazer centrais, pequenas, para aproveitar resíduos e matas. E transformar os custos dos incêndios em proveitos. E incentivar a Inv. & Des., protótipos, etc. Nada de subsidios á produção. Ou se os fizerem em escala muito reduzida, só para testes, etc.

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  76. henrique pereira dos permalink
    29 Março, 2012 21:11

    Carlos,
    Eu não defendo uma pastorícia como a de há 150 anos, defendo que exactamente se renovem os modelos de gestão que permitam aos pastores ter uma vida semelhante a todos os outros, em vez de uma escravatura submetida às necessidade de andar atrás dos animais. Há muitas maneiras de fazer isso, mas se quiser escrever no google targeted grazing, por exemplo, (ou prescribed grazing) verá como o mundo da pastorícia pode ser uma coisa completamente diferente do que pensamos que sempre foi e será (o meu amigo Thomas, por exemplo, para não perder duas ou três horas à procura do rebanho pôs um telemóvel numa das cabras líderes do rebanho, telefonava para a cabra e com um portátil e uma aplicação gratuita do google sabia imediatamente onde andava o rebanho).
    henrique pereira dos santos
    Anti-comuna, se souberes ler, do que tenho cada vez tenho mais dúvidas, vê se arranjas tempo para ler os links que espalhas por aí. Ora repara, nessa tal coisa dos finlandeses: “The bio-oil raw materials will include forest residues and other wood based biomass” ou seja, exactamente o que tenho vindo a dizer: a biomassa a ser usada nos resíduos florestais e outros materiais lenhosos, porque a questão é exactamente o conteúdo energético da celulose, coisa em que os matos (sobretudo os que cerscem mais rápido como é o caso em portugal, não sei sabias que a produtividade primária no noroeste da Península é das mais altas da Europa, ao contrário da Finlândia) são bastante pobres.

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  77. anti-comuna permalink
    29 Março, 2012 21:57

    Os turcos, tradicionais aliados dos americanos estão do lado dos… Iranianos!
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    “Iran, Turkey should broaden their relations: President”
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    in http://www.irna.ir/News/Politic/Iran,-Turkey-should-broaden-their-relations,-President/80055426
    .
    .
    Este apoio dos turcos, declarado, é que mostra o completo falhanço da diplomacia americana (e ocidental) no Médio Oriente. Vamos todos pagas a arrogância americana.

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  78. anti-comuna permalink
    29 Março, 2012 22:03

    “ou seja, exactamente o que tenho vindo a dizer: a biomassa a ser usada nos resíduos florestais e outros materiais lenhosos, porque a questão é exactamente o conteúdo energético da celulose, coisa em que os matos (sobretudo os que cerscem mais rápido como é o caso em portugal, não sei sabias que a produtividade primária no noroeste da Península é das mais altas da Europa, ao contrário da Finlândia) são bastante pobres.”
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    .
    Sim, sim. Isso e rosquilhos. O seu contorcionismo é deveras surpreendente.
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    .
    Olhe, vá perguntar aos cientistas que investigam a giesta (e demais espécies vegetais com elevado potencial económico como combustível) se vale a pena, ou não, investir nessa área. Mas enfim, Vc. é que é o génio das ventoinhas e o sabe-tudo sobre estes assuntos. Pff!
    .
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    E andou o país a pagar a este artista para servir os chamado interesse público. Gulp!

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  79. Francisco Colaço permalink
    29 Março, 2012 22:51

    Lembro aqui que o serrim é considerado fonte de atmosfera explosiva.
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    (E prova-se isto muito bem, pois pelo menos por aqui neste bloque já anda a causar festivais pirotécnicos ;-))

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  80. Francisco Colaço permalink
    29 Março, 2012 22:57

    Meu Caro Henrique Santos,
    .
    (o meu amigo Thomas, por exemplo, para não perder duas ou três horas à procura do rebanho pôs um telemóvel numa das cabras líderes do rebanho, telefonava para a cabra e com um portátil e uma aplicação gratuita do google sabia imediatamente onde andava o rebanho)
    .
    Se desse o telefone portátil a uma ovelha, o pastor ainda podia responder «Tô shim!? É p’ra mim!»
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    E se desse o portátil a uma cabra, ela juntava-se de imediato ao rebanho do Facebook, e o pastor podia pelo Tweet saber por onde andaria a cabra sem gastar chamadas.
    .
    Já vê bem o que se pode fazer com os Migalhães (grafia intencional!) em segundo casco que se andam a vender pelas feiras e romarias do país?

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  81. Francisco Colaço permalink
    29 Março, 2012 23:03

    A única energia realmente renovável e constantemente renovada na constância renovativa é a que se pode obter a partir da metanização bacteriana do produto da cloaca que é a direcção do Partido Socialista.
    .
    Que chega ao ponto de acusar o Governo de Passos Coelho de ser lento em afrontar as rendas excessivas que foram impostas pelo próprio Partido Socialista! Se houvesse um pingo de vergonha, esses tipos calavam-se e cobriam-se de saco. Como não se calam, há que aproveitar a bosta que fazem para conseguir os 167 g de metano por cada quilograma de porcaria. Com tão generoso fluxo, podemos com bastante certeza apostar no superavite energético a menos de um cêntimo por quilowatt hora. Tal como o Sol, a bosta do PS é constante, generosa e gratuita.

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  82. A. R permalink
    29 Março, 2012 23:09

    É fácil uma solução a contento de todos e democrática. Cada consumidor diz se quer ou não pagar a energia ao preço das renováveis. Os que quiserem ganham uma medalha da Quercus e são elevados ao altar do progressismo verde os outros cinzentões são castigados a pagar ao preço mais barato, ficam cobertos de vergonha para a vida inteira e deixam de beber bebidas gasosas.

    O dinheiro recaudado pelos salvadores do mundo servirá para instalar mais eólicas até destroçar as energias do passado.

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  83. anti-comuna permalink
    29 Março, 2012 23:11

    Nada como procurar na net. Nem é preciso andar a procurar muito.
    .
    .
    Este HPS devia ler mais e ser menos presumido:
    .
    Custos anuais no combate aos incêndios: pelo menos 100 milhões de euros anuais. (Ver http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1650669 )
    .
    .
    Poderiam ser evitados estes custos? Totalmente não. Mas eis que surge um estudo curioso:
    .
    “QUANTIFICAÇÃO DA BIOMASSA CONSUMIDA NOS ÚLTIMOS 20 ANOS DE FOGOS FLORESTAIS NO NORTE PORTUGAL”
    .
    in http://www.oern.pt/documentos/info/info26.pdf
    .
    .
    Que a dada altura, diz assim:
    .
    “Durante os últimos 20 anos, uma equipa de investigação do CITAB-UTAD tem monitorizado regularmente as zonas florestais localizadas a norte de Portugal, com o objectivo de quantificar e de avaliar a biomassa florestal (povoamentos e áreas de mato). Durante este trabalho, foram estabelecidas centenas de parcelas de amostragem e foram recolhidos milhares de dados biométricos relativos ao crescimento de árvores florestais e de arbustos (mato). Infelizmente, durante as várias saídas para desenvolver trabalho de campo, tem-se verificado que os fogos florestais em Portugal continental são um fenómeno recorrente, que causa enormes prejuízos ambientais, ecológicos e económicos.”
    .
    .
    E mais isto:
    .
    .
    “Através dum programa de limpeza e ordenamento do espaço florestal, a biomassa, consumida pelos fogos, poderia ser usada como combustível em centrais termoeléctricas, gerar energia eléctrica e minimizar o problema dos fogos florestais.”
    .
    .
    Nem era preciso um grupo de cientistas o dizer, não é?
    .
    .
    Mas o que surpreende são os resultados:
    .
    .
    “Uma central termoeléctrica a biomassa floresta trabalha, em média, 8000 hora por ano e consome 8200 t/ano de biomassa (30% de humidade) para produzir 1 MW de energia eléctrica (6,3 GWh ano).
    .
    Os resultados anteriormente apresentados mostram que, nos últimos 20 anos arderam, aproximadamente e só no norte de Portugal, 749 500ha de matos. Considerando um valor médio de 9 t/ha de biomassa (30% de humidade), estima-se que tenham ardido 6 745 500 toneladas de mato. Este valor, transformado em energia, significa 822,62 MW de energia, o que equivale à produção de uma central termoeléctrica de 11 MW durante 75 anos.
    .
    Num cenário optimista, a quantidade de biomassa florestal (matos) consumida pelos últimos 20
    anos de fogos florestais, teria possibilitado o regular funcionamento de 4 centrais de 11 MW, durante
    o mesmo período de tempo.”
    .
    .
    Mas este estudo debruçou-se apenas sobre a questão do potencial energético consumido nos fogos. (Que depois gera custos, tanto directos como indirectos.)
    .
    .
    A questão económica aqui é: vale a pena as autarquias, em conjunto com o Estado, investirem em centrais para a produção de calor ou electricidade e poupar nos custos ao combate aos fogos? Isto é, transformar o custo em receitas? Veja-se que na noticia do DN, estimaram os prejuízos em 350 milhões de euros, apenas num ano. Sem falar nas perdas de vidas humanas, etc.
    .
    .
    Mas a coisa não se pode ficar pelos fogos. A quantidade de biomassa produzida como resíduos em Portugal é enorme. Seria possível transformar esta biomassa (e custos para os agentes económicos) em potencial fonte de receitas? Talvez.
    .
    .
    Uma tese de doutoramento realizada em Portugal: Viabilidade de incorporação de resíduos florestais e agrícolas para produção de pellets in http://repositorio.utad.pt/bitstream/10348/387/1/msc_jmsmarques.pdf
    .
    .
    Por aqui dá para ver, a quantidade de resíduos que podem ser transformados em fontes de receitas, não apenas para os vários sectores económicos como até para o Estado, se fosse menos parasita.
    .
    .
    Alguns dos problemas inventariados por este autor, referem-se a falta de enquadramento legal, elevada fiscalidade, etc. O Estado poderia incentivar a criar uma nova fileira industrial e económicamente rentável, sem canalizar bastantes recursos e até cortando outros custos, como, aqueles directos, o combate aos fogos.
    .
    .
    O país nunca iria substituir outras fontes de energia, mas esse não deveria ser o objectivo. O objectivo principal seria criar as bases para no futuro surgirem novas tecnologias, novos produtos e até novos serviços, com elevado potencial exportador. Além de reduzir os custos directos do Estado e indirectos nas indústrias e na agricultura.
    .
    .
    Novas formas de tratar a biomassa estão a surgir, até mesmo em Portugal, aproveitando os resíduos do azeite (com elevado poder calorífero) para aumentar o poder calorífero e potencial económico gerado. Há mesmo a surgirem novas tecnologias, quer na gaseificação da biomassa como até já existem patentes para fueis para queiramarem nos convencionais motores (ver http://www.swedishbiofuels.se/products/ ).
    .
    .
    Em Portugal existem custos e resíduos a eliminar. O Estado (central e autarquias) gastam milhões e milhões de euros quer no combate aos fogos como até no tratamento dos resíduos. Deve haver muitos outros resíduos que simplesmente se perdem em termos económicos. Temos recursos, temos até algum know how e temos elevados custos, que poderiam ser evitados e transformados em fontes de receitas e, quem sabe, futuras actividades económicas rentáveis, sem ajuda de qualquer espécie do Estado. No entanto, esta gente que se julga muito bem informada e decide o destino de milhares de milhões de euros dos portugueses, prefere aderir a modas que beneficiaram outros países, que tentar aproveitar recursos próprios e criar mesmo novas fileiras industriais em Portugal.
    .
    .
    Sinceramente, com o dinheiro que se esturricou na porcaria das eólicas, hoje Portugal até poderia ter centrais de queima de biomassa em cada Concelho e ainda sobrava muito dinheiro. lolololol
    .
    .
    Pobre e triste país o nosso, com tanta gente “inteligente” a mandar. O Aleixo é que a sabia toda. Basta relembrar a mosquinha na carola de tais “doutores”. ehehehheh

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  84. anti-comuna permalink
    29 Março, 2012 23:44

    Para concluir, esta série de textos meus, eu fecho com isto. Porque, eu nunca pensei voltar a ver este tipo de coisas em Portugal. No país das torres eólicas, as pessoas voltam aos candeeiros a… Petróleo! Está certo. Tudo muito ecológico, mas as pessoas para sobreviverem, precisam mesmo de voltar ao… Candeeiro a petróleo.
    .
    .
    “Portugal volta a usar candeeiros a petróleo
    .
    Com o agravamento da crise, o candeeiro a petróleo está a regressar à casa de muitos portugueses.
    .
    “O candeeiro a petróleo caiu em desuso nos anos 60 em Portugal, mesmo nas aldeias mais remotas, onde a electricidade foi um luxo que tardou a chegar. Em pleno século XXI, com o agravamento da crise económica, o candeeiro a petróleo regressa em força a muitos lares portugueses, principalmente nas zonas suburbanas do país”, escreve o diário.”
    .
    in http://www.dn.pt/especiais/interior.aspx?content_id=2386682&especial=Revistas%20de%20Imprensa&seccao=TV%20e%20MEDIA
    .
    .
    Em termos pessoais, eu pago a conta da electricidade a um idoso em Portugal. Por acaso esse idoso até tem recursos financeiros e poderia pagar bem ele as contas da luz. Mas eu imagino o quanto sofrerão muitos idosos em Portugal, sem recursos ou quem lhes pague a conta da luz ao fim do mês. É tão triste as más políticas públicas em Portugal…

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  85. Pencudo Sionista permalink
    30 Março, 2012 07:26

    HPS

    Só pode ser o Thomas da Quinta das Aguias, L.O.L.

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