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mais uma das coisas que «só o estado pode garantir»

19 Junho, 2012
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Entretido a gerar riqueza e prosperidade com o dinheiro dos contribuintes, o estado português tem-se descuidado ligeiramente no cumprimento das suas funções ditas originárias. A ver: «número de seguranças privados já supera o de agentes policiais». Ora, se a iniciativa privada já cumpre melhor aquela que é a primeira justificação da existência do estado – a segurança dos cidadãos – por que não o poderá fazer com todas as outras? Ou será preciso aumentar ainda mais os impostos para que os cidadãos portugueses se sintam seguros pelo estado? É evidente, que há nesta última hipótese um certo contra-senso, pois é sempre difícil esperar protecção de quem nos arranca a carteira do bolso…

26 comentários leave one →
  1. JHB permalink
    19 Junho, 2012 08:11

    Um maior numero de seguranças privados não implica que estes sejam melhores a garantir a segurança dos cidadãos.

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  2. 19 Junho, 2012 08:29

    Além de que não trabalham para garantir a segurança dos cidadãos, mas apenas a de quem os contrata.

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  3. aremandus permalink
    19 Junho, 2012 08:37

    grande admiração!
    só o cleptomano Jardim gonçalves tem meia dúzia pagos pelos clientes do BCP!

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  4. Grunho permalink
    19 Junho, 2012 08:55

    Diz antes: Gangs privados.

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  5. aremandus permalink
    19 Junho, 2012 09:01

    são estes os amigos com quem os relvas e a novel classe política possidente fazem negócios: (vale tudo)
    A rápida investigação da PJ, na recolha de testemunhos e com imagens de videovigilância junto aos tapetes rolantes onde são levantadas as bagagens, salvou Ikonoklasta, o nome artístico do rapper angolano, conhecido pela oposição que faz ao governo do seu país, de ter entrado na semana passada em prisão preventiva.

    As imagens, passadas a pente fino pela Judiciária, foram essenciais. Percebe-se no vídeo ser genuíno o desespero do músico, sozinho, a chorar e de mãos na cabeça, mal recolheu a bicicleta e se apercebeu da armadilha em que caíra.

    O cantor fora alertado para o perigo, na segunda-feira da última semana, por outros passageiros, mas, já em Lisboa, não teve sangue-frio para largar tudo e ir até à polícia. Segundos depois, era detido na alfândega – por inspectores da PJ que não o mandaram parar por acaso, em revista de rotina. A detenção de Ikonoklasta e apreensão do saco com 1,7 quilos de cocaína deveram-se a uma denúncia que partiu de Angola para a Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes da Judiciária.

    Chegou ao SEF, em Luanda, a informação de que o músico ia chegar a Lisboa com droga. E essa denúncia, também apurou a PJ, partiu de um organismo oficial do Estado daquele país. Os investigadores associaram a informação às imagens de desespero do cantor já na capital portuguesa; a testemunhos recolhidos, nomeadamente sobre dois polícias vistos a mexer na bagagem do músico; e aos seus antecedentes de luta anti-regime. Por isso, foi proposto ao Ministério Público e ao juiz que Luaty Beirão continuasse em liberdade.

    PAI ERA AMIGO DO PRESIDENTE ANGOLANO

    Luaty Beirão é conhecido pela sua luta contra o regime de José Eduardo dos Santos, de quem o seu pai, curiosamente, era grande amigo. João Beirão, falecido em Novembro de 2006, foi director do Instituto Angolano das Comunicações – uma empresa com administração pública. Apesar de tudo, Ikonoklasta nunca cessou a sua luta.

    No dia em que foi detido em Lisboa, telefonou a Pedro , amigo e colega de banda, a quem disse que tinha sido “encontrado, na roda de bicicleta que trazia embrulhada em plástico como única bagagem, um pacote de cocaína”. “Ele diz que sentiu que havia um volume estranho na roda, mas que nem teve tempo de falar com ninguém porque foi logo chamado por dois agentes”, explicou o amigo. Na terça-feira passada, o seu advogado, Luís de Noronha, disse que “há fortes indícios da não prática do crime”.

    JUIZ DECIDIU EM MEIA HORA

    O interrogatório judicial de Luaty Beirão, na terça-feira da semana passada, demorou apenas 30 minutos – com o juiz de instrução criminal, por proposta do DIAP de Lisboa, a deixar sair o músico em liberdade com simples termo de identidade e residência, a medida de coacção mais simples e que já lhe permitiu, inclusive, sair de Portugal em direcção a França. O seu grupo musical, Batida, participa desde sexta-feira, em Toulouse, no Festival Internacional Rio Loco. Depois, é expectável que o rapper com dupla nacionalidade, angolana e portuguesa, não regresse a Luanda – onde foi alvo de uma armadilha. Conhecido por organizar várias manifestações anti-regime, está aconselhado a não o fazer por razões de segurança.

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  6. Portela Menos 1 permalink
    19 Junho, 2012 09:01

    se os governos estão ao serviço de interesses privados e particulares o que falta para ler por aqui a defesa de juízes e tribunais privados?
    já estou a ver os políticos a caminho da livre escolha de tribunais, tipo tribunal do bpn, da edp, da sonae, pingo doce ou … tribunais em nome individual.
    Tudo em nome do capitalismo-cientifico!

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  7. Carlos Novais permalink
    19 Junho, 2012 09:01

    o famoso teste (cuja autoria ou referência creio ser de Tom Palmer):
    – ligar para uma esquadra a pedir socorro por assalto a ser tentado à casa onde se encontra e ligar a uma pizzaria para uma encomenda de 10 euros.
    – verificar quem chega primeiro.

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  8. 19 Junho, 2012 09:22

    E há ainda (olha!.. nas “forças de segurança”) quem seja muito bem tratado pelo Estado: http://lishbuna.blogspot.pt/2012/06/e-isto-que-eles-chamam-ser-tratados.html

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  9. Não Interessa permalink
    19 Junho, 2012 09:22

    Esta avantesma acabou de propor que a SEGURANÇA nas ruas fosse assegurada pelos primatas das empresas privadas ou foi impressão minha?

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  10. piscoiso permalink
    19 Junho, 2012 09:24

    Há muitas zonas por esses mundo fora sem serem policiadas, e mesmo bairros nas grandes metrópoles onde a polícia quase não entra. Se na propriedades privada o proprietário contrata “seguranças”, já nas áreas públicas a segurança acaba por ser feita por mafias, a cobrarem percentagens nos negócios locais, ou seja “impostos privados”.
    Acontece mesmo em casos extremos a mafia dominar uma esquadra da polícia, ou seja, o público ao serviço do privado.
    E quem diz uma esquadra diz um governo.
    Mas a partir de um certo nível o termo “mafia” é substituído por outro com siglas.

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  11. neotonto permalink
    19 Junho, 2012 09:28

    O teste de referencia de Tom Palmer?


    Este teste foi adaptado por Joao Palmeira para ser experimentado nos municipios do distrito de Bragança;
    Alfândega da Fé
    Carrazeda de Ansiães
    Freixo de Espada à Cinta
    e Macedo de Cavaleiros
    .
    Com escasa validade e aproximaçao sob do teste referenciado estrangeiro. Os resultados finais seguramente deixaram de ser segredos e daramse a conhecher ao dominio publico em principios de Junho.
    Sao muito brincalhoes e muito, muito, muito “originais” estes Neox .!!!!!!!!!

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  12. aremandus permalink
    19 Junho, 2012 09:41

    o rui nunca viu »os sopranos»…pena esta gente de direita não se interessar pelas coisas do espirito… aprenderam a ler, e quedaram-se pela banda desenhada de primatas…

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  13. 19 Junho, 2012 09:46

    “Ora, se a iniciativa privada já cumpre melhor aquela que é a primeira justificação da existência do estado (…)”. Melhor? Tem a certeza do que está a dizer? Aí está uma área em que a iniciativa privada não devia entrar. Ponto final.

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  14. Eleutério Viegas permalink
    19 Junho, 2012 09:48

    Completamente de acordo. Este estado ranhoso é um assaltante profissional. As manifs deviam ser de contribuintes a berrar: Não pagamos! Não pagamos! Não pagamos! Não pagamos!!!!!!

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  15. Eleutério Viegas permalink
    19 Junho, 2012 09:49

    E não pagarem mesmo… Queria ver como era a irem penhorar tudo e mais alguma coisa. Ficava tudo entupido e os ranhosos sem cheta, logo parava a máquina de assalto.

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  16. von permalink
    19 Junho, 2012 09:55

    Tendo em conta os abusos e extremos de alguma segurança privada, não me parece que seja um exemplo fantástico de iniciativa privada… ou então, até é, tendo em conta os abusos e extremos de alguns sectores da coisa pública.

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  17. von permalink
    19 Junho, 2012 09:58

    Aliás, admitir que um serviço como a polícia, poderia ser fornecido no seu todo pela iniciativa privada, é existir e insistir que se vive numa “lala land”. Talvez este liberal se sinta um Peter Pan.

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  18. castanheira antigo permalink
    19 Junho, 2012 11:40

    A república socialista portuguesa , não assegura a protecção eficaz de pessoas e bens nem uma justiça célere , que devem ser as principais funções de um estado.
    Pelo contrario , as falsas elites que têm detido o poder em Portugal , têm-se entretido a transferir a riqueza criada pelos portugueses para as suas contas bancarias “offshore” , bem como dos seus amigos das empresas do regime , tudo através da corrupção e sempre em nome dos pobrezinhos

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  19. 19 Junho, 2012 11:48

    Confundir segurança privada com polícia é realmente uma grande trapalhada.

    Inúmeros seguranças privados substituem os porteiros e contínuos, nas empresas e no estado, não os polícias!

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  20. etedom permalink
    19 Junho, 2012 11:49

    …descuidado é favor!

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  21. 19 Junho, 2012 11:52

    falando de justiça : a pouca adesão à mediação de conflitos para resolver questões sem passar pelos tribunais é um sinal do ” fracasso da nossa civilização e da criação de uma sociedade voluntária ” , ah pois é.

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  22. TaCerto permalink
    19 Junho, 2012 12:01

    A defender a existência de mercenários… ao que isto chegou…

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  23. Fredo permalink
    19 Junho, 2012 13:20

    “Ora, se a iniciativa privada já cumpre melhor aquela que é a primeira justificação da existência do estado – a segurança dos cidadãos – por que não o poderá fazer com todas as outras?

    Ora, se já há mais pessoas injustiçadas do que a quem foi feita justiça, por que é que o estado não não entrega a Justiça à Corticeira Amorim, à Sonae, ou à Zon?
    Ora, se já há mais vadios que trabalhadores, por que é que o estado não não entrega o Ministério do Trabalho à Corticeira Amorim, à Sonae, ou à Zon?
    Ora, se já há mais burros iletrados que pessoas intelectualmente escorreitas, por que é que o estado não não entrega o Ministério da Educação e a Secretaria da Cultura à Corticeira Amorim, à Sonae, ou à Zon?

    Ora, se a banca privada está com falta de dinheiro, porque é que o estado a ajuda com dinheiro dos contribuintes?

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  24. Fincapé permalink
    19 Junho, 2012 17:04

    Fiquei com uma dúvida em relação ao post: representa uma crítica ao facto de o Estado do senhor Coelho não garantir a segurança dos cidadãos ou ao facto do Estado necessitar de cobrar impostos para garantir a segurança?
    De qualquer maneira, parece-me que rui a. considera que os “vigilantes”, de discotecas e outros, cumprem maravilhosamente bem o seu papel. O que me faz pensar que o Estado, contrariamente ao que diz rui a. e outros, está a cumprir bem as suas funções na perspetiva ultraliberal. Não quer saber da segurança dos cidadãos, permitindo o crescimento da (in)segurança privada. E não vale dizer que “o estado português tem-se descuidado ligeiramente no cumprimento das suas funções ditas originárias”. Porque nunca vi nenhuma crítica da ala mais liberal ao facto de haver empresas privadas de segurança a fazer serviço em quartéis, como aparece por aí escrito.

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  25. 19 Junho, 2012 20:24

    De facto, os estados nasceram pela necessidade dos provos se proverem de segurança (como no texto se diz) e de justiça. Também nesse outro pilar, o Estado português pode limpar as mãos à parede:
    Hoje, os jornais apresentavam como grande progresso o facto de um assassino que venha a ser apanhado em flagrante delito passar a ser julgado em “apenas”… 4 meses!

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  26. Rui Baptista permalink
    19 Junho, 2012 21:00

    Pelo que tenho visto os seguranças privados desempenham essencialmente as funções de recepção e vigilância. Que me lembre, nunca os polícias foram recepcionistas – eram geralmente contínuos mais velhos que desempenhavam essa funções.
    Quanto à vigilância, sim, os seguranças já substituem os chamados “serviços gratificados”, que eram serviços pagos por particulares à polícia. Mas por definição esses sempre foram serviços extra.
    O que aconteceu com essa transferência foi o desaparecimento dos polícias da rua, substituídos por pessoas que vigiam instalações. Não foi uma transferência directa de funções.

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