Depois de Kiev, a Crimeia. Como era inevitável
Depois da Praça Tahir, a Praça Maidan. A alma insurreccional que habita nos activistas de todos os matizes entusiasmou-se com essa nova meca da revolução popular e basista. A ponto de confundir o que é justo e até urgente – afastar Yanukovych – com o que é perigoso – como nomear os ministros em assembleia “de praça”. Isso está muito longe de ser democracia, apesar do entusiasmo do Público:
Quando se segue por este caminho o resultado mais provável é o desastre ou, na hipótese mais benévola, a desilusão. É que, como recordava Simon Jenkins no insuspeito Guardian:
Mas não foi só a Praça Maidan – já celebrada, como não podia deixar de ser, pelo suspeito do costume, o omnipresente Bernard-Henri Lévy, para quem “Nous sommes tous des Ukrainiens” –, foi também o parlamento, que decidiu anular a lei que concede à língua russa o estatuto de língua regional, uma decisão insensata num país onde toda a população fala russo e onde a minoria russa é muito importante (a propósito: é indispensável ler, por estes dias, o excelente blogue do José Milhazes Da Rússia). Medidas como esta, e outras semelhantes, são sinais claros de que entre os revolucionários há muita gente que só deseja substituir um ditador corrupto virado para Moscovo por um autocrata porventura igualmente venal mas virado para Ocidente.
A alegria que sentimos sempre que cai um ditador não pode cegar-nos. A heroicidade de muitos dos manifestantes da Praça Maidan não nos pode fazer esquecer que a legitimidade da rua pode ser revolucionária mas, no dia seguinte a qualquer revolução, não se torna em legitimidade democrática. A denúncia dos muitos abusos e ameaças de Putin também não nos deve levar a ignorar que, para além da Rússia sentir que tem interesses fundamentais em jogo, que há fronteiras mal traçadas e que há pedaços do que é hoje a Ucrânia que nunca foram ucranianos nem são habitados maioritariamente por ucranianos. Como sucede com a Crimeia.
A Crimeia só é ucraniana porque Khrushchev crescera na Ucrânia, pelo que uniu a península conquistada pelas tropas de Catarina II à república onde fora chefe comunista, algo que no tempo da URSS era mais ou menos indiferente, como recorda aqui a sua bisneta. A solução encontrada há 20 anos para manter essa península agarrada à Ucrânia sempre me pareceu artificial, pelo que não me surpreende que numa região onde a maioria da população é russa e onde está estacionada a frota russa do Mar Negro já se fale em referendo separatista.
O problema, naquela região, é muito mais complicado do que a leitura simplista do politicamente correcto que se limita a acusar a Europa de ter agido tarde demais e com pouca determinação. Nem todos os “amigos da Europa” de Kiev são amigos nos quais possamos confiar.
Corrija s,f,f, o link do blog do Milhazes
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O problema ucraniano que emerge desta insurreição só agora começou. A Europa não tem consistência política, nem militar, para ‘segurar’ os demónios libertados ao longo destes últimos 2 meses na praça Maidan.
E a NATO (que na verdade só existiu na Europa enquanto os EUA tiveram interesse nisso) não está para aí virada.
Resta a Rússia que tem uma das suas mais importantes bases navais em Sebastopol e não vai abdicar desta fulcral posição estratégica. Trata-se, na verdade, de um problema no seu próprio ‘quintal’.
A procissão ainda vai no adro.
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O extermínio dos ucranianos pelos comunistas (YouTube)
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Não que eu pense (como poderia?!) que todos os “revolucionários” de Kiev são iguais. Posto isto… por que raio é que as hordas de neo-nazis que pululam entre esses “revolucionários” haveriam de estar minimamente interessadas em qualquer coisa que se pareça sequer com a legitimidade democrática? 🙂
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Conviria olhar para um mapa e ler um manual de História sobre “aquelas partes” , aí a partir dos inícios do sec.XVIII ( aparece por lá um certo Pedro) .
Depois devemos evitar cuidadosamente o bombardeamento propagandístico televisivo proporcionado pelas baratas tontas de Bruxelas.
E , por fim, fazer figas e esperar que o eixo Berlim Moscovo funcione pragmática e realisticamente.
É que “eles”, estando na mesma faixa etária, não necessitam de intérprete…
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O “suspeito do costume” é judeu e nunca reparei no jmf57 ter feito alguma crítica ao detalhe.
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Porque é sempre por esse detalhe que ele é omnipresente, claro.
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“Detalhes” históricos como p. exº o dantesco massacre de Babi Yar.
http://boppin.com/poets/yy_babiyar.htm
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Ora e continuando um comentário há uns tempos atrás sobre o tema.
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De rajada, a dimensão ultrapassa a Ucrânia que é uma peça do xadrez muito antigo. Já vem de muito longe e julgava-se hoje confinado aos alfarrábios de História, Sociologia, Economia, Finanças Antroplogia..
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Mas a grande surpresa é no sec XXi ainda surgir emocionalmente este tão arrbatador tabuleiro e peça de xadrez. Ou não se progrediu nada apesar dos espetaculares avanços científicos da Humanidade a caminho do Universo ou então alguns lideres surgem parados no tempo especados a viver no Passado dum Mundo que já não existe.
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Analisando factualmente:
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desde que os continentes começaram a interagir a Eurásia tem sido o centro do poder mundial desde pelo menos há uns quinhentos,
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bem acima do ‘eterno bairrismo’ mortal germano-eslavo cujo ultimo afrontamento devastador foi a conhecida operação ‘Barbarrossa’ da II Guerra Mundial a pretexto propagandista da luta anticomunista pois por acaso estavam no poder os soviéticos comunistas.
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Esta questão dos ‘Regionalismos bairristas’ cava nos tempos dos ditos ‘barbaros’ como lhes chamavam os Romanos, ‘barbaros’ nórdicos que invadiam mas não ocupavam, saqueavam as riquezas e fugiam para depois regressarem e sucessivamente até à queda final do mais durável Império do Ocidente e da Europa, o Romano, o dos povos Latinos hoje menosprezados como ‘os países do sul’
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A Eurásia é todo o território desde o leste da Alemnaha e da Polónia através da Rússia e da China até ao Pacifico, inclui o Médio Oriente e praticamente todo o sub continente indiano com Paquistão.
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Daí os conflitos para controlar as Republicas da Ásia Central que são a chave para controlar a Eurásia.
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A Rússia e a China são os dois mais importantes Países – que parece quase mas ainda não super potencias – cujos interesses desafiam a Eurásia. Dos dois continua a ser dito que a Rússia é considerada o principal desafio. Ambos China e Rússia são fronteiras na Eurásia.
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Um contexto mais focalizado descreve a Ucrânia, Azerbeijão, Irão e Kazaquistão como Republicas ‘menores’ da Eurásia que podem ser os ‘buffers’ ou contra poderes aos movimentos geopolíticos da Rússia e da China para controlarem o petróleo, gás e minerais das Republicas da Ásia Central: Turquemenistão, Tajiquistão e Kazaquistão etc.
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Um dia alongaria este tema se esta ‘crise de cuba’ na Ucrânia, ora muito mais planetária nada tendo a ver com a dimensão caribenha da outra, não encontrar solução não nuclear ao contrário da outra
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Ora convem ir explicando estas coisas aos Portugueses não vá esta coisa dar inesperadamente para o torto. Embora o lobo que tocava estridentemente os tambores da festa pareceu no dia de hoje estar ameter as as baquetas no bolso para saída de sendeiro.
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jmf anda a ficar aflito! Não sabe para onde se virar. Os bons ucranianos vão escolher o melhor rumo político.
Não tenha medo, seja, se possível, democrata!
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A questão da Crimeia deve ser resolvida com respeito pelo direito internacional. O facto de haver uma maioria russa e uma base militar também Russa não dá a este país o direito de decidir unilateralmente.
Para perceber isso basta pensar em casos que nos dizem directamente respeito. Por exemplo, a base Americana nas Lajes não lhes dá o direito de reclamar para si a respectiva ilha dos Açores. O facto da população de algumas zonas do Luxemburgo e da Amadora ser mairitariamente Portuguesa e Cabo Verdiana não dá a esses países o direito a reclamar para si os respectivos territórios.
O direito à autonomia tem os seus limites …
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podemos ainda acrescentar a VIOLAÇÃO GROSSEIRA DO DIREITO INTERNACIONAL PELA ÍNDIA (bem sei k o pacifismo de GANDHI não pode ser questionado….) que INVADIU E ANEXOU GOA, DAMÃO E DIU.
é que o dto internacional (ver ONU) determina que as colónias têm direito à INDEPENDÊNCIA…
foi isso que aconteceu pelo mundo inteiro (apesar de muitas vezes ser só formal)
ora sendo colónias portuguesas, GOA……..NÃO DEVIAM SER ANEXADAS PELA ÍNDIA
MAS SIM TORNAR-SE INDEPENDENTES
vide TIMOR….
mas claro, nisto não se fala…só no “ditador” Salazar….
os invasores/violadores do dto internacional… até são elogiados
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Por acaso a Crimeia só faz parte da Ucrânia – tipo brinde – desde 1954
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por falar em ditadores
http://www.publico.pt/mundo/noticia/morreu-o-unico-comandnate-da-revolucao-cubana-no-exilio-1626483
duas vezes se chama ditador ao fulgêncio
mas o fidel e o camilo e o “che”
muito mais ditadores e assassinos do k o batista
são “amnistiados” e escondidos e censurados dos seus imensos crimes
não só os mais de CINQUENTA MIL FUZILADOS N´EL PAREDÓN
mas tb os milhares que preferiram arriscar a vida no meio dos tubarões do mar da florida
do que suportar um dos regimes mais cruéis, assassinos e tiranos do séc XX…..
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vivam os HERÓIS DA DEMOCRACIA CUBANA:
http://payolibre.com/index.php
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foi sempre através deste tipo de ações que as democracias apareceram e se desenvolveram demorem 500, 200 ou menos anos mas irão lá o pior é os interesses de outros países que poderão fazer descambar mas a historia está repleta de exemplos os EUA são um bom exemplo e a Ucrânia ainda é uma colonia de cáfilas russos. nós mandamos o Conde andeiro pela Janela também estávamos tomados pelos interesses
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O entusiasmo do jornal “Público” não é mais que um recado para os indígenas que tudo é possível
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Eu até simpatizo com os sentimentos e as aspirações pro-ocidentais de muitos dos ucranianos que se congratularam com a queda do Presidente Viktor Ianukovich….
Mas eu sei que de revoluções de rua e assaltos aos palacios do poder não vem normalmente nada de bom.
Tudo aponta para que a Ucrania esteja no inicio de um longo periodo de instabilidade, de crise economica, inclusivé com sérios riscos de guerra civil e fragmentação do pais.
A que se pode adicionar a inevitavel deterioração das relações internacionais, entre o Ocidente e a Russia de Putin.
Nada disto é bom para os ucranianos e para o mundo.
No fim de contas, o presidente deposto, por mais corrupto e autoritario que fosse, foi eleito regularmente (na altura os observadores ocidentais não encontraram razões suficientes para por em causa a validade dos resultados) e o regime existente, mesmo com os seus tiques autoritarios e neopoticos, não era propriamente uma ditadura politica ou um totalitarismo de tipo neo-soviético (mais perto desta situação esta, por exemplo, a vizinha Bielorussia) .
Não nos esqueçamos que a Ucrania ja teve ha anos uma primeira revolução, a “revolução laranja”, por sinal mais popular e mais justificavel face a um poder instalado bem mais autoritario e ilegitimo. E que as enormes expectativas positivas então criadas se vieram depois a transformar numa grande desilusão. A posterior vitoria eleitoral de Ianukovich foi possivel precisamente em resultado do falhanço da “revolução laranja”.
Do meu ponto de vista, os paises ocidentais deviam ter tido um posicionamento mais prudente e nunca deviam ter avalizado e aceite uma tomada do poder pela força por parte dum conjunto de insurretos que, para além de uma forte determinação, não representavam nem representam legitimamente a vontade do conjunto da população da Ucrania.
Abriu-se a caixa de Pandora e os problemas são agora maiores do que eram antes !
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A questão da Ucrânia está tão longe e tão perto de nós. Uma analise mais lá local, nos Balcãs etc,
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depois do desfile da corrupção infamante de Viktor Ianukovich a outra parte, Yulia Tymoshenko da ‘revolução laranja’ ora acomodada pela Alemanha, também não são anjos.
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Internamente os ucranianos estão entalados por eles próprios. Quem conseguir vender bem a ‘luta contra a corrupção’ aparentemente ganhará o coração e a esperança dos ucranianos, porque é esse o chiste do comum dos mortais ucranianos. Talvez seja a bandeira que esvazie o muito grave conflito geopolitico em curso. Encurralar ursos não se recomenda ….. É uma situação extraordinariamente melindrosa, muito dificil embora simples e nada complexa ….
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Yulia Tymoshenko: She’s No Angel
http://www.thedailybeast.com/articles/2014/02/23/yulia-tymoshenko-she-s-no-angel.html
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É obvio que as tropas russas estão a avançar pelo menos na Crimeia. Essa coisa duns gajos que andavam por lá armados até aos dentes e q a Comunicação Social diziam que ninguém sabe quem são …… não havia nexexidade …
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No mesmo tema, registei o agradecimento inesperado em Londres de Merkal perante as duas Camaras “agradeço o PERDÃO DA DIVIDA da guerra que autorizou o desenvolvimento da Alemanha para ser o que é hoje”. As ilações deixo-as aos nossos politogos e comentadores. Pessoalmente acho o povo alemão muito simpático e humano.
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