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Tenho um negócio a propor-lhes

1 Abril, 2014

Às “Personalidades relevantes” que sempre defenderam todas as políticas que levaram ao crescimento da dívida e qu agora se mostram muito admiradas e indignadas não só por se ter de pagar a dívida como por esse pagamento levar a que fiquemos mais pobres.

Cada um de vós empresta-me mil euros neste ano da graça de 2014. Com juros naturalmente. Daqui a três anos aviso-vos que não quero  “ser cúmplice de uma injustiça histórica extraordinária, que chega de fabricar escravos. Não quero ser cúmplice de um banho de sangue (A parte do “banho de sangue” dispenso porque por mais voltas que dê à minha vida não me vejo a cair nessa fixação januariana com os tumultos. Pagar não pago mas descanse D. Januário meu futuro credor que banhos só de água)  Visto-me de negro e declaro que a dívida que o sistema me obrigou a contrair convosco está a roubar-me o futuro. Caso incautamente me perguntem quando penso pagar explicarei que   “Ter-se criado a ideia de que só há uma solução é uma atitude redutora em democracia. Que raio de política é esta? Espanta-me a frieza com que se dizem algumas coisas. Não há outro caminho? E quem levanta a dúvida está mal informado“. Como é natural em simultâneo peço mais mil euros a cada um pois “Surpreende-me que se diga alegremente que a situação é para durar 20 anos, pondo em causa as expectativas naturais de uma ou duas gerações”,  As minhas expectativas são absolutamente legítimas e comezinhas e não posso destrui-las só pq vos tenho de pagar a dívida.

Qualquer dúvida sobre como fazer a transferência pode ser colocada directamete neste blogue. E tratem de não me roubar o futuro!!!

30 comentários leave one →
  1. josé permalink
    1 Abril, 2014 12:51

    Excelente.
    Põe a nu, a incoerência, demagogia, oportunismo, falta de carater, ignorância criminosa, esquizofrenia, egoísmo, de todos aqueles que defendem o “status quo” desta democracia – não confundir com Democracia – porque se serviram, servem ou querem continuar ou vir a ser servidos por ela, mesmo que isso, condene à miséria os seus concidadãos e ponha em risco o País.

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    • joaquim permalink
      1 Abril, 2014 13:47

      Eh Lá ! Incoerência , demagogia oportunismo falta de carater esquizofrenia e egoísmo , falta pouco para esvaziar o dicionário dos termos abrasadores. Você esta mal disposto ou é santo.

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      • josé permalink
        1 Abril, 2014 15:22

        Mais do que santo, sou “santinho” a pagar os direitos de que não usufruo ou usufruirei, que outros “adquiriram” e perpetuam por via de uma Constituição programática e ideológica, defensora das castas iluminadas: Administração Pública, Empresas Públicas, Autarquias.
        Não é caso, para estar/ser mal disposto?

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    • Arroz Doce permalink
      1 Abril, 2014 13:55

      O José não está a compreender é que a demagogia e oportunismo são o palavreado da HM

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  2. 1 Abril, 2014 12:58

    Cura de passeata.

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  3. A.A. permalink
    1 Abril, 2014 12:58

    Nem mais! Perfeito!
    Acha que também me emprestam a mim?

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  4. Juromenha permalink
    1 Abril, 2014 13:00

    Aceita-me como sócio?…

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  5. 1 Abril, 2014 13:02

    Dona Helena…

    Esse texto pretensamente virado para a comédia (não largue ainda o emprego que tem!) tem um pequeno problema.

    As pessoas que contraíram dívidas, como a compra de casas, ou automóveis, etc, etc… estão a pagar tudo o que lhes é exigido… e se não pagam ficam sem as casas e os automóveis.

    Já aos escroques do seu PSD, do CDS e do PS que têm levado o país para a situação de dívida pública em que está, ninguém obriga a pagar nada… nem que seja em anos de prisão pelos crimes contra os seus concidadãos.

    Têm sempre quem os defenda, nem que seja com estes textos “tão engraçadinhos” como este numerozinho de “revista”…

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    • joaquim permalink
      1 Abril, 2014 13:50

      Aconselho -lhe Samuel o PC , porque é especialista em felicidade dos povos . Todos iguais todos pobres, deixa de haver invejas e outras tricas.

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      • 1 Abril, 2014 14:01

        Pois… mas quando vou a casa de alguém, não tenho por costume entabular conversa com os “cães de guarda”.
        Passar bem!

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      • Arroz Doce permalink
        1 Abril, 2014 15:21

        O Joaquim gosta de”dizer coisas” mas antes de falar deveria documentar-se sobre quem acabou com 2ª Guerra Mundial . informe-se também sobre a História, do PCP e daqueles que lutaram para que hoje o joaquim e outros bacôcos pudessem viver em liberdade. Pense.

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  6. murphy permalink
    1 Abril, 2014 13:06

    Na mouche! Deixo o convite para adesão:

    “Manifesto pelo fim do chico espertismo”

    http://jornalismoassim.blogspot.pt/2014/03/manifesto-pelo-fim-do-chico-espertismo.html

    E ainda temos aqueles que se admiram (e indignam) pelo estereotipo criado por cidadãos de alguns países europeus em relação a nós…

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  7. Oalves permalink
    1 Abril, 2014 13:22

    Pobre País onde “pensadores” deste calibre tem honras de personalidades relevantes.

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  8. Eleutério Viegas permalink
    1 Abril, 2014 13:27

    Os da tropa, claro que têm as suas mesadas confortáveis. Obviamente, penduras. Este padreca do “banho” também deve ter a sua. Mais um pendura… Jarretas e penduras…

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  9. gastão permalink
    1 Abril, 2014 14:18

    No Expresso ao lado da notícia linkada pela dona Helena vem esta:
    http://expresso.sapo.pt/ha-tres-meses-que-o-desemprego-nao-desce=f863505
    … mas obviamente cada um escolha a sua indignação do dia

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    • Abre-latas permalink
      1 Abril, 2014 15:49

      E porque não:
      “Há três meses que o desemprego não sobe”?
      ou
      “Procura-se espiral recessiva”?

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  10. Abre-latas permalink
    1 Abril, 2014 14:41

    Não se esqueça de cantar o “Grândola vila morena”.

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  11. 1 Abril, 2014 15:55

    Mateus 18,21-35

    21. Então Pedro se aproximou dele e disse: Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão, quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?
    22. Respondeu Jesus: Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.
    23. Por isso, o Reino dos céus é comparado a um rei que quis ajustar contas com seus servos.
    24. Quando começou a ajustá-las, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos.
    25. Como ele não tinha com que pagar, seu senhor ordenou que fosse vendido, ele, sua mulher, seus filhos e todos os seus bens para pagar a dívida.
    26. Este servo, então, prostrou-se por terra diante dele e suplicava-lhe: Dá-me um prazo, e eu te pagarei tudo!
    27. Cheio de compaixão, o senhor o deixou ir embora e perdoou-lhe a dívida.
    28. Apenas saiu dali, encontrou um de seus companheiros de serviço que lhe devia cem denários. Agarrou-o na garganta e quase o estrangulou, dizendo: Paga o que me deves!
    29. O outro caiu-lhe aos pés e pediu-lhe: Dá-me um prazo e eu te pagarei!
    30. Mas, sem nada querer ouvir, este homem o fez lançar na prisão, até que tivesse pago sua dívida.
    31. Vendo isto, os outros servos, profundamente tristes, vieram contar a seu senhor o que se tinha passado.
    32. Então o senhor o chamou e lhe disse: Servo mau, eu te perdoei toda a dívida porque me suplicaste.
    33. Não devias também tu compadecer-te de teu companheiro de serviço, como eu tive piedade de ti?
    34. E o senhor, encolerizado, entregou-o aos algozes, até que pagasse toda a sua dívida.
    35. Assim vos tratará meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar a seu irmão, de todo seu coração.

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  12. @!@ permalink
    1 Abril, 2014 16:24

    Lá está a confusão pensar que a economia é caseira…. e pensando melhor…é como aquela cena entre pais e filhos: oh pai empresta-me ais dez euros, vai pedir à tua mãe que já bates-te no fundo da minha carteira, tábem unhas de fome, oh MÃE, Mãeeeee… filho presgaste-me um susto, empresta-me vinte euros, assustaste-me PRAQUÊ, julgas que sou algum banco mandrião que só quer cama e roupa lavada, Juro juro que é só desta vez anda lá vá lá é para levar a … a jantar e dou-te muitos beijinhos, vai pedir ao teu pai, não dá, ah e julgas que levas daqui algum não é MANEL dá-me o dinheiro que me deves para emprestar aqui ao teu filho….e que seja a última vez.

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    • vitorcunha permalink*
      1 Abril, 2014 20:01

      Nunca ouviu a expressão “vai chamar pai a outro”?

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  13. 1 Abril, 2014 20:47

    Genial. Se eu fosse um dos jarretas, ao ler este texto enfiava-me num buraco.

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  14. Fincapé permalink
    2 Abril, 2014 01:19

    Se a Helena conhecesse o “memorando de entendimento sobre as condicionalidades de política económica” que os comentadores (os de esquerda, claro) lhe vão impor com vista ao pagamento da dívida, não solicitava empréstimos de forma tão ligeira.
    De qualquer modo, pode contar comigo. Quero fazer parte do grupo de credores. 😉

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    • JorgeGabinete permalink
      2 Abril, 2014 01:25

      Acaba de se oferecer para perder 1.000€! Ensandeceu? Outra vez?! :))

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      • Fincapé permalink
        2 Abril, 2014 01:30

        Poder, meu caro. Quando vejo os senhores da tróica a entrar em Portugal sinto inveja daquela postura de quem manda. O exercício do poder tem os seus custos iniciais, mas é fascinante. 😉

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      • JorgeGabinete permalink
        2 Abril, 2014 01:33

        Esses srs entram convidados, como na sua empresa entra o gestor bancário, “venha cá que preciso de falar consigo…”

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      • Fincapé permalink
        2 Abril, 2014 01:43

        Eu sei, Mas já assisti à entrada de muitos convidados em certos locais e há sempre uma postura de quem domina o momento. Deve ser uma boa sensação.
        Ah! E os juros e as dívidas acabam por ser pagos. 😉

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  15. Ze Gneiss permalink
    2 Abril, 2014 11:46

    Esta analogia da dívida pública com a dívida privada tem sido muito utilizada.
    Não há dúvida que é didática pois permite colocar de forma simples um problema que é bastante complexo.
    Juntou-lhe a ironia o que também não é mau.
    Deixe-me no entanto que lhe diga que uma pessoa pode declarar falência pessoal perante os seus credores.
    Nesse caso é o Juiz que decide quanto paga e em que prazo, não sendo raros os casos em que há perdão parcial de dívidas.
    Claro está que ao mesmo tempo também ficará sujeito a praticar a austeridade imposta pelo Juiz.
    Mas o importante é que se diga que os credores, gostem ou não, são obrigados a aceitar o plano, embora sejam livres de nunca mais emprestar dinheiro àquela pessoa.
    Também é verdade que isto só é possível se estiver em causa os superiores interesses da família pela qual a pessoa é responsável.

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    • JorgeGabinete permalink
      2 Abril, 2014 15:16

      A situação que descreve implica declaração de insolvência, 4 anos fora do sistema financeiro e incapacidade total de decidir sobre rendimento próprio acima de nível IAS, ou montante mínimo de subsistência. Para um país implica estar fora de mercados muitos mais anos e menor soberania orçamental que a actual, comparações ilustrativas sem dúvida. Obrigado pela sua analogia

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