Por mim até o revestiam a bronze
27 Outubro, 2014
Há uns dias chamei a atenção para o inevitável facto de que a não condecoração da coisa socrática pelo Presidente reeleito seria assunto para os próximos tempos. Há vários motivos para isso:
- Progressão automática na carreira: estão habituados a que estas coisas sejam automáticas; um tipo passa um determinado tempo no serviço, nem que assassine a mulher do chefe durante a violação que termina com um incendiário fogo-de-artíficio redutor do edifício a escombros, está cá uns anos, tem que progredir na carreira;
- Princípio constitucional da confiança: a mesma coisa; uma pessoa tem expectativa razoável de se tornar conde (como o Conde de Contar), marquês (como o do consultóri@), ou ainda barão (como o de strip tease), é altamente inconstitucional que não obtenha a legítima satisfação que servirá para fingir que foi o Presidente e não o Governo da coisa socrática quem assinou o Memorando da Austeridade para assegurar o resgate.
- Principio constitucional da igualdade: se o Guterres teve, o doutor-engenheiro também tem que ter. Não é de surpreender que seja Manuel Alegre, agora, a puxar pelo assunto: o homem nunca foi senador mas gostaria de ser, nunca foi presidente mas gostaria de ter sido, nunca teve influência mas gostaria de ter.
Há uns dias, Pacheco Pereira dizia que a campanha teria a componente de arremesso do calhau socrático; infelizmente, não foi uma interpretação literal, apesar de também ser correcta: quando nada resta para atirar, atira-se com a memória da inglória passada. Agora, quem se presta a esse papel, de ser usado como objecto inanimado de outrem, ou está na má-vida ou dela tem saudades.
23 comentários
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vitorcunha,
A este post chamaria eu de post Becel devido ao seu elevadíssimo interesse.
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O sarrafaçana condecorado? REFERENDE-SE!!!
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É absolutamente imprescindível que Sócrates seja “merdalhado”.
Agraciado com uma “merdalha” de mérito pela cabeça a baixo… para ele mesmo não se esquecer do que fez ao país.
Vigarista de merda!
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Condecorado, só se for pela velocidade hiper-mega-supersónica a que aprendeu francês filosófico integral e o aplicou literariamente, para compensar o facto de ninguém o ter submetido a registo no Guinness Book of Records. Aliás, pelas intervenções públicas disponíveis em língua inglesa no YouTube (a começar por aquela do software das fronteiras) percebe-se logo que a criatura tem dotes genéticos muito particulares (apurados e aprumados nas terras altas) em todas vertentes linguísticas avaliadas nas mais “Independentes” escolas internacionais. Especialmente na naturalidade da conjugação verbal criativa. Mas se tiverem mesmo que lhe dar uma, que seja a grande cruz da ordem da liberdade jornalística, que bem a merece.
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“Por mim até o revestiam a bronze”
Há uns anos havia uma empresa em Leiria que fazia chapa de bronze de 6cm de espessura que era uma categoria 🙂
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Era metê-lo dentro dessa chapa e atirá-lo ao mar. Heróis do mar, não é? 🙂
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Pois que a sua ideia é muito boa. Mas convém que o sobretudo de chapa seja mesmo estanque. O nosso mar já está suficientemente poluído e todos os cuidado serão poucos.
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Este tipo de condecorações, das quais a “tropa” é o melhor exemplo, fez-me lembrar aqueles actos muito solenes em que um Fulano Muito Importante descerra uma placa com o seu augusto nome na inauguração seja de um quartel de bombeiros seja da Ponte da Arrábida.
Por vezes o descerrador não teve nada a ver com a obra o que não parece incomodá-los.
Não haverá possibilidade de acrescentar um artigo na Constituição proibindo estes actos até porque poupava-se uns tostões em tantas inútil placa?
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Ponham-lhe uma medalha de 200kg, presa ao pescoço, e atem-no à quilha do submarino do Portas.
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Não acredito que Sócrates aceite ter no seu curriculum ter recebido uma comenda das mãos de Cavaco. Ainda é muito novo e, por isso, não tem pressa. Um dia, mais próximo do que muitos pensam, volta à ribalta e outras oportunidades surgirão. Como aconteceu no pós-25 Abril, ter tido problemas com a PIDE era uma mais-valia na folha de qualquer democrata. Esta situação é muito semelhante e quem se afasta de Cavaco terá, no futuro, o devido reconhecimento. Assim não corre o risco de numa roda de amigos ter que confraternizar com Oliveira Costa, Dias Loureiro, Duarte Lima, Ricardo Salgado e muitos outros que afinam pelo mesmo diapasão Cavaquista.
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Quer que eu deixe o comentário aberto para poder incluir outro tipo qualquer pró-TGV que venha a cair em desgraça no futuro?
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À luz dessa teoria da mais-valia o proto-filósofo ainda poderia ser novamente PM e ter como seu ministro da justiça a Manuela Moura Guedes.
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Socialismo, a maneira mais rápida de construir uma Aristocracia.
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“O Bicharel e a Merdalha”, uma história côr-de-rosa…
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Pacheco Pereira anda vesgo de raiva. Faz equivaler PPC ao mentiroso que lava como pode.
Mas não pode porque por mais que lave o pano sai sempre sujo.
Por muito que não se goste de PPC, compará-lo com o energúmeno é de força.
Condecorá-lo seria mais uma machadada no bom senso e no equilíbrio das mentes que tão confusas andam nestes tempos difíceis.
Só se fosse com a Manuela Moura Guedes a pôr-lhe a coleira pesada para nunca mais vir ao de cima.
Imaginem o inginheiro com o seu fatinho da moda a comparecer perante o tribunal pelos desmandos que cometeu.
Sabe-se que há precedentes, o Zeinal foi condecorado uns dias antes…até agora não lhe aconteceu nada
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Condecorar tal personagem seria abastardar irremediavelmente as condecorações. Condecorar o tipo que nos levou à falência! Não há vergonha!
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Ter condecorado Santanas Lopes ou Vasco Graça Mouras, não passando cartucho ao Nobel o que foi????
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Uma decisão.
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Pois é isso não foi abastardar as condecorações…
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Quem aceita ser condecorado por este presidente, merecia ser condecorado com uma medalha olímpica, e de ouro!
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(Con)decorem-no na carregueira…
Que bela peça decorativa daria!
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Vitorcunha, você sabe muito bem que a atribuição da Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo aos primeiros-ministros cessantes tem uma natureza meramente protocolar. A sua atribuição não tem nada a ver com o maior ou menor mérito (ou demérito) no exercício das funções de 1.º ministro do condecorado. Trata-de de mero protocolo de Estado. A questão aqui é a da absoluta falta de senso de Cavaco Silva e dos seus humores (amores ou desamores). Não creio sequer que você se reveja na pele do Presidente ou tome para si as suas dores. O que posta é, seguramente, propaganda ideológica, mas está muito longe de ser uma ” Blasfémia”.
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No post anterior, onde se lê “Trata-de de mero protocolo de Estado”, deve ler-se “Trata-se de mero protocolo de Estado”.
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