Missiva com manchas de feta
Querida ex-mulher,
Como sabes, a minha relação contigo terminou de forma irrevogável. Tu és a culpada por tudo o que aconteceu, ao deixares que gastasse dinheiro na mota que acabou por me levar à porta do hotel onde engravidei a babysitter dos nossos filhos, babysitter que tu quiseste contratar à minha revelia já que queria ter usado o dinheiro para aquele fim-de-semana com os meus amigos em Benidorm durante as férias escolares das bifas.
Tu sabias bem o que querias, quando me deste o Porsche, que era originar em mim a inevitável ida para a porta da escola secundária para provares que eu podia desgraçar a vida a uma adolescente impressionável e com isso obteres margem para me extorquir a lavagem da louça na sexta à noite, que querias passar com as pindéricas das tuas amigas a fazer sabe Deus o quê, enquanto eu tinha que ficar com os ranhosos dos teus filhos (que eu adoro, não haja dúvidas) apesar de saberes da minha falta de jeito para ligar o forno para os alimentar com a pizza congelada que compraste de manhã.
E isto não é nada. Fizeste bem pior ao aceitar aquele part-time para me financiares o curso que sabias que queria, o mestrado em antropologia sociológica e história económica, curso que não pude acabar com a tua sistemática falta de consideração para recusares sessões de estudo com a Rita só porque é também a tua cama e os meninos estão logo ali ao lado e sei lá que mais desculpas esfarrapadas para boicotares a minha possibilidade de sucesso.
Sim, acabamos, é irrevogável, não quero mais viver nesta casa nem saber desta vida nojenta com os teus filhos sebosos (que adoro, não tenhas dúvidas). Não esperes é que a tua obrigação sexual para comigo acabe só porque a relação acabou. Ou me dás o sexo todo que eu quiser ou terei que contagiar um monte de desconhecidas com SIDA e tu, pela solidariedade, não irias querer isso. Sê flexível e vamos lá, que isto não é uma brincadeira de crianças.
Logo à noite apareço.
De facto, a sua mulher (ex) era muito burra. Felizmente que não governava a União Europeia.
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Não posso indignar-me “aqui”. Esta escrita é sempre imperdível. Muito bom. Nota 20 sem dúvida.
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Só por curiosidade, qual é o número de telefone da sua ex-mulher?
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Qualquer um do palácio onde moram os deputados europeus em Bruxelas serve.
Nunca telefone sexta feira, pode não encontrar nenhum.
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“Ambos os dois” com uma vida catita e invejável…
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Não sabia que já tinha sido casado…, coitada da sua ex-mulher.
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Fui, mas acabou tudo quando a sua descobriu.
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Ó Carlos,
Vc. não percebeu o post !?
No entanto, cuidadeX: houve por perto de si um libertino e/ou “predador” sexual livre de mínimos compromissos… Aposto que ofereceu à sua ex-mulher um videoclip com cançonetas do Tony Carreira e, teve-a no papo dias depois.
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Coisa barbara… inté parece uma das estórias do carr()lho”
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