Ainda há esperança (com adenda)
2 Maio, 2008
«A Assembleia da República (AR) rejeitou esta sexta-feira os projectos de lei apresentados no Parlamento pelo PCP e o BE sobre os horários do comércio em grandes superfícies, e decidiu fazer baixar à comissão do diploma do PSD sobre o mesmo assunto.
A proposta de lei do PSD sobre aquela matéria tem como palavras de ordem “desregulamentar, liberalizar e descentralizar”, defendendo essencialmente, a possibilidade de os estabelecimentos de venda ao público e de prestação de serviços, incluindo grandes superfícies comerciais e os localizados em centros comerciais, possam estar abertos entre as 06h00 e as 24h00 de todos os dias da semana.»
ADENDA: ler “Igreja versus hipermercados“, de Teresa Ribeiro no Corta-Fitas
23 comentários
leave one →

façam como em Paris:
em qq lado a qq hora há sempre um árabe aberto onde comprar umas baguetes para desenrascar (nota: as baguetes dos árabes são congeladas…)
cá seria mais os paquistaneses…
GostarGostar
os árabes tão abertos 24/24.
assim é que é!
GostarGostar
a Monstra vem aí!
http://criticademusica.blogspot.com/
GostarGostar
peço encarecidamente ao caa que comente este trecho da entrevista feita pelo DN ao Passos Coelho:
(…)
“E eu direi que em muitos sentidos isto foi feito contra a estatização mas pela libertação da sociedade civil. Isto é uma ideia de direita? Querem colocar a libertação da sociedade civil à direita? Julgo que não. Conheço muita direita centralista e estatizante e conheço muita esquerda conservadora.”
GostarGostar
Pedru,
100% de acordo com o afirmado.
GostarGostar
” “desregulamentar, liberalizar e descentralizar”, defendendo essencialmente, a possibilidade de os estabelecimentos de venda ao público e de prestação de serviços, incluindo grandes superfícies comerciais e os localizados em centros comerciais, possam estar abertos entre as 06h00 e as 24h00 de todos os dias da semana.» ”
Isto não é “desregulamentar, liberalizar e descentralizar” mas sim regulamentar contra os direitos dos cidadãos e dos trabalhadores, liberalizar contra os cidadãos e os trabalhadores, e centralizar as compras apenas nos que têm mais poder de capital para ter vários empregados e superfície, contra os que têm negócios médios e pequenos.
Ou seja, é uma medidada que apenas benéfica quem já é rico e tem muitos empregados, e prejudica os pequenos é médios empregadores que assim perante esta concorrência regulamenta contra eles, vão com os seus negócios à falencia e despedem mais pessoas.
Se isto é o liberalismo, o melhor é dizer não.
Perde-se postos de trabalho, perde-se concorrência, e perde-se oportunidade de no futuro se construir o seu próprio negócio, e das pessoas terem mais oportunidades de escolha quer para trabalharem (pequenos e grandes superficies) quer para montar o seu negócio.
Mais, como muitos espaços nas cidades vão falir, vai ser preciso gastar mais dinheiro em transportes ou gasolina para se deslocar às grandes superficies, o que vai acarretar mais despesas ao consumidor.
Carro, gasolina, etc.
Os custos sociais, esses, vão ser enormes. Quem quiser trabalhar tem que se sujeitar aos horários mais escabrosos como entrar às 6 da manha, pois pelos vistos quem fez esta regulamentação acha que os consumidores precisam de ser defendidos dos estabelecimentos estarem abertos só a partir das 9:00.
As familias, vão ser todas como a mulher a dias e o guarda nocturno, só se encontrando quando um chega e o outro parte para o trabalho.
Mais oportunidades também, para os carjackings, que assim perante tanta regulamentação a motivar a actividade nocturna para consumir massas alimentícias, vão ter muito mais oportunidades de apanharem automóveis desses consumidores ao virar da esquina. Os que andam de transporte, terão muito mais possibilidades de serem assaltados, com a sorte de não lhes levarem o carro porque não o têm.
Enfim, há esperança. Não passa é por aqui , neste liberalismo saloio e em que vale tudo menos as pessoas.
GostarGostar
«Isto não é “desregulamentar, liberalizar e descentralizar” mas sim regulamentar contra os direitos dos cidadãos…»
Os direitos das pessoas passam, neste caso, por poderem aceder aos estabelecimentos comerciais que quiserem nos dias e às horas que lhes forem mais convenientes. O proteccionismo e a regulamentação que defende são contrárias à liberdade de escolha. V. quer impôr as suas escolhas às pessoas que não as preferem e cuja vida não se adapata aos horários do antigamente.
Esta é a grande questão – a vida de hoje não admite que as pessoas estejam espartilhadas em horários de há 100 anos.
Mas o argumento mais cretino, como não podia deixar de ser, é o da Liga Operária Católica e do bispo das Forças Armadas
GostarGostar
esta “medida” só prova o atraso civilizacional do miserável rectângulo…. e é tão rídicula como o argumento da fantástica “criação de emprego” que vai proporcionar…
só pode ser aplaudida por imbecis que se acham com direito de terem escravos disponíveis para trabalhar para os servirem durante os domingos e os feriados….
mas, pode ser que os “espertalhões”, no alinhamento que as coisas estão a tomar, sejam eles, também, os trabalhadores que vão ver os domingos e feriados fodidos!
GostarGostar
«só pode ser aplaudida por imbecis que se acham com direito de terem escravos disponíveis para trabalhar para os servirem durante os domingos e os feriados….»
Esse é um dos maiores disparates que já li mesmo em comentário – mas que escravos? Os horários de trabalho não aumentam por causa disso! Já ouviu falar em turnos? Então não será uma forma de existirem mais empregos?
GostarGostar
“só pode ser aplaudida por imbecis que se acham com direito de terem escravos disponíveis para trabalhar para os servirem durante os domingos e os feriados…”
E aqueles “imbecis” que quando saem do emprego está tudo fechado…fazem compras onde? Contratam escravos para as fazerem?
GostarGostar
…creio que se pode considerar que o UK éum poiso de liberdade!
Entretanto os hiper/super na maioria fecham nos domingos! Estão errados? Até aceito que haja abertura de comercio alimentar, seria mais produtivo se fosse por escala, não todos ao mesmo tempo.
ps:por exemplo a quantidade de Continentes ( Amadora, Oeiras, Colombo, Telheiras)num raio de poucos kms + Cascais alem de outras empresas nessa mesma área
GostarGostar
Não interessa o conteúdo mas a forma.
É à direita que Sócrates vai roubar votos. Se não conseguir maioria absoluta, a esquerda viabiliza qualquer trapalhada porque não consegue aguentar a rapaziada muito mais tempo.
Claro que a burguesia quer empurrar carrinhos de supermercado aos domingos, convém é pôr um rótulo tecnocrata. Se fosse um choque tecnológico no comércio ainda soaria melhor!
GostarGostar
“direito de terem escravos” hmm então escravos ao sábado está bem mas ao domingo é mau….
Porquê das 06h00 e as 24h00 ? A pergunta que se deve fazer é porque raio é preciso uma lei ou regra que determine quando qualquer actvidade comercial está aberta ou fechada. Porque é que não se rasga a lei e se deixa abrir quando se quer?
GostarGostar
quanto mais miséria e fome mais hipermercado e maior horário de abertura.os politicos do centrâo são muito abertos
“elas à frente, eles atrás”
GostarGostar
Ficam claros os atavismos mentais e a mentalidade proibicionista que form o caldo de cultura que impede a diferença e assim a criatividade.
GostarGostar
Não há nada a fazer. Somos idiossincraticamente provincianos e adoramos os chicos espertos ufanos de superioridade intelectual ,que nos contam umas lorotas.
Aqui bem ao lado, em Espanha, não há aberturas das grades superfícies aos domingos e feriados, excepto, naqueles que ficam convencionados no início de cada ano, e nunca mais de sete. Por outro lado, os grandes centros comerciais ficam na periferia das cidades, não bulindo com o comércio tradicional.
CAA, a maravilha que o seu post apresenta como a segunda vinda de Cristo, é uma pepineira. O problema dos portugueses não é o horário para as compras – é a falta de dinheiro para comprar!
GostarGostar
Dantes o pessoal, ao Domingo, ia à missa, de manhã, e ao futebol, às 3 da tarde. Depois, a Igreja começou a tergiversar, se calhar por causa do Vaticano II ou do Maio de 68, sabe-se lá, e começou a permitir que a missa de Sábado valesse pela de Domingo. Agora parece que os fiéis também já não vão ao Sábado à missa. Vai daí o futebol, com medo de não perder fiéis como a Igreja, fez o seu aggiornamento e começou a distribuir os jogos, da divisão principal – já nem sei como se chama – pela semana toda. Ora o que, sem missa e sem jogo grande, há-de fazer o pessoal? Que vá para as superfícies todas: grandes, pequenas e médias. No fundo, a medida faz parte da laicização da sociedade. O Domingo é uma dia de semana como outro qualquer e nem os cristãos estão interessados em respeitar o dia do Senhor, o que se há-de fazer.
GostarGostar
CAA ” Esse é um dos maiores disparates que já li mesmo em comentário – mas que escravos? Os horários de trabalho não aumentam por causa disso! Já ouviu falar em turnos? ”
Curiosamente, e devido à falta de emprego de muita população, as pessoas acabam por aceitar empregos que nunca pensaram aceitar. Alguns, por pura SUB-VIVÊNCIA, e se tiverem familia ainda pior, acabam por aceitar empregos que são perto da escratura.
É uma realidade, que quem conhece a realidade, não é uma questão de imaginar. É de constatar.
A teoria neo-liberal é clara , quando diz que pagar abaixo do salário minimo é bom para as pessoas.
Imagine-se.
GostarGostar
CAA ” Esta é a grande questão – a vida de hoje não admite que as pessoas estejam espartilhadas em horários de há 100 anos. ”
Curiosamente, tem razão. A “vida” já não é o que era.
Nem tem o mesmo valor.
Curiosamente antigamente os horários eram sinal de não se ser explorado, agora diz-se que é para bem dos trabalhadores(as) não estarem “compartilhadas”.
Já há quem defenda a “liberdade de contratar” outros 12 horas por dia, e sem fins de semana.
Curiosamente, tem razão, a vida não é o que era, nem há 100 anos atrás.
GostarGostar
Francisco Maria Diz: “E aqueles “imbecis” que quando saem do emprego está tudo fechado…fazem compras onde? Contratam escravos para as fazerem?”
Curiosamente, perto do local de trabalho, à hora do almoço, à hora do lanche, etc. Caso não saiba, era assim que se fazia, e ainda se faz.
A não ser que já não haja locais de vende de produtos ao pé do emprego. Mas isso quer dizer, que a liberdade de escolha do consumidor, como alguém dizia, acabou. Fruto da forte concorrência dos hipermercados.
Curiosamente, se disser isso, está a dizer que o Mercado sem regras, deu cabo do … Mercado. E quem perdeu foram os consumidores.
Estranho, esse mercado.
GostarGostar
Eu gostaria de saber a opinião dos empregados nas grandes superfícies, ou de desempregados que têm como objectivo irem trabalhar para elas (a rapidez com que eles aparecem e desaparecem faz-me suspeitar que a vontade não é muita).
É que também, na minha opinião, quando estamos perante direitos legítimos em conflito, devemos atender primeiro aos dos mais fracos… que não me parecem ser os dos consumidores, mas eu estou de espírito aberto a tudo.
GostarGostar
Muito gostava eu de saber quem enche as Fnacs e os centros comerciais aos Domingos à tarde.
GostarGostar
Eu estou contra a abertura. Acho que vai aumentar o deficit do orçamento familiar. A minha mulher lá em casa é que manda. Já tentei convertê-la ao Islamismo para ver se a conseguia controlar mas topou o esquema e fez-me um manguito. Acredito que queira ir ao domingo à tarde às compras: vou tentar ver se lhe tiro o dinheiro da carteira antes de sair.
GostarGostar