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Agosto conta *

8 Setembro, 2008
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Hoje acabarão as férias prolongadas da líder do PSD, um dos factos mais extravagantes da política nacional após o fim do PREC. Ferreira Leite não diz uma palavra ao País há quarenta dias – foi como um jejum de Quaresma fora do tempo e do contexto ou um Ramadão político mais alongado e sem direito a pausa depois do pôr-do-sol.
Claro que os políticos podem parar, até para pensar – mas nunca um sumiço assim. Sobretudo num Verão tão complicado. À falta de incêndios deu-se um turbilhão de notícias de crimes, ainda os portugueses não se tinham refeito da crise dos camionistas e da alta dos combustíveis.
Sem soluções, o PSD pôs a falar dirigentes inaudíveis. Portas, cada vez mais só mas sempre cheio de si, desaproveitou o estado comatoso do único espaço político para onde pode crescer.
Os únicos adversários à altura do Governo foram os dirigentes das corporações da Justiça que forçaram a alteração de leis muito recentes.
Bem sei que amanhã (**) não faltará quem exalte aquilo que Ferreira Leite hoje venha a dizer – mesmo que esta se limite a constatar o carácter molhado da chuva. Mas muitos não esquecerão que este foi o Verão em que o País pedia Oposição e não a teve.

* HERESIAS, CM, 7.IX.2008

** Hoje, como se está a ver…

20 comentários leave one →
  1. 8 Setembro, 2008 00:32

    Peço desculpa para discordar e para chamar a sua atenção para o facto de TODO O SEU PROGRAMA POLÍTICO estar lá arrumadinho, no meio do discurso, que PARECE ser só se lugares comuns e de raivinhas contra o PS.
    É ver:
    “http://www.psd.pt/default.asp?s=11644&ctd=69878&h=1
    O Estado não pode criar a ilusão de que pode, por si só, resolver todos os problemas de desigualdade e pobreza.
    Mas pode fazer muito, se orientar a sua acção exclusivamente para os que dela necessitam.
    É indispensável que se descentralize a rede de apoios sociais, ao mesmo tempo que o Estado se deve concentrar na avaliação muito rigorosa dos meios e dos efeitos desta intervenção.”
    A dama promete tudo privatizar e transformar o Estado no guarda-nocturno de serviço.
    Privatiza e entrega à Santa Madre Igreja, digo eu.
    MFerrer

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  2. A. R permalink
    8 Setembro, 2008 01:00

    Falou pouco, sem a palha carunchosa que temos visto aí pelas televisões (entrega de diplomas, computadores de bolso, anúncios de projectos que depois voam para França, quadros interactivos, call centers, carrinhos eléctricos … etc), mas disse bastante. Basta ler … agora comecem a pôr “o avental” que os trabalhos vão começar.

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  3. 8 Setembro, 2008 01:02

    Não entendo como, por mais boa vontade que se tenha, se pode afirmar que a Senhora esteve à altura do que seria de esperar.

    http://planetaspolitik.blogspot.com/2008/09/estratgia-eleitoral-de-mfl-e-c.html

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  4. 8 Setembro, 2008 01:12

    Esta srª, o que tentou fazer foi um frete.

    Quando o discurso caminhava para o fim notava-se que olhava constantemente para o relógio, sentia que já estava a falar à muito tempo e pretendia rapidamente ir para junto do seu netinho, pois é aí que se sente segura e bem.

    Isto de ter ideias para os outros as aproveitar não faz sentido nenhum.

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  5. 8 Setembro, 2008 01:40

    Não a teve. Tem este discurso húmido sobre a humidade. E continuará a não ter.

    PALAVROSSAVRVS REX
    http://joshuaquim7.blogspot.com/

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  6. george permalink
    8 Setembro, 2008 04:26

    Bem sei que amanhã (**) não faltará quem exalte aquilo que Ferreira Leite hoje venha a dizer – mesmo que esta se limite a constatar o carácter molhado da chuva.

    Glória.
    Não é todos dias que se lê uma frase assim clara e de antologia.

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  7. sam, the kid permalink
    8 Setembro, 2008 06:48

    factotum e alter ego de menezes, o grande timoneiro
    porreiro!

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  8. Lusitana Antiga Liberdade permalink
    8 Setembro, 2008 08:36

    O que interessa não é falar muito; interessa falar pouco e fazer as coisas bem.

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  9. Anónimo permalink
    8 Setembro, 2008 09:44

    Queria notar que MFL foi manchete em todos os jornais. Porque será?!?

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  10. Anónimo permalink
    8 Setembro, 2008 09:52

    No Jn se nao em engano traz em manchete uma frase de MFL: ” máquina socialista controla e persegue”

    ó gente, a MFL será aquele que vinha aqui escrever como “balde de cal”?!?

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  11. Anónimo permalink
    8 Setembro, 2008 09:53

    “Queria notar que MFL foi manchete em todos os jornais. Porque será?!?”

    porque apareceu vestida de vermelho. Vinha da festa do avante.

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  12. Anónimo permalink
    8 Setembro, 2008 12:01

    Mais engraçado que um lider de um partido de oposiçao mudo é um outro partido com um vicepresidente que ninguém dá conta que já se demitiu um ano antes. Nenhum jornalista o apanhou para perguntar nada… lol

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  13. F. Teixeira permalink
    8 Setembro, 2008 12:29

    A senhora disse quarenta dias depois o que poderia – e não podia outra coisa – ter dito há 39 dias: o que aprendeu há 20anos.

    A sra. dra. Manuela é um cadáver político ambulante. Estava-se à espera de quê?

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  14. José Rocha permalink
    8 Setembro, 2008 12:38

    Acho piada ao plano de favorecer as empresas justificado pela criação de emprego. É vital aumentar o rendimento dos trabalhadores. Se querem apoiar as empresas a criar emprego, diminuam em partes iguais as prestações de segurança social. Em UK, um estado hiperprotector do desemprego, segurança, saúde e educação, as prestações para a segurança social são de 20%. Aqui são superiores a 30%. São 10% a mais, at least! A flexisegurança está aí, ou devia, o estado não devia estar tão preocupado com o desemprego ao ponto de sacrificar durante mais de 10 anos os rendimentos. Onde o estado falha redondamente, é na gestão, especificamente na segurança social. Como se justifica que os brits tenham mais apoio social e paguem menos 10%.
    Deixemos o paternalismo às empresas na sua gestão corrente e de recursos humanos. Se a Manuela apresenta um pacote de apoio às empresas está completamente enganada face ao esgananço em que vive a população trabalhadora portuguesa. Esse engano é gravíssimo. Ou seja, temos aqui uma McCain.
    Infelizmente, a fuga ao imediatiasmo não corresponde a melhor ponderação.

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  15. Doe, J permalink
    8 Setembro, 2008 14:59

    José Rocha Diz:
    “Acho piada ao plano de favorecer as empresas justificado pela criação de emprego.”

    O melhor mesmo é continuar a esmifrar tudo e todos em nome do TGV, do NAL, e de mais umas AEs a encaixar onde couberem e que tanta falta fazem a quem as pretende construir e, sobretudo, adjudicar.
    Esprema-se tudo o que (ainda) mexe até não sobrar nada.
    Depois é apagar a luz e o ultimo a sair que feche a porta.

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  16. José Rocha permalink
    8 Setembro, 2008 15:36

    Pois e que tal nem uma coisa nem a outra? Apenas gerir com excelência e tornar este país competitivo para se viver. É que mais 10% do que UK para seg. social e salários bem menores, faz-me pensar no que está errado e no que é preciso mudar urgentemente.

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  17. Doe, J permalink
    8 Setembro, 2008 17:35

    José Rocha Diz:
    “É que mais 10% do que UK para seg. social e salários bem menores, faz-me pensar no que está errado e no que é preciso mudar urgentemente.”

    Não me parece que seja preciso pensar muito para descobrir diferenças entre Portugal e UK no que toca à gestão da “coisa publica”

    http://news.bbc.co.uk/2/hi/uk_news/england/london/7490687.stm
    “London’s deputy mayor has resigned two months into his post amid claims of financial irregularities.

    http://news.bbc.co.uk/2/hi/uk_news/politics/7206812.stm
    “Peter Hain has quit the cabinet saying he wanted to “clear his name” after his Labour deputy leadership campaign donations were referred to the police.”

    Lá despedem-se, para não serem despedidos, ao mínimo sinal de irregularidades sob a sua responsabilidade.

    Cá são promovidos, as responsabilidades nunca existem e as alegações são sempre cabalas ou urdiduras.

    E o zé paga e não bufa ou vai corrido a “bota-abaixismo”

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  18. José Rocha permalink
    8 Setembro, 2008 20:33

    Boa leitura Doe. É uma espécie de escravidão, como o MST relata no Equador, que se vai mantendo e vai enfardando as contas dos maus gestores.

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  19. canoa permalink
    9 Setembro, 2008 03:59

    Até o “blasfémias” se incomodou! Quem diria, parece ter ficado sem folgo com esse “silêncio”. Também se enervou com a falta de assunto. Engraçado!

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