A mão visível (4)
E porque se concedia crédito imobiliário de alto risco?
Em 1977, o presidente Carter (D) fez aprovar o Community Reinvestment Act que proibia os bancos de restringirem as suas ofertas de crédito a segmentos seguros e obrigando-os a alargarem-no ás chamadas «minorias», de mais elevado risco (subprime).
Em 1995, o presidente Clinton (D) alargou significativamente a base do CRA, baixando significativamente os requisitos para se obter empréstimos, possiblitando e incentivando a concessão de emprestimos imobliários.
Em 2003, este presidente Bush (R) aprovou a criação de uma gência federal para controlar ainda mais as duas agências governamentais Fannie Mae e Freddie Mac, mas não terminou com a garantia implícita de que o governo asseguraria em última instância os valores hipotecários em caso de impossiblidade de cobrança. Pelo contrário, aprovou o The American Dream Downpayment Initiative que visava apoiar financeiramente a compra de casa por quem não reunia as condições para a obtenção de um empréstimo imobiliário, pretendendo, em cinco anos «criar 5 novos milhões de proprietários».
E durante todo este tempo, a Reserva Federal (FED) manteve artificialmente as taxas de juro baixas, aumentando constantemente a massa monetária, pela disponibilização de dinheiro fácil e barato ao às instituições financeiras, fomentando, voluntariamente o aumento do consumo, e em especial o mercado imobiliário.

E ainda se queixam das políticas pro-sociais do Chavez…
Só que o Down Payment Act do GWB tinha por finalidade “resolver” alguns problemas de solvência de promotores imobiliários e não para destribuir casas.
Era uma forma de adiar o problema. Parece que resultou em cheio.
Mferrer
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Também foram os usa que inventaram o rendimento mínimo garantido. Um grande estado socialista e ninguém tinha percebido.
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Mas estou suspeito que a culpa disto tudo é da Oprah. Há uns dois tres anos fez um programa sob um subprime em que o filho de uma das vitimas que ia ficar sem a casa que nao podia pagar, levou o banco a tribunal por considerar que o pai tinha sido instigado a assinar papeis e a fazer o emprestimo quando era obvio que nao podia pagar. Ganhou o caso e teve de ser indemnizado. A partir dai devem ter sido dificil, emprestar para depois voltar a ficar com a casa. E depois com a crise deixara de conseguir vender de novo as casas hipotecadas e zás.
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Curiosamente, o que Gabriel nos está a Dizer é que nos EUA os pobres são tantos, e com tão pouco dinheiro, que cada lei que fazem de 10 em 10 anos para esses milhões de pessoas pobres, leva o país a falência. Apesar do capitalismo fazer com que não haja pobres, curiosamente. Pelo menos aos milhões.
Tera que arranjar melhor explicação, Gabriel, que esta só pega a quem não perceba de economia, e se tenha esquecido que o capitalismo trás a felicidade e a prosperidade para (quase) todos.
Dizer agora que milhões de pobres levaram bancos à miséria, é digno de um blasfemo a falar da URSS, não o sistema capitalista que nem devia admitir existir tanto pobre nos EUA.
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http://geracaode60.blogspot.com/2008/09/algum-esqueceu-se-do-mercado.html
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http://geracaode60.blogspot.com/2008/09/algum-esqueceu-se-do-mercado.html
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NEWSLETTER NEO-CON –
Milhões de Pobres existem nos EUA
dizem neo-liberais.
E alguns querem casas ?
A economia de mercado não os tirou da pobreza a estes milhões, nem a intervenção estatal. E os pobres, quais revolucionários, levaram os bancos à falencia – acusam gestores.
Leia tudo nos proximos números de
COMANDO CAPITAL: O comando Money .
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http://ventosueste.blogspot.com/2008/04/causas-da-crise-do-sub-prime-nos-eua.html
http://www.prospect.org/cs/articles?article=did_liberals_cause_the_subprime_crisis
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“Curiosamente, o que Gabriel nos está a Dizer é que nos EUA os pobres são tantos, e com tão pouco dinheiro, que cada lei que fazem de 10 em 10 anos para esses milhões de pessoas pobres, leva o país a falência.”
Quer me parecer que a sua definição de pobres não é a mesma que nos EUA. Por outro lado 1% de Taxas de Juro deu para todos pedirem empréstimos e não só os pobres.
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Não que eu concorde com a medida, mas fui ler a tal da legislação e os bancos não são obrigados a emprestar. E se não emprestarem, no máximo o que não lhe permitem é que abram mais sucursais. E mesmo quando emprestam, devem sempre fazê-lo de acordo com uma análise de risco.
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http://www.prospect.org/cs/articles?article=did_liberals_cause_the_subprime_crisis
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Nos estados unidos nao há pobres porque existe rendimento minimo garantido, ora. Só mesmo os indigentes e sem abrigo que o recusam ou nem procuram. E quem recebe o rendimento garantido passa a nao ser pobre.
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“Não que eu concorde com a medida, mas fui ler a tal da legislação e os bancos não são obrigados a emprestar. E se não emprestarem, no máximo o que não lhe permitem é que abram mais sucursais. E mesmo quando emprestam, devem sempre fazê-lo de acordo com uma análise de risco.”
Em Português o seu parágrafo não faz sentido.
———————————————-
Subprime: Taxas de Juro a 1% são Ultraliberais feitas por exploradores da alta finança e necessitam de regulação.
Microcrédito: Excelente instrumento para combate á pobreza com taxas de juro de 15-30%
“Interest rates charged on these loans are high and could be as much as 20% on an annual basis”
http://www.erate.com/blog/2007/11/micro-loans-small-loans-big-impact.html
More Subprime Loans, Now!
Why the world needs cheap loans at insanely high interest rates.
http://www.slate.com/id/2200486/
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Caro Luckyluck,
Claro que faz, vamos por pontos:
– O CGA não obriga nenhum banco a emprestar dinheiro a pessoas que o banco não quer emprestar. O banco pode muito bem continuar como dantes.
– No entanto, caso não ofereça crédito de uma forma justa (i.e. recusar-se a emprestar a alguém só porque essa pessoa mora numa determinada zona) será penalizado quando pedir autorização para abrir sucursais, quando quiser fazer fusões e por aí fora.
– Caso aceda a emprestar de forma não-discriminatória, deve no entanto garantir que os empréstimos são sólidos.
Em resumo, o que o CGA faz é desincentivar (ou mesmo chantagear) os bancos de retalho de efectuarem uma discriminação zonal. Pode fazê-lo com base em critérios económicos que demonstrem o risco do empréstimo. Não o podem fazer só porque a pessoa mora, p.ex., em habitação social.
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Carlos Duarte
Peço desculpa de ter respondido á pressa na primeira vez que ficou uma frase demasiado abrupta.
A minha principal objecção é esta : Se numa determinada zona não houver possibilidade de garantir que os empréstimos são sólidos? Pelo que li a determinação se um Banco está ou não a cumprir o CRA depende de “Asset Threshold” isto é não interessa que o banco demonstre que todos os empréstimos no absurdo deveriam ser recusados, o que aliás necessitaria de uma burocracia imensa para verificar.
Pelo que entendi o banco tem necessáriamente de emprestar até um determinado valor correspondente á sua dimensão em zonas desfavorecidas, é função do banco escolher óbviamente entre os menos maus se assim se pode dizer.
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«Second, it is hard to blame CRA for the mortgage meltdown when CRA doesn’t even apply to most of the loans that are behind it. As the University of Michigan’s Michael Barr points out, half of sub-prime loans came from those mortgage companies beyond the reach of CRA. A further 25 to 30 percent came from bank subsidiaries and affiliates, which come under CRA to varying degrees but not as fully as banks themselves. (With affiliates, banks can choose whether to count the loans.) Perhaps one in four sub-prime loans were made by the institutions fully governed by CRA.»
«Most important, the lenders subject to CRA have engaged in less, not more, of the most dangerous lending. Janet Yellen, president of the San Francisco Federal Reserve, offers the killer statistic: Independent mortgage companies, which are not covered by CRA, made high-priced loans at more than twice the rate of the banks and thrifts. With this in mind, Yellen specifically rejects the “tendency to conflate the current problems in the sub-prime market with CRA-motivated lending.? CRA, Yellen says, “has increased the volume of responsible lending to low- and moderate-income households.” »
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Uma pergunta de algibeira aos experts.
A proibição do naked short selling por parte das autoridades é um atentado ao mercado livre? Ou o mercado livre aceita como natural a prática do naked short selling?
Fica aqui a questão para quem saiba e queira responder.
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O mal foi o mercado ter entrado por vias socializantes, e depois de dar asneira, vermos tudo o que é esquerdelho (até o pro. marcelo) a falar na queda do capitalismo e na necessidade de regulamentação…
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lucklucky
Pode fazer a fineza de informar quais são as taxas de juro vigentes nos países onde o micro-rédito é mais usado? Comparar alhos com bugalhos tresanda a demagogia.
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Gabriel,
Sugiro a leitura do Equal Credit Opportunity Act para entender que aquilo que é proibido no mercado de crédito, tanto nos Estados Unidos, como em todo o mundo civilizado, diferenciar as pessoas em termos de raça, credo, sexo, blá, blá, blá. Nada disso teve qualquer influência na crise do subprime.
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Então as críticas a uma empresa que se instala num país e paga os salários vigentes,na prática um pouco superiores, desses países são demagógicas?
Bangladesh e India estão a 8% interbancários pelo Banco Central. Empréstimos serão superiores.
Isto foi em 2005:
Saifur takes swipe at micro-credit
The finance and planning minister, M Saifur Rahman, on Monday came down heavily on the non-banking financial institutions for their exorbitant interest rates and urged the commercial banks to issue collateral-free loans.
‘Banks should take into account the character of borrowers, not their collaterals submitted in the form of land or property, when sanctioning loans,’ he said as he distributed the Global Micro-Entrepreneurship Awards at a hotel in the capital city.
He was particularly harsh about the non-banking financial institutions such BRAC, ASA and Proshika for charging poor borrowers exorbitant interest. ‘We provide them capital at an interest of 5 per cent but they charge the borrowers 22 per cent. They build multi-storeys with the profit they make through micro-credit.’(…)
http://www.newagebd.com/2005/nov/22/front.html
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Tonibler, leia isto, sff.
E vai chegar à conclusão que não foram os pobrezinhos os culpados pela actual crise. Foram quase todos os agentes do mercado, incluindo reguladores, sistema político, seguradoras, etc.
É claro que os pró-comunas dirão que a culpa é do capitalismo. Os defensores do Liberalismo, confundo capitalismo com liberalismo, atiram as culpas para o estado e governos. Quando a culpa é de todos.
Aliás, é curioso que o Pinócrates também lançou medidas de apoio aos “hipotecados” que na prática ajuda a enterrar mais os portugueses e Portugal.
Como dizia, leia isto caro Tonibler, sff:
“As has been pointed out many times elsewhere (Borio 2008, for example), the recent nancial turmoil was propagated globally because of an increase in risk-taking. The problems in the US
mortgage market could just be seen as the trigger for the more generalised turmoil. By this
view, the initial shock could easily have been from somewhere else. It is nonetheless still worth
asking why the US mortgage market was the trigger. Housing construction and prices have
boomed in many countries of late. Other than the United States, so far all of them seem to
have weathered some slowing in their housing price booms, or even outright price falls, without
arrears rising by as much. Many of these countries are arguably at least as far along in their
housing cycles as the United States, or not much behind it, so this is probably not just a matter
of lags; instead it suggests that the downswings have not had the same implications for housing
mortgage arrears.
The available evidence presented in this paper provides some support for the idea that this
was a US-specic housing meltdown because the contributing factors all went further in the
United States than elsewhere. Overbuilding of new housing, easier lending standards and the
sensitivity of arrears rates and the incidence of negative equity to falling housing prices all seem
to have been at least somewhat more pronounced in the United States.”
In The housing meltdown:
Why did it happen in the
United States?
Que pode ser lido aqui http://www.bis.org/publ/work259.pdf?noframes=1 .
Agora cada qual que medite no que lê. Querem atirar as culpas para o estado? Se os agentes do estado são pagos pelos agentes do sistema para relaxar as medidas regulatórias? E até impedir boa regulação?
Já agora, hoje o Expansion publicou mais um artigo do célebre criador da expressão: crise ninja. Acho que muita gente antes de falar sobre este assunto devia primeiro ler aquele castiço artigo. Evitavam escrever determinadas coisas.
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Anti-Comuna,
Eu não tenho dinheiro em “ismos”. Por acaso parece que esta gente toda mete dinheiro no seu “ismo” de estimação, que o que interessa é se é capitalismo ou liberalismo. Honestamente, caguei nisso.
O BIS também fez a sua cagada nesta história e continua a fazer, diga-se. O problema foi só um, a S&P e a Moody’s deram AAA às MBS do subprime. Só. Não fosse este detalhe e a coisa nunca teria ocorrido. Curiosamente, a S&P e a Moody’s continuam aí de pedra e cal, muito graças ao BIS, também.
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lucklucky,
Três perguntinhas curtas:
Quanto teriam de pagar os beneficiários do micro-crédito se recorressem à banca normal?
Se o negócio é assim tão bom, porque razão a banca tradicional não se substitui ao Dr.Muhammad Yunus?
Qual deverá ser a remuneração justa por se assumir um risco que ninguém mais parece interessado a assumir?
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“O problema foi só um, a S&P e a Moody’s deram AAA às MBS do subprime. Só. Não fosse este detalhe e a coisa nunca teria ocorrido.”
Concordo consigo em parte. Mas o que realmente provocou isto tudo foi, como sempre: ganância. E muita ignorância à mistra. Ou vontade de não querer ver.
Imagine-se que Vc. é responsável pela carteira de activos de um banco europeu. Digamos, do Banco Propulsor do Crédito, novo banco ficticio português, criado por mim, agora mesmo. 😉
Agora imagine que este meu banco também anda no negócio do crédito à habitação. E gera um determinado montante de activos sobre seus clientes.
Agora a pergunta-chave. Para que raio vou comprar hipotecas na américa, mesmo que com “selo-de-garantia” dessas instituições manhosas que vendem ratings (não os dão ;-)), se ando a vender as minhas no mercado e estas eu sei o seu risco? Ao passo que as que compro eu as desconheço?
Eu explico-lhe porquê. Fugir à regras Basileia II. 😉
Compreende? Assim posso alavancar-me mais, tipo hedge fund mas com um nome Banco na tabuleta em cima da porta de entrada, gerar rentabilidades invejáveis, que por sua vez cobro ao final do ano sobre a forma de bónus. 😉
É claro que os meus accinistas, desconhecendo que os lucros astronómicos assim gerados têm origem apenas em maior alavancagem financeira e não em margens operacionais, são enganados pelos lucros distribuidos, pelo valor das acções temporariamente mais altos e pelo marketing agressivo.
No entanto, o meu Banco está quase a estoirar. Basta a mera volatilidade do ciclo económico e já vou desta para melhor. Ou melhor, vai o banco e os seus accionistas, pois eu já cobrei os bónus milionários. Não foi assim com a Lehman? 😉
Claro, claro, depois eu atiro as culpas para os governos, para os pobres desgraçados, para todo cão e gato. Eu não. Fui um génio enquanto durou. ehehehehehhh
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Já agora, uma coisa, caro Tonibler. As notações dessas instituições têm pouca credibilidade, talvez com excepção das notações sobre dívida pública. As notações geradas só servem apenas para justificar perante investidores e accionistas e… Reguladores, o porquê que detemos determinados activos no balanço ou pertefólio. Apenas isso. Não porque acreditamos nessas avaliadoras de “risco” mas porque temos que vender a quem nelas acredita. 😉
Portanto, pensar que a culpa principal é dessas vendedoras de selos… É ver apenas umas ervas daninhas no imenso matagal em que vivemos. 🙂
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Anti-comuna,
Pouca credibilidade??? Vá perguntar ao banco de Portugal ou ao bis …
Eu meto o dinheiro onde com o mesmo risco tenho o maior spread. Se me dizem que as MBS têm um risco AAA, eu meto lá o dinheiro. Se ainda por cima, o regulador me diz para acreditar no AAA…
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“Eu meto o dinheiro onde com o mesmo risco tenho o maior spread. Se me dizem que as MBS têm um risco AAA, eu meto lá o dinheiro. Se ainda por cima, o regulador me diz para acreditar no AAA…”
Ai sim? 🙂
Isso é Vc. 😉
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Olhe, o Botim quer comprar um big player nos states. Sabe porquê? Porque não pensa como Vc. Veja lá essa coisa do caraças. Esse velhote chegou onde chegou não foi a acreditar na medição alheia. Nem nos selos-garantia alheios. 😉
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Caro Anti-Comuna,
Obrigado pela explicação.
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