Memória II: Não sabes como vais morrer.
5 Fevereiro, 2009
Memória da “nossa” guerra colonial:
“Não é a primeira vez que eu e os meus homens nos vemos nestes apuros. Estar emboscado, debaixo de fogo, é como participar no juízo final. Esta é a minha visão. No meu caso, estou a viver este momento com um temor reverencial, digno da hora apocalíptica. Encurralados, procuramos reagir. Agora são já dois os caudais da metralha. Apesar de misturados, distinguem-se bem: rouco o das nossas G3 fabricadas em Braço de Prata, sibilante o das Simonov vindas da URSS”.
Excerto de Não sabes como vais morrer (7 mais 1 histórias de guerra), de Jaime Froufe Andrade, editado, recentemente (2008), pela Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto.
22 comentários
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E a nossa guerra ? Era uma guerra boa?
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Muito jovem, longe da família e estudante, um jornalista que estava na pensão onde eu estava, arranjou maneira de me dar acesso à cantina da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto. Era naquele imponente prédio da Praça D.João I, à esquerda.
Engordei uns quilos.
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(2)
Acho que esse emblemático prédio da Associação dos jornalistas e Homens de Letras, ainda está em obras…
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A Pensão era o Lar do Estudante, na Galeria de Paris, para quem duvide.
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Acho que sim, Gabriel, mas não fui eu que dei cabo daquilo.
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Ops, PMF.
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…e não ouvia o silvo das granadas de RPG e as explosões?…e os rebentamentos das granadas de morteiro? Não haveria também, por acaso, umas rajadas de Degtyarev? Boa guerra, essa. Era um juízo final pequenino.
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Passei num buraco qualquer com a malta um bocado cabisbaixa.Passados uns tempos até o cripto se vinha oferecer mesmo no fim do tempo para ir…
Já Camões dizia que um chefe fraco e cobarde faz fracas as fortes gentes…
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Já agora num outro buraco a malta sempre fez as “operações” em volta e não muito longe da caminha.Fiquei esclarecido disso quando quase no fim da comissão um “chefe” muito humildemente veio pedir explicações á porta do heli onde ia embarcar como dizer as coordenadas donde seria retirado outra vez pelo dito…
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O Caetano esse mestre do direito administrativo rebentou com a tradição Salazarista e afundou tudo com a sua tibieza e inoperância…
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E finalmente o Império foi pró galheiro Uffff !!
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28 meses, apesar de tudo, inesquecíveis!
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Mas ele escreveu aquilo tudo enquanto ia dando os tiros?
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fado não sabe o que mais admirar…se a Escrita, se os Tiros!
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“28 meses, apesar de tudo, inesquecíveis!”
Nas esplanadas de Luanda, com um copo de whisky e pedrinhas de gelo, tava-se bem.
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era mais Laurentina gelada…no mato!
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Laurentina em Luanda não havia. Era só CUCA.
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Quero dizer, em Angola. Em Moçambique sim.
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“Mas ele escreveu aquilo tudo enquanto ia dando os tiros?”
E então? Eu sei que para um homem é muito difícil fazer duas coisas ao mesmo tempo, mas há excepções!…
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mas há excepções!…
Este deve ser uma delas, também com aquele ouvido musical, ainda o veremos a compor “O Anel de Nambuangongo” em quatro tiros e duas rajadas em Dó Maior.
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teste:
“essa coisa da chamada guerra colonial nunca existiu”
… vamos ver quem subscreve!
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“essa coisa da chamada guerra colonial nunca existiu”
Não é preciso ser nenhum génio para apoiar essa afirmação.
Só existiria se os colonos tivessem declarado guerra, não foi o que aconteceu.
Pode chamar-lhe “guerra de libertação apadrinhada pela URSS” ou então Guerra no Ultramar, sendo que mesmo o termo “guerra” neste caso não é tecnicamente aplicável.
Claro que para o “historiador” Joaquim Furtado & Outros a história pode ser reescrita.
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