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Um mega-projecto que teria valido a pena

22 Junho, 2009
by

A barragem de Foz-Côa. Não haveria envolvimento de recursos públicos, já teria substituído alguns milhares de barris de petróleo importado e ter-se-iam poupado milhões com a pantominada das gravuras. Alguém sabe o impacto (designadamente para o turismo local) de todas as estruturas que se criaram (em Lisboa) para o efeito?

Já agora, porque não “ressuscitar” este projecto?

41 comentários leave one →
  1. Marafado de Buliquei-me permalink
    22 Junho, 2009 14:14

    Há “pitróleo” na Costa da Caparica !!
    É só aguentar mais um par de anitos e “tamos” safos …. !!

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  2. Anónimo permalink
    22 Junho, 2009 14:16

    e depois onde é que arranjas uvas para fazer duas quintas.

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  3. Amonino permalink
    22 Junho, 2009 15:03

    .
    Os eco´s também têm esta para descalçar:
    .
    -Ecologists’ own goal: ozone saver is global warmer
    http://www.timesonline.co.uk/tol/news/environment/article6544745.ece

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  4. Libertas permalink
    22 Junho, 2009 15:04

    sim, pq quem quis ver as «gravuras» já teve tempo para as ver.

    Esqueçamos o funcionalismo. Chegou a hora de zelar pelos interesses dos contribuintes!

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  5. 22 Junho, 2009 15:05

    Neste caso, o número de barris de petróleo não se contam por ‘alguns milhares’ (como se diz no ‘post’), mas por milhões – e muitos.
    E as toneladas de CO2 em causa também não se contariam por uma ou duas dúzias.

    Acresce que boa parte do trabalho já estava feito (desde a Construção Civil até aos estudos).

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  6. maloud permalink
    22 Junho, 2009 15:11

    Acha também que a Quinta de Ervamoira (é só uma entre muitas) é uma pantomina?

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  7. Marafado de Buliquei-me permalink
    22 Junho, 2009 15:11

    Como já vi os Jerónimos e a Torre de Belém, podem deitar aquilo tudo abaixo e pedir aos patos bravos que façam ali uns apartamentos T2 e T3 com vista pró Tejo… !!

    Sem esquecer o Castelo de S. Jorge, que ali é que eu gostava de ter um terraço… cum caneco !!!

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  8. Pedro Lascasas permalink
    22 Junho, 2009 15:13

    É isso !!! Em tempo de crise “vai tudo a eito” !!!

    Ecologia ?! Cultura ?! Preservação ?! Deixa lá isso !!!

    Gravuras ?! Who the f&%$ cares ?!?!

    É assim mesmo !!!

    Mais ideias: arrasar a Torre dos Clérigos para construção de casas, arrendar a Torre de Belém para esplanadas, derreter o ouro do Banco de Portugal, deitar abaixo e vender tudo o que é sobreiro, ad nauseaum ad infinitum…

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  9. Amonino permalink
    22 Junho, 2009 15:22

    .
    Nada se perde, tudo se transforma: repensem a Barragem e protejam-se as gravuras num Museu da Barragem. Ou é obrigatório as gravuras ficarem debaixo dos sobreiros para sofrerem mais erosões das invernias etc ?
    .

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  10. henrique pereira dos santos permalink
    22 Junho, 2009 15:33

    Em seu devido tempo o mosteiro da batalha, como todos os do país depois do mata-frades ter nacionalizado os bens da igreja, foi a hasta pública e foi arrematado por um indivíduo que tencionava reaproveitar a pedra para construção. Por acaso o rei consorte, alemão culto criado no centro da Europa e não neste país periférico e miserável, acabou por conseguir um destino diferente para o dito mosteiro. Do ponto de vista estritamente ambiental foi uma decisão absolutamente errada: impediu-se a reutilização de um recurso não renovável, como é a pedra, acabou por contribuir para uma abertura de pedreiras na região para que fosse possível satisfazer a procura de pedra e, provavelmente, não permitiu a criação de alguns benefícios para a economia local durante muito anos (quantos visitantes terá tido o tal mosteiro nos cinquenta anos seguintes?).
    Não sei por que razão me terei lembrado desta história ao ler este post.
    Já agora, e porque vem a talhe de foice, não foi por razões ambientais que a barragem não foi construída mas porque destruiria o que para alguns são uns riscos e para a Unesco é património mundial.
    Quanto ao balanço ambiental das grandes barragens teríamos muito mais a discutir que simplicidade de contabilizar os barris de petróleo por comprar, coisa que se pode obter de forma muito mais barata com edifícios mais inteligentes e com modelos de transporte que internalizem melhor o custo do uso de combustiveis fósseis.
    Analisem bem a rentabilidade da barragem e comparem-na com medidas alternativas de eficiência energética e estou certo que haveria aqui muita gente verdadeiramente admirada.
    henrique pereira dos santos

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  11. Pifas permalink
    22 Junho, 2009 15:33

    Não será dispicienda a possibilidade de vender todo o património cultural para pagar a dívida externa. Numa primeira fase. Depois será a vez das esposas e filhas dos patrícios. É a matriz Romana que nos irriga. Tipo clister.

    PS: tudo o que seja submergir a malta a norte do Tejo é de avançar com a máxima prioridade.

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  12. Marafado de Buliquei-me permalink
    22 Junho, 2009 15:50

    depois do mata-frades ter nacionalizado os bens da igreja, …

    Graças a Deus que o mata frades nacionalizou e o Salazar confirmou, pois nunca devolveu nada à fradalhada… graças a Deus !

    Com gente assim… iremos de novo às Índias …!!

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  13. 22 Junho, 2009 15:57

    Mr. LR,

    Presumo que Vc. já tivesse ido a Foz-Côa ver as gravuras.
    Se nunca as viu, possivelmente conhece-as via fotografia, vídeo, tv’s.
    E leu o suficiente sobre esse território pejado de Cultura, de História.

    O que falhou foi a incúria e a falta de lucidez de governantes e de autarcas para valorizarem e proporcionar a usufruição dum legado absolutamente extraordinário !

    Se alguém, um dia, souber potenciar as gravuras, a região e o país agradecerão !

    Trocar as gravuras por energia ? — só um inculto, um labrego, um irresponsável o faria !

    Guterres e Carrilho estiveram muito bem em salvaguardar aquele património !

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  14. Marafado de Buliquei-me permalink
    22 Junho, 2009 16:03

    # 13
    Não se pode dizer isso aos PSD’s…, pois se até o D. Nuno esteve contra o tio Cavaco com aquela coisa das assinaturas…!!!

    Reacçon que se preze, está contra tudo o que é do povo de pé rapado !!
    O que foi dizer …. Guterres e Carrilho estiveram muito bem.

    Vai ser excomungado só por isso !

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  15. Anónimo permalink
    22 Junho, 2009 16:12

    #8
    Olha que a Torre dos Clérigos dava uma boa “eolica”

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  16. 22 Junho, 2009 16:14

    Caro MJRB,

    Salvaguardem as gravuras que quiserem, mais as pegadas do dinossauro em Carenque e outras pantominadas do género, montem os museus que quiserem, mas tudo por conta, risco e proveito de quem o defende. Só que a grande maioria que berra por isso, são os betinhos das cidades que nunca tiveram falta de energia nem nunca pagaram impostos. Pela parte que me toca, pobre contribuinte, estou farto de pagar para eles.

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  17. Marafado de Buliquei-me permalink
    22 Junho, 2009 16:21

    # 15

    Dava era uma boa alcoólica !!!
    Com a vista pró vinho do Porto….

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  18. Marafado de Buliquei-me permalink
    22 Junho, 2009 16:22

    Aquele ainda anda de ” Petromax “…

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  19. henrique pereira dos santos permalink
    22 Junho, 2009 16:25

    Caro LR,
    Explique-me, se não se importa, por que razão uma coisa classificada como património mundial é uma pantominada? E por que razão resolveu misturar um património cujo valor é mundialmente reconhecido com as pegadas de carenque?
    Repare, quando refiro o património mundial não é com o objectivo de usar um argumento de autoridade, é simplesmente porque tem um processo de avaliação e validação bastante complexo, aberto e neste caso até foi objecto de uma controvérsia científica em que os adversários da atribuição do valor aos riscos não só foram completamente derrotados (o que não envergonha ninguém, acontece) como ainda reconheceram essa derrota (o que só os engrandece) reconhecendo de facto o valor que lá está.
    henrique pereira dos santos

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  20. Anónimo permalink
    22 Junho, 2009 16:34

    #13 – aprendeste a nadar iô! ou é do ramos tinto yáááh.

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  21. lucklucky permalink
    22 Junho, 2009 16:36

    Isto fica sempre bem lembrar. Pensem nos vosso filhos pelo menos. A bolha do Estado Social-Corporativo está para rebentar. O País que temos só é sustentável com Dívida crescente.

    Economia – Projecções da OCDE
    Dívida pública portuguesa pode atingir 85,9% do PIB em 2009

    Quarta-feira, 01-04-2009

    As medidas de combate à crise introduzidas pelo Executivo de José Sócrates ameaçam colocar o rácio da dívida pública portuguesa em 85,9% do PIB em 2010, contra os 70,7% registados no ano passado, estima a OCDE no relatório interino divulgado hoje.

    A instituição lembra que utiliza na sua metodologia os princípios do sistema de contas nacionais que divergem do cálculo da dívida pública medido de acordo com os critérios de Maastricht.

    A instituição sediada em Paris explica que para que Portugal chegue a 2050 com um rácio de dívida pública idêntico ao de 2008 terá que registar crescimento do superávite do saldo primário (ou seja excluindo juros) de 7%. Caso o reequilíbrio só se inicie em 2010, para regressar aos níveis de peso da dívida pública de 2008, então o saldo primário terá que crescer 7,3%.

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  22. 22 Junho, 2009 16:47

    Mr. e caro LR,

    Não cabe ao Estado intervir e defender o património PÚBLICO ?, com aquela importância ?
    (As extraordinárias gravuras na área de Foz-Côa são património PÚBLICO).

    Foi, é, dinheiro mal aplicado para preservar, redescobrir e potenciar turistica e culturalmente essas únicas referências históricas, criadas não por portugueses, mas pela Humanidade ?
    (Conhece os pareceres e apoios da UNESCO ?)

    É “pantominice” valorizar, apoiar, relevar à sociedade tamanho legado ?
    (Qual o país responsável por si mesmo, pela sua História, que não investiria o que fosse necessário para impedir o abandono e possível destruição das gravuras ?)

    Quem “berra” pela preservação e valorização das gravuras, não são os mais ou menos “betinhos das cidades” ou o que quiser dos habitantes das aldeias: são pessoas que têm verdadeira noção do que é a Civilização e a Cultura !

    Condena-se o Estado ou uma autarquia, por criarem e/ou financiarem um museu, umas pesquisas arqueológicas ?
    (Note, sff, o que acontece noutros países….).

    Dei por muito bem empregue a percentagem dos meus impostos aplicados em Foz-Côa.

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  23. 22 Junho, 2009 16:50

    20,

    Você prefere chafurdar na javardice. Tem esse direito, desde que não salpique.

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  24. Anónimo permalink
    22 Junho, 2009 17:15

    #23 – se soubesses o que é dialogar com uma gravura daquelas em agosto, tendo um palhinhas de 2 quintas como meio auxiliar de interpretação, não dizias tanta asneira. à propos salpicos, merda na ventoínha é contigo.

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  25. 22 Junho, 2009 17:20

    Caro MJRB,

    Que eu saiba, a preservação das gravuras não era incompatível com a construção da barragem. Mas onde está o produto de tamanho investimento na preservação de um “património da humanidade”? Onde estão os milhares de turistas que então prometeram? A única coisa que se viu foi a delapidação de vários milhões com a criação do Gabinete de Foz-Côa que apenas garantiu “jobs” a “boys” de Lisboa. E para substituir a barragem que não se fez, equaciona-se construir outra no Tua com muitíssimo mais impacto ambiental. Ou seja, mais de 10 anos passados, só são visíveis os custos. Proveitos, seja em acréscimo de produção de energia, seja em receitas turísticas, zero.

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  26. henrique pereira dos santos permalink
    22 Junho, 2009 17:55

    Caro LR,
    Um dia ia a ouvir um debate da TSF sobre as gravuras e ouvi João Zilhão defender que era impossível retirar as gravuras ou estudá-las, protegê-las e deixá-las afundar. Espantado por uns dias antes o ter ouvido defender o contrário em minha casa (declaração de interesses: joão zilhão é da minha família) telefonei-lhe para perguntar a que se devia a alteração de opinião.
    A explicação foi simples e clara: entretanto tinha recebido e lido os pareceres dos geólogos onde estava demonstrada a impossibilidade de transladação das figuras mas, acima de tudo, a impossibilidade (ou pelo menos o grande risco) da sua conservação debaixo de água, mesmo protegidas, dadas as características do xisto que lá está.
    Isto é, de facto há que optar entre garantir a conservação ou fazer a barragem. As duas posições são defensáveis. O que não é defensável, porque tecnicamente errado, é dizer que é possível fazer a barragem e conservar as gravuras (mesmo inacessiveis umas dezenas de anos, durante o tempo de vida útil da barragem).
    A razão pela qual não se faz a barragem é porque se entende que há um património cujo valor sobreleva o valor da barragem, não é porque esse património é gerador de desenvolvimento.
    É possível de facto criar valor a partir desse património, é desejável fazê-lo, mas essa não é razão pela qual se decide ou não conservar o património.
    Já agora, por ser um argumento rasteiro e sem interesse nenhum, João Zilhão, que teria sido um dos principais beneficiários da decisão visto que primeiro ocupou o lugar de director do parque arqueológico e depois o de director do instituto de arqueologia nunca precisou desta guerra para a sua afirmação profissional, pelo contrário, usou nesta guerra o seu indiscutível prestígio profissional que o leva hoje a ter deixado Portugal e a sua medíocre academia para estar numa Universidade inglesa que tem um dos melhores departamentos nesta área, dando aulas regularmente em várias universidades, incluindo, por exemplo, harvard.
    Saiu mal o post, mas não vale a pena descer a discussão para argumentos do tipo dos betinhos ou dos tachos, que não levam a nada.
    henrique pereira dos santos

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  27. 22 Junho, 2009 17:57

    Mr. e caro LR,

    Naquele momento, naqueles meses, perante a importância do ‘achado’ e a premência de o salvaguardar, valorizar e mostrar, ninguém colocou a consistente hipótese de construir a barragem com as estruturas e vidros especiais que possibilitassem a visualisação das gravuras — por exemplo, tal como acontece no Egipto.
    (Não, não seria imcompatível nem impossível a construção da barragem. Esta alternativa surgiu tardiamente).

    O “produto” existe ! — não está devidamente ‘explorado’. Poderá, alguém, um dia, ‘pegar’ a sério naquele património e potenciá-lo.
    Entretanto foi visitado por especialistas mundiais e por muitas dezenas de milhar de anónimos.

    Fui por duas vezes à área. Fiquei impressionado com a qualidade e a quantidade. Mais o significado das gravuras naquela zona.
    Mais um Património da Humanidade, sem dúvida ! Em Portugal.

    Faça-se a barragem no Rio Tua. Deixem as gravuras tal como estão.
    (Muitos mais milhões de Euros foram e serão gastos em ‘coisas’ desnecessárias e que passarão sem contestação. Porque anestesiam a populaça…).

    E proporcionou, lembro-me, empregos também a pessoas da região. Os tais “boys” de Lisboa são técnicos do IPPAR — provavelmente terão havido “jobs for the boys”.

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  28. 22 Junho, 2009 18:00

    24,

    vc nunca conseguirá dialogar nem contrapôr algo de útil.
    Continue a ofender gratuitamente e aproveite o balanço, a adrenalina, para, em vez de falar com os seus familiares, insultá-los também.

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  29. 22 Junho, 2009 18:06

    Mr. Henrique Pereira dos Santos,

    Fez muito bem lembrar-nos esses factos.

    O seu quinto parágrafo é lapidar.

    E muito melhor fez João Zilhão em ir-se embora deste sítio entre o Atlântico e a Europa.

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  30. Tribunus permalink
    22 Junho, 2009 18:07

    Depois da suspensão da barragem os estupidos dos socialistas ainda não viram que fizeram uma asneira das grandes?
    Desenvolvimento do turismo? não existe! Valos arqueológico? didcutivel, mas sempre a tempo de gastar uns milhões e meter aquilo num museu! Irra que è preciso serem estupidos……….

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  31. henrique pereira dos santos permalink
    22 Junho, 2009 18:18

    Ser estúpido é um azar da natureza.
    Mas ser ignorante depende de vontade própria.
    Como a discussão sobre o valor arqueológico do vale do Côa é uma questão de conhecimento, não de estupidez, seria útil que o Sr. Tribunus explicasse em que baseia a sua opinião, contrária à de todos os especialistas no assunto, de que é discutível o valor patrimonial do vale do Côa. Não vale pena considerar as três equipas que na altura foram contratadas para se pronunciar sobre as gravuras para argumentar que não há unanimidade sobre o valor patrimonial do Côa não só porque nenhuma delas hoje defende as hipóteses que levantou na altura, como algumas eram especialistas de outras coisas que não de arqueologia.
    E não vale a pena dizer que são exclusivamente os socialistas que defenderam a decisão porque, por ironia, de um lado estava João Zilhão, fundador do bloco de esquerda, do outro, defendendo a construção da barragem, estava José Penedos, conhecido militante do PS.
    E eu, que aqui estou a defender a decisão, seguramente não votarei no PS (e, já agora, nem no bloco de esquerda).
    henrique pereira dos santos

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  32. 22 Junho, 2009 18:20

    Henrique Pereira dos Santos (#26),

    Não conheço o seu familiar João Zilhão e nada me leva a pôr em causa a sua competência na área. Por isso eu não quis particularizar e falei “na grande maioria que berra”.

    “A razão pela qual não se faz a barragem é porque se entende que há um património cujo valor sobreleva o valor da barragem, não é porque esse património é gerador de desenvolvimento.”

    Eu nestas coisas sou muito céptico quanto ao rigor de quem avalia o “património”. Mas se esse mesmo património não é gerador de desenvolvimento, para que nos serve?

    “É possível de facto criar valor a partir desse património, é desejável fazê-lo, mas essa não é razão pela qual se decide ou não conservar o património.”

    Repito, ao fim de mais de 10 anos, ainda não vi nenhum valor criado, apenas custos. E se criar valor não é razão para conservá-lo, justifica o custo de oportunidade?

    “Saiu mal o post, mas não vale a pena descer a discussão para argumentos do tipo dos betinhos ou dos tachos, que não levam a nada.”

    Mas houve ou não tachos criados à custa de Foz-Côa? E se houve, o que ganhou o País com isso?

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  33. 22 Junho, 2009 18:23

    Também prometeram maravilhas coma barrgem do Alqueva, tendo-se inundado um valioso património arqueológico e ambiental. Tudo isso para nada, como se tem visto…

    GP

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  34. henrique pereira dos santos permalink
    22 Junho, 2009 19:17

    Caro LR,
    Confesso que me causa perplexidade o facto de não saber quem é João Zilhão e ao mesmo tempo ter uma opinião tão assertiva sobre o Côa. Suponho que não se consegue ler nada sobre o assunto com um mínimo de profundidade sem que choque com o nome de João Zilhão. Pode talvez procurar o livro recente de António Martinho Baptista “O vale do Côa e a arte paleolítica de ar livre em Portugal” e rapidamente terá uma visão geral da questão patrimonial, para além do livro ter muitíssimo boas imagens.
    Falei no João Zilhão por ser o principal “beneficiário” da criação de jobs, mas podia ter falado do António Martinho Baptista, que foi meu colega do Parque da Peneda Gerês e que se transferiu para o Côa. Grande criação de empregos, uma transferência dentro do Estado sem substituição na origem.
    De resto foram meia dúzia de postos de trabalho, a maior parte dos quais locais, que o Estado criou, sendo muito mais difícil saber o efeito do parque no côa sobre a economia local.
    Por exemplo, durante muito tempo não havia sítio de jeito onde dormir em Foz Côa e portanto as pessoas ficavam noutros locais. Que eu saiba nunca ninguém avaliou este impacto na economia das terras envolventes.
    Grande parte das dificuldades, por agora, de fazer repercutir o valor patrimonial no desenvolvimento local prendem-se com a ausência de empreendedorismo em terras com um longo processo de drenagem do seu potencial humano, como é o caso de Foz Côa. Isso não se resolve do dia para a noite nem é necessariamente uma função do Estado.

    “Eu nestas coisas sou muito céptico quanto ao rigor de quem avalia o “património”.”

    Neste caso tem muito por onde escolher. Deve ter sido das coisas mais escrutinadas da mas variadas formas. Aliás há pouco disse que todas as equipas externas contratadas tinham revisto as suas posições iniciais mas a verdade é que bednarik mantém o seu ponto de vista, mas é hoje um ponto de vista completamente desacreditado. Houve várias missões internacionais a avaliar o que estava em causa, não sei mais o que se possa fazer para resolver o seu cepticismo.

    “Mas se esse mesmo património não é gerador de desenvolvimento, para que nos serve?”

    Exactamente era a pergunta que faziam os nossos antepassados do século XIX quando tentavam perceber por que razão o marido alemão da rainha revolveu mundos e fundos para que o mosteiro da Batalha não fosse desmontado para aproveitar a pedra. Eu acho que se fizer a pergunta a si mesmo a propósito da sé do porto, meia medieval, meia alterada pelo nasoni, com certeza responderá. A pergunta certa, e mais difícil de responder, é outra: já que temos de conservar isto porque temos consciência de que a nossa identidade também se faz com isto, como podemos gerar valor a partir daqui?.

    Respondendo à sua última pergunta, deve ter havido menos tachos criados por foz côa que pelo blasfémias.

    henrique pereira dos santos

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  35. 22 Junho, 2009 19:53

    Para quem não tiver bibliografia ou recortes de jornais e de revistas sobre as gravuras de Foz-Côa, recomendo uma ida à net.

    ‘Aquilo’, não é mais importante do que a barragem ?

    Óbvio: quem discute(esta, não é para si, Mr. LR) o dinheiro (muito bem) aplicado ‘naquilo’, possivelmente não quis o CCB ou o Centro de Artes de Sines, a Casa da Música ou o MUDE. Mas aplaude os novos estádios em Leiria, Aveiro ou no Algarve.

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  36. 22 Junho, 2009 20:06

    Errata:

    AlLgarve.

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  37. Anónimo permalink
    22 Junho, 2009 20:21

    #28 – tás a perder humor e encaixe, de ser do efeito vitória. bebe uns tintóis com violinos de xópin que isso passa. by the way achas que gravuras ac/dc produzem simultâneamente corrente alterna e contínua.

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  38. 22 Junho, 2009 21:46

    Leiam o excelente post “Saudades de Carrilho”, de João Gonçalves, no blog “Portugal dos Pequeninos” !

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  39. 22 Junho, 2009 22:35

    claro, os grandes defensores das gravuras tb serão contra o “aquecimento global”…e temos k aturar estes…..

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  40. Mr. Hyde permalink
    22 Junho, 2009 22:47

    Este “mega-projecto” é um megapontapé… na Gramática!

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  41. 23 Junho, 2009 18:25

    LR,

    o que aqui se debate, e bem, por algumas pessoas informadas, dá prazer…

    o problema de FCôa não são as gravuras reconhecidas e protegidas pela UNESCO, mas sim a falta de visão do empreendedorismo privado que tanto por aqui defende e apregoa… ou queria que fosse ainda o estado a dar a mãozinha a esses privados que, afinal, se borram todos, quando é preciso arriscar capital, por pouco que seja, em investimentos de interesse próprio, em primeiro lugar, e de interesse local por consequência?

    uma grande parte de documentos importantes desapareceram com o terramoto de 1755… as gravuras encontradas em FCôa são como esses documentos, que desapareceram, se se tivesse avançado para a construção da barragem por decisão de “gente”, enquanto o que desapareceu em 1755 não foi por decisão humana!

    quanto à produção de energia eléctrica, é bom que saiba que é na economia da mesma que vai o ganho. reduza a sua factura energética, e divulgue isso aqui no blasfemias, verá que será muito mais útil e com mais proveito, os portugueses têm que pensar em reduzir os seus consumos e muitos problemas futuros serão evitados!

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