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Rangel vs. Passos Coelho (3)

3 Março, 2010
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Numa perspectiva puramente mediática, PPC ganhou o debate de ontem. Nota-se que tem pose e mais traquejo nestas coisas (são muitos anos, desde a “Jota”), com um discurso mais claro e incisivo. Rangel mostrou que ainda está verde nestas técnicas de comunicação e adoptou uma postura demasiado defensiva.

Quanto ao efectivo conteúdo das mensagens o eleitorado da classe média terá apreendido apenas uma: o apelo à autoridade e exigência nas escolas feito por Rangel. É algo que cai fundo no eleitorado tradicional do PSD e aqui Rangel ganhou pontos e PPC perdeu, quando assumiu de certa forma a defesa do status quo em jeito de “jota” modernaço e tentou atirar o adversário para as bandas do salazarismo. Por outro lado, a famosa “ruptura” está a perder chama e não passará de mera figura de retórica. Então quando se fala em fazê-la com a “prudência adequada”, só denota tanta falta de convicção como de audácia em implementá-la.

Passos Coelho tentou dar-se ares de estadista e grande estratego e indiciou, como putativo 1º ministro, uma postura muito socretina de CEO do país. Espanha, Espanha, Espanha!, clamava Sócrates. PPC é mais exótico e aponta o Atlântico Sul como mercados estratégicos das empresas portuguesas. O mesmo espírito intervencionista de formular soluções miraculosas, a mesma presunção de pretender definir estratégias uniformes a quem conhece muito melhor o negócio e os mercados. Por detrás disto, haverá sempre interesses escondidos…

Independentemente do efeito televisivo, Rangel aparenta ser mais genuíno e tem toda uma força interior que cativa, a que muita gente adere de forma puramente emocional. É a força que faz os grandes líderes ou os grandes demagogos. Em PPC tudo é artificial, postiço, estudado ao milímetro para passar nos media. E é um facto que é aquele que tem melhor imprensa e não só a socretina.

Mas tudo isto pode interessar pouco ou nada, pois o perfil do eleitor tradicional do PSD tem pouco ou nada a ver com o do votante nas directas. Este vota maioritariamente por interesse e de acordo com as orientações do seu cacique. E, salvo alguma inflexão de Menezes, PPC leva vantagem, pois é claramente o candidato do aparelho.

24 comentários leave one →
  1. Tiago Azevedo Fernandes's avatar
    3 Março, 2010 10:52

    Caro LR, continuas sem ler o livro do Passos Coelho? Só isso explica este post. 😉

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  2. bettencourt de lima's avatar
    bettencourt de lima permalink
    3 Março, 2010 10:59

    Mas tudo isto pode interessar pouco ou nada, pois o perfil do eleitor tradicional do PSD tem pouco ou nada a ver com o do votante nas directas. Este vota maioritariamente por interesse e de acordo com as orientações do seu cacique. ??? !!!!

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  3. Desconhecida's avatar
    anti-comuna permalink
    3 Março, 2010 11:00

    “E, salvo alguma inflexão de Menezes, PPC leva vantagem, pois é claramente o candidato do aparelho.”

    Bem visto.

    Eu não vi o debate mas depreendo que o PPC ganhou o debate porque fala para o interior do partido. E este funciona de moldes bem diversos dos restantes portugueses.

    anti-comuna

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  4. Tiago Azevedo Fernandes's avatar
    3 Março, 2010 11:03

    “Eu não vi o debate”

    Está aqui.

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  5. Desconhecida's avatar
    Carlos Garcez Osório permalink
    3 Março, 2010 11:12

    LR,

    Com o devido respeito, gostava de lhe perguntar se é a mesma pessoa que escreveu isto:

    “Votar pela positiva

    Nas democracias actuais, os eleitores vêm denotando um cepticismo crescente face aos seus representantes, o que explicará, em grande medida, o aumento da abstenção. Isto porque, de uma forma muito racional, o eleitor desconfia de quem se apresenta a sufrágio.

    As razões são óbvias e prendem-se com a difícil, se não impossível confluência de interesses. Só por mero acaso, os interesses do representante coincidem com os de (alguns) representados. Os candidatos procuram formatar os programas e “empacotar” as inevitáveis promessas que vendem a troco de votos. Supostamente, os eleitores comprarão as promessas ou, na maioria dos casos, o menos mau de vários produtos sucedâneos. Uma vez eleitos, a generalidade dos candidatos “mete na gaveta” a maioria das promessas feitas em campanha e seguirá uma agenda pautada pela quase exclusiva preocupação, quiçá obsessão, de consolidar e aumenter o poder.

    O eleitor sente isto, embora geralmente não o consiga racionalizar, mas expressa-o através do seu voto, quase sempre de forma negativa, penalizando quem está no poder. Tratando-se de um eleitor liberal, fá-lo de forma muito consciente, pois sabe que, na ausência de uma Constituição limitativa de poderes, a melhor forma de coarctar o poder dos eleitos é mudar periodicamente de protagonistas.

    Os militantes do PSD que estiverem conscientes da necessidade de uma mudança, tenderão a votar pela negativa, pautando-se pelo critério acima enunciado. Porém, Pedro Passos Coelho assume-se como uma alternativa que se propõe a uma mudança radical de paradigma. A sua proposta de redução do intervencionismo estatal a vários níveis, gera a esperança de reforço da liberdade individual, o valor cimeiro do liberalismo. Tal facto permite, pela primeira vez em muitos anos, ter a possibilidade de votar pela positiva.

    Será isto garantia de vitória? Sê-lo-á, quanto menor for o peso dos sindicatos de voto . O aumento de potenciais votantes em cerca de 14.000 face às Directas de 2007, poderá indiciar uma maior afluência e um peso reforçado dos “militantes livres”. PPC poderá ser o principal beneficiário deste aumento de participação.

    Mas, se não chegarmos lá agora, ficou irreversivelmente aberto o caminho do futuro. Só por isso, já valeu a pena.

    Obrigado Pedro e Boa Sorte!”

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  6. bagaço's avatar
    3 Março, 2010 11:21

    Na minha humilde opinião, e sem querer ofender em demasia PPC, este senhor parece-se em demasia com Sócrates, no cultivo da pose, no discurso oco, e na obssessão com a imagem. Penso mesmo que, desde pequenino, o seu sonho era ser presidente do PSD (como outros querem ser astronautas, futebolistas ou artistas de circo) e a única coisa que fez por isso foi ingressar na cantera laranja, da qual chegou a líder.
    O outro candidato, Aguiar Branco, sempre com um ar satisfeito, com a cabeleira postiça e uma farpela adequada, pareceria um ministro da corte austro-húngara do séc. XVIII. Deus nos livre.
    Em comparação, Rangel só há pouco tempo apareceu no partido, o que só por si é um bom sinal, pois terá convivido menos com más companhias. Penso que estará também melhor preparado que os outros dois senhores… http://www.mindjacking.wordpress.com

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  7. Piscoiso's avatar
    3 Março, 2010 11:23

    Estou com curiosidade de saber, se Passos Coelho chegar a PM, vão continuar a chamá-lo socretino?

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  8. Tiago Azevedo Fernandes's avatar
    3 Março, 2010 11:23

    Olha, olha! Agora temos um Rangel estilo Vital Moreira 😉

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  9. Tiago Azevedo Fernandes's avatar
  10. LR's avatar
    3 Março, 2010 11:25

    Carlos Garcez Osório,

    “Com o devido respeito, gostava de lhe perguntar se é a mesma pessoa que escreveu isto:
    (…)”

    Sou.

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  11. Desconhecida's avatar
    anti-comuna permalink
    3 Março, 2010 11:28

    Caro TAF, obrigado pelo link. Logo se tiver tempo e pachorra, vou ver o debate.

    anti-comuna

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  12. Desconhecida's avatar
    Carlos Garcez Osório permalink
    3 Março, 2010 11:43

    LR,

    Realmente o “sou” explica tudo.

    Obrigado.

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  13. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    3 Março, 2010 11:51

    Este LR não é para levar a sério. Como soi dizer-se é um troca-tintas.

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  14. polop's avatar
    polop permalink
    3 Março, 2010 12:02

    PPC é um flop, é muito fraco, sabe uns truques de pose e de rasteiras. Sabe nada a sério, “trabalhou” na JSD e sob Angelo Correia. É vazio, sabe uns truquezinhos, não tem ideologia nem convicções.
    Sou PSD, mas prefiro o Sócrates real a este 2º Sócrates.

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  15. Gonçalo Marques's avatar
    3 Março, 2010 12:34

    Caro LR

    O seu comentário é equilibrado e prudente.

    Mostra a serenidade de quem viu o debate de ontem e percebeu que PPC se preparou, não para uma sessão de verdadeiro esclarecimento, mas sim para um espectáculo de “show-off” televisivo… Revelou má educação, interrompeu sistematicamente Rangel, foi cínico e mostrou ideias de um candidato “há muito anunciado” que, em face da eleição de 2008 e da recente evolução da economia mundial, são ideias estafadas, de um liberalismo absoluto, que nos faz lembrar aquele mesmo liberalismo “in toto” que foi derrotado com a falência da AIG e da Lehmann Brothers.

    Não acho que Rangel tenha sido “defensivo”… Foi simplesmente edducado!

    É preciso atentar no seguinte: desde que Sócrates assumiu o monopólio do mediatismo político em Portugal, o debate político tornou-se mais pessoal, menos ideológico e mais violento nos artifícios de demagogia e de retórica “engonhante”…

    Ora foi exactamente esta a imagem deixada ontem por PPC…

    Já Rangel, ao contrário do que dizem, defendeu ideias verdadeiramente interessantes e, sobretudo, importantes para o país:
    – Exames Nacionais em todos os ciclos de escolaridade
    – Ensino Profissional que combata a “evasão” escolar

    Além de que, muito antes do livro “Mudar”, Paulo Rangel lançou o seu “Estado do Estado”, um livro de reflexões sobre os poderes (político e judicial) em Portugal, em que projecta algumas verdadeiras mudanças nestes sectores (foi em Abril de 2009)

    http://diario.iol.pt/politica/psd-livro-paulo-rangel-europeias-parlamento-eleicoes/1060026-4072.html

    E há algo absolutamente essencial:

    se PPC pode conquistar votos dentro do “clube” laranja, Rangel já mostrou capacidades para os captar em franjas mais amplas, como se viu nas Europeias…

    Não poderá ser esta uma oportunidade de, mais que um Presidente do PSD, termos um desejável-futuro primeiro-ministro?

    Esta é que é a grande questão

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  16. Jorge Paulo's avatar
    Jorge Paulo permalink
    3 Março, 2010 13:16

    Em 2004/2005, Sócrates ganhou as eleições primeiro no PS, e depois as legislativas, prometendo tudo e mais alguma coisa, como p. ex a criação de 150 mil empregos. E toda a gente aplaudiu; estava ali o homem providencial que grande parte dos portugueses esperavam. E deram-lhe uma maioria absoluta, cujos resultados estão à vista. O PSD apresenta 3 candidatos, e para a maioria dos comentadores, cronistas, jornalistas e bloguistas, há um, PPC, que por sinal é o mais parecido com o Sócrates, que se vai safando, quanto a P Rangel é um poço de contradições, e curiosamente é o que o PS elegeu para atacar,( gato escaldado…), e de JP Aguiar Branco, mal se fala.
    Na minha modesta opinião, nem que o PSD elegesse a Sra de Fátima teria para os atrás citados uma liderança capaz: o que toda a gente quer, e espera, é um lider ao estilo de Sócrates, com boa figura, mas ignorante, incompetente e demagogo para não dizer aldrabão. E viva Portugal a caminho da pobreza.
    Já agora informem-se bem sobre o que se está a passar com a Grecia, para verem o que nos espera daqui por 2 ou 3 anos. Para garantir os pagamentos dos emprestimos que está a contrair, a Grecia está a entregar à banca internacional, tudo o que gera rendimentos: transportes, autoestradas, distribuição de energia, portos, receitas do turismo etc. Nos proximos 10-15 anos, os gregos vão andar de mão estendida, mas parece que por aqui ainda não perceberam isso.

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  17. polop's avatar
    polop permalink
    3 Março, 2010 15:40

    O PSD já tem o seu mini-Sócrates: Passos Coelho!

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  18. Desconhecida's avatar
    3 Março, 2010 17:27

    A verdadeira Ruptura Económica de Paulo Rangel seria Libertar o Futuro dos Monopólios (empresas e territórios), dando lugar à Concorrência entre actores.

    Acabar com os monopólios no desenvolvimento do território, devolvendo poder, autonomia, protagonismo, responsabilidade, hipóteses de desenvolvimento às regiões fora de Lisboa:

    * Não é necessário avançar com a Regionalização, atendendo ao risco para as finanças públicas;
    * Fusão da Gestão das Autarquias, imitando a reforma Relvas do tempo de Durão Barroso e reforma semelhante efectuada na Dinamarca em 2007; contribui também para reduzir despesas na administração pública; Paulo Rangel defendeu esta tese em 2006;
    * Desconcentração da administração pública, sedeando fora de Lisboa organismos e institutos do Estado, onde o m2 e o salário médio é mais barato e dando mais qualidade de vida à população de Lisboa; Paulo Rangel defendeu esta tese em 2006;
    * Extinguir Governos Civis;
    * Criar Círculos Uninominais;
    * Extinguir as funções de políticas públicas dos ministérios ligados ao desenvolvimento (economia, cultura, segurança social, educação, ordenamento território, agricultura) e passa-las para as autarquias «fundidas»; O Estado Central ficaria apenas com funções de regulação, fiscalização, cadastro, auditoria, rankings, controlo dos actores regionais; Continuaria a ser responsável pelas funções de Estado, nomeadamente Finanças, Justiça, Segurança, Defesa, Negócios Estrangeiros, Saúde. Com menos competências, seria mais eficiente.

    Acabar com os monopólios no desenvolvimento económico, nomeadamente o privilégio que os sectores de bens e serviços não transaccionáveis, claramente sobre-dimensionado face à conjuntura, tem tido ao longo dos últimos anos:

    * Estimular concorrência, privatizar ou extinguir «golden shares» nos fornecedoras de serviços de bens e serviços não transaccionáveis, (Edp, PT, CP, TAP, RTP, GALP), mas não as redes/infra-estruturas respectivas (REN, Refer, ANA, Rede de telecomunicações, Lusa, RTP Internacional, RTP África, terminais de refinarias e oleadutos);
    * Suspender e anular PPP/planos de iniciativa governamental previstas e em curso, que não são mais do que impostos dados a privados em troca de projectos de escassa utilidade. Concretamente, Plano Nacional de Barragens (que beneficia a EDP), E-escola (que beneficia a PT), TTT, TGV e Alcochete, (que beneficia Motas-Engis, BES e escritórios de advogados) SCUTS (que beneficia as Brisas);
    * Orientação das obras públicas para o aproveitamento do património/infra-estruturas existentes em vez de construir novo, acabando com o desperdício de impostos que apenas servem para alimentar o sector da Construção Civil e Obras Públicas que em Portugal tem um peso no PIB 50% superior à média da OCDE e que inevitavelmente tem que se reduzir. Exemplos:

    * Reabilitar linhas férreas para bitola europeia, sobretudo na área das mercadorias em vez de avançar com o TGV;
    * Descentralizar, modernizar e orientar para low-cost aeroportos existentes (Bragança, Vila-real/Leiria, Alverca) em vez de Alcochete;
    * Impedir situações como, por exemplo, a intenção de Rui Rio, no Porto construir um novo pavilhão de congressos com fundos públicos a escassos 300 metros de 2 já existentes; Ou então a intenção de em Matosinhos se construir um caríssimo edifício de autor no molhe do porto de Leixões, para lá instalar uma mera residência universitária; Apesar do clima, há mais pavilhões gimno-deportivos per capita em Portugal do que na Escandinávia.

    Esta é que seria a verdadeira a Ruptura Económica de Paulo Rangel.

    http://norteamos.blogspot.com/2010/03/verdadeira-ruptura-economica-de-paulo.html

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  19. Desconhecida's avatar
    Ricardo Arroja permalink
    3 Março, 2010 17:37

    Caro LR,

    Parece-me que se anda a menosprezar a candidatura de Aguiar-Branco…devagar, devagarinho, ele lá continua a coleccionar apoios (hoje é o Miguel Cadilhe)…

    Um abraço,
    ra

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  20. José Barros's avatar
    José Barros permalink
    3 Março, 2010 18:33

    Bom resumo debate. Concordo em absoluto com tudo.

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  21. LR's avatar
    3 Março, 2010 19:12

    Caro Ricardo,

    “Parece-me que se anda a menosprezar a candidatura de Aguiar-Branco…devagar, devagarinho, ele lá continua a coleccionar apoios (hoje é o Miguel Cadilhe)…”

    Eu não menosprezo ninguém, mas Miguel Cadilhe vale apenas pelo seu voto. Entretanto, o presidente de um qualquer obscuro núcleo de Azinhais de Cima que tb é presidente da Junta de Freguesia local e que está em dívida com o presidente da distrital porque este lhe arranjou emprego para a filha na Câmara, consegue por si só “arrebanhar” uma trintena de votos. Trata-se maioritariamente de velhinhos reformados, que foram várias vezes “contemplados” com passeios dominicais a Fátima ou ao Oceanário (aos fins de semana a A1 está “infestada” de camionetes das Juntas de Freguesia) e atempadamente inscritos no partido. Na altura de eleições neste, há sempre umas Ford Transit que descarregam umas dezenas de velhinhos já previamente instruídos para votarem no candidato apoiado pelo presidente da distrital. Claro que é importante que ele ganhe, sob pena de estarem em risco os passeios dominicais e o emprego da filha do presidente da Junta.
    Na nossa partidocracia, meu Caro, é assim que está montado o sistema piramidal de pequenos/grandes poderes. Por isso a democracia interna dos partidos, seja com eleições directas ou em congresso, é pura ficção.

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  22. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    3 Março, 2010 19:18

    Devo discordar. Parece-me inconcebível a um plano exclusivamente mediático.

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  23. Desconhecida's avatar
    3 Março, 2010 19:18

    Este post é um rodriguinho. Admite, enfim, que mediaticamente PPC é melhor, mas a intencionalidade do relato é extrair até ao máximo as virtudes de Paulo Rangel. A densidade, a profundidade ou o conteúdo incomparavelmente melhor deste comparando-o com o outro, que é um pouco postiço ou uma colagem até, do Primeiro-Ministro. Isto não é fundamentação alguma! Enfim, trata-se de um post apenas para relativizar a derrota de Paulo Rangel…O post é muito fraco; é necessário uma atitude intelectualmente honesta para se analisar o que quer que seja – a menos, claro, que o objectivo seja a propaganda política.
    Espero que os próximos análises consigam ir além do plano formal mencionado.

    Cumprimentos

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  24. Desconhecida's avatar
    rfv permalink
    3 Março, 2010 21:51

    Passo Coelho venceu, indiscutivelmente, o debate de ontem e não apenas no plano mediático, como é sugerido neste post. A postura de estado e a capacidade oratória de Passos Coelho colocam-no, de imediato, em vantagem. Não se tratando, porém, de uma questão de mera forma, importa aqui sublinhar que a contundente (e de certo modo, confrangedora) derrota de Rangel se deveu à abordagem ponderada e incisiva dos diversos temas, por parte de Passos Coelho, que esteve claramente melhor nas questões económicas, não hesitando também em responsabilizar a actual direcção do PSD e o próprio Rangel pela estratégia eleitoral que conduziu o partido a um dos piores resultados da sua história. Rangel não só não soube responder à crítica do adversário, como insistiu no inconcebível argumento da “asfixia democrática”. Nas questões das Finanças Regionais e do Orçamento de Estado, Rangel não esteve igualmente à altura, tentando, de forma infrutífera, colar o discurso de Passos Coelho às posições do Governo. Só quem ainda não tiver lido o “Mudar”, poderá identificar o projecto que Passos Coelho apresenta ao país com o que quer que Sócrates pretenda fazer. É, aliás, nesta matéria que as duas candidaturas mais se diferenciam. Concordando-se ou não com as propostas de Passos Coelho, a verdade é que elas existem. Pelo contrário, do projecto de Rangel nada se sabe; para além de acenar ao eleitorado mais conservador com a exigência de maior rigor nas escolas, limitou-se apenas a dizer aquilo que não tenciona fazer. Passos Coelho pulverizou o discurso vago e hesitante de Rangel sem dificuldades de maior. É cada vez mais evidente, dentro e fora do PSD, que Passos Coelho representa a única e verdadeira alternativa do partido ao Governo PS. Lamento que este post tenha somente por objectivo desvirtuar os factos e inverter o resultado do debate de ontem. Estou, em todo o caso, certa de que não será capaz de convencer ninguém.

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