Um quadro simples
18 Junho, 2010
Não sei se os nossos responsáveis que acham que não é preciso mudar nada na legislação laboral conhecem este quadro retirado de um relatório recente da OCDE.
Se não conhecem, deviam conhecer. Não é preciso ser especialista para verificar que Portugal tem a sétima mais rígida legislação laboral (a quinta mais rígida da União Europeia) e que é o país de toda a OCDE em que é mais difícil realizar um despedimento individual.
Há quem continue a achar que não há relação entre a rigidez da da legislação laboral e a competitividade das economias. Deve ser por isso que, entre os quatro países da UE com legislação ainda mais rígida do que a nossa, estão a Grécia e a Espanha…

Agora é só comparar com as taxas de desemprego, com as taxas de crescimento e com os PIBs pc. Talvez um dia percebam.
Isto+dívida pública+peso do estado trouxe-nos ao estado actual.
jcd
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Quadro muito interessante e útil. Obrigado por partilhar.
Gostava de ver o relatório completo. Pode indicar o link ou o título?
Pedro H.
http://estadosocial.wordpress.com/
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Com números prova-se tudo o que quisermos.
Arranja-se uma média, nem que para isso tenhamos que somar países de economia selvagem, como os EUA e Canadá, para arranjar um número jeitoso.
Depois comparamos.
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Deve ser por isso que, entre os quatro países da UE com legislação ainda mais rígida do que a nossa, estão a Grécia e a Espanha e o Luxemburgo
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Posicionamento de Portugal no Índice da Liberdade Económica publicado em 2010, referente a 2009 e dizendo respeito a 179 países (4 outros não apresentaram ou não foi possível coligir dados), pela Heritage Foundation (download dos dados possível aqui;
Índice global – 62º lugar (53º lugar em 2008)
Bussiness freedom – 36º (31º em 2008)
Liberdade de comércio – 25º
Liberdade fiscal – 158º (idem em 2008)
Despesa pública – 157º (idem em 2008)
Liberdade monetária – 14º
Liberdade de investimento – 36º
Liberdade financeira – 42º
(Protecção de) direitos de propriedade – 33º
Defesa da corrupção – 32º (29º em 2008)
Liberdade laboral – 168º (167º em 2008)
Para se ter uma perspectiva mais larga da evalução do nosso país nas “liberdades” referidas, apresento de seguida os valores absolutos de cada índice (maiores valores significa evolução positiva), em cada “liberdade”, em 2004 e 2009:
Índice global – 64,4 (2009) / 62,4 (2004)
Bussiness freedom – 80,5 / 70
Liberdade de comércio – 87,48 / 80,2 e
Liberdade fiscal – 61,0 / 61,7
Despesa pública – 37,1 / 32
Liberdade monetária – 79,7 / 83,2 e
Liberdade de investimento – 70 e 70
Liberdade financeira – 60 / 50
(Protecção de) direitos de propriedade – 70 / 70
Defesa da corrupção – 61 / 66
Liberdade laboral – 37 / 41,2
Note-se a significativa degradação dos dois últimos factores: corrupção e “liberdade laboral”
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As peripécias que certas firmas passam para (não se conseguirem) desembaraçar de empregados inúteis, prejudiciais e vigaristas é um hino desmotivador a todos os restantes trabalhadores produtivos.
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Os Cãotribuintes..
Somos nós os desventurados
Os pobres contribuintes
Obrigados a sofrer até ao fim dos tempos
A sorte a que imper
A que impertubáveis
Nos condenam os nossos go
Todos os nossos governos
Se meteres cem francos de gasolina
Oitenta vão para o Estado
Olha cheio de concupiscência
Os Cadillac… Olha pra outro lado
No teu dois cavalos de brincar
Saltita ao longo dos caminhos
É uma sorte poderes circular
Amanhã vão-to proibir
Taxa sobre o álcool e a cerveja
Sobre os definitivos e os provisórios
Sobre o triste celibatário
Castigado por ser só um
Controlam-te todos os passos
Ah compraste um belo naco
Tudo corre às mil maravilhas
Paga guloso paga prò saco
Refrão
Numa bandeja o Estado dá-te
Um prato… apanhas um desgosto
Está vazio E tu admiras-te
Mas é o prato do imposto
Tu passeias pela vida
De peito feito cheio impante
Cuidado com o imposto sobre a energia
É para ontem… ou mesmo antes
Um belo dia sobre o oxigénio
Ligar-te-ão o contador
Tarifa simples o ar do Sena
Tarifa dupla o ar da serra
Eis porém que tu te fartas
Preferes andar aos caídos
Ou tornar-te engolidor de facas…
Taxa de engolidor acrescentada
Refrão
Um remédio o casamento
Dizes de súbito e corres
A procura de uma rapariga séria
Que saiba de amor e de comes
Apressas-te e calculas
Que ao fim de doze filhos o abono
Do teu rendimento minúsculo
Compensará a escassez
Mas um inspector das Finanças
Põe-se a badalar a ideia
E pare… sem dor por minha fé
Um texto cheio de veia
Então a Câmara classifica-te
Como garanhão de cobrimento
Medem-te e tens a mais
Pagas taxa sobre o comprimento
Refrão
Se pagasses para alguma coisa
Sempre tinhas uma justificação
Mas infeliz daquele que ousa
Perguntar pr’onde vai o cifrão
Temos estradas miseráveis
Não há escolas mas padres
Acabou o bom vinho há carrascão
Mas fornecem-nos o puré
O governo da França
Republicano — ou que assim diz que é —
Só um prato oferece com abastança
O frango… pilim para o arroz
E para evitar a falência
Dos pobres vendedores de canhões
Faz-se uma guerra do pé para a mão
A guerra não se diz que não…
Mas nós os pobres cães os pobres contribuintes
Virá um dia em que de pau em punho
Nos consolaremos a limpar o redil
Onde os nossos seiscentos porcos estão maduros para o enchido
Boris Vian,
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Gosto mais da versão da câncio…
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Miguel Madeira – errado.
A partir do momento que há liberdade de despedimento individual – e em Espanha há – a legislação sobre contratação a prazo tem muito pouco interesse.
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http://www.publico.pt/Sociedade/almada-duas-criancas-queimadas-no-garcia-de-orta-por-troca-de-medicamento_1442619
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As peripécias que certos trabalhadores passam para (não se conseguirem) desembaraçar de empresas inúteis, prejudiciais e vigaristas é um hino desmotivador a todas as restantes firmas produtivas.
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Portugal é uma vergonha quando se fala de despedimentos, as pessoas não produzem porque não precisam, uma pessoa com mais responsabilidade da mesma fundação (empresa), chama a atenção e ainda se abre processos, para despedir tenta arranjar maneiras(desculpas) para o mesmo efeito, e nada se consegue. Custa dizer isto mas isto é uma vergonha com que cada pessoa tem de viver. E com uma pequena reflexão acho que todos nós que queremos um portugal, melhor temos que reflectir perante esta sociedade criada pós 25 de Abril, sim fomos nós que a criamos, este Portugal cada vez mais pequenino em tudo, quer na competitividade económica, quer no serviço de saúde, quer nas pessoas formadas, para que se tanto tenta neste momento criar maneiras de se criar estatísticas contra, nós só temos duas estatísticas maiores, taxa de desemprego e divida publica.
Obrigado pela leitura e boa noite a todos
JM
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