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Miguel Abrantes debate com Miguel Abrantes

24 Agosto, 2010

Agora, em 2010, o autor que usa o pseudónimo Miguel Abrantes cita as críticas de Correia de Campos às deduções:

Como as necessidades de saúde não são directamente proporcionais à riqueza, (são até os mais pobres que têm mais necessidade) este sistema produz um duplo efeito regressivo: beneficia desproporcionadamente os mais ricos, e custando dinheiro ao Estado (dinheiro público que se não cobrou) acaba por ser pago pelos restantes impostos que recaem sobre toda a população, sobretudo os indirectos, como o IVA.

Mas esta posição de Correia de Campos já tinha sido refutada pelo autor que usava o pseudónimo de Miguel Abrantes no ano passado:

Imagine-se um contribuinte cujos rendimentos são tributados à taxa de 10,5 %. Se esse contribuinte (ou alguém do seu agregado) tivesse problemas que implicassem despesas de saúde (ou de educação, por exemplo) de 1.000 euros, podia abater ao rendimento 105 euros. Um outro contribuinte, com rendimentos elevados, e por isso tributados à taxa de 42 %, podia abater, tendo em conta despesas de saúde também de 1000 euros, 420 euros.

A alteração à lei levada a cabo pelo Governo de Guterres visou tornar o sistema mais justo, dando benefícios maiores aos contribuintes de menores rendimentos. Em lugar do abatimento ao rendimento, a lei passou a prever a dedução à colecta à taxa de 30 por cento, em que, no exemplo das despesas de saúde de 1000 euros, todos os contribuintes passam a poder deduzir 300 euros.

A proposta suicida de Louçã significaria um agravamento da carga fiscal de 1000 milhões de euros, suportados esmagadoramente pela classe média.

Acresce que toda a filosofia do IRS assenta na existência de compensações para os contribuintes cujos rendimentos, por razões de saúde ou outras situações previstas na lei, vêem os seus rendimentos reduzidos. Só é possível abandonar o actual sistema fiscal se se realizar uma (contra-)revolução na tributação do rendimento.

(Bold meu) Uma coisa é certa, neste debate o Miguel Abrantes tem razão.

13 comentários leave one →
  1. 24 Agosto, 2010 14:38

    Sabujo não pensa, sabujo obedece.
    Mas também reconheço que, neste caso, o Abrantes está com carradas de razão.

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  2. 24 Agosto, 2010 14:40

    O Miguel Abrantes levou um baile do Miguel Abrantes. Mas gostava mesmo era de conhecer a opinião do Miguel Abrantes.

    PS: Hoje saem directivas novas para os Miguéis Abrantes.

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  3. Alves permalink
    24 Agosto, 2010 15:00

    Mas qual dos Miguéis Abrantes é que tem razão? Ambos?

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  4. Salvador permalink
    24 Agosto, 2010 15:18

    brillant!

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  5. Filipe permalink
    24 Agosto, 2010 15:24

    “Como as necessidades de saúde não são directamente proporcionais à riqueza, … este sistema produz um … efeito regressivo: beneficia desproporcionadamente os mais ricos”

    Não consigo perceber esta frase. Porque beneficia desproporcionadamente os mais ricos se a dedução à colecta (é disso que se fala) é igual para todos? Se todos deduzem 100 (nem sei o valor certo) não é quem ganha mais que fica mais “prejudicado” visto que percentualmente o seu desconto é menor?

    É uma pergunta para o Abrantes II.

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  6. Alexandre Carvalho da Silveira permalink
    24 Agosto, 2010 15:26

    O Miguel Abrantes só existe porque há quem lhe dê corda. Já disse e redisse mil vezes que o Miguel Abrantes tem as suas raizes no antigo regime: ele seria da Mocidade Portuguesa, seria da Legião, e até como se vê por certos posts da Pide.
    O Miguel Abrantes é um ser abjecto, de sargeta, invertebrado, enfim a imagem do chefe dele o tal sobre quem já é dificil encontrar adjectivos que o classifiquem

    ps Surgiu ontem um manifesto de pessoas ligadas à saude, encabeçado pelo inefavel A. Arnault, utilizando a mesma linguagem do Sócrates, do Canas, e do ressurgido sub-Canas de cabelo pintado; naquele grupo de pessoas, há oportunistas e quejandos, mas há 2 pessoas, que pelo seu valor e passado como médicos eu pensava que não se prestariam a estes papeis. Refiro-me a Eduardo Barroso, e Sobrinho Simões.

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  7. 24 Agosto, 2010 16:08

    Esta é fantástica: “dinheiro público que se não cobrou”. Que é dinheiro, tudo bem. Mas agora o dinheiro, por definição, é público? Já chegamos aí?

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  8. Tiradentes permalink
    24 Agosto, 2010 17:08

    È….vai-te habituando.
    Tu trabalhas
    Tu empreendes
    Tu crias riqueza
    Mas aquela que for tua, aquilo que ganhares , primeiro é “pública” “do estado” e só depois de feita a “justiça social” é que te deixam ficar com uns cobres no bolso.
    Não percebeste?
    Eu resumo:
    È o socialismo.

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  9. 24 Agosto, 2010 17:18

    Passei a barreira dos 65 anos e passei a pagar menos 50% em todos os actos médicos do SNS.
    Tenho uma substancial reforma.
    É esta a justiça socialista.

    Nota
    Comentário que será talvez publicado dependendo do humor do dono do post.
    Rezemos.

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  10. ricardo permalink
    25 Agosto, 2010 21:08

    Os malandros dos ricos até conseguem fugir às doenças à custa dos coitadinhos.
    Toda agente sabe que as doenças preferem os pobres e estão feitas com os ricos para oprimir as classes trabalhadoras.
    As vozes do chefe estão cada dia mais imbecis.

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  11. 26 Agosto, 2010 05:02

    A maioria dos ricos/aspirantes a… é estúpida e ignorante porque foge dos hospitais públicos quando são estes que podem proporcionar-lhes aquilo de que precisam, cuidados de saúde de qualidade… Mas pior… alardeiam as inúmeras vantagens de uma qualquer clínica privada não sabendo sequer o que se passa lá… Eu nisto estou com a Ministra da saúde, se tiver alguma doença grave quero é um hospital público…

    http://saudeeportugal.blogspot.com

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  12. Nuno Melo permalink
    26 Agosto, 2010 11:46

    E o mais engraçado é ver o que dizem eles agora com o que disse o primeiro-ministro nos debates da campanha eleitoral. Este post acerta na mouche. http://www.aventar.eu/2010/08/26/jose-socrates-vital-moreira-os-abrantes-e-os-beneficios-fiscais/

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