o que aconteceu a portugal e aos portugueses
«O instrumento de colectivização preferido actualmente é o Estado Assistencial. Os colectivistas não abandonaram a sua meta final – subordinar o indivíduo ao Estado – mas a sua estratégia mudou. Aprenderam que o socialismo pode ser atingido através do Assistencialismo tão bem quanto através da Nacionalização. Compreendem que a propriedade privada pode ser confiscada tão eficazmente pela tributação quanto por expropriação. Compreendem que o indivíduo pode ser colocado à mercê do Estado não apenas tornando o Estado seu empregador – mas privando-o dos meios de prover as suas necessidades desde o berço até ao túmulo. Além disso, descobriram – e aqui está o ponto crítico – que o Assistencialismo é muito mais compatível com os processos políticos de uma sociedade democrática. A Nacionalização encontra oposição popular, mas os colectivistas sentem-se seguros de que o Estado Assistencial pode ser construído pelo simples expediente de comprar votos com promessas de hospitalização “gratuíta”, proventos de aposentadoria “gratuítos” e por aí em diante. (…)
Não nos agrada essa mudança de estratégia. O Socialismo através do Assistencialismo cria um perigo muito maior para a liberdade do que o Socialismo através da Nacionalização, precisamente porque é mais difícil de combater. Os males da Nacionalização são evidentes por si próprios e imediatos. Os do Assistencialismo são velados e tendem a ser adiados. As pessoas são capazes de compreender as consequências da entrega da propriedade da indústria siderúrgica, digamos, ao Estado; e é possível contar que se oponham a tal proposta. Mas aumente o governo a contribuição para o programa de “Assistência Pública” e nós, no máximo, resmungaremos contra as despesas governamentais excessivas. O efeito do Assistencialismo sobre a liberdade será sentido mais tarde – após os seus beneficiários se terem tornado as suas vítimas, após a dependência em relação ao governo se ter tornado servidão e ser tarde de mais para abrir as portas da prisão. (…)
Consideremos as consequências para quem recebe assistencialismo. Em primeiro lugar, ele hipoteca-se ao governo (federal). Em troca dos benefícios – pelos quais, na maioria dos casos, ele paga – concede ao governo o máximo de poder político – o poder de conferir-lhe ou negar-lhe as coisas necessárias à vida, como o geverno achar necessário. Ainda mais importante, porém, é o efeito sobre ele – a eliminação de todo o sentimento de responsabilidade pelo seu próprio bem-estar e pelo da sua família e dos seus vizinhos. É possível que um homem não compreenda imediatamente, ou nunca compreenda, o dano assim causado ao seu carácter. De facto, este é um dos grandes males do Assistencialismo – transformar o indivíduo de um ser espiritual digno, industrioso, auto-confiante, numa criatura animal dependente sem o saber.»
Barry Goldwater, The Conscience of a Conservative, 1963.
Essa do ASSISTENCIALISMO é deveras engraçada.
Um gajo compra qualquer coisa e quer logo saber do assistencialismo à coisa.
Assim, um gajo vota e quer saber que assistencialismo lhe dão.
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se fossemos espertos , nacionalizávamos de livre vontade. as coisas hoje dividem-se me públicas e semipúblicas , estas últimas sofrem as consequências da intromissão do estado no seu funcionamento , perda de produtividade e de recursos , montes vão à falência , e não gozam dos privilégios das públicas , da asinha protectora do estado sobre os boys. aconselhava que dessem as chaves do semipúblico ao estado de forma a podermos gozar da irresponsabilização e podermos gerir mal à vontade sem consequências.
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Concordo com a associação desta teoria à realidade portuguesa anterior a esta crise. Contudo, agora assistimos ao desmontar do assistencialismo. Vejam-se os dados da redução dos benificiários de RSI, a redução da percentagem dos que estando desempregados, recebem o subsídio de desemprego, aos cortes do abono de família, etc.
Estes cidadãos, anteriores dependentes do Estado, encontram-se agora com uma cesta sem peixe, mas também sem cana que a ajude a encher de forma autónoma. O que fazer? A curto-prazo sugeria que se juntassem à manif de 12/Mar, pois têm algumas razões para o fazerem, embora alguns devam, em consciência, penitar-se pela sua imprudência pessoal ao se deixarem enlear na armadilha assistencial.
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Uma análise certeira e acutilante.
Excelente texto.
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Cavaco apela a que nos voltemos para a floresta. Estou mesmo a ver as hordas de recém-licenciados em Hermenêutica a fazerem isso.
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Em suma:
No regime socialista, os cidadãos estão divididos em duas classes: os pagantes e os gastantes.
Os pagantes são os que trabalham, produzem riqueza e são coagidos a pagar impostos.
Os gastantes apoderam-se do dinheiro alheio, como qualquer ladrão, e utilizam-no a seu bel-prazer: criam empresas (para si próprios e para os amigos) e compram votos para se perpetuarem no poder.
É isto o socialismo.
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Cavaco parece que acordou hoje….
Vale mais tarde do que nunca.
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Se quiser voltar-me para a floresta, terei que preencher quatro formulários onde lo Estado recenseia a quantidade de folhas mortas que apanho?
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Não vejo moita onde saia Coelho….
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Cavaco Silva acaba de discursar para os 25% do povo que o elegeu.
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Aposto que o Ricardo Salgado assina por baixo.
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Por acaso, concordo com muitas coisas que escreveu neste post. O problema é que não há alternativas ao estado assistencial. Nenhum partido de direita se atreve a tocar-lhe.
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Óptimo discurso de Cavaco Silva !
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O texto é de 1963? Barry Golwater? Que me seja desculpada a opinião, mas é do mais balofo que há. Nem na mesa do café me atreveria a dizer tantas banalidades seguidas sem me dar um ataque de riso. Entre outros tantos aspectos, o texto ajuda a perceber porque foi esmagado nas eleições de 1964. As sociedades mais avançadas em termos civilizacionais criam naturalmente sistemas de protecção para os cidadãos de forma a não os abandonar à sua sorte, seja na doença, seja na velhice. Ou na educação, enquanto jovens. Isso sim, ao contrário dos animais irracionais que, se não tiverem o “assistencialismo” dos seus ‘donos’, dependem totalmente da arbitrariedade da mãe natureza e da crueldade dos outros predadores.
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CSilva faz grande apelo ao consenso e, simultaneamente, retira do armário “a bomba atómica” !
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A minha primeira experiência com os Censos, resumida numa frase da recenseadora: “olhe que eles vão saber, o senhor não preenche, ou não se identifica, ou não recebe isto e eles vão saber”.
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Caro rui a.,
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Permita-me a sugestão de leitura, de algo (não completamente) a latere deste belo texto da grande figura anti-estatista, que foi Barry Goldwater, da peça intitulada “It’s Libya’s War Not Ours” de Patrick J. Buchanan.
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«É possível que um homem não compreenda imediatamente, ou nunca compreenda, o dano assim causado ao seu carácter.»
Ainda bem que há quem não vá nessa conversa! Basta olhar para a cara e ouvir aqueles grunhos do “Tea Party” a acenar com a ira de Deus, apreciar a profundidade humana de Sara Palin e admirar a complexidade intelectual daqueles “red neck” sempre de espingarda a tiracolo e a cuspir asneiras… para perceber o “dano” que o assistencialismo provocaria ao seu carácter. :-)))
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Infelizmente as partidocracias transportam no bojo, entre outras flagrantes injustiças, o parasitismo duma vasta camada da sociedade que vive ‘dependurada’ do Estado, nada lhe dando em troca. Os governos de esquerda são exímios neste tipo de ‘manobras’ – um estratagema que garante votos em troca de benesses fáceis, à custa dos impostos de quem trabalha no duro. Cavaco Silva, esta tarde, na sua tomada de posse na AR, pôs o dedo na ferida nesta e noutras matérias, em que o governo de Sócrates está a lançar o país para uma situação social, económica e financeira insustentável. O país está em insolvência. Temos a maior dívida externa dos últimos 150 anos. Portugal só consegue financiar-se nos mercados internacionais a taxas de juros esquizofrénicos. E por aí fora.
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Obrigado pelo seu grunho Samuel, o típico estatista que apoiante da corrupção de Estado.
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O dinheiro que o Estado tirou ás pessoas para distribuir corrompe.
É aliás um dos objectivos corromper. Comprar uma clientela.
Tiram a A para dar a B -seja em espécie, seja em empregos. Desse modo os B’s votam neles. Corrupção pura e simples.
Depois haverá cada vez menos A’s e cada vez mais B’s.
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A razão porque a maioria da Esquerda já não quer as nacionalizações é porque é uma esquerda comodista.
Ou seja a Esquerda prefere ter os capitalistas e o povo a trabalhar para ela via impostos do que ser ela a responsabilizar-se pela produção.
Desse modo não é responsável por nada em que se note o falhanço ao fim de 4 ou 5 anos .
A medida do falhanço só se verificará ao fim umas décadas quando a iniciativa desaparecer.
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Este Samuel, das 18:14, na vida apenas admite o ‘filme’ a preto e branco: uma direita estúpida e má e, naturalmente, uma esquerda é inteligente e boa. Pobre criatura, coitada.
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AuH2O rules…Mai nada!
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A Suécia e a Dinamarca são países pobres e com grandes desigualdades devido ao regime social-democrata que aí vigora desde os anos 30.
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Portugal deve recusar um caminho de desenvolvimento económico e social como o da Dinamarca e da Suécia e optar por um regime capitalista “laissez-faire” que tão bons resultados trouxe no inicio do seculo XX e que não resultou na Grande Depressão dos anos 30.
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Vivam o Bear Sterns, Lheaman Brothers, AIG, RBS, Fortis, etc. , os exemplos dos mercados eficientes racionais e quase perfeitos.
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acho piada como falam da suécia , por exemplo , como se aquilo fosse uma realidade estática. por lá , para aquilo não ir à vida , também andam a cortar com mão dura nos subsidios , sobretudo a emigrantes. por outro lado , os governantes andam a pé e de metro , alugam T0 quando vivem longe do parlamento e demitem-se por vergonha quando é caso disso , corrupção pequenina , parece. ora , porque é que não imitam antes estes comportamentos? o défice diminuia logo e podiamos continuar com o papá dá o pão , dá o pau.
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É impressionante a falta de informação da esmagadora maioria da população portuguesa, nomeadamente:
– o caso da Suécia (ver o seguinte vídeo: http://videos.sapo.pt/ZFsmmC9G4163sJ0Hh7Wb). Trata-se de um país que construiu, durante um século, uma enorme prosperidade, baseada numa sociedade civil forte e numa economia altamente liberal. Em menos de 20 anos, um SPD mais hard viria a desbaratar esse capital quase por completo;
– a Grande Depressão (ler http://www.cato.org/pub_display.php?pub_id=3357 ou http://www.cato.org/pubs/tbb/tbb-0508-25.pdf).
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Obrigado pelos links, caro Rui Miranda. De facto, já não há pachorra para a história da «Suécia-social-democrata-e-intervencionista-desde-os-anos-30».
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Já não há pachorra para a tentativa de esquecer que a Suécia e a Dinamarca têm regimes sociais-democratas desde o inicio dos anos 30 até ao momento, e que são países ricos.
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Vejam lá quantos anos os partidos sociais-democratas governaram nesses países desde essa altura.
Vejam lá a qual é a estrutura da despesa pública nesses dois pobres países.
Vejam lá como é que lá é a saude, educação e s.social.
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E já agora digam lá qual o país que se desenvolveu com essas teorias dos mercados eficientes, perfeitos e eficientes ?
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E já agora, já entenderam como funciona a economia num sistema monetário onde existem bancos e moeda-estado (fiat-money) ?
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“Pi-Erre
Posted 9 Março, 2011 at 16:25 | Permalink
Em suma:
No regime socialista, os cidadãos estão divididos em duas classes: os pagantes e os gastantes.
Os pagantes são os que trabalham, produzem riqueza e são coagidos a pagar impostos.
Os gastantes apoderam-se do dinheiro alheio, como qualquer ladrão, e utilizam-no a seu bel-prazer: criam empresas (para si próprios e para os amigos) e compram votos para se perpetuarem no poder.
É isto o socialismo.”
Hás-de dizer-me qual é o tipo de regime ou de sociedade em que isso não acontece…
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