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Como provar que uma obra pública não derrapa

12 Março, 2012

Tipicamente, na fase do marketing político e empresarial, o promotor (um político à cata de votos ou um boy a justificar despesa) estima um valor baixo para os custos da obra. Numa segunda estimativa, já com a obra aprovada é feito um orçamento mais realista. Eventualmente faz-se uma terceira estimativa mais tarde quando a obra esbarra nas complexidades específicas (o terreno não era como se pensava, a legislação gera sobrecustos, os acabamentos e os equipamentos afinal não tinham sido contabilizados). Então como é que um espertalhão pode provar que a derrapagem não foi assim tão grande ou que no limite não houve derrapagem nenhuma? Fácil. é ignorar a primeira estimativa (a do marketing político) e talvez até a segunda, e usar a segunda ou a terceira. O ideal mesmo era que não se fizessem estimativas e que os políticos pudessem lançar obras sem nunca fazer um orçamento prévio.

6 comentários leave one →
  1. 12 Março, 2012 12:25

    Mas também não é preciso exagerar: http://www.arrastao.org/2486333.html

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  2. 12 Março, 2012 12:56

    O exemplo vem da Sopa de Pedra:
    A sopa é feita com água temperada de sal e uma boa pedra, de preferência redonda.
    Coisa barata.
    A meio da cozedura, verifica-se que talvez fique melhor com um chouriço e põe-se o chouriço.
    E porque não uma couve também?
    Quem paga… isso agora não interessa nada.

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  3. Monti permalink
    12 Março, 2012 13:07

    Pelos vistos,
    quando deixar de ser ashim,
    deixamos de ser portugueses.
    Ámen.

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  4. Arede permalink
    12 Março, 2012 16:13

    para que uma obra não derrape, basta haver muito rigor, profissionalismo em abundância, bom senso e sobretudo, que seja aplicado o princípio da negociação e adjudicação pelo método Forfait – Expressão francesa significando a convenção ou acordo pelo qual uma das partes do contrato se obriga a fazer ou a fornecer alguma coisa por um preço certo, perdendo ou ganhando com a estipulação.

    Tão simples quanto isto, e que se aplica nas empreitadas particulares.

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  5. JDGF permalink
    12 Março, 2012 22:44

    O problema das derrapagens é o da bola de neve. Se eu abrir uma excepção para ti, terei de abrir excepções para todos…
    Todavia, este Governo (como aliás os anteriores) lida mal com as regras. É atraído pelas excepções como, p. exº., já se verificou na TAP e na CGD. Contudo, uma espécie muito particular de derrapagens está para aparecer à luz do dia: as parcerias público-privadas (PPP’s). Isto é que vai ser “colossal”!

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  6. Nuno permalink
    13 Março, 2012 02:03

    .
    A coisa é tão fácil de resolver que me deixa atónito haver tanta estupidez junta!
    Sendo certo que eu em Portugal não meto o bedelho… Livra!
    .

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