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representatividade

29 Março, 2012

Uma das medidas mais interessantes do Memorando de Entendimento, a ser adoptada no próximo trimestre, é esta:

“4.7 […]o Governo irá […] ii. definir critérios claros a serem seguidos para a extensão das convenções colectivas e comprometer‐se com o seu cumprimento. A representatividade das partes e as implicações da extensão das convenções para a posição competitiva das empresas não filiadas, terá de ser um dos critérios. A representatividade das partes será avaliada com base em indicadores quantitativos e qualitativos. Para este fim, o Governo encarregará o INE de efectuar um inquérito para coligir dados sobre a  representatividade dos parceiros sociais de ambos os lados. Será elaborada uma proposta de lei para definição dos critérios da extensão e modalidades de implementação até ao T2‐2012;”

Não sei como irá ser implementada esta medida, mas suspeito que em breve ouviremos vozes de “ambos os lados” (sindicatos e associações patronais) a vociferarem contra a “invasão ilegítima” por parte do estado, ao querer saber quantos trabalhadores e quantas empresas é que cada uma deles efectivamente representa.O próprio Governo não terá grande interesse na implementação da medida, já que a mesma contribuirá fortemente para reduzir o seu poder discricionário na escolha das convenções colectivas que são alvo de extensão (ou na própria decisão de aprovar a extensão de CTs aprovadas por entidades sem qualquer representatividade). No entanto, uma implementação adequada da medida contribuiria não só para se saber quem representa o quê, como para reduzir fortemente aqueles poderes discricionários do Governo e, provavelmente, até para fomentar a contratação colectiva. Daqui a três meses se verá se foi ou não uma oportunidade perdida.

29 comentários leave one →
  1. Xiça permalink
    29 Março, 2012 01:24

    Um inquérito desses teria imensa piada hahahaha, mostraria como todas essas organizações são completamente insignificantes no dia a dia do país.
    Mas obviamente que isso não interessa a ninguém, nem mesmo aos governos.

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  2. piscoiso permalink
    29 Março, 2012 07:23

    Há casos escandalosos.
    Conheço uma associação de pais que é representada por um avô.

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  3. 29 Março, 2012 07:50

    Ou muito me engano, ou é o próprio governo que vai evitar, a todo o custo, aplicar esta medida…

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  4. 29 Março, 2012 09:28

    O vosso conceito de “implementação adequada” é simplesmente afastar de vez os sindicatos da CGTP, não é verdade? Voltas e mais voltas, palavreado e mais palavreado, reestruturações e avaliações, mete-se o INE ao barulho para dar um ar sério e estatístico à coisa – fazendo de conta que não está lá aquele curioso e difuso factor ‘qualitativo’ – e o objectivo é exactamente esse. Calar a CGTP e a representatividade dos seus sindicatos, cujo peso é o que sabemos. Já que a UGT é o pau-mandado da direita, que não faz mossa nenhuma às políticas do capital, antes pelo contrário, esta será – se não for derrotada antes – mais uma ardilosa forma de contornar a dificuldade que é ter de levar com as razões dos trabalhadores portugueses. Aliás, o próprio post fala de “invasão ilegítima”, o que é uma significativa reacção inconsciente – um reconhecimento bastante claro – à interferência externa na soberania nacional.

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  5. Jeropiga permalink
    29 Março, 2012 11:11

    Foi com receio da aplicação desta medida que a UGT assinou o acordo.

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  6. 29 Março, 2012 11:53

    Ou se começa a inflectir a política de distribuição do trabalho e se começa a pensar num novo modelo fiscal adaptado a uma economia aberta à globalização ou, só temos o exemplo da Grécia para seguir…
    E ficam todos estes “parceiros sociais” a decidir convenções colectivas que serão pouco mais relevantes que as decisões sobre o sexo dos anjos…
    http://notaslivres.blogspot.pt/2012/03/menos-defice-sem-mais-austeridade-e.html

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  7. anti-comuna permalink
    29 Março, 2012 13:05

    Mais um ataque a Portugal. (Espero que o link seja acessível.)
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    “For Portugal, Moment of Truth Nears
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    in http://online.wsj.com/article/SB10001424052702304177104577309491538614560.html
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    A parte mais interessante do artigo é esta:
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    “Portugal’s banks also haven’t stepped in heavily to buy government debt, an important ingredient of the revival in Spanish and Italian sentiment. Portugal is thus in a sort of public-finance purgatory. Its fiscal woes aren’t Greek in stature, but nor has it delivered the steady improvements that fellow bailout recipient Ireland has.”
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    “Portugal’s 10-year bond on Wednesday yielded above 11%, according to Tradeweb, down from 13.5% at the beginning of the year. Volume is thin and prices volatile. The comparable Irish bond yielded less than 7%.”
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    Vejam como eles manipulam largo. Os yields da Irlanda estão acima dos 8% e têm subido, ao contrário de Portugal:
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    http://www.bloomberg.com/quote/GIGB10YR:IND
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    E vejam como nunca fecharam abaixo dos 7%. Mas a Irlanda é fixe, não é?
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    Mais pérolas:
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    “There are reasons to believe some investors won’t return. As credit-rating firms downgraded Portugal, its bonds lost favor with the pension funds and other big buyers of government debt who follow indexes of investment-grade securities.”
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    Não retornam mas o que é certo é que…
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    “Portugal’s 10-year bond on Wednesday yielded above 11%, according to Tradeweb, down from 13.5% at the beginning of the year.”
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    Que por acaso, as rentabilidades portuguesas são superiores às próprias italianas. Mas há mais:
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    “And Portuguese financial institutions aren’t buying in sustained amounts. Their holdings stood at €23 billion at the end of January, after the first of the ECB’s two big cash injections, unchanged from two months earlier.”
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    Quer dizer, houve uma procura pela dívida tuga, as yields cairam até cerca de 11%, em especial no último mês, e estes gajos usam dados de Janeiro em comparação com Novembro, para dizerem que a banca portuguesa não está a comprar dívida tuga. Mas mesmo que isso fosse verdade (o que não deve ser, a avaliar pelas declarações do próprio líder do BES), até seria um excelente sinal. Seria mesmo os tais investidores estrangeiros a entrar na dívida portuguesa. Ou seja, era mesmo excelente que a recente procura por dívida portuguesa fosse feita por investidores internacionais, mesmo que os tradicionais “insiders” estivessem ausentes. O que não é o caso.
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    Agora, é evidente que é mesmo isto que influencia em parte os yields:
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    “For buyers of bonds, the chief question is whether Portugal will restructure its debt and impose losses on creditors, as Greece did. UBS’s Mr. Knight said the euro zone will try to avoid it, if Portugal shows it is serious about budget discipline. “As long as Portugal has played ball all the way through, we think the [European Union] will be flexible,” he said.”
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    Mas por Portugal estar a cumprir, até agora, o que foi assinado com a troika, é que deve estar a elevar a procura por dívida portuguesa e a obrigar os shortsellers a fecharem as suas posições. O que é um bom sinal, pois retira pressão sobre a dívida portuguesa.
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    E é assim que se vai fazendo uma campanha de ataque a Portugal. Manipula-se os factos, inventam-se outros, dá-se a entender que a Irlanda é que é mesmo boa e os portugueses uns malandros e tal, e temos a tentativa de anular os excelentes ganhos na dívida portuguesa, neste trimestre. No fundo, é tentar mudar a percepção do risco sobre Portugal e a sua dívida. A condicionar para atacar Portugal.
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    E é assim que o mundo anglo-saxónico tenta proteger a Irlanda e atacar Portugal. E o pior é que há calimeros que gostam deste tipo de maus artigos sobre Portugal.

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  8. anti-comuna permalink
    29 Março, 2012 13:20

    Mas hoje o Banco de Portugal trouxe algumas más noticias. Mas não as que estarão a pensar. Mas uma outra, que está a passar despercebido a muita gente. E que confirma a minha primeira impressão sobre a execução orçamental dos primeiros dois meses do ano. Sugiro que abram o documento do Banco de Portugal, e atentem ao quadro da página 33:
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    Click to access bol_primavera_p.pdf

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    Se repararem, a previsão de queda no consumo público em 2012 foi revista. No Boletim de Inverno previam uma queda de 2,9% no consumo público em 2012. Mas agora reviram para uma queda de apenas de… 1,7%. E o consumo público em 2013 também sofre uma revisão em alta.
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    Quer isto dizer o quê? Quer dizer que o Estado está a gastar mais do que se pensava. Quer dizer que o corte no défice estatal está a ser conseguido, sobretudo, à custa do aumento de impostos e maior arrecadação das receitas fiscais. tal como eu pensei após a execução orçamental dos dois primeiros meses do ano. Mas isto é mesmo um erro estratégico enorme, por parte do governo. Este foi o erro do Sócrates, que se baseava sobretudo na rapina fiscal em vez de cortar a sério na despesa pública.
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    .
    O Banco de Portugal vem nos dar estas más noticias. O consumo público não vai cair tanto como devia e merecia. Cairá metade do que se previa anteriormente. Mas é a carga fiscal a que mais contribuiu para baixar o défice orçamental. O governo está a falhar. As derrapagens orçamentais estão a acontecer do lado da despesa e não das receitas, tal como muitos pensam.
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    Ou o ministro Gasparov abre a pestana, ou terá más surpresas, sobretudo em 2013. E é tempo do governo cortar a sério na despesa pública e não apenas cortar salários e subir impostos. A rubrica Transferência Correntes, que deveriam estar a cair na casa dos dois dígitos, é que está a lixar isto tudo.
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    Este governo está a ser lento a cortar a despesa, a fazer reformas estruturais e até a acabar com o parasitismo. Será que merece o beneficio da dúvida? Após tantos meses no poder? Não!
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    Cortem a despesa, porra!

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  9. Zebedeu Flautista permalink
    29 Março, 2012 13:29

    Ao que esta latrina chegou! Agora até roubam abelhas e sobre isto a Troika não diz nada.

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  10. Fredo permalink
    29 Março, 2012 13:42

    “Cortem a despesa, porra!”
    Atirem com a RTP ao lixo, porra!
    A SLN que devolva aos contribuintes o esbulho do BPN, porra!
    Rasguem os contratos corruptos com as PPPs, porra!
    Mandem os boys (todos, do PS, PSD, CDS) mamar noutra teta, porra!
    Devolvam o que roubaram aos reformados do privado, porra!
    Deixem-se de merdas, e façam realmente alguma coisa que não o saque às pessoas, porra!

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  11. 29 Março, 2012 14:04

    E digo mais: cortem a despesa, porra !

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  12. 29 Março, 2012 14:11

    Ó Anti-comuna:
    “O consumo público não vai cair tanto como devia e merecia”.
    Certamente tem noção de que estamos a falar, sobretudo, de pessoas maioritariamente com um rendimento médio muito baixo e que a quebra do seu consumo refere-se a produtos essenciais. Também terá consciência de que, no quadro da União Europeia, o governo não pode interferir nas importações a não ser pela penalização dos rendimentos do cidadão (dificultando o consumo). Por último, sabe certamente que os produtos alimentares são uma importante parcela das nossas importações, o que também reflete políticas catastróficas tomadas nos últimos anos. Assim sendo,quando diz que “o consumo público não vai cair tanto como devia e merecia”, constata um mero cenário “académico”, refere-se aos setores sociais mais protegidos (e pouco afetados), ou ignora as dificuldades que estão a ser vividas por milhares e milhares de portugueses?

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  13. anti-comuna permalink
    29 Março, 2012 14:17

    “Assim sendo,quando diz que “o consumo público não vai cair tanto como devia e merecia”, constata um mero cenário “académico”, refere-se aos setores sociais mais protegidos (e pouco afetados), ou ignora as dificuldades que estão a ser vividas por milhares e milhares de portugueses?”
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    Mas Vc. acha que o consumo público é todo igual? Ou que é impossível reduzir os custos sem cortar de vez os tais apoios sociais? Claro que é possível. Basta ver os custos hospitalares, demasiado altos. Só o TC calcula que 1/4 das despesas são desperdícios e que os cortando, não afecta a qualidade da oferta prestada às populações.
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    É que ás tantas, Vc. faz-me lembrar aquele tipo, que come todos os dias no Gambrinus e que a mulher lhe proibe de gastar tanta passa e ele queixar-se que ela o quer pôr a pão e água. ehehehehh
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    Não. É verdade que muitos gastos implicam apoios sociais que dificil corte, mas que sem alternativas, terão que se fazer. Mas muitos outros gastos, é possível cortar os seus custos, e se calhar melhorando a qualidade dos serviços prestadas. Isto de ver os custos como meros gastos sem possibilidade de optimização é um erro que não pode continuar. Sob pena, de serem mesmo os pobres as principais vítimas das políticas despesistas. (Sem falar em despesa mirabolantes, como PPP, Parque Escolar, etc. Em nome do “investimento” cometem-se barbaridades.)

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  14. aremandus permalink
    29 Março, 2012 14:19

    a culpa é do Sócrates!

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  15. 29 Março, 2012 14:53

    “Isto de ver os custos como meros gastos sem possibilidade de optimização é um erro que não pode continuar”.
    Mas esse é, precisamente, o erro que o governo está a cometer e em que o anti-comuna também parece alinhar. “Desperdício” (na saúde), diz você e diz bem. Lamentavelmente, aquilo que vimos foi tentar reduzir serviços essenciais (depois tiveram que corrifir a mão…). “Desperdício”, mais uma vez, quando se adiam as reformas mais do que necessárias no aparelho administrativo do estado, optando por bater no mais fraco e fácil (compare-se a reforma administrativa proposta pela troika com a que vai ser aplicada, veja-se o que se fez- ainda com o Sócrates- no ministério da Agricultura, comparem-se as declarações do atual ministro da Educação com o que dizia antes de ir para o governo). Tudo “deesperdícios”. Agora, o que o anti-comuna disse, não foi isso. Defendeu um corte, ainda maior, no consumo privado, sabendo o que isso significa para a maiora das famílias (substituir rendimentos do trabalho por apoios sociais é o maior disparate que se pode imaginar). Curiosamente, vejo-vos avançar argumentos sobre o assunto, sem nunca referirem a política europeia. Curiosamente vejo-vos a defender uma espécie de teoria da “bola de borracha”, segundo a qual a economia voltará automaticamente a subir, mal bata no fundo. Se alguém comete o erro de “ver os custos como meros gastos sem possibilidade de optimização”, não sou eu.

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  16. Portela Menos 1 permalink
    29 Março, 2012 14:56

    O Banco de Portugal insiste em desmentir A-C e os optimistas; Passos já mostra rasgos de Sócrates a desmentir o inevitável…mais austeridade.
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    sobre representatividades:
    http://elpais.com/

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  17. Portela Menos 1 permalink
    29 Março, 2012 15:04

    isto também deve interessar ao pessoal do governo:
    http://corporacoes.blogspot.pt/2012/03/ainda-que-mal-pergunte-96.html

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  18. anti-comuna permalink
    29 Março, 2012 15:10

    “O Banco de Portugal insiste em desmentir A-C e os optimistas; Passos já mostra rasgos de Sócrates a desmentir o inevitável…mais austeridade.”
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    Desmentir-me? Só se for em menos austeridade, pois foi isso que nos veio dizer.
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    Quanto ás exportações, vamos ver se eles acertam. 😉

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  19. aremandus permalink
    29 Março, 2012 15:31

    a culpa da senda do sucesso de que fala anti-Comuna já não será de Sócrates? mas o culpado é o Sócrates se a realidade não vier a ser agradável para Passos… e se tal acontecer,sócrates será sempre o culpado, mas a vingança será nos portugueses que levarão com mais austeridade!

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  20. anti-comuna permalink
    29 Março, 2012 15:48

    “e se tal acontecer,sócrates será sempre o culpado, mas a vingança será nos portugueses que levarão com mais austeridade!”
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    Eu acho que o Estado precisa de mais austeridade. O Estado, este ano, vai cortar menos do que se previa, e acha que o problema é haver mais austeridade?
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    Olhe lá para o quadro. O consumo público vai cair metade do previsto. Ou seja, o povo faz sacrificios, o Estado não. Se a culpa é do Sócrates ou não, por agora não me interessa. Interessa-me é dizer que o governo não está a cortar na despesa pública como devia. E quem está a pagar os desmandos em Lisboa é o povo e o resto do país.

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  21. portela menos 1 permalink
    29 Março, 2012 17:16

    Diz um jogador do FCP, há um mês em portugal:(…) No Norte trabalha-se, no Centro estuda-se e no Sul gasta-se dinheiro (…)
    Ou seja, A-C anda a dar formaçâo à tribo do futebol 🙂

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  22. 29 Março, 2012 18:29

    “…A representatividade das partes será avaliada com base em indicadores quantitativos e qualitativos. …”
    Os subsídios estatais, serão reduzidos a zero.
    Se querem “reuniões”(!) façam-as fora das horas laborais. Não obriguem os colegas a fazer também o trabalho dos representantes(!).

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  23. 29 Março, 2012 19:46

    É horrível! Pedro Passos Coelho não está a perceber nada.
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    É cego e incompetente. Insistir neste caminho com a argumentação que alterar agora o rumo era um suicídio é exatamente o contrário do que deve ser feito.
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    Preparem-se para o pior. Em Julho, este parvalhão honesto, convencido que é determinado e coerente, vai começar a perceber quanto tenebroso é o beco para onde nos está a conduzir.
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    Aqui no Blasfémias, os autores dos “posts” apatetaram. Estão tão ceguinhos que mete dó!

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  24. zazie permalink
    30 Março, 2012 08:48

    Apatetaram, pois. Mas não foi agora…
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    Neotontice é isso mesmo
    “:O))))))

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  25. anti-comuna permalink
    30 Março, 2012 11:19

    Mais uma derrota americana.
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    “Na Índia, Dilma endossa Brics e pede a países que ‘baixem retórica’ sobre Irã
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    Presidente brasileira diz que sanções a Teerã são medidas ‘extremamente perigosas’ e defende o direito do país de ter acesso à energia nuclear”
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    in http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,na-india-dilma-endossa-brics-e-pede-a-paises-que-baixem-retorica-sobre-ira,855186,0.htm
    .
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    O Irão, mesmo sem disparar um tiro contra os americanos, vai somando apoios. Até a Turquia se pôs ao lado dos iranianos. É o fim do império americano… Vamos todos pagar caro a arrogância americana.

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  26. anti-comuna permalink
    30 Março, 2012 11:31

    Eu só me pergunto, até quando a Europa vai deixar-se liderar pelos USA, que estão a mostrar que estão eles a ficarem isolados. E não o Irão.
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    “India and China Skirt Iran Sanctions With ‘Junk for Oil’
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    Iran and its leading oil buyers, China and India, are finding ways to skirt U.S. and European Union financial sanctions on the Islamic republic by agreeing to trade oil for local currencies and goods including wheat, soybean meal and consumer products.”
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    in http://www.bloomberg.com/news/2012-03-29/india-and-china-skirt-iran-sanctions-with-junk-for-oil-.html
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    Se os chineses conseguirem tornar a sua moeda na eleita pelos iranianos, o dólar tem os dias contados, como moeda de reserva do mundo. Parece-me que poucos se estão a aperceber do que este caso se pode tornar: no ocaso do império americano. Não apenas militar, como até em termos monetários.
    .
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    Tanto se está a jogar neste “guerra surda” e poucos se estão a aperceber que se joga muito do nosso futuro, neste confronto entre o Irão e os USA. Só tenho pena que os europeus não tenham coragem de pregar um susto aos americanos e deixarem-nos sozinhos, armados em Xerife do Texas.

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  27. 30 Março, 2012 13:25

    “Presidente brasileira …”
    .
    Presidente?!!!
    Presidenta, sff.!!!

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  28. anti-comuna permalink
    30 Março, 2012 13:30

    O caso do Irão contra os USA está a passar despercebido à maioria das pessoas. No entanto, aquilo que parece uma mera “guerra psicológica” contra os iranianos, ameaça tornar-se numa dor de cabeça. Peguemos no exemplo desta noticia, que fora da Inglaterra, tem passado ao lado:
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    “Gobierno aconsejó abastecimiento ante posible huelga
    .
    El miedo a la escasez de carburante deja ‘secas’ las gasolineras de Reino Unido
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    La amenaza de huelga de los conductores de camiones cisterna en el Reino Unido ha causado este veirnes un aumento del 81% en la venta de gasolina y del 43% en la de diesel, según datos de la asociación del automóvil AA.
    .
    La medida de fuerza, que puede concretarse durante esta Semana Santa, desató el pánico para comprar carburante por parte de automovilistas, que desde ayer hacen colas en las estaciones de servicio de todo el país.”
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    in http://www.elmundo.es/elmundo/2012/03/30/economia/1333097551.html
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    Para quem não acompanhou este caso, a coisa é simples. Os sindicatos dos transportes de gasosa ameaça fazer greve e paralisar o abastecimento de combustível, das refinarias para as bombas. No braço de ferro, tanto o PM inglês como os seus ministros, em especial um, desataram a bater nos sindicatos e meteram medo à população, para tentar virar a opinião pública contra os grevistas. O governo chegou a aconselhar a compra de gasolina para ter de reserva em garagem, não vá mesmo faltar a gasolina nas bombas.
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    Os resultados não se fizeram esperar. (Não é que não fosse previsível, mas anda muita gente confiante na modorra habitual com que os consumidores costumam reagir a estes problemas.) A população, com medo mesmo da falta de gasosa nas bombas, desatou a comprar que se farta, não vá o diabo tecê-las. E, a profecia auto-cumpriu-se. C0m uma brusca corrida às bombas, a gasolina começou mesmo a secar, ainda antes das greves.
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    Este caso não é único. É mesmo frequente sob determinadas condições económicas. Mas, como o mundo entrou numa nova forma de analisar estes problemas económicos, já quase se esqueceram que é mesmo assim que funcionam os agentes económicos, sob determinadas condições.
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    O que nos serve de exemplo este caso, é que tal poderá acontecer em breve, caso a guerra no Médio Oriente estale. Uma ameaça de de falta de combustível e toca tudo a comprar e a gerar a sua carestia. (Quem não se lembra das filas para comprar gasosa, há cerca de 30 e 40 anos atrás em Portugal?) E serve para mostrar uma coisa. Quando os preços sobem devido a uma forte procura e sem grandes alterações na oferta, a forma como os agentes económicos reagem quando é um choque na oferta, uma queda, e a procura se mantém estável. Aí, a procura em vez de cair, dispara, ao invés do que quando é a procura a empurra os preços para cima. Normalmente os economistas não percebem a grande diferença dos dois fenómenos.
    .
    .
    Ora, o que os ocidentais estão a fazer ao Irão é isso mesmo. Gerar uma potencial forte queda na oferta. E apesar da procura estar a cair, se os consumidores (e demais agentes económicos) recearem o risco de uma quebra na oferta de combustível, ao invés de haver uma queda na procura (devido aos preços altos), surge o inverso. A procura dispara ao mesmo tempo que os preços. (Algo semelhante acontece durante os chamados surtos hiperinflacionistas.) Mas isto contradiz a teoria económica, que se ensina na generalidade das escolas modernas de economia. E por isso, muitos nem sequer concebem um mecanismo semelhante a acontecer no futuro.
    .
    .
    Mas é isto que os ocidentais, em especial os americanos, estão a fazer. Estão a gerar uma potencial queda na oferta e uma psicose na procura, que em vez da procura cair, ela sobe e esgota logo as reservas de crude, que cada país tem, para combater este tipo de eventos. Mais frequentes no passado, mas que agora começam a surgir. (Em Portugal, foi no açúcar, há uns tempos atrás.)
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    .
    Infelizmente, este caso inglês, mostra que a economia moderna não é muito diferente do que sempre foi no passado. Se somarmos a pressão sobre os preços da comida (que dependem muito dos custos energéticos, também) e a elevada liquidez que os bancos centrais criaram pelo mundo fora, estas são condições ideais, para surgir fenómenos inflacionistas de tal ordem, que depois desestabilizam os restos dos mercados. O Minsky foi um dos tipos que melhor teorizou sobre estes fenómenos, na dita monitorização da economia moderna. E que pôs a economia moderna, quase sempre sob dois espectros: ou choques deflacionistas ou hiperinflacionistas.
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    Hoje, os preços do crude, apesar de todo o tipo de noticias sobre aumento da oferta e queda na procura, continuam muito altos. Eles anunciam venda de reservas, aumentos de fornecimentos, etc. mas os preços caem muito pouco. E logo que se desvanecem as noticias de mais oferta de crude, os preços voltam a subir.
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    Os bancos centrais ocidentais estão demasiado confiantes que dominam o dinheiro, o seu valor e capacidade de conter a inflação. Um dia, oxalá esteja errado, vão acordar para a realidade. E nessa altura, vai ser o bom e bonito.

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  29. anti-comuna permalink
    30 Março, 2012 15:48

    Mais um país a virar as costas aos americanos.
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    “Doha—Qatar’s Prime Minister has said his country would not allow using a US military base in for an operation on Iran’s nuclear facilities.”
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    in http://pakobserver.net/detailnews.asp?id=147511
    .
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    PM Há para aí rumores de haver conversações secretas entre o Obama e os iranianos. Será?

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