O ministro Relvas foi um erro de casting de que Passos Coelho tem sobejos motivos para se arrepender, escrevi-o aqui desde o primeiro dia, em junho de 2011.
Entregar-lhe o dossier da RTP é um erro ainda maior, e apenas a posição extremamante fragil de Relvas o impediu de ontem ter demitido a admnistração da empresa, depois do comunicado que publicou.
O PCA da RTP depois de ter estourado varios milhares de milhões de euros do erário publico ao longo dos anos que leva no cargo, vem agora gabar-se que a RTP dá lucro, como se nos pudessemos esquecer que há apenas seis ou sete meses, o governo pagou uma divida da RTP de quase quatrocentos milhões de euros. Eu tambem quero ser admnistrador da RTP, porque posso fazer as dividas que quiser e não as pagar, e depois vir gabar-me que sou “muita bom” gestor, enquanto conduzo um Mercedes que a empresa pôs à minha disposição e que custou 75000 euros, já não falando do lauto vencimento de excepção que auferiria.
É uma vergonha vermos pessoas que se acham credoras do respeito publico, virem para os media fazerem todo o tipo de afirmações gratuitas, defendendo um serviço publico que ninguem sabe o que é, como se a RTP fosse a jóia da coroa, não fosse o cancro que tem sido, e não tivesse custado milhões e milhões de euros aos portugueses ao longo dos anos, quer através da vergonhosa taxa encapotada que todos somos obrigados a pagar nas facturas da electricidade, quer através de dinheiro saído do OE, quer dizer, dos nossos impostos!
Claro que a maneira como tudo isto tem sido tratado pelo governo, tambem não ajuda. Só um ministro que não sabe o que anda cá a fazer, é que deixa escapar a informação que quem ficar com a concessão da RTP, recebe o bolo da taxa do audiovisual, 140 milhões todos os anos. O Relvas tem uma intuição para se por a jeito para levar porrada, que é rara num politico, correndo mesmo o risco de ultrapassar o Pinho.
Não entendo como é que se pode pensar que o serviço público não passa de uma lista de compras.
Por exemplo, se a TV transmitir alguns documentários, alguns filmes, alguns noticiários regionais, faz com toda a certeza serviço público? Obviamente que não.
Há documentários que não interessam nem ao menino Jesus, filmes que benzós Deus, e noticiários regionais que valem mais estar quietos.
O serviço público não pode ser uma listagem de programas como quem vai às compras. Tem de ser uma filosofia, um princípio, uma prática generalizada, ou seja lá o que for. Mas o serviço público terá de ser a tempo inteiro.
Aliás, parece-me que é por isso que alguns defendiam, e de vez em quando ainda se fala nisso, como JMF falou, em acabar com a publicidade.
O serviço público tem de ser a procura constante de qualidade e que possa ser corrigida por quem o executa. E não tem de ser caro, como parece ser a ideia de muitos. Como fazê-lo com estações privadas?
E o que é isso de concessionar serviço público ou vender serviço público?
Seja uma lista de compras, ou um contrato com obrigações reais bem explícitas, o que é um facto é que, até agora, a RTP, sendo estação do Estado, não cumpriu, com a agravante de ter estourado, ao longo dos anos, muitos milhões de euros.
É tempo de mudar de fórmula, já que esta nunca funcionou.
O caso RTP tem muito potencial para adquirir uma dinâmica semelhante ao caso Alcochete do anterior governo: um ministro inábil (é o mínimo que se pode dizer) com um produto impossível de ser vendido à opinião pública, desde logo porque diferente do que foi submetido a eleições, e muito provavelmente impossível de ser vendido ao Presidente da República, ao Tribunal Constitucional e sobretudo aos investidores que não investurão um cêntimo num projecto que um muito provável futuro governo já anunciou reverter sem indemnização financeira. Infelizmente, não existe agora nada semelhante à Ordem dos Engenheiros, que perante o “levantamento nacional” que se aproxima, possa colocar o seu prestígio e verter para uma folha de papel em branco “a solução”:
1) Manutenção da RTP2 como canal público para prestação do serviço público incluindo canal internacional, sem publicidade nem informação, exclusivamente financiado por uma taxa na electricidade (até existirem condições para a sua anulação e suporte pelo orçamento de estado) substancialmente reduzida, sempre inferior a 50%;
2) Privatização da RTP1 com o mesmo tempo de publicidade que os concorrentes instalados. Na eventual ausência de concorrentes, liquidação.
O modelo de serviço público:
http://lishbuna.blogspot.pt/2012/08/blog-post_9170.html
O futuro ameaçador:
http://lishbuna.blogspot.pt/2012/08/vai-sempre-dar-tudo-ao-mesmo-talvez-o.html
O (péssimo) ponto da situação:
http://lishbuna.blogspot.pt/2012/08/deixa-ver-se-percebi-realmente-bem-o.html
O “plot”:
http://lishbuna.blogspot.pt/2012/07/o-caminho-das-pedrinhas-1-pedrinha-2.html
A prenda da princesinha:
http://lishbuna.blogspot.pt/2012/08/blog-post_8283.html
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empresas não recomendáveis e com agenda escondida, também se podem perfilar na opção concessão, ou não?
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Vamos então substituir a ‘vaca sagrada’ da RTP pela ‘vaca sagrada’ da alienação de tudo o que é público?
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Não vejo merdas que começam com publicidade obrigatória.
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O ministro Relvas foi um erro de casting de que Passos Coelho tem sobejos motivos para se arrepender, escrevi-o aqui desde o primeiro dia, em junho de 2011.
Entregar-lhe o dossier da RTP é um erro ainda maior, e apenas a posição extremamante fragil de Relvas o impediu de ontem ter demitido a admnistração da empresa, depois do comunicado que publicou.
O PCA da RTP depois de ter estourado varios milhares de milhões de euros do erário publico ao longo dos anos que leva no cargo, vem agora gabar-se que a RTP dá lucro, como se nos pudessemos esquecer que há apenas seis ou sete meses, o governo pagou uma divida da RTP de quase quatrocentos milhões de euros. Eu tambem quero ser admnistrador da RTP, porque posso fazer as dividas que quiser e não as pagar, e depois vir gabar-me que sou “muita bom” gestor, enquanto conduzo um Mercedes que a empresa pôs à minha disposição e que custou 75000 euros, já não falando do lauto vencimento de excepção que auferiria.
É uma vergonha vermos pessoas que se acham credoras do respeito publico, virem para os media fazerem todo o tipo de afirmações gratuitas, defendendo um serviço publico que ninguem sabe o que é, como se a RTP fosse a jóia da coroa, não fosse o cancro que tem sido, e não tivesse custado milhões e milhões de euros aos portugueses ao longo dos anos, quer através da vergonhosa taxa encapotada que todos somos obrigados a pagar nas facturas da electricidade, quer através de dinheiro saído do OE, quer dizer, dos nossos impostos!
Claro que a maneira como tudo isto tem sido tratado pelo governo, tambem não ajuda. Só um ministro que não sabe o que anda cá a fazer, é que deixa escapar a informação que quem ficar com a concessão da RTP, recebe o bolo da taxa do audiovisual, 140 milhões todos os anos. O Relvas tem uma intuição para se por a jeito para levar porrada, que é rara num politico, correndo mesmo o risco de ultrapassar o Pinho.
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Não entendo como é que se pode pensar que o serviço público não passa de uma lista de compras.
Por exemplo, se a TV transmitir alguns documentários, alguns filmes, alguns noticiários regionais, faz com toda a certeza serviço público? Obviamente que não.
Há documentários que não interessam nem ao menino Jesus, filmes que benzós Deus, e noticiários regionais que valem mais estar quietos.
O serviço público não pode ser uma listagem de programas como quem vai às compras. Tem de ser uma filosofia, um princípio, uma prática generalizada, ou seja lá o que for. Mas o serviço público terá de ser a tempo inteiro.
Aliás, parece-me que é por isso que alguns defendiam, e de vez em quando ainda se fala nisso, como JMF falou, em acabar com a publicidade.
O serviço público tem de ser a procura constante de qualidade e que possa ser corrigida por quem o executa. E não tem de ser caro, como parece ser a ideia de muitos. Como fazê-lo com estações privadas?
E o que é isso de concessionar serviço público ou vender serviço público?
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Fincapé,
‘Lista de compras’ não era um dos fait divers de Jorge Silva Caravalho (aquele senhor que Relvas não conhecia)?
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Seja uma lista de compras, ou um contrato com obrigações reais bem explícitas, o que é um facto é que, até agora, a RTP, sendo estação do Estado, não cumpriu, com a agravante de ter estourado, ao longo dos anos, muitos milhões de euros.
É tempo de mudar de fórmula, já que esta nunca funcionou.
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O caso RTP tem muito potencial para adquirir uma dinâmica semelhante ao caso Alcochete do anterior governo: um ministro inábil (é o mínimo que se pode dizer) com um produto impossível de ser vendido à opinião pública, desde logo porque diferente do que foi submetido a eleições, e muito provavelmente impossível de ser vendido ao Presidente da República, ao Tribunal Constitucional e sobretudo aos investidores que não investurão um cêntimo num projecto que um muito provável futuro governo já anunciou reverter sem indemnização financeira. Infelizmente, não existe agora nada semelhante à Ordem dos Engenheiros, que perante o “levantamento nacional” que se aproxima, possa colocar o seu prestígio e verter para uma folha de papel em branco “a solução”:
1) Manutenção da RTP2 como canal público para prestação do serviço público incluindo canal internacional, sem publicidade nem informação, exclusivamente financiado por uma taxa na electricidade (até existirem condições para a sua anulação e suporte pelo orçamento de estado) substancialmente reduzida, sempre inferior a 50%;
2) Privatização da RTP1 com o mesmo tempo de publicidade que os concorrentes instalados. Na eventual ausência de concorrentes, liquidação.
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