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a esparrela

6 Abril, 2013
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Começa a formar-se a ideia, nos partidos do governo e na opinião pública e publicada, que a decisão do Tribunal Constitucional aponta, como forma de resolução do défice do estado, o caminho do aumento «ilimitado» de impostos, em vez da redução efectiva da despesa pública, esta essencialmente concentrada em salários e pensões que se afiguram, agora, verdadeiramente intocáveis. Perante isto, de duas uma: ou o governo cai nesta esparrela, mantém-se em funções e continua a aumentar a carga fiscal, como tem feito até aqui, ou percebe, de uma vez, que resolver os défices de curto prazo das contas do estado não é o mesmo que resolver os problemas do país. Pelo contrário, se feito novamente pela via tributária, será agravá-los irremediavelmente e, com isso, comprometer qualquer equilíbrio imaginável das contas públicas, no médio e no longo prazo.

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Deste modo, é finalmente chegada a hora de ver de que massa é feito Pedro Passos Coelho.

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Se é para andar ao sabor dos empurrões da oposição, fazendo, no fim de contas, o que ela quer, mais vale demitir-se e não voltar a pensar em política. Se ainda se achar útil ao país, ou consegue convencer os credores a darem-lhe prazo e condições para ajustar os seus compromissos às disponibilidades orçamentais existentes, ou, se isso não for possível, entrega o poder ao senhor Presidente da República, e ele que marque eleições, às quais apenas se deverá candidatar se tiver condições para apresentar um programa com objectivos claros, no qual terá deverá propor aos portugueses uma reforma profunda do estado, com a sua saída da maior parte dos serviços onde ainda se encontra, encerrando-os ou privatizando-os, nos casos em que isso ainda seja possível. O que ele devia ter feito há dois anos, quando dispunha de todas as condições polítacas para o fazer. Agora, provavelmente, já lá não vai.

29 comentários leave one →
  1. Duarte permalink
    6 Abril, 2013 10:22

    Ou seja, em democracia o neoliberalismo nao colhe.
    Abolimos a constituicao, acabamos com os sindicatos e os partidos e seguimos o exemplo do Chile do Pinochet. Isso é que era o paraíso !

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  2. neotonton permalink
    6 Abril, 2013 10:30

    Deste modo, é finalmente chegada a hora de ver de que massa é feito Pedro Passos Coelho.

    de que massa é feito?. Nao sei.
    Mas bem seja o pao ou seja o bolo que anda a cozinhar nao va. Para panadeiro nao tem preço.Sera que se equivocou e foi ele mesmo parar no forno quando devería ter metido a “massa”?

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  3. orabolas permalink
    6 Abril, 2013 10:31

    Nota-se pouca atividade nos anti governo, quiçá á espera da reunião de logo á tarde. Se o primeiro se demite, aqui del rei que é cobarde, se não se demite, bora lá prá rua contestar… ou então não andam cá porque hoje é sábado, e não é dia de trabalho (só um ou outro em horas extra).

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  4. pedro permalink
    6 Abril, 2013 10:32

    totalmente de acordo . Penso que as máquinas dos partidos ,agora que foram ao pote ,não devem aceitar a demissão ,no entanto, é mais fácil quebrar pelo P.P. e neste caso , se houver eleições, o meu voto vai para o P.P..Tenho esperança que o P.R. consiga um consenso alargado e evite eleições .

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  5. Duarte permalink
    6 Abril, 2013 10:38

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  6. Galaico-Lusitano permalink
    6 Abril, 2013 10:52

    O Tribunal Constitucional (privilegiado deste país – reformas aos 40 anos, dez anos de serviço) cumpriu a sua obrigação, deliberou como se ainda fizéssemos dinheiro no Banco de Portugal!
    O Governo tem de fazer o que não foi feito nos últimos dois anos, ir às empresas públicas, PPP’s, Câmaras Municipais, Empresas Municipais (tachos), Observatórios, Fundações, Institutos e a toda a máquina paralela do Estado e cortar o necessário … Pode começar por 115 deputados sornentos e mandá-los saber de vida! Pode também meter nos eixos estes juízes, em igualdade com seus pares …
    E deve deixar a Função Pública em paz, embora fazendo os ajustamentos indispensáveis!
    Para isso é preciso ter tom@tes, será que Passos os tem no sítio? Se sair aos seus ancestrais temos homem!|

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  7. piscoiso permalink
    6 Abril, 2013 10:57

    Há um provérbio chinês:
    Quando o sábio aponta as estrelas, o idiota olha o dedo
    Apontou-se a Constituição e andam agarrados ao dedo do Tribunal Constitucional.

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  8. Duarte permalink
    6 Abril, 2013 11:02

    Um governo sem plano B , quando o plano A e unico é derrotado nao tem alternativa senão demitir-se.
    No entanto, a direita mantém – se sempre agarrada ao poder e nao resta outra alternativa senão intensificar a luta.

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  9. Tim permalink
    6 Abril, 2013 11:07

    PLASTICINA alaranjada?!…

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  10. pedro permalink
    6 Abril, 2013 11:23

    Galaico: concordo . Mas o governo só tem batido nos fracos : assistentes ,desempregados,doentes ,etc. Pago para vêr.

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  11. André permalink
    6 Abril, 2013 11:24

    Rui, talvez agora o governo se veja obrigado a tocar em setores muito mais importantes e não protegidos pela Constituição: as negociatas que favoreceram todos os amigos dos governantes (PS, PSD e CDS-PP). Talvez agora se corte na despesa e não no investimento, mas duvido muito, se o governo o tentasse fazer os empresários não iam gostar, com um bocado de azar, o Passos acabava da mesma forma que o Sá Carneiro, morto.

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  12. Duarte permalink
    6 Abril, 2013 11:34

    Nao tirem o dinheiro dos bancos nao!

    Os Bail out ja foram , o G20 decidiu que em virtude dos cofres dos estados estarem vazios que os bancos têm luz verde para Bail in. Sao os casos da legislação ja aprovada nos US, Canadá e nova zelandia.

    Aqui http://resistir.info/financas/brown_28mar13.html e aqui http://resistir.info/chossudovsky/ensaio_geral_p.html

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  13. Duarte permalink
    6 Abril, 2013 11:36

    Claro que depois dos confiscos acima, só resta uma alternativa. A Guerra.

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  14. Tiradentes permalink
    6 Abril, 2013 11:37

    Está visto que este governo não tem nem competência técnica e menos politica para poder governar.
    Está na hora de pegar no PEC IV, ou seja, actualmente designado por orçamento de 2013 e dar de “frosques”, fugir, abandonar o barco, tal qual a anterior ratazana.
    Os portugas em eleições saberão colocar quem os leve até à falência final coisa de que se safaram faz hoje precisamente dois anos em que já só havia dinheiro para mês e meio.
    Enquanto isso de facto não acontecer não há quem aprenda nem mudam nada. Vão continuar a berrar contra a troika mas a comer do dinheiro dela, vão chamar Hitler à Merkl para chupar-lhe o tutano.
    Venham outros que o Dom Sebastião já voltou.

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  15. 6 Abril, 2013 12:00

    E quando fechar servicos, o comité central põe a CGTP a paralisar os transportes e os portos e Portugal pára, graças à constituição ao direito à greve (isto é, ao boicote do trabalho dos outros).

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  16. 6 Abril, 2013 12:37

    A saída está cada vez mais estreita. E o Seguro não é alternativa a nada.
    Mas para que se entenda isso é necessário clarificar a narrativa:
    .
    Faz-se uma confusão enorme entre os responsáveis pela nossa situação (PS e Sócrates) e outros que apenas foram ineficientes em sair dessa situação. É uma enorme diferença. Uns são responsáveis outros ineficientes. Agora, pensar que os responsáveis poderão ser eficientes é pura ilusão.
    .
    Mas também é verdade que temos que inflectir nas políticas.
    .
    A situação agora criada é de simples resolução. Pague-se o que o Tribunal diz para se pagar com Títulos Especiais de Dívida que se vencem em 5 anos (por exemplo). Ou seja, simplesmente se substitui um empréstimo da troika, externo, por um empréstimo (admitamos que algo forçado) dos seus cidadãos. Não é bom? Nesta fase não podemos esperar nada de bom. Mas é bem melhor que confiscos e impostos absurdos.
    Em termos orçamentais, há resto zero…
    Sem prejuízo de um programa sério de ajustamento do Estado. Que tanto poderia passar por uma redução da sua dimensão (ninguém se apercebe que isto significa menos professores, médicos, polícias, etc) como por uma taxação mais relevante pelos serviços prestados. Numas situações seria de uma forma, noutras de outra. Mas não podem ser cortes à bruta e sem se avaliar consequências (nos serviços prestados, no emprego, na economia).

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  17. A C da Silveira permalink
    6 Abril, 2013 13:01

    No resgate de 1983-85, pagaram-se os subsidios de ferias e de Natal aos funcionários publicos com titulos do tesouro. Porque não fazê-lo agora? Não afecta o defice, vai apenas para a divida, mas disso não nos livramos de uma maneira ou da outra.
    Entretanto o Seguro veio meio eufórico, meio histérico dizer que está pronto para governar; quando lhe perguntaram onde é que vai buscar os 1300 milhões que faltam, respondeu que “quem arranjou o problema, que o resolva”! O Tozé está pronto para governar, mas não está pronto para resolver problemas.
    Ainda há quem pense que aquele estarola é mesmo alternativa?

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  18. 6 Abril, 2013 13:07

    Um orçamento tem duas vertentes. A receita e a despesa. Dos tão falados 1,2 mil milhões de despesa cerca de metade regressam ao orçamento pela via da receita proveniente de impostos sobre o subsidio. E da parte restante algum regressará também pelo IVA sobre o consumo que irão originar.
    Acho ainda mais estranho é esta malta não se indignar com o PAEL. Um rombo de mil milhões no OE que foi direitinho para as Câmaras. Pelos vistos metade disso é que constitui um drama…

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  19. pedro permalink
    6 Abril, 2013 13:20

    exemplo da não governação: notícia do I “fundação Bissaya Barreto 4ª maior beneficiária de subsídios do estado ,com 4,3 milhões de euros em 2011 ,presidente recebeu 11400 euros brutos mensais de salários”e depois corta 6% no subsídio de desemprego dos desamparados pela crise. Depois a culpa é do T.C. para o governo e da merkel para os outros!

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  20. RCardoso permalink
    6 Abril, 2013 13:35

    “Se é para andar ao sabor dos empurrões da oposição”????? qual oposição? Moções de censura ‘faz de conta’?
    Sinceramente, não brinquemos, têm tido o palco todo para representar a peça. Parece que as ‘oposições’ existentes é este T.C. e a própria actuação, desastrada e desastrosa, deste governo

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  21. murphy permalink
    6 Abril, 2013 14:30

    Mais do que legítima, a decisão de dar o murro na mesa” “será clarificadora.
    Os portugueses ainda não perceberam que a CRP (e parte das suas próprias expectativas) são inconcretizáveis. Não porque este ou aquele governante o queira ou tome as opções erradas, mas porque são incompatíveis com a Realidade.
    http://jornalismoassim.blogspot.pt/2013/03/expectativas-constitucionais-vs.html

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  22. Tiradentes permalink
    6 Abril, 2013 14:47

    O trágico é que a dita fundação não existia faz dois anos e não incomodava ninguém.O presidente recebeu 11.400 brutos com impostos perto dos 49.5% .No ano de 2010 quanto recebeu? aí os descontos eram menores mas não incomodavam ninguém.
    Mas também é verdade…até 2010 o nosso orçamento tinha um excedente acumulado de quase 93 mil milhoes de euros com mais 50 mil milhões a cobrar de receitas das PPPs até 2025 por isso se podia dar os 4 mil milhoes a todas as fundações sem cortes de 30% e sem impostos aos ordenados pagos por elas.
    Aquilo sim até lá era uma felicidade. Vieram estes e estragaram tudo.

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  23. Tiradentes permalink
    6 Abril, 2013 14:51

    Mais……. depois veio a Merkll, ave agoirenta a querer uma fatia dos nossos fabulosos lucros, crescimento e superavit e mandou os seus generais invadir o país e sacar à força uma boa parte dos lucros que os tugas andaram a fazer à conta do euro.
    E foi assim que sofremos uma invasão estrangeira. O coitado do Dom Sebastião da altura , em vez de ficar prisioneiro dos mouros ficou dos hunos.

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  24. LM R permalink
    6 Abril, 2013 15:14

    “essencialmente concentrada em salários e pensões”? Mas onde vais buscar isso? http://www.pordata.pt/Portugal/Administracoes+Publicas+despesas+por+tipo-811

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  25. pedro permalink
    6 Abril, 2013 16:31

    tiradentes : chegámos aqui porque o regime se transformou numa cleptocracia e ninguém via nada!Acabou o dinheiro ,ficamos com os palhaços, mas já não há circo!

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  26. Fincapé permalink
    6 Abril, 2013 17:10

    “… a decisão do Tribunal Constitucional aponta, como forma de resolução do défice do estado, o caminho do aumento «ilimitado» de impostos, em vez da redução efectiva da despesa pública…”
    Mas o TC considerou constitucional a sobretaxa extraordinária aplicada às reformas, bem com a redução dos vencimentos na administração pública, se bem me lembro em vigor há dois anos.
    Tendo em conta a inflação, mais os congelamento de carreiras, os cortes não são assim tão pequenos. Até são bem grandes. O que parece é que, haja as reduções de despesa que houver, o governo não é capaz de criar qualquer equilíbrio financeiro.
    Se formos um pouco mais longe e compararmos as soluções apresentadas por Passos Coelho (o tal que nunca cortaria salários e reformas) temos de constatar que o falhanço foi assustador. Ainda por cima, a única coisa que parece ter melhorado foi no setor das exportações, apesar de o governo continuar a complicar o máximo que pode (estas palavras são concluídas daquilo que ouvi a vário exportadores na TV). Ora, este setor não depende pouco do governo. Temos que algumas das exportações dependeram mais do anterior governo, limitando-se este a manter atuais “amizades” com anteriores “inimigos” (caso da Venezuela).
    ——
    PS: devo dizer que não me apetece que haja agora eleições e que não vejo que o atual PS seja capaz de uma alternativa credível. Realmente, tenho pena que assim seja. Tive alguma esperança no António Costa, confesso. Uma lista de homens próximos de Seguro publicada na Visão, se bem me lembro, até me assustou. Currículos sofríveis (porque nos fazem sofrer). E eu padeço tanto mais quanto mais próximos de mim ideologicamente estiverem os governantes.
    É que “p’ra melhor, está bem, está bem. P’ra pior já basta assim”. Ou p’ra igual.

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  27. eramasfoice permalink
    6 Abril, 2013 17:13

    Não há pote, alguém se antecipou e deixou por aí milhares de cheques, não há plano b, não há porra nenhuma. Há uma coisa que se podia fazer, isso sim, era seguir o conselho do troloró do Vasco Lourenço e do Otelo e fechar toda a classe pulhítica no campo pequeno com o Tony carreira a guinchar para sempre. Depois de todos terem sido castrados, todos, quer dizer, os poucos que têm miudezas na cabeça.

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  28. Tiradentes permalink
    6 Abril, 2013 20:32

    Ora diz bem Pedro.
    Enquanto a cleptocracia andou pululando por aí viraram todos a cara para o lado fingindo não ver. A “descobrida” foi quando acabou o dinheiro onde…..não há pão nem circo.

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