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Equívocos III

3 Julho, 2013

PMF,

A queda das bolsas hoje não demonstra apenas a irracionalidade da decisão de Paulo Portas (passou 2 anos no governo e não tem noção dos limites financeiros do país). Mostra também que a estratégia de consolidação orçamental vai ter que prosseguir nos mesmos moldes, com redução do consumo interno e do investimento público a passarem a ser a nova normalidade. Austeridade permanente durante vários anos, faltando ainda cortar cerca de 5 mil milhões de euros de despesa permanente. E sendo isto verdade, nada muda em relação aos tempos de Vitor Gaspar. Podem, eventualmente fazer-se asneiras episódicas, como esta do Portas, mas os mercados vão encarregar-se de explicar o que é que tem que ser feito.

Se realmente fosse possível agora terminar com as políticas de Vitor Gaspar e voltar à normalidade desejada pelos autarcas do PSD, os mercado seriam insensíveis a mudanças de governo. Não foi o caso.

11 comentários leave one →
  1. Vivendi's avatar
    Vivendi permalink
    3 Julho, 2013 15:48

    As 3 opções

    Portugal tem pela frente 3 opções políticas:

    – protetorado alemão
    – maçonaria / internacional socialista
    – neo prec

    – protetorado alemão:

    O centro financeiro de Frankfurt havia escolhido para a missão Gaspar e era assim obrigação de todos os membros do governo um apoio inequívoco para Portugal conseguir cumprir a exigente maratona da reforma estrutural… Caso ainda haja algum restinho de sanidade mental convoque-se imediatamente Rui Rio e Paulo Macedo para um novo governo para terminar a missão começada pelo Gaspar.

    – maçonaria / internacional socialista:

    A famosa política do crescimento pela via da dívida (ainda não explicaram foi como pagar a coisa), políticas que são orientadas para proteger especialmente os interesses das grandes corporações (too big to fail) . Obama, Cameron, Hollande e Bruxelas são os figurões na defesa desta via. Um dos grandes objetivos passa pela destruição do Euro ou tirar pelo menos o bundesbank do caminho para poderem inflacionar moeda à vontade. Gostam de intervir também na engenharia social para destruírem a ordem espontânea e as tradições das nações de forma a que as populações se tornem mais indefesas perante os grandes poderes. Seguro e Portas estão prontos para assegurar esta via depois do batismo no bildberg.

    – neo prec:

    A repetição da palhaçada do pós 74 em que temos uma nova tentativa de destruição do capitalismo ao comando do Louçã e do Jerónimo procurando capturar a propriedade privada e que no fim acabará por provocar apenas pobreza e um maior controle estatal na vida das pessoas.

    O capitalismo simplesmente não se destrói pois o capitalismo não é uma ideologia, o capitalismo é apenas um sistema que possibilita a livre troca entre as pessoas.

    http://viriatosdaeconomia.blogspot.com/2013/07/as-3-opcoes.html

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  2. AB's avatar
    3 Julho, 2013 15:52

    Ó JM, já temos a nossa dose de disparates para esta semana. Por favor não acrescente mais sal à caldeirada.

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  3. Castrol's avatar
    Castrol permalink
    3 Julho, 2013 15:56

    Vem aí o Tozé Seguro!!!

    Tenham medo, tenham muito medo…

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  4. Tiro ao Alvo's avatar
    Tiro ao Alvo permalink
    3 Julho, 2013 16:06

    Com gente desta à frente dos destinos do País, vamos andar bastantes anos tutelados pela troica, exigindo-nos sacrifícios atrás de sacrifícios, impondo cortes e mais cortes na despesa pública, rateando a entrega dos imprescindíveis empréstimos que vamos precisar, lamentavelmente, por muitíssimo tempo. Quem poderá não sentir-se envergonhado?

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  5. Jorge Araujo's avatar
    Jorge Araujo permalink
    3 Julho, 2013 16:13

    Os meus parabéns Vivendi, finalmente explicou num antro neo tonto , que há uma necessária escolha a fazer entre o globalismo anglo saxónico dos camarões e dos Fts, dos economists das tatchers da vida ou Luteranismo germano. Eu pessoalmente , não tenho a certeza que a escolha seja clara , mas pelo menos alguém que sai dos derbys imbecis

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  6. YHWH's avatar
    YHWH permalink
    3 Julho, 2013 17:09

    O Mercado encontrou aqui um pretexto para punir Portugal pela incompreensão para com os divinos e sacrossantos SWAPS…

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  7. PMF's avatar
    3 Julho, 2013 17:28

    João,

    há aqui um equívoco de base.

    A questão não está, nem nunca esteve, na necesidade de ajustamento orçamental – que, de resto, não depende de nós; há, inclusivamente um Tratado inter-governamental que entrará em vigência para o ano, no quadro da UE, sobre esse necessário ajustamento consolidado. A questão não está na austeridade versus “regresso ao passado”. A questão da austeridade – que nem sequer faz sentido – não é sequer uma questão. Deveria ser a regra de gestão/execução de finanças públicas. Repito, a regra.

    Agora, como o próprio Gaspar sublinhou – Gaspar dixit – o falhanço de todas as suas previsões (tenho a convicção, para não dizer a certeza, de que não são inteiramente dele), nomeadamente, sobre a questão dos efeitos na procura interna, retirou-lhe margem de manobra POLÍTICA. E repara, até a tinha e bastante! Esteve um ano em estado de graça e já com corte dos subsídios aos funcionários públicos, para além da sobretaxa que incidiu sobre os ordenados destes e dos pensionistas. Ninguém se queixou…muito. Até aqui no Blasfémias, a crise começou a ser debatida e a questão do Ministo a ser contestada quando se começou a falar em estender alguns cortes a toda a população. Na fase pré TSU – I.

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  8. PMF's avatar
    3 Julho, 2013 17:47

    Cont. (II)

    João:

    A questão é eminentemente política e não adianta falar em modelos, por mais perfeitos que sejam, que não consigam impor-se (ser transpostos) para a realidade. Sobretudo quando há circunstancias novas (uma zona de comercio/neste caso, Mercado Interno) que, em quase bloco, entra em recessão, inexistência de autonomia cambial e desajustamento das metas orçamentais relativamente á capacidade de crescimento da economia (europeia). O ajustamento alemão, por exemplo, foi feito em 2003/2004 em expansão. Ainda por cima – e, para mim, isso é o mais preocupante – a arquitectura da política de ajustamento depende dos credores principais e da UE (Comissão-BCE / FMI), sendo certo que, novamente, politicamente, não se entendem! Por isso, o respaldo europeu, não deixa politicamente ninguém descansado – como, de resto, se está a ver por praticamente toda a europa-euro (excepção á alemanha, apesar da queda das taxas de crescimento).

    Perante este cenário, era preciso navegar por outras águas (as tais reformas do Estado a que – justiça lhe seja feita – o Rui A., aqui, sempre foi exigindo) que deveriam ter aplainado (pelo menos, seria expectável, em teoria) os efeitos abruptos daquele ajustamento orçamental sem consequência, porque desligado, na prática, da realidade económica e do Estado (em rigor, do estado do Estado). Era preciso, no mínimo, uma verdadeira Política de austeridade – e não medidas de austeridade orçamental (por muitas que fossem) erráticas, sem as tais reformas …

    Claro que muita coisa correu bem. O problema é / foi – como o próprio Gaspar reconhece – político. E aí, estou de acordo com o Rui A.. Por muita simpatia que tenha por ele, foi uma besta!

    E, neste regime, em democracia parlamentar, a NOSSA REALIDADE DE PARTIDA é essa. O que é difícil – mas essa é a arte e o engenho de quem é estadista – é conseguir fazer uma coisa e outra, salvaguardar um abrupto ajustamento orçamental, com – ao mesmo tempo – reformas que permitam consolidá-lo e mantendo a capacidade de persuasão e de adesão da generalidade dos destinatários (isto é capacidade política).

    Por muitas voltas que dê, não me esqueço da justificação para uma opção política dada por Gaspar, a propósito do recuo da TSU-I, em que eximiu as suas responsabildiades decisórias, comunicando ao país que a escolha estava fundamentada em 3 modelos de 3 universidades (e citou-os).

    Como, sinceramente, se o Portas não se tinha demitido, a reacção das bolsas seria quase nula (como o foi ontem) – é essa a minha convicção.

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  9. PMF's avatar
    3 Julho, 2013 18:00

    Finalmente: refiro, supra, o falahnço de todas as pevisões de Gaspar. Mas isso também é irrelevante para os mercados. Haja estabilidade e um rumo que se perceba (que os investidores comprendam quase instantanemanente – ou seja, normalidade) e uma perspectiva mínima de capacidade de financiamento/criação de riqueza, que os ditos mercados reagem, naturalmente, de forma positiva. E mais, no limite, com ou sem ajustamento orçamental, desde que haja estabilidade e desde que haja a expectativa de que não é previsível a insolvência. Repara que esta convicção – mais psicológica do que passível de demonstração matemática – é que satisfaz os mercados e leva-os a investir mesmo em Estados em que é impossível, tecnicamente, alguma vez existir por parecido que seja, alguma coisa próxima do equilíbrio, em termos meramente orçamentais/déficite!

    Os mercados reagiram logicamente á trapalhada política que significa, a prazo, não-governo, possibilidade de instabilidade, insegurança e caos helénico. É indiferente que o Portas perceba alguma coisa da situação orçamental do país; basta-lhe perceber que politicamente ele é decisivo, naquele cenário, para o país. E já está! Tão simples como isso.

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  10. José Domingos's avatar
    José Domingos permalink
    3 Julho, 2013 22:49

    O paulo portas mais o tozé, foram chamados a Inglaterra, a uma reunião, onde lhes disseram o que tinham que fazer, por troca tiveram umas migalhas que cairam da mesa.
    São moços de recados, fazem fretes.
    Curioso é quase ninguém, cá no burgo, fala nisto. Será coincidência. Este tema deve ser tabu, assobia-se para o lado.

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