Eu é que fiz o 25 de Abril
Foi para isto que fiz o 25 de Abril. Sim, eu fiz o 25 de Abril. Não, não andei nas ruas em 1974, só nasceria uns meses mais tarde; mas fiz: fui à escola, pago impostos, vou votar e exijo que o meu voto tenha significado, nomeadamente através da manutenção dos governos eleitos até ao fim do mandato. Os governos podem, por livre iniciativa, deixar mandatos a meio; de resto não reconheço qualquer autoridade a sindicatos, partidos minoritários e sobretudo bancarrotários para que, em nome de uma suposta rua – a que dirigindo-lhe palavra não me responde, sob risco pessoal de diagnóstico de loucura – se fabrique opinião pública.
Eu fiz o 25 de Abril para isto. Escolhendo, aceitando, penalizando – através do voto – quando goradas as minhas expectativas. Eu fiz o 25 de Abril para saber perder eleições. Como eleitor já as perdi muitas vezes. Não me vão tirar isso com cantigas de cravos e muito menos com promessas de unicórnios.
Este ano, não sei se por ser o 40º ano ou se pelo contexto de falência que o País atravessa, a esquerda da mais conservadora à mais reles resolveu reclamar para si a autoria e propriedade do 25 de Abril. Por mim quero que eles e o 25 de Abril ele próprio vão à bardamerda !!
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concordo consigo…este governo fez-me compreender que o meu voto no psd foi um erro…penitencio-me …para o psd(versao coelho) nunca mais…
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Nitidamente o autor deste artigo anda revoltado com a guerra que a rua venezuelana anda a fazer ao Maduro e apoia qualquer esforço que o presidente da Ucrânia faça para voltar ao poder depois de ter sido corrido pela “rua”.
(Coloquei este comentário na minha página no Facebook).
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Na, Naa! Eu é que fiz o 25 de Abril (e era vivo) quando esse 25 me garantiu que seria hostilizado ao pensar diferente de uma esquerda unitária que ainda hoje tenta desgovernar pelos expedientes e pretextos a que esse 25 deu rédea larga e que excluem precisamente todos os processos de formação de vontade e de opção democrática. Eu é que fiz esse 25 ao transigir com a existência “democrática” de pobres patetas que gesticulam a validade centralista dos seus pressupostos. A culpa é mesmo minha porque de outra forma teriam sido maioritariamente presos, e não reabilitados, por criminosa acção terrorista, pedofilia, apropriação ilegítima de bens e maisoutros crimes de lesa pátria dos quais se camuflam ainda hoje soba pele de arautos de liberdade. Mea culpa, mea maxima culpa…
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Eu também peço então perdão pelos mesmos pecados. Amen.
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Pois eu não fiz 25 de Abril nenhum, o 25 de Abril é que me fez a mim, ao dar-me um pontapé no cú para sair com toda a família (incluindo três filhos nascidos lá) de Moçambique depois da vergonhosa capitulação deste militares de Abril.
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Tinha 3 anos na altura e as únicas recordações que tenho são do medo de ver militares por todo o lado e de barricadas na estrada. Espero que o meu filho não tenha que passar por uma revolução.
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preferes que seja escravo toda a vida?
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O 25A fez de nós um país tão estúpido, mas tão estúpido, que até uma suposta jornalista escreve hoje que um tribunal decidiu ao mesmo tempo que subscreve que vai o mesmo ainda vai decidir. Estamos perante a demonstração pelo título de uma peça e sua auto contradição em desenvolvimento que uma certa elite considera o português como, literalmente, estúpido. Um grande bem-haja a Cláudia Carvalho e a todo a redacção do P´ pela notícia de merda (mais uma) que está abaixo linkada:
http://www.publico.pt/cultura/noticia/obras-de-miro-nao-podem-sair-do-pais-por-decisao-do-tribunal-1633525
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A possibilidade de poder escolher entre o sr assis e o sr rangel – excita, extasia, faz agradecer, o abril dos cravos nas g3,aos garbosos militares da Hora.
Puta que, em boa hora, pariu a todos !!!
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” Puta que, em boa hora, pariu a todos !!!”
BELIAL,
Pois…na senda do fui eu que fiz o 25 de Abril, veio-me á ideia o seguinte:
sabes quem no norte foram os grandes pistoleiros nos assaltos ás sedes do PCP??? Não te deves lembrar…foram nota só; Duarte Lima e Major Valentão dois insuspeitos e respeitáveis destacados militantes do PSD/PP.
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O 25 de Abril está a morrer, numa sociedade que não quer nem pretende ver, que se ajoelha ao interesse capitalista, e se resguarda nas palavras “Podia ser pior!”.
O 25 de Abril está a morrer, pois perdemos continuamente voz, pois não nos interessamos! Preferimos o futebol!
O 25 de Abril está a morrer, sabemos, pois na escola passamos por ele, e andamos! Temos de educar em casa, a escola não chega!
……
O 25 de Abril não pode morrer, foi a luta do povo que mais nada tinha a perder, e que fanhou direitos, temos de os respeitar pelo nos deixaram, e faze-lo florir dia da dia, pois não deve ser um dia, devem ser todos os dias, pois a liberdade não tem preço!
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O 25A foi um golpe corporativo contra a perda de benesses, não confundir com quaisquer ânsias do povo. O 25A de que fala morreu e foi enterrado no 25N e ainda hoje tresanda.
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É esse o meu ponto por linhas travessas. A Zazie também já o abordou.
Até acho uma certa piada ao folclore abrilesco quando “somos todos ricos” mas é absolutamente insuportável quando o PS não está no governo e quando é necessário fazer qualquer ajuste. Partem todos do princípio que sem o 25 de Abril de 74 ainda estaríamos a gravar fados com betamax: se isto não é cómico, não sei o que é comédia.
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A Esquerda vai fazer mais um golpe de estado. Se estivesse lá o Sampaio já tinha feito outro.
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Menino bem comportado
Sempre com as quotas em dia
Conformado
Resignado
Alienado
Bovinizado
Bem-aventurado
Feliz
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> Os governos podem, por livre iniciativa, deixar mandatos a meio
A não ser que o governo esteja prestes a repôr o funcionamento do mercado de arrendamento e o nome do presidente da República comece em Jorge e acabe em Sampaio.
Nesse caso, houve trapalhadas e o governo deve ser demitido com aplauso geral. Os bancos e as construtoras podem continuar o regabofe por mais meia dúzia de anos, acabando de cavar o buraco onde estamos.
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O Vítor, assim, até poderia viver na Lua. Vinha cá votar, três dias para cada lado, e pronto. É que cá “em baixo” os cidadãos acham que apenas votar é muito pouco. São uns chatos sempre a exigir que os políticos cumpram o que prometeram, que falem verdade, que ouçam a “rua” e os sindicatos… enfim, que cumpram os deveres que os cidadãos lhes outorgam. São uns “estapores”. 😉
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É verdade…são mesmo uns “estapores”, estes votantes. Estes “cidadões” até acham que votar é uma chatice apresentando a formula de votar num só acabando-se assim o problema de os outros “cidadões” darem sempre menos de 20% de votos aos primeiros.
É uma canseira.
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Essa cena do “eleitor” é que nunca a entendi. É como ir a um restaurante rasca, ter à frente a ementa do que o cozinheiro quer impingir, comer e achar que se escolheu alguma coisa de préstimo.
“:OP
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É como o Dragão dizia, não vá à urna, vá antes às putas
ehehehee
Não elegemos coisa nenhuma. No máximo puxamos uns cá para baixo para subirem outros.
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Dragão. o último dos sábios.
Só é pena é que os não votam tenham de pagar também a democracia Abrileira (3 bancarrotas).
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Os sindicatos, em abstracto, sim. Respeito e acho que têm préstimo.
Por cá isso não existe porque é mais outro totalitarismo do PCP
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Mas, engraçado como o Vitor tomou o gosto pelo voto. Eu nunca tomei. Raramente voto. Só se for Não em qualquer referendo. Por gosto, apenas votei no Ribeiro Telles.
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E não encontro grande melhoria parlamentar à conta dessa febre de cliques partidárias.
Nenhuma. Sem voto estava-se melhor representado e melhor governado.
O único senão era a censura e algumas proibições apatetadas.
De resto, o meu balanço é péssimo. Dou agora valor ao que não dava na altura, quando até era do contra.
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E nem sequer acho que as pessoas tenham maior intervenção nas questões da sociedade.
Pelo contrário- como vêem os partidos como clubes partidários, só quando há eleições é que se lembram dessas coisas.
Por eles não fazem porque agora pede-se que o governo faça o que dantes até se fazia por sentido de cidadania.
Delegou-se tudo, a começar por essa mentira do risquinho no papel com o menu já pronto pelos partidos e sem se ter responsável próximo porque nem deputados elegemos por ciclos.
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Não sei, Zazie. Acho que está influenciada por uma histeria colectiva que não existe quando “somos todos ricos”. Não sei que tipo de participação real podemos ter: a participação mais eficaz que podemos ter (acho eu) é a nível local, com as colectividades, clubes, associações e por aí fora. Enquanto for tudo um jogo de saque ao subsídio, o voto é irrelevante mas mantém a coisa a flutuar.
Os portugueses que têm a mania que querem ser dinamarqueses não fazem a mínima ideia do que isso implica. A Zazie sabe-o e, na minha opinião, o que a irrita é este discurso de chanfrados pela clubite. Se estou certo na avaliação, só posso acrescentar que simpatizo mas discordo da possibilidade de alguma vez ser diferente.
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Refiro-me a coisas básicas- cuidar do bairro, de jardins, de escolas, por exemplo.
Digo isto porque em Inglaterra é diferente. Pelo menos na escala pequena as pessoas têm muito mais intervenção. Não delegam.
Ah, e pode-se escrever às juntas por onde se vota e reclamar de coisas concretas que eles respondem.
Cá irrita-me esta ideia de tudo se resumir a urna, a clubite e divinizar-se isso com essa palavra mágica “democracia”. O tanas.
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Há um motivo para chegar a uma vilazinha inglesa e aquilo fazer sentido e ser bonito. Aqui houve um enorme esforço para destruir o melhor da paróquia.
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Quero eu dizer que por cá “democracia” é mais delegação no Estado. Ora, entre indiferença total e genuína intervenção social, eu até posso escolher a primeira. Maso que nunca escolheria seria esse culto estatal que é delegar tudo.
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Pensei nisto porque o meu pimpolho há-de ser de idade aproximada à sua mas nunca votou na vida. E tem intervenção em escala pequena lá em Londres. Porque toda a gente tem. Ao contrário de cá que ninguém tem mas meio mundo vota.
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Cá as preocupações autárquicas são festa partidária. Folclore. Lá são de segurança e preservação de traça histórica de edifícios ou manutenção de jardins.
Estes 40 anos não nos serviram para nada a este nível. Veja como até aqueles desabafos e protestos trampa de pseudo-muro abandonado em Braga foram apenas isso- queixas para o poder. Ninguém se lembrou de resolver a porcaria do problema com uma mera picareta.
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É isso.
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Perfeita a sua visão, Zazie.
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apetece-me dizer que o 25 de abril de 1974 é o inicio da tragedia nacional. bardamerda o 25 de abril.
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Nunca até este ano o tinha dito. E até o comentei várias vezes aqui no Blasfémias.
Agora digo que foi a maior merda que destruiu Portugal. Porque esta cena deitar abaixo é fácil mas de construir é difícil.
É como o equilíbrio ecológico- em se estragando bem que podem passar gerações sem que volte a ser reposto.
Em meses de PREC destruiu-se o que em 40 anos nem aproximado à qualidade do que era bom se aproximou.
Agora é que estamos sós e de mão estendida.
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O lugar da cidadania foi ocupado pelo chinfrim mediático. Faz-se barulho, dá na tv os tipos do poder têm medo por causa do voto e é assim que tudo funciona- para chatear e para agradar na caça ao voto e ao pote.
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Por mim o 25 deste mês pode ir para o c*r*lho.
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Eu apenas vou lembrar a única coisa que recordo como engraçada do PREC- os ditos dos anarcas.
isso sim. E até se pode observar como nem existe agora cultura e ironia que se aproxime.
Até nas pinturas de rua se pode observar como tudo ficou mais rasca.
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> os ditos dos anarcas.
Eh. “Que mania a deles, sempre a darem ordens.”
Com um dos As inscrito num círculo, claramente marcando a origem; ornava uma parede penso que na Avenida da Índia.
Os portugueses sempre foram muito “anarquistas de boca pequena”: confrontados com disciplina e ordens, resmordem baixinho “espera aí que já te lixas.”
Benza-os Deus.
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“Na reprodução das pedras o sexo é frio”
“Viva a Dentadura do Proletariado”
“A terra a quem a trabalha, os ovos a quem os põe”
Nem mais um faroleiro para as Berlengas”
“Até quando chuiis, continuareis a abusar da nossa paciência”.
Eram deliciosas. Ninguém hoje em dia tem este humor louco nem conhece catilinárias.
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25Ahahahahaha! Jamé! Jamé! eheheheh!
( Copiado do Zézinho, com a devida vénia )
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à porta do Júlio de Matos havia outra muito gira. Qualquer coisa como “Vasco, já que não deixas que te internem, ao menos toma os remédios”
eheheheheh
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E “Cunhal na aula de educação sexual, teve falta de material”.
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Mais uma: “O voto é a arma do povo. Eu não voto…não quero ficar desarmado”.
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Yeah!
Isso é que é um 25 de Abril à maneira.
Estudar, pagar impostos e votar.
E governos eleitos…
Brutal!
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Vamos ver por quanto tempo e em que circunstâncias serve a afirmação: ” exijo que o meu voto tenha significado, nomeadamente através da manutenção dos governos eleitos até ao fim do mandato“…
E vamos perceber porque o voto, actualmente, tem significado…
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O pós 25A foi tempo de instabilidade, desunião e ódio.
Ainda no liceu, recordo colegas de 13 anos,antes amigos, a odiarem-se intimamente por procuração dos familiares.
Foi um choque horrível, com desenvolvimentos que traumatizaram aqueles que não alinharam com o entusiasmo revanchista e abusador do social-fascismo.
Ambiente de ajuste de contas contra quem não alinhasse, carneiralmente, num projecto ideológico fincado no ódio, no bota abaixo e despeito invejoso
Tempo de violência moral, medo e desordem permanente
As espanhas, sobretudo, beneficiaram muito com o “nosso” prec.
Foi a sua melhor vacina,
Vacina “inicial, inteira e limpa”.
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25 de Abril, substância do tempo
Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo
Sophia de Mello Breyner Andresen (1919 – 2004)
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EU VI, EU VI! A PISCOISA NO LARGO DO CARMO!
DE BRAÇO DADO COM O OTELO!
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De acordo o 25 de abril continua com as escolhas livres de cada um
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Si hubiese condiciones para otro 25 de abril estaríamos allí para apoyarlo. Me gustaría que hubiese alguien que encontrase esas condiciones para dar un golpe de Estado. No estoy haciendo un llamamiento a un golpe de Estado… pero me gustaría verlo y lo aplaudiría. La población, sin estar organizada, salió a la calle para celebrar la libertad. Yo creo que ahora pasaría lo mismo.
Vasco Lourenço
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Ainda gosto mais desta:
eeheheheheh
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BRILHANTE! Estou há muito assim! Obrigada por me “descodificar”!
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Deixando de lado o completo exagero que o Vitor fez o 25 de Abril, pois esse custou bastante a fazer, gostei muito do seu texto !!
O Vitor não reconhece autoridade a quem quer, e está no seu direito.
Pode perder eleições, mas defende este processo
É contra golpes de estado para impôr ditaduras, e tem o meu acordo, sejam elas quais forem.
Costuma-se dizer que há muita gente de esquerda, que quer impôr as suas ditaduras. Mas pelo que lemos aqui, muita gente de Direita também quer regressar a uma ditadura.
O seu texto, ganha ainda mais sentido, mais importância, no meio disto tudo.
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Deixando de lado o completo exagero que o Vitor fez o 25 de Abril, pois esse custou bastante a fazer, gostei muito do seu texto !!
O Vitor não reconhece autoridade a quem quer, e está no seu direito.
Pode perder eleições, mas defende este processo
É contra golpes de estado para impôr ditaduras, e tem o meu acordo, sejam elas quais forem.
Costuma-se dizer que há muita gente de esquerda, que quer impôr as suas ditaduras. Mas pelo que lemos aqui, muita gente de Direita também quer regressar a uma ditadura.
O seu texto, ganha ainda mais sentido, mais importância, no meio disto tudo.
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