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Um momento broeiro e a reputação de um jornal

3 Maio, 2015

O doutor Costa, vencedor antecipado das eleições legislativas no isto-não-se-aguentismo desde – pelo menos – Setembro de 2012, reconhecido pela destreza com que escolhe políticas – não necessariamente bíblicas – para o fim anunciado da austeridade pelos profetas Hollande e Tsipras (só para mencionar dois exemplos), assim como pela dificílima tarefa de encontrar o candidato presidencial mais redondamente preenchido de vácuo, demonstrou que também é broeiro ao enviar um SMS irado ao director-adjunto do Expresso, João Vieira Pereira.

Quem também é tido nesta história é um director do Expresso, Ricardo Costa, pessoa responsável pela manutenção do estatuto editorial do jornal, que reza, no seus 7º e 8º parágrafo:

Atribuímos prioridade absoluta à coerência que historicamente nos tem permitido sermos nós próprios, para além de quem sobe e de quem desce do poder.
Se e quando, um dia, se tornar impossível manter essa coerência, o EXPRESSO acabará, porque – temo-lo dito e é importante repeti-lo – preferimos, nessas circunstâncias, morrer de pé.

É sabido que Ricardo Costa colocou o lugar à disposição quando António Costa foi aclamado vencedor na operação “bandarilhar o Seguro”. Agora parece evidente que António Costa interpretou este “colocar o lugar à disposição” como “estou à tua disposição”, uma interpretação típica em megalómanos heliocêntricos. Senão, como justificar a ausência de uma nota da direcção sobre o SMS do candidato a Primeiro-Ministro que destrata um jornalista e director-adjunto, caracterizando-o como pessoa que não é séria, um covarde desqualificado, inculto, reles insultador e ilegítimo opinador?

O jornal fica-se assim, após estas décadas de história, com um ataque a um seu jornalista e director-adjunto, como se fosse uma mera mensagem oriunda da taberna onde o taxista deixou o broeiro que a emitiu e não de um candidato a primeiro-ministro, em particular um candidato em posição de deixar o seu familiar directo debaixo de uma linha de fogo de suspeição inaceitável, denegrindo a isenção conquistada com anos árduos de trabalho, borrando um invejável CV com uma dúvida permanente de favorecimento da qual o próprio, oportunamente, tentou esquivar-se – e bem – pondo o lugar à disposição?

Continuo à espera. Não sou, certamente, o único.

19 comentários leave one →
  1. antonio almeida permalink
    3 Maio, 2015 11:10

    Ricardo Costa não foi solidário com João Vieira Pereira!
    Será que receou que o seu irmão lhe mandasse um SMS similar

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  2. 3 Maio, 2015 11:10

    s

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  3. 3 Maio, 2015 11:42

    Como de costume o PS na manipulação dos órgão de comunicação social, ou já se esqueceram do celebre desentendido entre o ex-PM e uma jornalista da TVI? ou do caso “estou bem assim?”

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  4. 3 Maio, 2015 12:35

    Se ACosta mais os boss&maçons que o colocaram como secretário geral e o seu staff mais próximo estivessem tranquilos perante uma inquestionável vitória nas legislativas, essa patética e desesperada reacção ao artigo de opinião não teria acontecido.
    Até e durante as legislativas, qualquer jornalista ou colunista dependente da massaroca ao fim do mês que ouse colocar em causa AC e o P”S”, será convidado a, no mínimo, almoçar ou jantar com fel na conversa.

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  5. LTR permalink
    3 Maio, 2015 12:37

    Outra hipótese jornalística é morrer-se deitado, empenado, sujo e calado.

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    • 3 Maio, 2015 14:33

      Poucos, os escolhidos e servis (ao político, ao empresátio, ao dirigente futebolístico ou ao jurista) surgem de quando em quando com fatiotas catitas, popós novos, férias incompatíveis com os ordenados, etc&tal.

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  6. Colono permalink
    3 Maio, 2015 12:59

    Ricardo Costa Moura Guedes… sabe o que a “casa “gasta!

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  7. insider permalink
    3 Maio, 2015 14:07

    essa do vencedor antecipado é muito discutível… embora a alternativa também o seja…
    mas a psrte do broeiro está muitíssimo bem…

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  8. 3 Maio, 2015 14:18

    Desde o momento ” O FMI já não vem” passando pelo economista-doutor-professor da ONU o Expresso perde em todas as edições qualidade.
    Não admira, tendo como figura principal uma loira que não sabe entrar no Metro porque razão havia de o resto do staff ser melhor.
    Numa coisa são exemplares, têm uma agenda que não engana ninguém.
    Por isso já não o compro.

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  9. manuel branco permalink
    3 Maio, 2015 16:48

    Coitado do Ricardo Costa, até me parece que ele tem um daqueles ódios ao mano que só Freud explicaria. Esta deve ser a grande vingança: fazer-pôs passar por manos amorosos.

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  10. LTR permalink
    3 Maio, 2015 17:07

    Ainda não lhe chegou nenhum SMS abrantino? 🙂

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  11. lucklucky permalink
    3 Maio, 2015 18:42

    Reputação de um pasquim que anuncia que o FMI já não vem antes mesmo do FMI chegar mostrando que não sabem fazer contas de aritmética básicas?

    Ou o caso Batista da Silva…

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    • LTR permalink
      4 Maio, 2015 10:02

      Não foi “antes mesmo do FMI chegar”.
      Foi antes das eleições chegarem.

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  12. 3 Maio, 2015 22:25

    Mais importante e mais sumarenta é a resposta que o expresso-sic dá todos os dias, tendo um diversidade de opinioes na mesma edição que pede messas aos mais fanaticos do alberge espanhol.

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  13. Castrol permalink
    4 Maio, 2015 10:21

    Triste folhetim este!!

    E ainda a procissão nem vai no adro… Não se sabendo se chegará mesmo a sair, tais são as nuvens de tempestade que pairam para os lados do Largo do Rato.

    São irmãos?! Que se entendam…

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  14. nuno granja permalink
    4 Maio, 2015 16:24

    estou à espera

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  15. 4 Maio, 2015 17:41

    A ausência de resposta à altura, e coerente com o que tem sido o Expresso de sempre, quer durante a direcção do arq. Saraiva, quer depois dele, foi ainda mais “pesada” no Eixo do Mal, onde, misteriosamente, e apesar da insistência de Luís Pedro Nunes (o único que merece ser ouvido naquele bando), o assunto “SMS de Costa” pareceu não ter lugar num programa de debate e sátira política, onde este tipo de “pérolas” é e seria sempre parte integrante do programa. Se Ricardo Costa esteve lá para “amedrontar”, “disciplinar” ou apenas como figura de recurso de última hora – qualquer das hipóteses coloca-o, e ao Expresso, à SIC e à Impresa, numa posição muito pouco confortável. Vamos ver o que se segue…

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