Instrumentalizar o corpo, que a alma já está
Mulher adulta, com mamas evidenciadas por decote punível por apedrejamento por amigos anti-capitalistas de alto valor revolucionário para a causa da burguesia maçada com prosperidade, desligando o corrector automático do MacBook presenteado pela instrumentalização do espaço corpo-corpo que indelevelmente a tornou conhecida, prepara-se para opinar sobre a vida alheia, a vida que preferia que fosse morte.
Bate numa e noutra tecla, olha para o ecrã e encontra “instrumentalização do corpo da mulher”, ironia das ironias, pensaria um antropomórfico MacBook. Assegurando que é o que quer dizer, carrega em ‘enter’, publicando para o mundo inteiro ver, coisa que fazemos por morbidez desde que descobrimos ter sido a mais barata das namoradas de Sócrates. Talvez tecle para um livro a publicar sobre o fenómeno de groupies do poder. Não, não é sobre hedonismo, é um tweet sobre o seu fascínio pela morte de bebés, lamentando que este ser não tenha sido devidamente abortado, para que não viesse ao mundo através da “instrumentalização do corpo da mulher”. Refere-se ao corpo da mulher que foi mantida “viva” após morte cerebral para que o filho no útero, o filho que desejou e que não abortou enquanto viva, pudesse nascer em segurança.
Há vários motivos para se manter vivo um ser humano em morte cerebral. Para transplante de órgãos, por exemplo. Neste caso concreto de morte cerebral, foi, inclusivamente, lamentável que não se usasse o cérebro da senhora mantida viva pelo seu filho para providenciar um cérebro mais capaz à opinadora, ser que nasceu, algures, sem que alguém opinasse que o melhor teria sido que a abortassem. Ainda bem que não o fizeram.
A socialite não odeia ninguém. Detesta xenófobos, homofóbicos, transfóbicos, conservadores, liberais e padres por puro amor ao próximo. Também não se reproduziu, pelo amor à humanidade, o que nós, os vivos, só podemos agradecer. Mas agora é tarde. A não ser que se “instrumentalize o corpo da mulher”, recorrendo a uma barriga de aluguer, um altruísmo só possível em vida para provir direitos de puericultura a tudo que não se consiga reproduzir através de sodomia.
Porém, a mais activa das organizadoras de festinhas com políticos resolveu um problema da lei das barrigas de aluguer. Se a portadora do bebé entrar em morte cerebral, o bebé deve ser abortado. Porque, de outra forma, seria “instrumentalizar o corpo da mulher”.
A mais barata das namoradas de Sócrates?
Isso tem muito que se lhe diga. A narrativa não acaba aí.
Há muitos pontos de interrogação, muitas “fotocópias” impressas prontas a derramar.
As amigas da namorada terão uma palavra a dizer.
Andam mais bem informado que jornalistas e bloggers.
No fundo o que conta são os amigos, os amigos dos amigos, as amigas, as amigas das amigas, ao que consta dotadas de frenesi umas com as outras, ocasionalmente os amigos feitos com as amigas
O vasto campo de instrumentalização dos corpos rotos cuja alma fede.
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Tirando presumíveis casos de genuíno altruísmo, as barrigas de aluguer vão ser um negócio em que gente muito rica e que não pode ter filhos ou não quer perder a cintura fina, vai pagar e bem, pela tradicional porta do cavalo, a gente que tem de fazer esse sacrifício, como faz tantos mais, para pagar a água e luz ao final do mês. São nove meses de prostituição, non-stop, espero que sejam muito bem pagos.
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Se não for bem paga, a Barrriga vinga-se com uma valente bebedeira.
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A Índia tem um excelente mercado de barriguitas: por que será? Altruísmo hindu?
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Mas alguém disse isso?
A côncia. Isso é demais. É doença
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quem será a orangotanga?…a tal?
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Uma marxista protestar contra a instrumentalização. Ahah!
Se ela fosse coerente na cama deveria ser tudo ás escuras como breu para não haver hipótese alguma de “instrumentalização do corpo da mulher”…
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E foi isto uma semi-primeira-dama
https://gyazo.com/bd970b7a772e88604dc195c9776f6c23
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São verdadeira(o)s neo-liberais (leia-se fascistas) que para se manterem fieis às leis do mercado, pretendem “fundamentalizar” o conceito: se as barrigas são de aluguer, há lugar ao pagamento de uma renda; se não paga a renda, dá-se uma ordem de despejo.
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visto quem foi – primata mesmo.
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Muito bem VC, cada tiro cada melro.
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A esquerdalhada opina, logo existe!
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Tem razão, esta gaja tem uma necessidade patológica pelo protagonismo, é uma prostituta me(r)diática!
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O putedo normalmente está ligado à direita. Não percebo a vossa indignação…
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O Lindinho, afinal, é filho da direita.
Mesmo tendo saído torto.
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Excelente! O Victor tem um estilo próprio e bem vincado: entre a ironia, a crítica discreta e o humor dá gosto ler.
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