Em defesa do javardo
Às vezes, torna-se necessário falar a sério. Regra geral, tal não é necessário, mas, em certos assuntos, exige-se uma seriedade que ajude a balancear tópicos importantes. Sim, vou falar do Eurofestival da Canção.
Circulam aí críticas ao teor político/activista/pró-LGBTiPad2xxxOXOX (é assim, acho) da canção vencedora, a israelita. Meus amigos, nas artes e no entretenimento, uma pessoa deve dizer o que quiser. Deve enaltecer drogas, deve propor a extinção dos coelhos, deve explicar que fought the law and the law won, deve ver a Lucy no céu com diamantes e deve bombardear Londres à vontade. Também deve ter sexo com bitches, com o automóvel e com o patinho. Pode colocar crucifixos em urina, preservativos no nariz do Papa, representar o Maomé com bombas na cabeça, enfiar chicotes por orifícios e walk on the wild side sem medos.
A diluição entre entretenimento e política é que vos deveria preocupar. Já sei que uma canção é uma arma, que esta guitarra mata fascistas e que *uma gaivota voava, voava*: mas isso é o que acontece numa sociedade livre – dizem-se e escrevem-se coisas. Numa sociedade pouco livre, não se distingue o cantor do político, o escritor do deputado. Por isso, vendo as vossas críticas ao teor da canção israelita, o que concluo é que o problema não são as canções e sim a política tornada em espectáculo dos que artisticamente enchem a boca contra o populismo.
Se queremos seriedade, comecemos por enaltecer o javardo no local que lhe é destinado: no entretenimento e na arte.

Subscrevo inteiramente. Muito em particular a ideia deixada no fim que arte livre significa também a liberdade de criticar e de derrubar com pontapés a porta do safe space.
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Isso. Liberdade é também tratar coninhas por coninhas.
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Terra de cavalgaduras. Sem cura nem paliativo.
Muito bem!
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È política marxista. O problema é esse- eles patrocinam toda a trampa ideológica que depois a esquerda compra e ainda legisla.
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E nem há aqui liverdade alguma. Se a canção falasse de virilidade ou algo no género, era logo boicotada e nem Israel a aprovava.
Porque a questão é mesmo inversa à ideia de underground que o post fala. Isso acabou. O underground actual é politicamente correcto e mainstream.
E depois já chateia esta merda de santificarem o sexo como se foder fosse a capacidade mais avançada que o ser humano é capaz.
Parece que o bordel se tornou a casa séria e que qualquer conversa sem bordel nem detalhes das porcarias que fazem, não dá cv nem é decente.
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Mas o ponto é mesmo esse, Zazie. Tem que se deixar o mainstream cantar o que quiser e tem que se criar subversão. Não se pode criar contra-corrente pedindo boicote ao mainstream, vai-se ao focinho na mesma moeda.
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Mas eles são comunas, Vitor Cunha. O que quer da parte de um comuna.
O que eu digo é que os que o não são, são os que os alimentam.
E não. Eu dantes também pensava que as contra-correntes existiam contra o status quo. Não- eles conseguiram fazer de tal modo a cabeça das pessoas que agora é tudo o mesmo- mainstream, contra-corrente, underground é o mundo às avessas, em nome do mais imbecil moralismo e da treta da “Igualdade”.
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Contra-corrente hoje em dia é ser-se anti-politicamente correcto e conservador.
Só que, infelizmente, não temos Swifts e o Tom Wolfe nem é traduzido pro cá.
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Dantes tinha-se a ideia que as mentalidades eram uma questão de longa duração e que demoravam muito mais tempo a mudar que tudo o resto.
Hoje em dia prova-se que os media e as variantes marxistas gramscistas conseguiram a proeza de manipular tudo no mais curto espaço de tempo.
E depois isto é um totalitarismo com brigadas e merdas legisladas que estragam a vida a quem não lhes obedecer.
Vamos agora dizer que é bom e uma prova de liberdade que os defensores de totalitarismos ainda tenham mais megafones que é com esse totalitarismo que a Liberdade viceja?
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Ser-se conservador, católico, defensor da Ordem e da Família é que hoje é o mais subversivo que se poderia imaginar.
Eu tenho sempre para uso pessoal a bitola do “progressismo”. Quando alguém vem com a treta do “progressismo” é caso para ficar alerta porque dali só vai sair merda.
Merda de toda a espécie. COmeçam por estas agendas fracturantes e passam para as engenharias sociais, como o diabo esfrega um olho.
Com o paradoxo de já nem ser preciso grandes lutras viris contra o capitalismo ou derrubar a democracia. E de dentro que tudo se espalha que nem maleita.
E quem financia devia ser denunciado.
Só que há uns, por complexos idiotas, que podem financiar ao mais alto nível que são intocáveis.
Para mim não são. Até curto mesmo provocar a escardalhada que cospe na sopa.
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“Vamos agora dizer que é bom e uma prova de liberdade que os defensores de totalitarismos ainda tenham mais megafones que é com esse totalitarismo que a Liberdade viceja?”
Eu gosto do argumento, zazie. Mas aqui é onde coloco reservas. Não me parece que deixar o panasca cantar “boys are stupid” é dar um megafone ao totalitarismo. Impedir ele de o fazer é que é precisamente o processo gerador das tais leis de merda que nos estragam a vida.
Infelizmente o cantor em causa é representativo do marxismo intelectual e as coisas acabam por se cruzar. Aceito e concordo. Como diz, se alguém fosse cantar sobre virilidade masculina, nem das audições em Israel tinha passado, e este panasca seria um dos primeiros a gritar contra a intolerância ou outra parvoíce qualquer do outro artista.
E esse é precisamente o tipo de conservadorismo activista que não poderemos permitir. Vou falar contra o direito de um cantar sobre “boys are stupid” e permitir “men are sex beasts”? Proibir ambos? Qual o tipo de conservadorismo que não acaba gerando um sistema de ideias totalitário?
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Não. Eu defendo um tipo de conservadorismo militante. Um conservadorismo que me permite dizer que a música do israelita é uma merda disfarçada de arte, que a mensagem é imbecil e que que o artista é um panasca ridículo, pretensioso e moralista sem nada na cabeça a não ser o facto de estranhamente ter decidido combater um pretenso bullying por um narcisismo exacerbado de se afirmar para o mundo como gay, mesmo quando o mundo está-se completamente a marimbar para ele. E no meio disto tudo, o pior que pode acontecer é o panasca fazer outra música igual e lá eu voltar a defender o meu conservadorismo.
Mas em momento algum quero o tipo de conservadorismo activista que é o que está a permitir que o politicamente correcto policie as minhas palavras e acções ou que, do outro lado da barricada, proibisse o panasca de cantar como bem entende. O direito dele não infringe no meu.
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Mário
A questão é válida para tudo. Não é para este exemplo em particular. O erro lógico é achar que alguém consegue impedir por criticar.
Não consegue. Eles dominam tudo e isto nem sequer foi uma questão artística- foi pura militância de causas fracturantes.
holywood está igual.
Eu não impediria panasca algum. O que digo é que os gramscianos já quase proibem que não se seja fufa ou panasca. E legislam esse mundo às avessas.
E alteram as mentalidades. Perseguem quem não pense assim. Proibem que se diga algo diferente
Ostracisam-se os conservadores; os católicos; os que defendem a tradição e família.
E eu nunca me imaginei a falar assim. Por isso é que digo que isto foi uma gigantesca mudança pro agit-prop.
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Argumentos fortes. É matéria para pensar. Obrigado.
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Argumentos fortes. Muita matéria para pensar.
Obrigado.
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Há uns anos dizia um psico da praça que estaria sempre do lado onde fosse permitido, putas, maricas e pornografia.
Estamos todos- chama-se Ocidente. Atingiu o estádio supremo de conseguir superar os macacos.
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tem vírgula a mais, mas pronto.
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Grandes e inteligentes comentários, Zazie. Muitos parabéns. E a vírgula neste último, que considerou estar a mais, pode estar perfeitamente onde a colocou sem alterar a compreensão da frase, não sendo portanto erro de pontuação. No tempo de Pessoa, por exemplo, na escrita era usada tal e qual. Assim como a colocavam a seguir a uma palavra que antecedia um “e” (conjunção copulativa). No meu tempo já aprendi que o “e” não necessita de vírgula a antecedê-lo pois ele próprio (ou ela, conjunção), salvo excepções, já divide a frase/proposição/oração dando à leitura a compreensão requerida.
Maria
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Boa zazie, aplaudo
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O conservadorismo nunca gerou totalistarismos. O v. erro é confundirem conservadorismo com revolucionarismo e reaccionários.
O Jonathan Swift era um cristão conservador.
Alguém é capaz de dizer que nãs foi dos escritores mais iconoclastas e irreverentes?
Há uns tempos pensei na questão e cheguei à conclusão que os grandes iconoclastas foram sempre conservadores.
Pode parecer estranho mas nem é. Estas modas já existiam no século XVII e XVIII…
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Ou seja- isto são modas. E quando as modas se tomam por movimento de fundo de um futuro radioso estamos tramados.
Vai tudo atrás que nem lemmings
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Até à madrugada de domingo mando uns bitaites unicamente sobre duas representações de actores conhecidos: o casamento entre o Harry e a Merkel e o almoço de agradecimento ao Sócrates.
É por isso que estou concentradíssimo e já a preparar a sala de visitas para pevides, bejecas e tremoços durante notícias do Sócrates e comezaina farta com champanhe da Bairrada para ver o “casamento real”.
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Ops… meti aliança no dedo da Merkel sem querer. A consorte (consorte e de que maneira !) do Harry é, a Meghan.
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Bitaite extra-Sócrates e casamento, Zazie tem estado imparável e com alguns tiros certeiros.
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