Especulando
Vou fazer como Ricardo Robles e especular. Ele em negócios imobiliários, eu em comentário político.
Se Catarina Martins sabe mais do que diz saber sobre o caso do imóvel de Alfama, a garantia que poderá ter recebido de António Costa de que o PS não hostilizará o Bloco se este se mantiver dentro de níveis bem comportados de crítica ao Governo poderá não ser suficiente para criar um cinturão higiénico em torno da sua liderança.
Embora interessando a Costa não deixar Robles cair da vereação, mantendo-o na grelha mais ou menos acesa conforme for útil, talvez Catarina Martins se veja mesmo obrigada a aceitar a sua demissão para contenção de danos no Bloco.
Bastaria que se viesse a verificar que aquando das declarações que fez sobre o caso e do lançamento da teoria da cabala contra o seu partido Catarina Martins sabia que a intenção de Robles era desenvolver um negócio de alojamento turístico, para a sua própria liderança ser posta em causa. Nesse caso, apesar dos seus olhos azuis, o cordeiro Robles teria de ser sacrificado.
Isto porque além da hipocrisia e amoralidade do Bloco já exaustivamente comentada por estes dias, para além dos aspectos políticos desta novela subsistem algumas dúvidas de outra ordem.
A título de exemplo:
- No “business-case” que Robles apresentou à CGD para obtenção do crédito, a finalidade do investimento era a de habitação permanente ou de prédio de rendimento para short-rentals turísticos?
- Já que o Bloco que defende o fim do sigilo bancário em situações de políticos sob suspeita, poderá o vereador fornecer cópia da memória descritiva do projecto entregue ao Banco?
- Que colaterais apresentou Robles à CGD para o mesmo efeito? Património, avalistas?
- A Segurança Social já confirmou oficialmente que a compra do imóvel se fez por apresentação de propostas em carta fechada?
- A Segurança Social informou a Câmara Municipal de Lisboa sobre proposta de compra vencedora para eventual exercício do direito de preferência na aquisição por parte do município?
- Qual a justificação da Câmara Municipal de Lisboa para não exercer o direito de preferência.
- Não configura conflito de interesses a decisão da CML e o facto de Robles ser vereador?
- Robles terá transparência suficiente para tornar pública a memória descritiva do projecto submetido à CML para se verificar que a intenção inicial era habitação própria (ou da irmã)?
- Como é que a CML despachou aprovações em tempo record quando em situações mais simples de obras em prédios na mesma zona da cidade a espera desespera os proprietários?
- Ricardo Robles pode divulgar factura das obras de reabilitação para se verificar se foi cobrado e pago IVA?
Seria também de homem e não de uma patarata se Ricardo Robles, em definitivo, esclarecesse se pretende ou não:
- Doar eventuais mais-valias de uma futura venda do imóvel (ou fracções)?
- Solicitar reembolso de IMT pelo facto de imóvel se encontrar dentro de ARU-Área de Reabilitação Urbana?
- Abdicar de isenção ou redução de IMI por prédio estar na ARU?
Bem sei que Catarina Martins já declarou o caso encerrado, mas apesar de as questões acima não serem exaustivas, a sua liderança partidária poderá ser fortemente afectada pelo menos em parte significativa pelas respectivas respostas e, sobretudo, pelo grau de conhecimento prévio que Catarina tenha tido delas.
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Penso que sei por que as meninas do BE todas defendem esganiçadamente o Robles dos olhos azuis e sexy porte atlético: esperam que ele defenda o combate ao assédio com a mesma coerência que defende o ataque à especulação.
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Por que não quer também o BE informações sobre as poucas-vergonhas que se passaram na CGD?
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Muito bem!
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Excelente especulação. Mais uma achas.
O Robles é engenheiro civil, portanto sabe da poda, está metido no meio e tem informação privilegiada.
É o fusível do Medina (e por tabela do Costa) pelo que este tem que lhe aparar os golpes todos.
Mantendo-o e aceitando as absurdas defesas da Catarina e Louçã, talvez estes não se lembrem de perguntar pela compra da casa do Medina nem o negócio da casa do Costa no Rato para “a filha” e que depois como se calhar esta não quis, vendo pelo dobro.
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Há uma parte da comunicação social que aninha quando se trata de certos PM. Sinais de terceiro mundo de que não queremos sair. E no caso de Costa ainda é pior porque o relatado facto da invocação do laço familiar corresponde obviamente à tentativa de tirar vantagem, e a uma total falta de valores éticos. Para não falar nos idosos que alegadamente se consideraram defraudados.
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Havendo tantas questões em aberto relativamente a instituições do Estado, por que motivo tarda o anúncio de abertura de inquérito pela PGR? Era ver a rataria toda a abandonar o barco….
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Penso que é imperioso uma abertura de inquérito pelo MP para acalmar a opinião pública.
Este negócio parece feito por conta de outrem.
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Com robles ou sem ele, o problema é o mesmo.
Existem uns tantos destituídos que simpatizam com esta clique.
A clique está montada no pára choques da geringonça.
Os dinossauros aguardam pacientemente que a clique caia.
Oligarcas há que sustentam cadelas raivosas e meninos de coro.
Servem-se deles para fazer ruído, como se servem dos maiorais para desgovernar a casinha, babujar os afectos, causar asco e propalar mentiras.
Quando não servirem bota fora. Já faltou mais.
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O desejo secreto dos burgueses do Saldanha disfarçados de moralistas de trazer por casa.
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O Presidente da República começa esta segunda-feira a ouvir os partidos com assento parlamentar. Em causa está o Orçamento do Estado para o próximo ano e questões essenciais relacionadas com o fim desta legislatura, que termina em 2019.
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Não haverá um afeto para o robles?
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Questões pertinentes.
E o caso não pode ficar encerrado pela saída do Robles, que era inevitável.
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Interrogações mais que pertinentes.
Mas não nos iludamos : só terão “existência” real para o rebanho votante se os psitacídeos televisivos as mencionarem.
E aí…
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Pronto. O gajo demitiu-se a operação de “limpeza” pode começar…
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Uma correcção.
Quando da compra Robles não era vereador, pertencia à Assembleia Municipal segundo informação de Catarina Martins.
Não muda quase nada, é apenas um pormenor.
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