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Carta aberta ao Presidente da Câmara de Viana do Castelo

16 Julho, 2019

Caro Sr. Presidente José Maria, permitam-me estas palavras que lhe dirijo:

Não me lembro da cidade sem o Prédio Coutinho mas lembro-me deste ser uma referência e de uma amiga do colégio, a Paula Fernandes, filha de um deputado à época, viver lá e ter ficado muitos fins de semana naquele luxuoso apartamento com vistas lindíssimas! Únicas! Para se poder habitar ali era preciso ter poder de compra. Daí muita elite da cidade e fora dela ter investido naquele prédio. Defensor Moura foi um dos que lá morou, que ironia. Enquanto interessou, o Prédio, e segundo as palavras deste ex-autarca, era do melhor que havia em Viana e não se poupou a elogios. Agora é aberração e tem de vir abaixo? Curiosamente a mesma esquerda que agora quer a demolição do Prédio Coutinho por ser alto e inestético é a mesma que em 1993, quando o autarca Branco Morais do PSD quis eliminar 6 andares, o acusou de megalomania. Isto faz sentido?

Inicialmente era por questões “paisagísticas” e de “estética” e como não colheu muitos aplausos pela maioria dos cidadãos, mudaram a narrativa para poderem seguir com o “negócio”: porque precisavam daquele terreno para lá colocar o centro cultural; mais tarde um mercado municipal depois de demolido o existente a 100 metros do Coutinho; depois porque era um perigo em caso de sismo, e por fim porque a cidade era candidata a Património Mundial! Ou seja, o vale tudo para levar avante este sugadouro obsceno de dinheiros públicos por mera ambição de meia dúzia de pessoas.

Acontece que o mercado já existia no centro da cidade mas demoliram-no para poder justificar uma declaração de utilidade pública; as preocupações com os sismos são tantas que estão-se marimbando com as enormes torres construídas em terreno pantanoso, à entrada da cidade, onde uma até inclinou (e continua inclinada); as preocupações ambientais e paisagísticas atormentam tanto que ainda não pararam de avançar com construções – algumas de grande volumetria – na encosta do monte Santa Luzia.

A demolição do Prédio Coutinho não é uma causa ambiental, nem de estética, nem de segurança. É um negócio que urge levar adiante porque tem muito dinheiro em jogo. Foi tudo decidido no tempo do “ilustre” ex-ministro da bancarrota, Sócrates, agora réu em vários processos de corrupção. Gente tão preocupada com o ambiente que foi autorizar o Freeport em reserva natural. E o actual ministro do Ambiente que integrou a Quartenaire investigada pelo MP, prepara-se para esventrar o país de lés a lés, destruindo reservas naturais, por causa da corrida ao lítio. Onde está a lógica disto? Sabe explicar?

Mas não obstante ter sido iniciado o processo por Defensor Moura, a verdade é que tudo é reversível. Não foi assim com os Estaleiros Navais que agora são uma referência mundial e que você mesmo fez questão de o afirmar em plena gala?

Se optar por requalificar o Prédio vai ser lembrado como o autarca mais corajoso da história desta cidade. Aquele que ousou desafiar os lobbies pelo bem de toda uma Nação em crise financeira. Terá um país inteiro a aplaudir de pé. Porque o Prédio, sem demolição, pode ser valorizado e: receber o novo mercado no seu parque automóvel nas traseiras e nos fundos com excelentes condições; receber um magnífico restaurante panorâmico único no país no último andar e assim preservar as águias migratórias que têm ninho na cobertura; ser o primeiro edifício ecológico com jardins nas varandas e vegetação suspensa; voltar a receber os ex-moradores que queiram regressar e serem vendidos por muito mais de meio milhão as fracções vazias a investidores, depois da requalificação. Pode tudo isto e com isto ser uma atracção turística ímpar no país. Voltar a encher o prédio, que marcou uma época, com 300 pessoas que vão trazer vida e dinâmica à cidade, depois de requalificado, é muito mais sensato e trará muito mais retorno financeiro que a demolição sem necessidade. Para não falar da relação custo-benefício que esta proposta claramente supera em relação à demolição.

Por isso pergunto, com que direito podemos pôr um país inteiro a pagar esta obra megalomana, que era suposto ser auto-sustentável, e que nunca teve aprovação da UE para fundos, sem qualquer necessidade com tanta gente a viver MISERAVELMENTE por causa do nível de vida que não pára de aumentar? Só o hospital de Viana tem o equipamento TODO obsoleto e sem manutenção colocando em perigo os utentes enquanto disputam esta demolição. Como poderão as consciências daqueles que teimam em levar este projecto de Sócrates avante, viver com isto?

A minha missão é de poupar as pessoas a mais impostos, mais austeridade, corrigir erros de governação e não derrubar quem está no poder. Porque o dinheiro não chega para tudo e não nasce nas árvores, nasce dos impostos arrancados a ferros ao orçamento doméstico de cada família portuguesa com o suor do seu trabalho. Acredito que esteja a sofrer pressão mas não tem que temer. Não são eles, os DDT, que mandam nas cidades. São as pessoas e as pessoas Sr. Presidente, estão primeiro. DEVOLVER Viana capturada pelos lobbies às pessoas é uma prioridade para a fazer renascer das cinzas.

Tem a opção de ser relembrado como o pior autarca de sempre e sofrer a maior derrocada política a nível nacional ou por aquele que soube reconhecer a tempo que o país e as pessoas estão primeiro e ser louvado por isso. Não tem de manter a birra do seu ex-colega que usa perfis que não são dele para o atacar e está à espera da sua estrondosa queda. Precisa isso sim, de dar um passo corajoso que só os verdadeiros líderes são capazes. Se persistir neste erro, será lembrado pela sua teimosia e crueldade ao decidir pelos lobbies primeiro em detrimento das pessoas. E tenho a certeza que sempre que olharmos para o vazio que o Coutinho vai deixar naquele lugar, tal como as torres gémeas em Nova Iorque, recordaremos sempre nesse local, à semelhança do “ground zero”, as lágrimas de dor profunda de gente que viu suas memórias e dinheiro de uma vida esfumarem-se nas mãos de 20 anos consecutivos de socialismo autocrático. E nós os cidadãos revoltados, não esqueceremos.

Porque este processo demonstra que não vivemos em democracia mas em autocracia e que o Estado pode apropriar-se e chamar a si qualquer bem privado alegando interesse público por questões tão fúteis quanto a simples estética ou gosto pessoal de quem decide.

Não bastava, pela mão do ex-autarca, ter destruído por completo a economia desta cidade – que quando cá cheguei em 1978 jorrava de vida – com os lobbies dos parques subterrâneos onde se paga quase 3€ por duas horas na cidade; com o elefante branco – o shopping – plantado bem no centro e que matou todo o pequeno comércio deixando as lojas às moscas; com a limitação de trânsito automóvel de todas as artérias que afastou clientes e por isso ninguém lá passa; com as condicionantes à vida nocturna que a transformou num dormitório gigante, sem qualquer interesse, sem vivalma a partir das 19h? Não! Tinham também de destruir profundamente a vida das pessoas que investiram na cidade. Com que direito?

Lutarei para que um dia haja neste país leis que condenem duramente os responsáveis de órgãos públicos que não respeitem os direitos de propriedade, que gerem dolosamente dinheiro públicos para que sejam obrigados a responder criminalmente e indemnizar com património próprio todos os prejuízos que resultarem do seu exercício. Só assim pensarão duas vezes antes de brincarem com a vida das pessoas. Verifiquei enquanto contestava em frente ao prédio na semana de “sequestro” aos moradores, que tal como as gentes de Melgaço, os vianenses têm medo de se pronunciar por receio de represálias da câmara. Quando lhes disse que lhe iria escrever, estas dezenas de cidadãos amordaçados e indignados que me rodeavam só diziam: “faça isso menina! por nós! pela cidade! pelo país!”

Os erros dos ex-autarcas podem sempre ser corrigidos. Ainda vamos a tempo de impedir o ESBANJAMENTO de dinheiro público. Porém se a teimosia prevalecer, sairá cara não só ao país, mas a quem insistir nos erros pois jamais será perdoado por ter agido em detrimento das pessoas. Reconhecer que essa utilidade pública já não faz sentido e promover a recuperação do património fará subir em muito a consideração por si. Pois a maior virtude de um homem está na sua capacidade de assumir erros e humildade em os saber corrigir.

A minha dúvida é: será capaz?

Pelo bem desta Nação, espero sinceramente que sim.

Uma cidadã vianense

25 comentários leave one →
  1. Procópio permalink
    16 Julho, 2019 18:14

    “Lutarei para que um dia haja neste país leis que condenem duramente os responsáveis de órgãos públicos que não respeitem os direitos de propriedade, que gerem dolosamente dinheiro públicos para que sejam obrigados a responder criminalmente e indemnizar com património próprio todos os prejuízos que resultarem do seu exercício”.
    Há cada vez menos pessoas dispostas a lutar pelo bem comum.
    Perante os desconchavos já ouço o o joe berardo: Ah, Ah, Ah!
    Quer isto dizer, terá que haver novas formas de meter estes salafrários na ordem.
    Só para as offshores voaram 30 biliões. Ainda há gente com lata de pedir mais dinheiro sem se preocupar em saber quem o faz voar.
    Os truques do centeno não fazem nascer dinheiro onde não há. Assim como não quer a coisa ele já foi à gaveta dos restos, os tugas nem deram por isso. Encontrou o diabo que o avisou: “Para a próxima tens que chamar o teixeira dos santos, ele sabe onde pedir”.

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    • Jornaleco permalink
      16 Julho, 2019 20:09

      A justiça perfeita adora os justos e ajuda (a)os mesmos.

      O diabo teme a justiça perfeita. Todos os diabos. Sobretudo os filhos dos diabos.

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    • Carlos Rosa permalink
      17 Julho, 2019 01:14

      Isto já nem é uma geringonça,
      é uma javardice.
      São javardos que mandam em Portugal. E já estão gordos!

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  2. Procópio permalink
    16 Julho, 2019 18:46

    Todos sabemos que o nível de corrupção inviabiliza qualquer solução tradicional.
    Todos sabemos que há muita gente a tirar proveito desta xinfrineira.
    Todos sabemos que a porta está aberta para todo o tipo de crime económico, desde a precrição, até as jogadas de mestre dos advogados que sabem aproveitar os furos da lei que muitas vezes eles próprios criaram..
    Todos sabemos que esse crime compensa largamente os amigos, os amigos dos amigos e até aqueles que sem serem amigos, são comparsas. Uns são figuras televisivas de destaque, outros mais manhosos atuam na sombra, sem fazerem ruído.
    Refiro-me aqueles que dizem estar tudo bem e prometem fazer ainda melhor. Eles têm toda a razão, os sinais exteriores de riqueza não enganam mas alguns não são assim tão doidos e é pena é não podermos saber quando engavetaram nas nossas costas. Apesar do seu “sucesso”, alguns até são condecorados por caras sem vergonha, caracterizam-se por não saberem de nada, não se lembrarem de nada, nem terem ouvido nada.
    Será que nos resta assistir a esta palhaçada de braços cruzados?

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    • Jornaleco permalink
      16 Julho, 2019 20:12

      Onde está a sua esperança?

      A verdade é invencível!

      E aqueles que não tiram proveito, são a grande maioria, o gigante, e pagam tudo.

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    • José Monteiro permalink
      16 Julho, 2019 20:59

      A sorte dos trastes. A incapacidade de organizar uma secção ou um pelotão, armados de cajados de boa madeira, entrar pelo espaço da autarquia, escavacar o mobiliário, apertar a goela dos ditos cujos.

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  3. Manuel permalink
    16 Julho, 2019 18:47

    Excelente!

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  4. José Monteiro permalink
    16 Julho, 2019 18:57

    Missão impossível, Dear Mrs Cristina.
    Impossível, lutar contra moinhos de vento animados pela estupidez, ganância e tacanhez que parece tanto enformar os detentores do ‘Poder’.
    Estes de agora, afinal bem próximos do grande Proxeneta, dado a ares de engenheiro com especialização em estética:
    Uma ‘aberração’ e um ‘monstro’, sentenciou o autor das miseráveis varandas de prédios na Guarda quando fazia de engenheiro, em abono do autarca sócio da tribo PS quando fazia de boss do Ambiente.
    Deus proteja os indígenas.
    Já que entre os 230 ‘representantes’ da populaça, no circo S. Bento, nenhum levou o seu partido a impugnar o crime. Porque em democracia, como em política, há crimes ‘legais’
    A bem do Regime.

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    • Jornaleco permalink
      16 Julho, 2019 20:18

      Nós compreendemos a sua atitude, também a sua falta de esperança. Mas é possível, sim senhor.

      Nós não vivemos numa democracia.

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  5. MJRB permalink
    16 Julho, 2019 19:02

    Cristina,
    Esta sua Carta Aberta é (ainda e para sempre) oportuna, bem fundamentada, mas como sabe vai directamente para a pasta da indiferença do autarca bronco, primata, servil, isso mesmo, servil…
    Acresce que se fosse conhecida pela populaça, teria o destino da indiferença, provavelmente até repúdio porque entenderia assunto encerrado — vai abaixo-e-m’ai-nada !
    Os problemas maiores ou menores de localidades, de regiões, do país, já não interessam a bovinizadas populações sedadas, contaminadas, iludidas porque “somos os melhores dos melhores, dos melhores !”, e viva a festança, a temperatura (por enquanto), as bejecas, as futeboladas, os políticos “da nossa família”, os vígaros (sempre invejados), os “famosos” do jet 3,5 tuga.
    Nesta fase em que um PR amamenta (para seu gáudio, vinganças e paz pessoal) um governo rasca, incompetente, mentiroso, seria útil –talvez produzisse alguma qualidade analítica e decisória…– refrescar os cerebelos da maioria dos tugas (e do MCThomaz) com um tratamento de choque. Mas até 2025, o arco íris continuará. Alguém terá de submeter-se a tratamento psiquiátrico: governantes, PR e/ou a populaça-NADA.

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    • Jornaleco permalink
      16 Julho, 2019 20:25

      “Os” von der Leyen deste mundo vão assegurar, que a sua previsão não vai poder bater certo.

      Não é só Portugal, que está como está.

      Já ouvi o que os migrantes ilegais fizeram estes dias em Paris, no Panteão francês?

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  6. 16 Julho, 2019 19:29

    Não há politicos honestos, mal podem açambarcar, lá estão eles. Não vão recuar e o Hotel… perdão, mercado, vai mesmo ser contruido.

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    • LTR permalink
      16 Julho, 2019 19:46


      As forças de esquerda são engraçadas – deitam abaixo este prédio de modo progressista interventivo, mas no Mercado do Bolhão empatam porque a casa é de outros, e noutros casos de pôr os cabelos em pé mantêm-se calados ou vão lá arranjar a praia. Deve ser conforme a direção do vento, ou então já temos regionalização e não sabemos, ou há qualquer coisa nesta terra que não bate certo.

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    • Velho do Restelo permalink
      17 Julho, 2019 09:34

      Mas o Hotel pode ser “construído” sem demolir o Coutinho … aliás, a carta da CM dá muitas pistas nesse sentido, o que não deixa de ser preocupante 🙂

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  7. Jornaleco permalink
    16 Julho, 2019 20:03

    Parabens, muitos, cara autora: Cristina M..

    Muito bom trabalho, o seu texto, o seu pensamento.

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  8. MJRB permalink
    17 Julho, 2019 02:45

    Ontem foi divulgada pelo Banco de Portugal a lista das dívidas à Banca tuga. Estão lá as quantias, mas nomes dos trafulhas, oportunistas, nem um ! Como convém ao regime e à dupla MCThomaz-P”S”. Protegem-se uns aos outros.
    Duas certezas: Mais umas garrafas de champagne foram ontem abertas e alguns voltaram a chamar-nos “parvos !, são uns parvos !, os que vão pagar via impostos”.
    Esta merda de gentalha, o sítio, enoja-me cada vez mais.

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  9. Ausente52 permalink
    17 Julho, 2019 08:57

    Não vivo em Portugal, nem está no meu horizonte voltar ao país que me viu nascer. Mas Portugal vive dentro de mim.
    Quando num país os seus cidadãos se vendem por uma self, uma refeição ou uma esferográfica etc, mal vai esse país. Longa jornada têm de percorrer para se tornarem politicamente adultos.

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  10. Velho do Restelo permalink
    17 Julho, 2019 10:28

    No essêncial subscrevo a missiva, mas há detalhes que não entendo como :
    » Reconhecer que essa utilidade pública já não faz sentido …” ; Em algum momento fez sentido ?
    Quero acreditar que a Cristina, usa aqui de alguma PSI quando não ataca a fera de frente, antes pelo contrário deixa-lhe uma escapatória para minimizar os danos, mas como já havia referido <a href=https://blasfemias.net/2019/07/07/socrates-ainda-desgoverna-este-pais/#comment-2103488″ rel=”nofollow”> aqui receio que essas “opções” já faziam parte do plano …

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    • Velho do Restelo permalink
      17 Julho, 2019 10:37

      Correcção do link : <a href=https://blasfemias.net/2019/07/07/socrates-ainda-desgoverna-este-pais/#comment-2103488″ rel=”nofollow” aqui

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      • Velho do Restelo permalink
        17 Julho, 2019 10:39

        Sorry : <a href=https://blasfemias.net/2019/07/07/socrates-ainda-desgoverna-este-pais/#comment-2103488″ aqui

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      • Velho do Restelo permalink
        17 Julho, 2019 12:09

        e finalmente … : aqui

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    • Cristina Miranda permalink
      17 Julho, 2019 12:23

      A carta não é um ataque. É um apelo ao bom senso.

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  11. luis miguel fernandes forte permalink
    17 Julho, 2019 10:45

    estou curioso para ver a alteraçao na arquitetura da ponte metalica, falta a proteçao das linhas de media tensao. outro elefante branco… parque da cidade??????!!!!

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  12. Artista português permalink
    17 Julho, 2019 12:38

    Bravo Cristina! O que é também curioso no meio desta balbúrdia é o facto de o processo de demolição ter sido iniciado pelo Sócrates que, curiosamente, não fez o mesmo ao prédio da Covilhã, projectado pelo pai.

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  13. 17 Julho, 2019 23:55

    UM ARTIGO SEM PARTIDARITE É CHEIO DE ENORMES VERDADES. JUSTO, PRECISO E COERENTE. BRAVO. FELICITAÇÕES

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