Portugal e a sua relação marítima
14 Julho, 2020
Como diz o Prof. Lero-Lero “quando Portugal se virou para o mar prosperou, quando voltou as costas ao mar, muitas vezes estagnou e definhou“. E como, segundo o mesmo sábio, o país tem “de ensaiar um novo ciclo geopolítico na sua história, podendo explorar simultaneamente a sua relação continental com a Europa e a sua relação marítima com o mundo“, o ministro do Mar inaugurou hoje um ecoponto, de costas viradas para a água.
28 comentários
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Poucochinho! Eu diria mesmo quase nada…
Esta gentinha já não sabe o que fazer para aparecer!
Na falta de obra, como vergonha na cara é coisa que desconhecem, inaugura-se um ecoponto!
Espero que não seja o início de um conflito com o Ministro do Ambiente, que por sua vez anda a inaugurar minas de lítio a céu aberto em zonas protegidas…
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Do lítio ao lítio:
https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/06/as-razoes-secretas-porque-o-primeiro.html
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O Telmo anda às avessas com o rapaz da Partex. É uma opção.
Achar que a frase “quando Portugal se virou para o mar prosperou, quando voltou as costas ao mar, muitas vezes estagnou e definhou“ é atribuível ao Partexman, já é obsessão…
Caro Telmo, tenho 55 anos e já ouvi essa frase, pelos menos 110 vezes. Nunca da boca do seu alvo…
Oh, homem! você assim ainda fica amarelinho e definha.
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Quanto ao rapaz da foto: trata-se de uma composição fotográfica com umas pretensões artísticas. Penso que a ‘obra’ se intitula ‘Hino ao ridículo – um político, canteiros e lixo’.
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Eu li e o homem escreveu mesmo isso. O que lhe posso dizer é que, se for verdade que tal frase foi já dita por outros e imensas vezes, e que o sábio veio apenas lembra-la, a coisa é grave por uma principal razão: quando Portugal esteve mais virado para o mar sofreu graves crises, como pode constatar quem quiser estudar a nossa história. E isso desvaloriza o trabalho apresentado, quer se queira, quer não.
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Muito, muito ao contrário do que diz. Sempre que Portugal virou costas ao mar para se ‘entregar’ a políticas continentais e territoriais, tramou-se.
Essa discussão já a tiveram em palavras e atos Afonso de Albuquerque e Francisco de Almeida há 500 anos atrás!
Seria melhor ter força no mar ou ser potente em terra? Barcos e armadas ou fortalezas? comércio ou conquista?
Assim por alto…
Política portuguesa de 1248 até 1580.
Guerra dos 100 anos, tramámo-nos ao entrar nesta contenda e não perdemos a independência depois de D. Fernando por um triz.
Conquista de Ceuta, e posterior expansão marítima e descobertas.
Possessões territorias em Marrocos. ‘Um sorvedouro de dinheiro de homens’.
Descobertas – feitorias na costa ocidental africana, boas receitas assentes no comércio.
Assumimo-nos como o ‘pivot’ da Europa na globalização de então, fruto das descobertas feitas durante dois séculos.
Entretanto, na política europeia realizaram-se alianças dinásticas que nos levaram praças em Marrocos e na Mauritânia atuais. Tramámo-nos.
Fruto de pretensões territoriais e das más alianças dinásticas já referidas perdemos a independência em 1580.
A hecatombe de 1588, a derrota da Invencível Armada atirou-nos para os braços dos Filipes de forma mais evidente assim que Filipe III de Portugal toma conta do governo
Luta pela independência até 1668.
A nossa força face a Espanha veio do apoio francês e veio do nosso Imperio. Tornou-se mais firme ao reassumirmo-nos como uma potência marítima assente em barcos de guerra formidáveis como o eram as galés…
Outra vez o mar…
Sempre o mar.
Quanto aà ideia de que a força de Portugal está no mar, assim de repente, ouvi-a expressa por Adriano Moreira, Soares Martinez, Franco Nogueira, Patrício Gouveia…
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Raposo, muito do que diz foi contado pelos “vencedores” parachegarmos ao século XX com uma mão atrás e outra à frente, ou seja na miséria.
No século XX Portugal progrediu muito (para não dizer muitíssimo), na década de sessenta, quando aderimos à EFTA e nos finais dos anos oitenta, quando aderimos à CEE. O que o mar deu, o mar levou.
Agora que Portugal pode ter na sua plataforma marítima muito para explorar, pode. Como pode na Europa e no resto do mundo, sem viraras costas a quem quer que seja.
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Raposo, muito do que diz foi contado pelos “vencedores” para chegarmos ao século XX com uma mão atrás e outra à frente, ou seja na miséria.
Tiro ao Alvo, a que vencedores se refere? Gostava que desenvolvesse esse tema…
Quanto à Europa, desagrada-me a postura de mão estendida, sabuja, chico-esperta e malandreca que a rapaziada da política assume face aos países mais ricos e mais poderosos.
A Europa faz-nos falta, mas para que não nos dissolvamos é necessário ampararmo-nos na nossa própria História.
‘Portugal’, o nome Portugal é bemquisto e respeitado no sudeste asiático, a língua que falamos é uma mais-valia que devemos prezar.
Os nossos skills culturais, sociais, científicos e tecnicos são muito valorizados em muitas partes do mundo. Ultimamente estes nossos apetrechos têm sido desbaratados pelos ‘vencedores’ de abril que apostam em e, cavaleiros da fortuna e arrivistas de toda a ordem.
São muitas as áreas do mundo que apostavam em nós como plataforma para acessar a Europa. Chico-espertos, desvalorizamos as virtudes dessa ambição e tornámo-nos reféns de ‘negócios da China’ (com e sem chineses no pacote).
A rapaziada que nos governa não tem feito outra coisa senão aviltar-nos.
Mas falemos da Europa e falemos das nossas maiores empresas. Do nosso PSI 20. A Europa, os arrivistas e a rapaziada da política desbarataram a Portugal Telecom, a Marconi, o BES, o BPI, a Cimpor, a Somague, a Edifer…
Resultado: O Nosso PSI 20 é constituído por 17 ou 18 empresas sedeadas na Holanda. Apostemos na Europa!
Somos europeus, caramba! Bolas!
Quanto ao mar, ainda duas coisas:
É claro que devemos explorar o nosso mar e é claro que no comvém que a ZEE do Atlântico se estabeleça rapidamente. Façamo-lo bem. Criemos equipas científicas nacionais e equipemo-las com a autonomia suficiente para zelar pelos interesses do nosso País.
É humilhante que algumas das nossas explorações sejam suportdas por navios científicos estrangeiros. Espanhóis! ainda por cima!
Visualize-se a EFTA num mapa. Prevalece o Atlântico ou o continente?
Pois é esse mesmo o ponto!
Já agora, face às economia europeias, Portugal é agora um país mais atrasado do que o era na segunda metade do século XIX e no início do século XX… Mas isso é já uma longa história… Outra história, daquelas com bandidos, anjos, traidores e tudo!
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“(…) desagrada-me a postura de mão estendida, sabuja, chico-esperta e malandreca que a rapaziada da política assume face aos países mais ricos e mais poderosos.” Também a mim.
Mas de costas voltadas não vamos a lado nenhum. Vivemos demasiado tempo separados da europa, sobretudo de Espanha e ainda estamos a sofrer o resultado desse isolamento – não dispomos de uma ligação ferroviária franca e eficiente à Europa. E não é com os países do oriente que nos vamos safar. Quem nos pode salvar somos nós mesmos, gerindo bem os nossos recursos, escolhendo governantes competentes e honestos, que não hipotequem o futuro dos nossos filhos, como vem acontecendo nas últimas duas décadas.
E, concordo consigo, sem esquecer a nossa história, tanto no que teve de bom como de mau.
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Tiro ao Alvo, essa do Espanha fez-me lembrar o 44 gritando num discurso de campanha ‘Espanha, Espanha, Espanha’. Sintomático que de tanto olhar para Espanha e, já agora, para a Europa, não tenha visto -isto, dito pelo rapazito…- chegar a crise.
Epílogo: acabou preso, o BES faliu, o BPI acabou na mão de espanhóis e os balcões do Horácio Roque tiveram o mesmo destino.
OK, sou capaz de concordar que precisamos apostar menos em autoestradas do que em ferrovias.
Já agora, que se respeite o interesse do país: depois de 3 autoestradas de Lisboa ao Porto e do Porto para a Galiza, não é preciso fazer linhas de Lisboa a Madrid…
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Do Porto para a Galiza, em se falando de autoestradas, verdadeiramente só há uma e basta.
Quanto à ferrovia, o mais importante não é a ligação a Espanha (que é importante, mas), o fundamnetal é a ligação à Europa e não em bitola Ibérica…
Sugiro-lhe que compare a nossa balança comercial com Espanha de antes do 25/4 com a de agora. Sozinhos nem para o inferno, diz o povo.
E fiquemos cada um na sua. Passe bem..
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Tiro ao Alvo, seria bom que só houvesse uma autoestrada unindo o Porto à Galiza: Sem contar ligações manhosas que fizeram a alegria de muito pato bravo, conto a A24, a A28 e a A11… 3, portanto.
Quanto à ferrovia, já lhe disse que concordo que se deve ir para lá das autoestradas.
A evolução da balança comercial com a Espanha prova que Portugal reorientou as suas exportações depois do fim do seu Império. Ainda bem.
Não sou apologista do orgulhosamente sós.
Quanto ao dito que parafraseia com o nosso povo, ‘Sozinhos nem para o inferno’, enquadro-a nalgum egoismozito. De qualquer forma, fico avisado e fico sensibilizado. Agora já sei: Se eu for para o Inferno hei-de convidá-lo para me fazer companhia.
Por enquanto, fiquemos cada um na sua casinha
Passe também o meu amigo muito bem..
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Raposo, já vai longo demais este nosso bate-papo, mas não posso concordar consigo quando diz que há 3 autoestradas do Porto à Galiza. Eu sei que todos os caminhos vão dar a Roma, mas do Porto à Galiza só existe uma autoestrada, por sinal portajada desde a sua construção.
A A24 liga Viseu à Galiza, passando por Vila Real e Chaves e no início não era portajada; a A28 liga Porto a Caminha e até Viana do Castelo também esteve isenta de portagem até acabarem as SCUT; a A11 liga Esposende a Penafiel, passando por Barcelos e Braga, sempre longe do Porto.
A autoestrada A4, que o amigo não citou, essa sim, liga o Porto a Vigo, na Galiza.
Que Portugal construiu autoestradas em demasia, concordo, mas que dispõe de 3 autoestradas do Porto à Galiza, isso é que não.
Que se devia ter antes apostado no transporte por via-férrea, estamos de acordo e que o número de camiões a circular nas nossas estradas, sobretudo os carregados com matérias perigosas, deveria ser muito menor, também concordo em absoluto.
O certo é que não está nas nossas mãos resolver estes problemas, limitando-me eu a botar a boca no trombone, quando me deixam.
E desculpe a minha insistência.
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«não é preciso fazer linhas de Lisboa a Madrid… » leia-se «não é preciso fazer 3 linhas de Lisboa a Madrid…»
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Fê-lo para não ter que ver as minorias a esfaquearem-se entre si no areal lá em baixo.
Já agora, aquela é a Praia do Peixe, berço da vila de Cascais e outrora um importante porto para os barcos dos homens e mulheres do mar que deram o nome à vila. Mas o Ministro não está sozinho. É apenas só mais um que virou as costas àquela que foi em tempos a segunda maior frota pesqueira do mundo.
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Está tudo dito quando é um ministro a inaugurar um local coletor de lixo. Um náufrago no seu desespero agarra-se a uma palhinha. Estes já nem isso têm…
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Isso do mar é muito bonito, mas para se virar para o mar é preciso condições em terra.
Leiam a saga da Ramirez, para construir numa nova unidade industrial de conservas na zona do grande Porto (acho que era em Matosinhos, mas já não me lembro).
Quanto tempo demora a licenciar uma exploração de aquacultura?
Os navios descarregam nos portos, quando não há greve de estivadores, e que vias ferroviárias têm?
Sines é dos primeiros portos de águas profundas na Europa para navios vindos da América do Sul e de África. Quanto tempo demoram as mercadorias a chegar ao centro da Europa? Os operadores ferroviários espanhóis não têm interesse em transportar essa carga, ou há coisas que se podiam fazer em Portugal e não são feitas?
Desburocratizar todo o tipo de actividades, acabar com taxas, isso ajudava todos os sectores, não só o mar.
Parece que os Estaleiros de Viana públicos davam prejuízo, agora que são privados dão lucro. E temos que acreditar nas patranhas de políticos a falar do mar?
Poupem-me…
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Meu Deus, isto é tão, mas tão ridículo que até dói…
A fazerem estas figuras de tão preocupadinhos com o ambiente (seja lá o que isso for) e a importarem centenas de milhares de toneladas de lixo altamente tóxico (lixo hospitalar, por exemplo) de Itália e de outros sítios.
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Mesmo estando de costas para o mar, será que o homem pediu licença para fazer propaganda política naquela praia? Pensava que aquele sítio era feudo de outra pessoa…
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Raposo, a malta vem cá para avacalhar e v. insiste em ser interessante, razoável, racional. Está mal.
Não pode arranjar uma ideia fixa, tipo malhar na esquerda, e depois passar os dias a remoê-la e a insultar os outros, como toda a gente? Irra.
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Senhor:
Já que os portugueses não me ouvem,
a Vós me dirijo.
Ouvi minha súplica:
Livrai-nos dos políticos presentes
porque são farsantes, ignorantes e pedantes.
E, que mais vos peço eu,
para correr com tais tratantes?
Dai-nos um como o que faleceu
dantes,
do 25 A
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“É claro que devemos explorar o nosso mar”…Com cana e anzol. Poi Zé!
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Um púlpito com microfone, 2 palmeiras e umas dezenas de vasos, um chapéu de sol, um senhor de gravata com direito a discurso…para inaugurar 4 caixotes do lixo novos.
É obra!
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A sério? Não consegue ver as massas ali a agitarem-se à volta do sr portador de socialistopatia? Tudo ali a aclamar aquele acto patriótico e histórico de inaugurar dois caixotes do lixo.
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A frase correcta será: quando Portugal se virou para o mar, as elites (pindéricas) prosperaram e o povo emigrou.
Qual aproveitamento do Mar? Sacar mais subsídios à UE? Burocratizar ainda mais a economia? Diabolizar a exploração petrolífera?
A titulo de exemplo a Suíça, que não tem mar, tem um dos três grandes armadores do mundo (MSC) e uma das maiores empresas de prospecção e perfuração petrolifera em aguas profundas (Transocean). Portanto a nossa classe politica bem pode meter o discurso do mar no rabinho…
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Calma, calma… A TRANSOCEAN eh tao Suissa como o Mamadou eh Portugues.
Nao se iluda com o que diz o codigo postal.
Mas, salvo o pormenor irrelevante, concordo consigo.
Essa coisa de fumar erva na praia, a olhar para o mar, leva as pessoas a ver coisas que nao existem. Se a pedra for maior, alucinam mesmo.
TAmbem ha gente que gosta de consumir drogas a olhar para os comboios…
Quando oico poesia ligada ao potencial do mar, lembro-me logo daquele matuto da plataforma para salvar as prais do Algarve da exploracao de petroleo, na TV, em fato de banho e oculos de sol…
Deixamos de ser capazes de distinguir entre a comedia e a tragedia.
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Mas o homenzinho desgrenhado e naquela situação ridícula é governante? Nunca ouvi falar.
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Um empurrão e descobria a vocação num instante. Mas este Ministério é estranho: não podia ser também das albufeiras, dos rios, riachos e charcos?
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